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Todos temos a sensação que sabemos o que é o amor e ao mesmo tempo que não o conhecemos nunca completamente.

No final do século XVII o amor teve uma nova alma. Nasceu cheio de sonhos e de fantasias. Era o amor romântico, o amor de Pierot e Colombina, o amor de Romeu e Julieta. Mais adiante, na Inglaterra, a rainha Victória converteu o amor numa coisa imoral e indesejável. O ideal victoriano era o amor platónico, o amor sem sexo. Deste amor sem sexo olhamos para o sexo sem amor, tão comum nos tempos do homem moderno. Andamos por todos estes caminhos e meandros, porque queríamos exactamente saber o que era afinal o amor. Hoje ainda continuamos em busca desse amor, e estamos especialmente cada vez mais convencidos de que o amor não pode ser estudado pela razão. Pois o amor não nos parece ser racional, mas, num último espírito de racionalidade agarramo-nos à biologia, lembramo-nos de Theresa Grenshow. Que escreveu um livro intitulado “A alquimia do amor e do tesão”. Theresa Grenshow correlaciona o amor com a biologia e subitamente vemos o amor coberto de hormonas, de neurotransmissores e de outras substâncias psicoactivas. Mas o facto é que Theresa Grenshow desenvolveu de uma maneira tão lógica o seu raciocínio e apresenta tantas provas objectivas, laboratoriais e experimentais, que nos deixa perplexos. Há toda uma pesquisa etológica em que os animais de laboratório são estudados, e os impulsos sexuais bem analisados e correlacionados com substâncias hormonais. É claro que não podemos transportar tudo o que acontece entre os animais para os seres humanos. Sempre defendemos um continuo protegendo a importância da cultura na vida das pessoas. Afinal acreditamos que, na espécie humana, o amor é mais cultura do que natura, mas como profissional de saúde não podemos negar que a natureza existe. Vamos procurar dar particular atenção à natureza que influencia a cultura na construção do amor. Logo vamos procurar desmistificar esse dualismo, amor platónico versus amor sexual. Um amor do pescoço para cima e um outro do umbigo para baixo. No meio fica o coração, sede do amor dos poetas e das crianças, amor sempre ameaçado pela realidade das tromboses e dos enfartes do miocárdio. O chamado amor platónico é uma grande ilusão literária que foi durante algum tempo uma espécie de ideal religioso praticado principalmente pelos anjos e arcanjos. Este amor está fora de nosso estudo. Também não cabe aqui falar do inocente amor dos poetas e das crianças. O que indevidamente se chama amor

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sexual, nada mais é que o impulso que move os animais para terem relações sexuais no momento propício à fecundação e, por consequência, referindo-se à perpetuação da espécie. Este tipo de amor é biologia pura e existe em todos os seres sexuados; anfíbios, répteis, insetos, aves, mamíferos (...) seres humanos. O que comumente se chama de amor, ou melhor, de emoção amorosa é outra coisa. Este tipo de amor é produção da cultura e dentro dele temos algumas variedades. Vamos distinguir apenas duas; o amor romântico, da qual a paixão é a sua forma fina, e o amor maduro que na arte de amar, Erich Fromm define como sendo “o paradoxo de dois seres que se convertem num só, e não obstante continuam a ser dois”. A paixão é uma deliciosa doença do amor. É uma espécie de alienação instantânea pelo que não é sem razão que uma pessoa diz para a sua amada “eu estou louco por ti”. Do ponto de vista psiquiátrico, um apaixonado sofre de um distúrbio obsessivo-compulsivo. E isto não é uma afirmação aleatória porque em ambos os estados estão baixos os níveis cerebrais de serotonina, substância química que nos ajuda a lidar com as situações stressantes (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001, Capellá Alfredo, 2003). Vale a pena lembrar que as bebidas alcoólicas também diminuem os níveis de serotonina a nível cerebral, criando a ilusão de que a pessoa do outro lado da mesa do bar pode ser o amor eterno da sua vida. O amor romântico é o sonho ideal de uma pessoa fixada noutra pessoa. Trata-se de uma hipervalorização do outro que se aniquila e se fracciona perante a realidade. É um amor novo que, repentinamente, se torna velho e desencantado. As culturas inventaram o amor, mas não inventaram o sexo, contudo inventaram um significado para o sexo. A atracção sexual é um fenómeno universal, mas o amor não o é. O amor é a interpretação específica que uma cultura faz da universalidade da acto sexual e, obviamente, das suas complicações. Como se vê, o amor é plural e não singular, porque há tantas formas de amar quantas culturas existirem. O amor cortesão e o amor romântico são invenções da cultura, e como a cultura muda com o tempo, uma concepção de amor que foi boa em determinada época pode tornar-se anacrónica e até ridícula numa outra. Se bem que possamos dizer que uma forma de amor é biológica e que a outra forma de amor é cultural, esta é uma separação discricionária porque no ser humano a cultura está tão intimamente relacionada com o biológico e o biológico tão impregnado da cultura que não é possível separá-los, sem destruir a unidade humana (Andrade Isabel, 1996; Marques António et al., 2000; Sampaio Daniel, 2006; Sá Eduardo, 2007). O amor é verdadeiramente um só, mas devemos começar por dizer que todo o amor é sexual na sua origem. Nós concordamos plenamente com Salomon quando diz que não importa o quanto seja inibido, desvirtuado, puro ou sublimado. O amor não contém somente sexo, mas depende dele, alimenta-se dele,

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utiliza-o como seu instrumento, sua linguagem e, frequentemente, como seu conteúdo primário. Não podemos esquecer que o sexo é corporal e o desejo sexual converte-nos em indivíduos corporais. O amor pode começar com a biologia, todavia é especialmente cultural. O amor é um conjunto de idéias e de atitudes face ao sexo, mesmo quando este não é explicitamente mencionado. O amor é muito mais do que sexo, o sexo é algo concreto, mas o amor é tão versátil, tão volúvel e tão aparente que muda até quando estamos a olhar para ele. Nos animais inferiores a actividade sexual é regida, sobretudo, pelas hormonas, mas à medida que vamos subindo na escala zoológica, vai-se tornando cada vez mais corticalizada e menos dependente da acção hormonal (Andrade Isabel, 1996; Rodrigues Custódio, 1999, Rosa João, 2001; Capellá Alfredo, 2003). Não se pode negar que existe una tendência genética para o amor. Money afirma que os catálogos de amor começam a formar-se a partir do nascimento. Esta é uma visão culturalista ou se quisermos cognitivista, porque tanto os mapas de amor, quanto os esquemas cognitivos, na verdade começaram a formar-se com a organização genética e individual de cada um. A partir do nascimento é que esta constituição genética peculiar é submetida às estimulações culturais do ambiente, e o individuo vai concretizando o seu mapa de amor, através da sua própria aprendizagem cultural e das suas próprias experiências de vida. Contudo, o que faz com que uma pessoa fique enfeitiçada por outra, não é somente o cultural, não é somente porque nos construímos através de uma lista involuntária de coisas que desejamos e encontramos na outra. Biologia e cultura estão unidas na construção dos catálogos de amor ou, se preferirmos, na construção dos esquemas cognitivos de Aaron Beck. Seja como for, perdidas no horizonte do passado estão as plantações de ervilha de um certo monge chamado Gregor Mendel. Hoje, com o Projeto Genoma Humano, com os avanços da engenharia genética, não sabemos, olhando para o horizonte do futuro, onde nos levará este conhecimento. O que sabemos hoje é que para despertar nos humanos a compulsão para o amor sexual, os genes utilizam a química cerebral. Porém se estamos diante de estímulos sexuais reais, estes estímulos são captados pelos órgãos dos sentidos e promovem uma comunicação entre os neurónios, o que desencadeia uma cascata de reacções químicas, iniciada por substâncias produzidas no próprio cérebro, a que chamamos neurotransmissores (Andrade Isabel, 1996; Rosa João, 2001; Capellá Alfredo, 2003). Desde sempre se pensou que os estímulos sexuais eram captados pela vista, acreditamos nisso, mas também achamos que o amor entra pelos ouvidos, quem não conhece o interesse das palavras carinhosas sussurradas ao ouvido (quem não aprecia o som de uma certa música que nos aviva na memória a lembrança da pessoa amada) podendo considerar-se que a memória auditiva é extremamente

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forte (Andrade Isabel, 1996; Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001; Sampaio Daniel, 2006). Há já algum tempo que a ciência anunciou que na realidade o amor entra também pelas fossas nasais. Esta afirmação deve-se à descoberta de substâncias que atraem ou repelem certos animais. Essas substâncias, chamadas feromonas são voláteis e vagueiam pelo ar sem se destruírem. São produzidas por um indivíduo e exercitam os seus efeitos num outro (Rosa João, 2001). Nos mamíferos as feromonas permitem que os machos identifiquem as fêmeas que estão na época do cio. Às vezes cadelas feias, magras e rabugentas são vistas pelos machos como lindas, o que leva a pensar que, no cio, os cachorros se transformam em Don Quixotes e a mais desgrenhada cadela se transforma numa Dulcineia canina (Andrade Isabel, 1996; Capellá Alfredo, 2003). E entre os humanos, quem consegue esquecer o odor e ou o perfume da pessoa amada. Cada pessoa tem o seu odor característico, e o cheiro na pessoa amada é encantador para o amante. Tem sido muito discutido se as feromonas existem ou não nos seres humanos. Tudo leva a crer que sim, tudo indica que também nos podemos comunicar por sinais bioquímicos involuntários. É verdade que tudo isto pode acontecer, mas não podemos dizer que o amor pode ser explicado, somente, através de equações químicas. Contudo, não é possível negar, no entanto, que quando alguém se apaixona o seu organismo é abalroado por várias substâncias, dentre elas a feniletilamina. Uma simples troca de olhar ou um aperto de mão podem desencadear a produção desta substância, a feniletilamina (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001; Capellá Alfredo, 2003; Sampaio Daniel, 2006). Há mais de 100 anos que os cientistas conhecem a feniletilamina, mas só recentemente é que Donald F. Klein e Michael Lebowitz, descobriram a relação entre a feniletilamina e o amor. Sugeriram então que o cérebro de uma pessoa enamorada contém enormes quantidades de feniletilamina, e que esta substância poderia ser a responsável, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001; Sá Eduardo, 2007). É importante assinalar que a feniletilamina existe em altos níveis no chocolate, o que fez com que alguns cientistas procurassem dar explicações racionais para esclarecer o porquê das pessoas comprarem chocolates para os seus amados. O chocolate sempre esteve ligado a um conceito afrodisíaco, tanto que, nos conventos da Idade Média, as freiras eram proibidas de comer chocolate, mas a proibição não se estendia aos padres. O que mostra que na história da injustiça de género até o chocolate tem lugar, porém a feniletilamina do chocolate degrada-se muito rapidamente, de modo que será preciso comer muito chocolate para que se observe algum efeito. É gracioso descobrir a relação das feromonas e da feniletilamina, sempre juntas. Quando Peter Godfrey e

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os seus colaboradores, anunciaram que haviam descoberto o combinação dos átomos que constituem a molécula da feniletilamina, os meios de comunicação social, anunciaram a possibilidade de se fabricar porções do amor. Peter Godfrey de imediato afirmou que poderia ser possível no futuro produzir drogas sintéticas para elevar ou suprimir os efeitos eufóricos naturais do amor, mas, o interesse mais imediato era saber como esta descoberta poderia ajudar outras áreas da investigação química. Há muito tempo que sabemos que as emoções têm uma base química, mas ninguém se preocupou muito em analisar a base química do amor. O facto é que ao nos apercebermos de uma estimulação sexual há uma verdadeira pirotecnia química. Os neurotransmissores enviam a mensagem erótica e vão activando toda uma cadeia de substâncias químicas. Na fase de atracção e enamoramento é a feniletilamina que instrumenta a secreção de substâncias como a dopamina, uma anfetamina cerebral que produz ansiedade. Todo o apaixonado está nas nuvens, e sem saber, em nuvens carregadas de feniletilamina e dopamina (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001; Capellá Alfredo, 2003). De entre os neurotransmissores é a dopamina a que confere a maior relação com a emoção amorosa. Quando um indivíduo está apaixonado, o nível de dopamina cerebral está muito alto e quanto mais intensa é a paixão mais alto será o nível de dopamina. A euforia, a insónia, a perda de apetite, o pensamento obsessivo de quem ama, estão directamente relacionados com os níveis de dopamina (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001; Capellá Alfredo, 2003). O desejo sexual é estimulado pela dopamina e inibido pela prolactina que é a hormona responsável pela produção do leite. Presumivelmente no plano da natureza é conveniente que as mães completem o desmame dos seus filhos antes de conceberem outro. Muito embora a prolactina não interfira nos orgasmos da mulher que ainda amamenta, nada melhor para evitar uma gravidez do que reduzir o desejo sexual. A dopamina também, está de alguma forma relacionada com as endorfinas, que são morfinas naturais fabricadas pelo cérebro. São as drogas do prazer, seja ele o prazer sexual, seja o prazer da emoção amorosa. Sempre que uma pessoa sente um orgasmo, as endorfinas como que, explodem na sua cabeça. Existem vários tipos de endorfinas, sendo a beta-endorfina a mais conhecida e de maior eficiência eufórica (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001). Sempre que estamos apaixonados o cérebro produz um determinado tipo de endorfina que dá origem aquela sensação que todos nós conhecemos. Permanecemos a navegar nas nuvens, a sonhar a olhar no infinito, conseguimos sentir a falta da presença do outro até mesmo quando o outro está presente. Mas o cérebro não produz a endorfina da paixão por muito tempo. Hazan Cindy, alude que, os seres humanos se encontram biologicamente programados para permanecerem

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apaixonados durante 18 a 30 meses. Esta investigadora entrevistou e estudou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes, tendo descoberto que o amor possui um determinado tempo de vida, suficientemente longo para que o par se conheça, copule e tenha pelo menos um filho. Em termos de evolução esta investigadora sugere que não são necessários corações palpitantes e suor frio nas mãos. O facto é que quando a paixão declina, o cérebro passa a produzir um outro tipo de endorfina, a responsável pelo amor maduro. A partir daqui o casal encontra-se numa encruzilhada; ou se separa ou se habitua a certas manifestações menos calorosas do amor do companheiro, mimos, afecto e tolerância. Atente-se que as endorfinas viciam, e há pessoas viciadas no amor. Podemos imaginar o quanto sofrem com a síndrome de abstinência. Há duas hormonas importantes para a sexualidade, os estrogenios que tornam a mulher mais atractiva e a testosterona que é considerada como a hormona do desejo sexual, tanto para homens como para mulheres. É a testosterona que faz com que os indivíduos procurem a relação sexual propriamente dita, independente da emoção amorosa. Relativamente ao amor não podemos deixar de referir a vasopressina e a ocitocina. A primeira conhecida pelos médicos como uma droga que aumenta a pressão arterial e a segunda conhecida, sobretudo, pelo seu efeito no trabalho de parto e na expulsão do leite (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001). São estas duas hormonas que provocam a necessidade de contacto físico. Quando uma pessoa é sexualmente excitante e toca noutra, de imediato sobem os níveis de ocitocina e ocorre quase que uma fome epidérmica que pode reclamar um sexo ardente, ou então uma profunda necessidade do carinho. Para que uma pessoa nos atraia de forma verdadeiramente sedutora, há uma série de factores que entram em acção, e que têm muito a ver com a evolução das espécies, com a genética das populações e a genética individual, com a bioquímica e a neurobiologia (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001). Estas diferentes variáveis vão criar a nível cerebral uma espécie de matriz mental, que depois do nascimento, através da aprendizagem e vivências no seio do meio cultural, vai arquitectar os esquemas cognitivos e constituir aquilo a que Money chamou os mapas de amor, que determinam o que nos excitará e o que potenciará a que se ame alguém especial. Podemos até erradamente pensar que as pessoas entram nas nossas vidas por mera casualidade. O encontro pode até ser obra do acaso, mas não é por acaso que essas pessoas invadem a nossa vida e nela permanecem (Andrade Isabel, 1996; Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001). Temos vindo a falar sobre a biologia do amor. Sobre esta colossal quantidade de substâncias químicas que surge no corpo de quem ama, mas há uma questão elementar que carece ser respondida. O amor, e aqui falamos no seu sentido mais lato, amor sexual e emoção amorosa, é fruto de

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reacções químicas ou da activação fisiológica que ocorre no organismo de quem ama, é em síntese o produto do amor. Na psicologia cognitiva do amor há dois posicionamentos capitais. O primeiro é que o estímulo sexual originário do ambiente determina uma reacção orgânica, mas a activação biológica por si mesma não é capaz de provocar a emoção amorosa. É necessário que a pessoa decifre esta activação fisiológica à luz dos seus esquemas cognitivos. A resposta emocional depende mais do que o indivíduo avalia acerca do seu estado fisiológico, do que do estímulo ambiental em si mesmo (Rodrigues Custódio, 1999; Rosa João, 2001; Sampaio Daniel, 2006). Outro posicionamento, defendido por Aaron Beck e Albert Ellis, parte do pressuposto de que a avaliação cognitiva que o indivíduo faz do estímulo externo que recebe é que irá determinar ou não a activação fisiológica. Discutir se a avaliação cognitiva antecede ou sucede a cadeias de reacções orgânicas que constroem a emoção amorosa é, a nosso ver, académico. O importante é fixar que a psicologia cognitiva do amor está baseada no facto de que a emoção amorosa não é produzida pelo estímulo ambiental, nem pela catadupa de reacções químicas que ocorre no organismo. Mas antes resulta da avaliação cognitiva que o indivíduo faz deste estímulo ambiental. Já Epíteto sugeria, há centenas de anos, e Andrade Isabel (1996) reafirma, que os seres humanos não são perturbados pelas coisas, mas sim pela visão que delas têm. Talvez com algum bom senso possamos admitir que entre o estímulo ambiental e a resposta, há no ser humano, uma série de reacções. Pois nós olhamos para a estimulação ambiental através dos nossos próprios olhos e o comportamento e as emoções são amplamente determinadas pelo modo como o indivíduo estrutura o seu próprio mundo. Se John Money chama a esta avaliação cognitiva, mapas de amor ou Beck preferiu chamar-lhe, esquemas cognitivos, ou ainda Ellis lhe chama a esta avaliação de “self talk” isso pouco importa. A verdade, é que o amor é uma coisa comum mesmo sendo a experiência mais extraordinária das nossas vidas. Mesmo se considerarmos que o amor é uma coisa comum, parece continuar a ser um mistério. A este respeito Robert Salomon, em “About love” afirma que existem dois tipos de estudiosos; os perplexos que complicam completamente o amor fazendo dele um mistério e um ideal, os facilitadores que banalizam o amor considerando-o uma coisa extraordinariamente simples (Cavalcanti Ricardo, 1995; Andrade Isabel, 1996). Ao terminar esta síntese sobre o amor, finalizamos com a mesma incerteza e a mesma perplexidade com que iniciamos. Afinal de contas não conseguimos compreender (…) o amor

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