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A escolha do cantor e compositor Gilberto Gil para comandar o Ministério da Cultura, em 2003, gerou controvérsias entre artistas e agentes culturais que viam com desconfiança sua capacidade de dedicação ao cargo em detrimento da carreira artística. “Quando assumi o cargo, no

37 Alessandra Nascimento, entrevista concedida à pesquisadora em 10 de fevereiro de 2014. Nas demais ocorrências se

início do governo, um colega disse que ter a mim como ministro da Cultura era um escárnio”, lembrou Gil, em entrevista à assessoria de imprensa do Minc38. Em outra entrevista, desta vez à revista Rolling Stone Brasil, novamente ele se refere às críticas sofridas: “A maior carga de críticas à nossa ação se concentrou mais no princípio, no momento em que as iniciativas estavam sendo tomadas. A dimensão necessariamente experimental de muitas das iniciativas ficava evidente no início em que elas foram propostas”39. Primeiro artista a ocupar o Ministério desde a fundação do Minc, em 1985, Gil foi, aos poucos, modificando tal impressão, a ponto de, ao deixar o cargo, em meados de 2008, receber apelos da classe artística para permanecer no posto. Pela Internet houve o movimento “Fica Gil”. Seu substituto, Juca Ferreira, compreendia bem a filosofia de trabalho do antecessor, pois era não só o braço direito de Gil como mentor de muitas das iniciativas tomadas, por isso conseguiu dar continuidade a todos os programas em andamento, incluindo algumas ampliações.

A diferença da gestão Gil para as anteriores baseia-se no entendimento ampliado de cultura, descrito em seu discurso de posse como indo “muito além do âmbito restrito e restritivo das concepções acadêmicas, ou dos ritos e da liturgia de uma suposta classe artística e intelectual”, e ainda:

Cultura como tudo aquilo que, no uso de qualquer coisa, se manifesta para além do mero valor de uso. Cultura como aquilo que, em cada objeto que produzimos, transcende o meramente técnico. Cultura como usina de símbolos de um povo. Cultura como conjunto de signos de cada comunidade e de toda a nação. Cultura como o sentido de nossos atos, a soma de nossos gestos, o senso de nossos jeitos (GIL, 2003).

Essa visão antropológica de cultura adotada por Gil desencadeou uma valorização da diversidade cultural brasileira, alinhada às diretrizes da Unesco40, que entende diversidade cultural como:

[...] multiplicidade de formas pelas quais as culturas dos grupos e sociedades encontram sua expressão. Tais expressões são transmitidas entre e dentro dos grupos e sociedades. A diversidade cultural se manifesta não apenas nas variadas formas pelas quais se expressa, se enriquece e se transmite o patrimônio cultural da humanidade mediante a variedade das expressões culturais, mas também através dos diversos modos de criação, produção, difusão, distribuição e fruição das expressões culturais, quaisquer que sejam os meios e tecnologias empregados (UNESCO, 2005).

38 Disponível em: <http://2.cultura.gov.br/site/2008/07/31/gil-deixa-ministerio-e-indica-juca-ferreira/>. Acesso em: 3 abr.

2013.

39 Disponível em: <http://rollingstone.uol.com.br/edicao/2/o-mito-e-o-ministro>. Acesso em: 5 abr. 2013.

40 A Convenção para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, de 2005, inclui a adoção de

medidas regulatórias que visem à proteção e à promoção da diversidade das expressões culturais. À época, os Estados Unidos exerceram forte pressão para que a convenção não fosse aprovada, com o entendimento de retomar o privilégio à alta cultura (artes, museus, óperas, bibliotecas, etc.) e para encarar o restante como entertainment business, sem qualquer tipo de barreira, a fim de facilitar a expansão de oligopólios da indústria cultural de massa (principalmente do cinema norte-americano). O Brasil teve destacada atuação na aprovação da Convenção. Ao cabo das negociações, Estados Unidos e Israel ficaram isolados em sua posição contrária ao acordo.

No governo Lula, portanto, a diversidade cultural que outrora foi encarada como obstáculo a uma identidade nacional, passa a ser a “marca” do país e há um claro reconhecimento, por parte do Ministério da Cultura, de que os programas do Estado não conseguem abarcar essa pluralidade, nem chegar a todos os cantos do país. Outro ponto que distingue a gestão de Gil de seus antecessores é o fortalecimento de intercâmbios internacionais. O ministro realizou muitas viagens oficiais (esteve em mais de 30 países), fazendo o que chamou de “diplomacia cultural”. Isso significa que, além de abrir-se à diversidade cultural interna, a gestão Gil abre as portas do país a culturas estrangeiras, exatamente o oposto do fechamento nacionalista que vigorou a partir dos anos 20 e que ganhou contornos ufanistas no governo militar. A postura de Gil concorda com pensadores da cultura contemporânea, como Canclini e Sarlo e seu conceito de “mescla”, resultante da imitação, da bricolagem e da reciclagem. “A não localidade é uma das características da vida contemporânea. Tudo está em todos os lugares”, declarou o ex-ministro a Rolling Stone (GIL, 2006).

Diante dessa postura aberta ao novo e ao plural é que Célio Turino pode apresentar a ideia dos Pontos de Cultura41. A intenção casa com o discurso de Gil, pois visa a energizar grupos

que já desenvolvem ações de desenvolvimento cultural, ou, nas palavras do próprio Turino (2009, p. 151, grifo do autor): “o objetivo do Ponto de Cultura é potenciar a sociedade, liberar energias criadoras, ‘desesconder’ o Brasil”.

Ao investir recursos financeiros nessas organizações pré-existentes e atuantes nas lides culturais, o governo: 1º) reconhece a importância do trabalho desenvolvido por tais agentes culturais; 2º) estimula, por meio dos recursos financeiros, a continuidade e/ou ampliação das ações; 3º) consegue atingir uma abrangência de atuação em todo o território brasileiro, seja nos grandes centros urbanos, seja nas cidades interioranas; 4º) valoriza a diversidade cultural brasileira, tal como preconizara o próprio Gil ainda em seu discurso de posse, mesmo antes de conhecer a concepção dos Pontos de Cultura:

Se há duas coisas que hoje atraem irresistivelmente a atenção, a inteligência e a sensibilidade internacionais para o Brasil, uma é a Amazônia, com a sua biodiversidade, e a outra é a cultura brasileira, com a sua semiodiversidade. O Brasil aparece aqui, com as suas diásporas e as suas misturas, como um emissor de mensagens novas, no contexto da globalização (GIL, 2003).

Além de enxergar nos Pontos de Cultura a forma mais adequada de tornar o Estado presente mesmo nos rincões mais distantes das capitais, o Minc passa a apostar no lançamento de editais e premiações específicas para determinadas áreas – aquelas menos contempladas pelo

mercado - ou endereçados a determinados grupos de beneficiários (indígenas, quilombolas, afrodescendentes, pontos de cultura). Tal estratégia contribuiu para amenizar a distância entre esses agentes culturais excluídos do interesse mercadológico característico do Mecenato da Lei Rouanet. Também alguns editais lançados por empresas estatais, como a Petrobras, que se dirigem a projetos aprovados pela Lei Rouanet, passaram a ter a mesma pré-destinação, inclusive com cotas diferenciadas por região. Ou seja, esses editais privilegiam grupos considerados minoritários ou com poucas chances de despertar interesse do mercado, como circo, teatro de rua, artesanato, entre outras manifestações.

Outra característica que difere a ação do Minc, a partir da gestão Lula, é a abertura à participação popular na formulação das políticas públicas, com a realização de consultas públicas pela Internet, fóruns de discussão e conferências de cultura, tema abordado no subcapítulo 3.7.

Na gestão Dilma Rouseff, entretanto, a estrutura e, em certa medida, os objetivos do Minc passam por modificações. A primeira opção da presidenta para ocupar o ministério, Ana de Hollanda, permaneceu no cargo até setembro de 2012 quando deixou a pasta para Marta Suplicy, depois de várias ações que provocaram seu desgaste na mídia42, junto à classe artística e às lideranças culturais. Ao mesmo tempo em que há uma série de continuidades no Governo Dilma (a exemplo da prática das conferências, implantação do Sistema Nacional de Cultura e Plano Nacional de Cultura) observam-se também indícios de mudança de algumas posturas, como o fortalecimento de ações voltadas à economia da cultura, o que lembra o discurso de Weffort, no Governo FHC. A regulamentação, não só por meio do SNC, mas também por marcos regulatórios como o da Internet e a Lei dos Direitos Autorais. A revisão da Lei Rouanet (Pró-Cultura) também é característica forte da gestão Dilma Rousseff. O Minc volta a apostar na ideia de construir centros de cultura (primeiro chamados de Praças do PAC, em alusão ao Programa de Aceleração do Crescimento, depois batizados de CEUs das Artes), justamente o oposto da concepção de Turino e Gil com os Pontos de Cultura, afinal, entendiam que a construção de espaços físicos poderia se tornar um problema para os municípios (devido ao alto custo de manutenção).

Em seu blog na Revista Fórum, o idealizador dos pontos de cultura, Célio Turino (2013), critica a mudança de foco do governo federal:

42 Ana de Hollanda teve passagem turbulenta pelo Minc: retirou do site do ministério a licença Creative Commons, que

permite cópia de produção cultural; corte de orçamento; aprovação de projeto de R$ 1,3 milhão para criar um blog de leituras de poesia para a amiga Maria Bethânia; a adoção de uma posição de isolamento ao ser pressionada a levar ao Congresso uma lei de direitos autorais; determinação da CGU (Controladoria Geral da União) para que Ana devolvesse

cinco diárias recebidas indevidamente (reportagem de O Estado de São Paulo haviadenunciado a ministra por receber

16 diárias de estada no Rio de Janeiro, sem compromissos de trabalho agendados); aprovação de captação de R$ 1,9 milhão via Lei Rouanet para a primeira turnê da cantora Bebel Gilberto, sobrinha de Ana; vaias na abertura do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, em setembro de 2011; uma carta enviada pela ministra para Miriam Belchior (Ministra do Planejamento) reclamando de falta de recursos para a pasta (a mensagem vazou para a imprensa).

Ao final de 2009 o programa alcançava mais de 8.000.000 de pessoas, em mais de 3.000 Pontos de Cultura em 1.100 municípios (em média atendendo 300 pessoas em atividades regulares, na maioria jovens e crianças, e com 11 pessoas trabalhando, metade voluntários – dados IPEA). Tanta coisa boa e bela foi e continua sendo feita por este país, através da cultura das comunidades, feita de baixo para cima, em que o papel do governo seria garantir meios para que estas comunidades se empoderem cada vez mais, com protagonismo e autonomia. E tudo isso com um custo de apenas R$ 5 mil/mês (R$ 60 mil/ano) para cada Ponto (se bem que já está na hora de aumentar o valor). Depois de 2011, com o governo Dilma, de forma incompreensível, todo este trabalho foi sendo desmontado e a burocracia foi vencendo a vida. Também recuperaram a ideia das paredes mortas, em que o governo investe em ferro e cimento e não mais em gente (creio que agora leva o nome de CEU das Artes) e importaram o conceito da economia criativa no lugar da economia viva e solidária (em exemplo recente, vemos o uso de recursos públicos para financiar desfiles de moda no mercado de luxo em Paris ou Nova York). Ainda assim, apesar de todo assédio moral, desmonte e desmandos, a Cultura Viva seguiu viva e os Pontos de Cultura resistiram. Hoje este é um conceito de política pública que se espalha por toda América Latina e agora começa a ganhar a Europa.

Em 2012 e 2013 houve discussões e reformulações no programa Cultura Viva, que abarca os Pontos de Cultura. O Minc apontou o redesenho como uma necessidade identificada a partir das pesquisas realizadas pelo IPEA. Conforme informações no site do Cultura Viva, as finalidades do redesenho consistiam em elaborar diagnóstico do programa com base nas pesquisas avaliativas realizadas pelo IPEA e nos Relatórios de Auditoria da Controladoria Geral da União; desenvolver tipologia dos Pontos e Pontões; problematizar e definir conceitos, princípios e estratégias orientadoras; definir novo Modelo Lógico levando em conta a nova metodologia de planejamento empregada na elaboração do PPA 2012 – 2015; analisar os marcos regulatórios do Estado com a sociedade desenvolvidos nos últimos anos e elaborar sistema de monitoramento, acompanhamento e avaliação do programa43. Para isso, formou-se um Grupo de Trabalho

Intersetorial, com participação de secretarias e órgãos do Minc e cinco representantes dos Pontos de Cultura (um por região), escolhidos pela Comissão Nacional dos Pontos de Cultura.

Ao se analisar os valores empregados para pagar despesas do programa Cultura Viva, que abrange os Pontos e Pontões de Cultura, verifica-se um acentuado declínio nos anos de 2010 e 2011, conforme dados obtidos em relatório da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural/2012. Destaque-se que esses números não correspondem ao orçamento total, mas aos valores pagos referentes ao ano de exercício e referentes a restos a pagar de exercício anterior. Ainda assim, o total pago no biênio 2010-2011 corresponde ao total pago apenas no ano de 2008. Tal comportamento reflete a estabilidade do programa em curso (convênios anteriores ainda em vigência), mas também a estagnação de novas implantações44.

43 Disponível em: <http://www2.cultura.gov.br/culturaviva/category/redesenho-2/>. Acesso em: 3 abr. 2013. 44 Para mais informações, ver Apêndice A.

Tabela 1 - Demonstrativo orçamentário 2004 – 2012 Cultura Viva

Fonte: Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (2012).

Dados obtidos no Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br), na seção Gastos Diretos do Governo, demonstram os valores aplicados pelo governo federal no Ministério da Cultura no programa 1141, que corresponde ao Cultura Viva. Há ainda a descriminação dos valores aplicados diretamente na ação Instalação e Modernização dos Espaços Culturais – Pontos de Cultura. O pico desse gasto com os PCs aparece em 2011, com R$ 18,8 milhões e apresenta seu menor volume em 2013, com apenas R$ 475 mil. Em compensação, é preciso observar que, neste mesmo ano, houve gastos de R$ 1.697.788,06 na ação “Bolsas para agentes culturais”. Muitos desses bolsistas têm ações vinculadas a Pontos de Cultura.

É importante frisar que os valores dos Gastos Diretos do Governo não devem ser confundidos com o orçamento geral. Em 2013, por exemplo, o orçamento do Ministério da Cultura foi fixado em R$ 3 bilhões. Ocorre que os valores orçamentários incluem os gastos totais com folha de pagamento, com obras de maior vulto, como as do PAC das Cidades Históricas (com previsão de investimentos de R$ 1 bi) e, sobretudo, trata-se apenas de estimativa para embasar planejamento de gestão. Por conta disso, preferiu-se, nesta pesquisa, trabalhar com os gastos governamentais para a área, descritos no Portal da Transparência e, portanto, considerados oficiais.

Gráfico 1 - Gastos diretos com Instalação e Modernização de Espaços Culturais (PCs)

Fonte: Moraes (2013).

Mesmo tendo avançado rumo à transformação de política de governo em política de Estado, com a aprovação da Lei Cultura Viva, é nítido que a importância dada aos Pontos de Cultura na gestão Dilma não foi a mesma conferida no governo Lula.

Em 5 de fevereiro de 2014, em reunião ocorrida em Salvador-BA, com presença de 80 pessoas, incluindo vários representantes dos PCs, o diretor da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC), Pedro Vasconcellos, e o secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim, comentaram futuros desafios do Cultura Viva, conforme matéria publicada pela assessoria de imprensa do Minc:

O novo ciclo do Cultura Viva deve fomentar a articulação e o diálogo entre os Pontos de Cultura através da ação Cultura Digital, além de buscar saídas menos burocráticas para o acesso aos recursos do programa, por meio de Prêmios a pessoas físicas e parcerias interministeriais. "Fortalecer as trocas simbólicas é fundamental para a sobrevivência dos pontos. É importante repassar recursos para articular as redes, através da realização de TEIAS, fóruns, formações em cultura digital e editais de Pontões de Cultura", afirmou Vasconcellos.

Segundo o secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim, outro desafio para o programa e para a democracia brasileira é a criação de instrumentos jurídicos mais simplificados na relação entre o Estado e os pontos de cultura. "É preciso haver uma inovação desses instrumentos jurídicos, para que o Estado acompanhe efetivamente a produção cultural dos pontos e não somente sua prestação de contas", disse Rubim.

Ambos ressaltaram o caráter inovador do programa que se relaciona diretamente com os mais diversos grupos culturais do país. "O empoderamento social é uma das maiores razões deste programa de governo, que permanece como uma das principais experiências de políticas culturais", pontuou Vasconcellos.

O intercâmbio entre as experiências de todos os estados foi destacado como fator importante para a avaliação do programa. Questões como o desenvolvimento de uma gestão compartilhada entre a sociedade civil e o Estado foram apontadas como novos desafios a serem superados. O Cultura Viva completa dez anos com reconhecimento internacional. No Brasil é considerado um marco na relação entre o Estado e a sociedade civil. "Este programa é um marco porque amplia a linha de ação do MinC e incorpora comunidades culturais com as quais o Estado brasileiro quase não se relacionava", destacou Rubim.45

45 Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/ noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/conversa-

A queda de investimentos diretos nos Pontos de Cultura (de R$ 18,8 milhões em 2011 para R$ 475 mil em 2013), a opção pela construção dos CEUs das Artes e o próprio redesenho do programa Cultura Viva demonstram: por mais que uma ação cultural esteja vinculada a uma política pública de cultura, a ênfase com que será tratada depende, em muito, da vontade política de quem está no comando da gestão pública.

É justamente para tentar impedir descontinuidades causadas pela troca de mandatários políticos entre uma eleição e outra que a criação de dispositivos de regulamentação é importante. O projeto para transformar em lei o programa Cultura Viva – e assim garantir a continuidade, entre outras ações, dos Pontos de Cultura - foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, em agosto de 2013 e a lei sancionada em 23 de julho do mesmo ano. A intenção é a preservação dos ideais do Cultura Viva, mesmo diante de mudanças de posturas ideológicas dos futuros governantes.

Outros instrumentos que visam a impedir súbitas mudanças de rumo na política cultural do Brasil são o Sistema Nacional de Cultura e, consequentemente, o Plano Nacional de Cultura, abordados no subcapítulo seguinte, e que se constituem nos dois principais marcos da construção de política pública de cultura desde a ascensão do Partido dos Trabalhadores à presidência da república.