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Egressos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro e da Escola de Minas de Ouro Preto no Brasil oitocentista: os engenheiros e os Distritos de Obras Públicas na

província de Minas Gerais (1870-1889)

Durante as décadas de 1870 e 1880 a província criou, através das legislações provinciais, os Distritos de Obras Públicas. Estes, por sua vez, eram designados a um engenheiro e um respectivo ajudante para a realização das atividades da Engenharia dentro de um espaço geográfico previamente limitado pela legislação. Pretende-se explicitar as funções designadas pela letra da lei para a atividade de engenheiro provincial, bem como salientar as dificuldades enfrentadas pelos engenheiros diante da adoção do sistema de divisão geográfica da província em Distritos de Obras Públicas. Na década de 1870 o modelo politécnico de ensino se institucionalizou no Brasil através da Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1874) e da Escola de Minas de Ouro Preto (1876). Em assim sendo, essa secção tem por objetivo analisar e identificar as atividades dos engenheiros egressos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro (EPRJ) e da Escola de Minas de Ouro Preto (EMOP) que foram incorporados ao corpo técnico e burocrático da província de Minas Gerais entre 1874 a 1889. Atenta-se que os egressos da EPRJ e da EMOP tiveram atuação nos postos de engenheiros dos Distritos de Obras Públicas. Foram identificados quatro ex-alunos da EPRJ e cinco oriundos da EMOP, totalizando o número de nove engenheiros que participaram da construção, conservação e reparação de pontes e estradas da província de Minas Gerais.

A Engenharia e as Escolas Politécnicas no Brasil (1874 a 1889)

No século XIX emerge no Brasil e se consolida um sistema de ensino inspirado no modelo politécnico, cujo ponto emblemático é o surgimento de uma camada intelectual com competência técnica e científica para atuar no campo das engenharias. Até 1894, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro (EPRJ) e a Escola de Minas de Ouro Preto (EMOP) eram os estabelecimentos de ensino superior, nos quais se verificava a influência francesa e a transformação e passagem de um ensino técnico caracterizado pelo “enciclopedismo” para outro que valorizaria a “especialização”. Para Alves (1996), a EMOP surgiria com um fundo crítico à EPRJ, uma vez que a Escola de Minas se erguia sob a égide da especialização em detrimento de uma formação enciclopédica presente na EPRJ (ALVES, 1996, p. 68/69). A proposição de especialização da EMOP, inspirada na École de Mines de Saint-Etienne, fica evidenciada no artigo 1° do Decreto n. 6026, de 6 de novembro de 1875, que criou a Escola de Minas: “Art 1° A Escola de Minas tem por fim preparar Engenheiros para a exploração

das minas e para os estabelecimentos mettalurgicos” (Escola de Minas, 1922, p. 33).

Ademais deve-se observar que a EMOP e a EPRJ foram expressivos centros de ensino superior em que as ciências matemáticas foram ensinadas (DANTES, 1996, p. 59/60).

De fato, o ensino técnico e científico institucionalizou-se em França ao longo do século XVIII: a École des Ponts et Chaussées (1715), a École d’Artillerie (1720), École du Genie

Militaire de Mézières (1748), a École de Mines (1783), École Polytechnique (1794). No

século seguinte a prática da engenharia francesa e suas instituições acadêmicas se disseminaram, assim como foram publicados diversos manuais de engenharia52:

De hecho, bajo este patrón educativo y académico-organizacional se crearon instituciones politécnicas en ciudades como Praga (1806), Viena (1815), Berlín (1821), Zúrich (1855), Delft (1864), etcétera. Incluso, más allá del Atlántico, en Norteamérica, tuvo una influencia decisiva en algunas instituciones y centros acadêmicos de gran prestigio, tanto de carácter civil como de carácter militar. (...)La École Polytechnique se ideó bajo la pretensión de convertirla en una plataforma a través de la cual influir en el desarrollo tecnológico, y, obviamente, en el desarrollo econômico e industrial de Francia, pues tras la Revolución Francesa, que inaugura la era de la razón industrial, la educación se convierte en el motor del progreso de la sociedad. Pero también se creó basada en uma muy sui generis confianza en la jerarquia, en la garantia del orden como principio del progreso, y, sobre todo, en la búsqueda de un consenso social tácito basado en la eficiência social y econômica concebidas en su sentido más amplio, teniendo su claro reflejo en la creación de importantes infraestructuras públicas, que por primera vez en la historia son concebidas prácticamente tal y como las consideramos en nuestros dias

(GARCÍA, 2006, p. 96/97).

Para García (2006), a École Polytechnique se constituiu sobre três pilares: 1) a ideologia saintsimoniana associada ao industrialismo; 2) a filosofia positivista; 3) a matemática e o cálculo como instrumentos para ordem espiritual e material do homem e da sociedade. Através da presença destes elementos a École Polytechnique expressou o otimismo industrialista, o desejo enciclopédico e o desenvolvimento da engenharia:

(...) el optimismo propio de una segunda Ilustración que intentaba unir la Revolución científica del siglo XVII con el espíritu de la Luces del siglo XVIII en una etapa de máximo criticismo. El optimismo industrialista de los pensadores politécnicos, íntimamente vinculado al progreso científico y tecnológico, sin lugar a dudas, encierra tanto un optimismo poblacionista (de raigambre mercantilista) como un optimismo relacionado con la constante ampliación de la frontera de possibilidades de producción y con la nueva escalabilidad econômica que introducían los avances tecnológicos. Nos estamos refiriendo, obviamente, a los princípios básicos de la idea de progreso del hombre y de las sociedades que heredan esencialmente de un intelectual de transición entre la Ilustración francesa y el pensamiento politécnico: Condorcet (GARCÍA, 2006, p. 106).

52 Nesse sentido destaca-se os seguintes manuais : La Nouvelle architecture hydraulique de Riche Prony (1790,1796), Essai sur la composition de machines (1808) de Lanz e Betancourt, Traité des Machines (1811) de autoria de Hachette, Essai sur la science des machines (1810) de Guenyveau, De la richesse minerale de Heron de Villefosse, a Théorie de la mécanique usuelle ou introduction à l’étude de la mécanique appliquée aux arts (1821) de Borgnis, Traité de la mécanique industrielle (1822-1825) de G.J. Christian.

No que tange a filosofia positivista, que intentava ter uma visão geral sobre o progresso do espírito humano, nota-se a postulação de uma grande lei, elaborada por Auguste Comte, dividida em três estados históricos: 1) estado teológico ou fictício; 2) estado metafísico ou abstrato; 3) estado científico ou positivo. A lei geral do desenvolvimento do espírito humano idealizada por Comte forneceria os mecanismos racionais para pôr em evidência o avanço da sociedade. Para Comte, uma das consequências da filosofia positiva seria a Reforma Geral do Sistema de Educação dado que o sistema de ensino se apresentava como imperfeito diante da permanência no sistema intelectual de componentes teológicos ou metafísicos (COMTE, 1991, p. 21/22):

Já os bons espíritos reconhecem unanimemente a necessidade de substituir nossa educação europeia, ainda essencialmente teológica, metafísica e literária, por uma educação positiva, conforme ao espírito de nossa época e adaptada às necessidades da civilização moderna. (...) Pois a especialidade exclusiva, o isolamento demasiadamente pronunciado que caracterizam ainda nossa maneira de conceber e de cultivar as ciências influenciam necessariamente, em alto grau, a maneira de expô-las no ensino. Se um bom espírito quiser hoje estudar os principais ramos da filosofia natural a fim de formar-se um sistema geral de ideias positivas, será obrigado a estudar separadamente cada um deles, seguindo o mesmo modo e o mesmo pormenor como se pretendesse vir a ser especialmente astrônomo ou químico, etc. Isto torna tal educação quase impossível e necessariamente imperfeita, até mesmo para as mais altas inteligências, situadas nas mais favoráveis circunstâncias. Tal maneira de proceder seria, pois, totalmente quimérica quanto à educação geral. No entanto, esta exige absolutamente um conjunto de concepções positivas sobre todas as grandes classes de fenômenos naturais. É tal conjunto que deve converter-se, de agora em diante, em escala mais ou menos extensa, até mesmo entre as massas populares, na base permanente de todas as combinações humanas, base que, numa palavra, deve constituir o espírito geral de nossos descendentes. Para que a filosofia natural possa terminar a regeneração, já tão preparada, de nosso sistema intelectual, é, pois, indispensável que as diferentes ciências de que se compõe, presentes para todas as inteligências como diversos ramos dum tronco único, se reduzam de início ao que constitui seu espírito, isto é, seus métodos principais e seus mais importantes resultados. Somente assim o ensino das ciências pode constituir para nós a base duma nova educação geral verdadeiramente racional. Que a essa instrução fundamental se acrescentem em seguida os diversos estudos científicos especiais, que devem suceder à educação geral, isto não pode evidentemente ser posto em dúvida. Mas a consideração essencial que quis indicar aqui consiste em que todas essas especialidades, embora acumuladas penosamente, seriam necessariamente insuficientes para renovar realmente o sistema de nossa educação, se não repousassem sobre a base prévia deste ensino geral, resultado direto da filosofia positiva definida neste discurso (COMTE, 1991, p. 15/16).

Em relação à Engenharia, Comte entendia esta atividade como intermediária entre as ciências e as artes, assim como salientava a necessidade de postular de acordo com as teorias científicas concepções especiais destinadas a servir de base direta aos procedimentos da prática:

No grau de desenvolvimento já atingido por nossa inteligência, não é de imediato que as ciências se aplicam às artes, pelo menos, nos casos mais perfeitos. Existe entre essas duas ordens de ideias uma ordem mediana que, ainda mal determinada em seu caráter filosófico, é mais perceptível quando se considera a classe social que

dela se ocupa especialmente. Entre os cientistas propriamente ditos e os diretores efetivos dos trabalhos produtivos, começa a formar-se, em nossos dias, uma classe intermediária, a dos engenheiros, cuja destinação especial é organizar as relações entre a teoria e a prática. Sem ter, de modo algum, em vista o processo dos conhecimentos científicos, ela os considera em seu estado presente para daí deduzir as aplicações industriais de que são suscetíveis. Tal é, ao menos, a tendência natural das coisas, embora ainda exista a esse respeito muita confusão. O corpo de doutrina próprio a essa nova classe, e que deve constituir as teorias verdadeiras e diretas de diferentes artes, poderia sem dúvida dar lugar a considerações filosóficas de grande interesse e importância real. Mas um trabalho que as abrangesse juntamente com aquelas, fundadas sobre as ciências propriamente ditas, seria hoje totalmente prematuro, pois essas doutrinas intermediárias entre a teoria pura e a prática direta não estão ainda formadas. Delas existem apenas, até agora, alguns elementos imperfeitos relativos às ciências e às artes mais avançadas e que permitem somente conceber a natureza e a possibilidade de semelhantes trabalhos para o conjunto das operações humanas. (...) É preciso distinguir (...) dois gêneros de ciências naturais: umas abstratas, gerais, tendo por objeto a descoberta de leis que regem as diversas classes de fenômenos e que consideram todos os casos possíveis de conceber; outras, concretas, particulares, descritivas, designadas algumas vezes sob o nome de ciências naturais propriamente ditas, e que consistem na aplicação dessas leis à história efetiva dos diferentes seres existentes. As primeiras são, pois, fundamentais, sendo a elas que neste curso nossos estudos se limitarão. As outras, seja qual for sua importância, são de fato apenas secundárias e não devem, por conseguinte, fazer parte dum trabalho cuja extensão extrema nos obriga a reduzir ao mínimo seu desenvolvimento possível. (...) Poder-se-á de inicio percebê-la muito nitidamente comparando, duma parte, a fisiologia geral, e, de outra, a zoologia e a botânica propriamente dita. São evidentemente dois trabalhos de caráter distinto, estudar em geral as leis da vida, ou determinar o modo de existência de cada corpo vivo em particular. Este segundo estudo, ademais, funda- se necessariamente no primeiro. O mesmo acontece com a química em relação à mineralogia; primeira é evidentemente a base racional da segunda (COMTE, 1991,

p. 24/25).

Estabelece-se na filosofia positivista uma hierarquia das ciências que teria por objetivo dispô-las em encadeamento e dependência mútua a fim de construir uma escala enciclopédica, na qual a dependência entre os diversos estudos científicos fundamentaria o plano geral de uma educação científica e inteiramente racional. Tendo, dessa forma, como ponto de partida, para tanto, em disposição hierárquica: a matemática, a astronomia, a física, a química, a fisiologia e a física social:

A ciência matemática deve, pois, constituir o verdadeiro ponto de partida de toda educação científica racional, seja geral, seja especial, o que explica o uso universal, que se estabeleceu desde há muito a esse propósito, duma maneira empírica, embora não tenha primitivamente outra causa que sua maior ancianidade relativa. Devo me limitar, neste momento, a uma indicação muito rápida dessas diversas considerações, que serão o objeto especial da lição seguinte. (...) Como resultado definitivo temos a matemática, a astronomia, a física, a química, a fisiologia e a física social; tal é a fórmula enciclopédica que, dentre o grande número de classificações que comportam as seis ciências fundamentais, é a única logicamente conforme à hierarquia natural e invariável dos fenômenos (COMTE, 1991, p. 39).

Segundo Maria Amélia M. Dantes, o positivismo de Comte se difundiu no Brasil a partir da década de 1840 e, posteriormente, na década de 1870, no ano de 1876 fora criada a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro, composta por professores do Colégio D. Pedro II, ex- alunos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro e também professores da Escola Politécnica. Dentre os textos de Auguste Comte o Cours de philosophie positive era na década de 1870 o mais difundido e lido entre os alunos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro (DANTES, 1996, p. 60).

Egressos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro e da Escola de Minas de Ouro Preto na província de Minas Gerais

Em face da importância de ambos os estabelecimentos de engenharia na segunda metade do século XIX do período monárquico, notadamente a Escola Politécnica do Rio de Janeiro e da Escola de Minas de Ouro Preto, procura-se realizar um levantamento parcial dos alunos egressos destas Escolas e que se empregaram com atribuições de engenheiros provinciais na construção, conservação e manutenção de pontes e estradas de Minas Gerais. Excluí-se deste levantamento, os engenheiros egressos das mesmas Escolas que se encontravam empregados em empresas ferroviárias, mas que eventualmente participaram da construção de pontes e estradas.

Encontra-se para o período situado entre 1875 a 1889 a totalidade de nove engenheiros empregados na província de Minas Gerais. Deste total, quatro eram oriundos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro e cinco egressos da Escola de Minas de Ouro Preto. A supremacia numérica de engenheiros egressos da EMOP no corpo burocrático da província pode ser explicada tanto pela proximidade com o centro político da província. quanto pela reforma no ensino da EMOP ocorrida em 1885, na qual introduzia no 3°ano, na 2° cadeira, o ensino acerca das Estradas de Ferro, pontes, viadutos e estradas ordinárias, e também na 3° cadeira do mesmo ano complementos de mecânica aplicada aos rios e canais, portos e hidráulica agrícola, permitindo ao formando o título de engenheiro de minas com regalias de engenheiro civil.53

53 Segundo José Murilo de Carvalho, as oportunidades de ocupação dos ex-alunos da Escola de Minas englobavam o ensino, os empregos públicos e as estradas de ferro. Poucos foram os ex-alunos que obtiveram funções em atividades de mineração: “No início, a ocupação quase única para os ex-alunos era o ensino, mais precisamente o ensino na Escola. A seguir, vieram os empregos no serviço público, nas províncias, ou estado, e no governo central, ou federal, geralmente na área da engenharia civil. Esses empregos eram, na maioria, os diretores de obras públicas, englobando saneamento, construção de estradas, obras contra as secas, fiscalização de obras e outros. O terceiro empregador eram as estradas de ferro, sobretudo a de Pedro II, posteriormente Central do Brasil. (...) muitas vezes o emprego de engenheiro ferroviário era apenas um primeiro passo na carreira, até que se pudesse conseguir outra colocação (...). (...) Pode-se dizer que, até o fim do século, a quase única ocupação dos engenheiros de Ouro Preto, fora do ensino, foi a engenharia civil” (CARVALHO, 2002, p. 103).

Tabela 12 - Engenheiros formados pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e pela Escola de Minas

de Ouro Preto que atuaram na edificação de pontes e estradas (1874 a 1889)

Nome Ano de

conclusão Ensino Superior (*)

Antonio Olyntho de Almeida Gomes 1875 Escola Politécnica do Rio de Janeiro José Alvares de Araujo e Souza 1876 Escola Politécnica do Rio de Janeiro

Francisco Lemos 1879 Escola Politécnica do Rio de Janeiro

Alvaro Rolemberg Bhering 1882 Escola Politécnica do Rio de Janeiro

Crispiniano Tavares 1880 Escola de Minas de Ouro Preto

Joaquim Francisco de Paula 1882 Escola de Minas de Ouro Preto

Teófilo Benedito Ottoni 1882 Escola de Minas de Ouro Preto

Higino Soares de Oliveira Alvim 1884 Escola de Minas de Ouro Preto Ernesto Von Sperling (**) 1887 Escola de Minas de Ouro Preto

Fonte: Escola de Minas. A Escola de Minas. Centenário da Independência. Ouro Preto: Editora

Mineira, 1922, pp.263/266; Escola Polytechnica do Rio de Janeiro. Jubileu da Escola Polytechnica do

Rio de Janeiro. Comemoração do 50° aniversário da sua fundação. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do

Commercio, de Rodrigues & C, 1926, pp. 119/173.

* Todos os quatro indivíduos egressos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro possuíam o título de engenheiro civil.

** Engenheiro de Minas com regalia de civil

A legislação provincial, a partir da Lei n. 1688 de 1870, dividiu a província de Minas Gerais em sete distritos de obras públicas, sendo responsável por cada distrito apenas um engenheiro, que, poderia contar com o auxílio dos ajudantes de engenheiros (LLM, 1870, Lei n. 1688: art. 1°a 5°):

Art. 1° Fica a província dividida em 7 districtos de obras públicas.

Art. 2° Em cada um districto, que terá por sede o lugar mais populoso, residirá um engenheiro.

Art. 3° Ficão creados na província os lugares de mais um engenheiro para completar o número de sete, e de sete ajudantes de engenheiros percebendo aquelles os vencimentos que actualmente tem em comissão, e estes 2/3 dos mesmos vencimentos seguindo-se a divisão em ordenado e gratificação adoptada para todos os empregados provinciaes.

Art. 4° Os ajudantes de Engenheiros serão distribuídos pelos districtos, segundo o exigirem as obras em execução nos mesmos.

Art. 5° No primeiro districto cuja sede será a Capital, servirá o Engenheiro chefe com um ajudante effectivo, e os demais empregados da actual secção technica

(LLM, 1870, Lei n. 1688 art. 1° a 5°)

A partir da referida divisão os engenheiros foram designados para os distritos de obras públicas. Na letra da lei, havia a intenção de servir cada distrito com um engenheiro e um ajudante de engenheiro. A proposição normativa se cumpriu apenas parcialmente à medida que nem todos os distritos possuíram um ajudante de engenheiro. E, dessa forma, em 1870 a

província de Minas Gerais distribuiu da seguinte forma os engenheiros e seus respectivos ajudantes: 1° Distrito sob a responsabilidade do engenheiro Luiz Antonio Pitanga e do seu ajudante Pedro Taulois; 2° Distrito chefiado pelo engenheiro Francisco Eduardo de Paula Aroeira; 3° Distrito sob o comando do engenheiro João Victor Magalhães Gomes e do seu ajudante Candido José Coelho de Moura; 4° Distrito designado para o engenheiro Honorio Henrique Soares do Couto; 5° Distrito sob a tutela do engenheiro Bruno Von Sperling; 6° Distrito sob a gerência de Joaquim Vieira Ferreira; 7° Distrito sob a chefia do engenheiro Modesto de Faria Bello:

Por acto de 15 de Fevereiro ultimo foi a Prova dividida em 7 distritos de obras publicas e nessa mesma data expedio-se instrucções provisórias para execução da Lei n° 1688 de 3 de outro de 1870.

Havendo o Engenheiro Chefe Dor Modesto de Faria Bello obtido exoneração desse cargo foi a seo pedido designado p. o 7° districto.

Em 26 do Fevereiro do mmo mes nomeou substituto o Dor Luis Anto Souza Pitanga, que tomou posse e entrou em exo a 27 do mmo mes.

Por Porta de 2 de Março ultimo forão os Engenheiros actualme existentes distribuídos pelos districtos do modo sege:

1°Engenheiro Ajudante Dor Pedro Taulois nomeado a 26 de Feveo e empossado a 27.

2° Juiz de Fora, Engenheiro Chefe Francisco Eduardo de Paula Aroeira.

3° S. João d’El Rei – Engenheiro Chefe João Victor Magalhães Gomes, do ajude Dor

Candido Jose Coelho de Moura.

4° Campanha – Engenheiro Chefe Dor Honorio Henrique Soares do Couto 5° Sabará – Engenheiro Chefe Dor Bruno Von Sperling

6° Diamantina – Engenheiro Chefe Dor Joaqm Vieira Ferrea

Vê se pois que a exepção do 1° e 3°districtos, todos os outros achão-se ainda privados de Ajudantes.

É certo que pr Porta de 20 de Fevero forão nomeados os Bachareis Napoleão

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