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R EGULAÇÃO DO S ETOR DE S ANEAMENTO B ÁSICO NO B RASIL Aspectos Gerais

Parte II Informações sobre a Companhia CapitalizaçãoCapitalização

R EGULAÇÃO DO S ETOR DE S ANEAMENTO B ÁSICO NO B RASIL Aspectos Gerais

As atividades de saneamento básico no Brasil não estão sujeitas a uma lei específica, mas sim a uma extensa legislação e regulamentação federal, estadual e municipal, que dentre outras matérias, versam sobre:

• a outorga de direitos e concessões para prestação de serviços de saneamento básico;

• a formação de consórcios entre os municípios interessados, com a participação ou não do respectivo

Estado e, eventualmente, a União, com o objetivo de gerir o planejamento, a regulação, a fiscalização e a prestação dos serviços;

• a dispensa ou não de licitação para obtenção de concessões ou a solicitação de permissão para prestar

serviço público;

• o uso da água;

• a qualidade da água e proteção ambiental; e

• o valor das tarifas para os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Os referidos dispositivos não se encontram ainda organizados e homogeneizados sob a forma de uma regulamentação consolidada, não existindo uma agência reguladora nacional responsável pela indicação de diretrizes ao desenvolvimento do setor de saneamento básico no Brasil. Não obstante, os Estados de Goiás e Rio Grande do Sul, dentre outros, possuem agências reguladoras regionais.

Conforme dispõe a Constituição Federal, cabe à União, aos Estados e aos Municípios a tarefa de legislar, de modo concorrente, a respeito da conservação dos recursos naturais, defesa do meio ambiente e controle de poluição, além da promoção em conjunto do desenvolvimento e implementação das ações relativas ao abastecimento de água e esgotamento sanitário. De acordo com a Constituição Federal, a prestação do serviço público de saneamento básico deve ser realizada por meio de regime de concessão, permissão ou autorização, outorgada pelos Municípios.

Em se tratando de regiões metropolitanas constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, constituídas pelos Estados com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, a competência para a outorga de concessão, permissão ou autorização para a prestação de serviços de saneamento básico caberá ao respectivo Estado e não aos Municípios que formam a referida região metropolitana.

A falta de um marco regulatório nacional que estabeleça regras claras para a atuação no setor vem sendo considerado o maior empecilho ao seu desenvolvimento e crescimento, no sentido de universalizar a prestação desses serviços. Nesse contexto, nos últimos anos, foram desenvolvidas várias tentativas, sem êxito, de se criar um instrumento legal que cumpra o papel de organizar o setor.

Além do Projeto de Lei nº 4.147, apresentado ao Congresso Nacional para apreciação, em 21 de fevereiro de 2001 e que atualmente se encontra arquivado (“PL 4147/01”), dois outros projetos de lei que visam à regulação do setor de saneamento básico no País foram recentemente apresentados ao Congresso Nacional, sendo um ao Senado Federal, em 11 de maio de 2005, denominado Projeto de Lei do Senado Federal n° 155/2005 (“PLS 155/05”), e outro à Câmara dos Deputados, em regime de urgência, em 29 de maio de 2005, denominado Projeto de Lei n° 5.296/2005 (“PL 5296/05” e, juntamente com o PL 4147/01 e o PLS 155/05, “Projeto de Lei do Setor de Saneamento”). Os três projetos foram apresentados de forma não coordenada e, de modo geral, versam sobre o mesmo tema, embora, na forma originalmente apresentada, o PL 5296/05 seja mais abrangente que os demais.

O PLS 155/05 não define a questão da titularidade dos serviços públicos de saneamento básico, mas apenas estabelece a classificação de tais serviços entre: (i) de interesse local; e (ii) de interesse comum. De acordo com esse projeto, caberá ao titular dos serviços definir o ente responsável por sua regulação, o qual deverá estabelecer normas relativas a planos de investimento e política tarifária, entre outras. O PLS-155/05 prevê ainda a expressa possibilidade de interrupção da prestação dos serviços em caso de inadimplemento de usuários no pagamento de faturas.

O PL 5296/05 atualmente encontra-se apensado a outros projetos de lei relativos à regulação do setor de saneamento básico, entretanto, não põe fim à discussão acerca da competência para a outorga dos serviços públicos de saneamento básico, limitando-se a estabelecer duas categorias para os serviços públicos de saneamento básico, e classificando-os entre (i) de interesse local; ou (ii) integrados. De acordo com o PL 5296/05, classificam-se como de interesse local (a) os serviços de distribuição de água e coleta de esgoto; e (b) os demais serviços, tais como o tratamento de água e de esgoto, que também devem ser atribuídos ao interesse local, quando destinados a atender exclusivamente um Município. Resulta daí que devam ser considerados serviços públicos de saneamento básico integrados somente os serviços não qualificados como de interesse local. O PL 5296/05 prevê ainda a possibilidade de o Estado ser titular de serviços públicos de saneamento básico, mediante a promulgação de lei complementar estadual que (i) institua regiões metropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões; e (ii) inclua os serviços de saneamento básico de tais regiões na categoria de serviços públicos de saneamento básico de interesse comum, a serem planejados, regulados e controlados pelo Estado. O PL 5296/05 estabelece ainda diversas diretrizes para a prestação dos serviços públicos de saneamento básico, principalmente no que tange ao planejamento, regulação e controle dos serviços. A observância de tais diretrizes é condição para que o ente titular dos serviços receba transferências voluntárias da União, destinadas a ações de saneamento básico. De acordo com o projeto, os serviços públicos de saneamento básico poderão ser prestados: (i) pelo próprio ente titular dos serviços; (ii) por companhias estatais criadas por meio de lei para prestar tais serviços; ou (iii) mediante a delegação da prestação dos serviços, por meio de (a) concessão; ou (b) contrato de programa. Exceção feita aos casos em que o prestador seja o próprio titular do serviço, não lhe será permitido exercer as funções de planejamento, regulação, fiscalização e fixação de tarifas. Até a data deste Prospecto, nenhum dos projetos citados acima, nem qualquer outra regulamentação federal proposta para o setor de saneamento básico, foram votados pelo Congresso Nacional. Esses projetos poderão ainda sofrer alterações substanciais em seus conteúdos durante o processo de tramitação no Congresso Nacional.

Caso seja aprovada, a legislação proposta poderá modificar o modo de cobrança dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelas companhias de saneamento básico, bem como os seus programas de investimentos, obrigando-as a adequar suas atividades e podendo afetar seus desempenhos diretamente. Em abril de 2005, passou a vigorar a Lei nº 11.107/05, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos para realização de objetivos de interesse comum aplicáveis aos entes federados. Pela lei, o consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado, cujos objetivos serão determinados pelos entes que se consorciarem, observados sempre os limites constitucionais. Tais consórcios poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos, incluídos os de saneamento básico, mediante autorização prevista no contrato de consórcio, sempre respeitada a legislação em vigor. A lei possibilita à União a celebração de convênios com os consórcios públicos, visando à viabilização, a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas.

Legislação Estadual

A Lei Estadual nº 11.720, de 28 de dezembro de 1994, disciplina a Política de Saneamento Básico do Estado de Minas Gerais, visando assegurar a proteção da saúde da população e a salubridade ambiental urbana e rural. Para a consecução dos objetivos dessa política, o Estado conta com um conjunto de agentes institucionais que, de modo articulado e cooperativo, definem as estratégias e executam as ações de saneamento básico no Estado de Minas Gerais. Nossa Companhia integra esse Sistema Estadual de Saneamento Básico e é diretamente responsável pela implementação da política estadual para o setor, estando subordinada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana. Atualmente, destacam-se nossas ações no âmbito do Programa Estruturador do Estado “Saneamento Básico: mais saúde para todos”, compreendendo localidades onde possuímos nossas Concessões. Estão previstas ainda ações da Companhia em pequenas localidades do Estado de Minas Gerais, como executora de obras de sistemas simplificados, construção de módulos sanitários, perfuração e instalação de poços, bem como de assistência técnica para serviços de saneamento básico.

O Decreto Estadual nº 43.753, de 19 de fevereiro de 2004, atualizado pelo Decreto nº 43.930, de 15 de dezembro de 2004 (“Decreto 43.753”) estabelece a regulamentação dos serviços públicos de água e esgoto prestados por nós e determina, ainda, as normas gerais de tarifação relativas a tais serviços. Dentre os princípios básicos que regem os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário estabelecidos pelo Decreto 43.753, destacam-se: o planejamento e a execução das obras e instalações, operação e manutenção de sistemas a medição do consumo de água, faturamento, cobrança dos serviços prestados, aplicação de penalidade, e quaisquer outras medidas a eles relacionadas, observados os critérios e condições estabelecidas pelas concessões municipais.

Nosso Regime Jurídico Visão Geral

Somos responsáveis pelo planejamento e exploração direta dos serviços urbanos de abastecimento de água e esgotamento sanitário em diversos Municípios do Estado de Minas Gerais, mediante a celebração de instrumentos formais com tais Municípios, como contratos de concessão ou convênios de cooperação, sendo nossas atividades regulamentadas pelo Decreto 43.753. Adicionalmente, possuímos autorização para prestar nossos serviços em âmbito nacional e internacional, de acordo com nosso Estatuto Social.

Na qualidade de sociedade de economia mista, constituída sob a forma de sociedade por ações, estamos sujeitos às disposições da Lei das Sociedades por Ações. Com o advento da Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001, que alterou a Lei das Sociedades por Ações, foi revogado o artigo 242 da Lei das Sociedades por Ações, que excluía as sociedades de economia mista do enquadramento e sujeição ao instituto da falência. Dessa forma, além de estarmos atualmente sujeitos à falência, foi revogada a norma que atribuía ao Estado de Minas Gerais, na qualidade de acionista controlador, a responsabilidade subsidiária por nossas dívidas.

Nos termos da Lei Delegada nº 106, de 29 de janeiro de 2003 e do Decreto nº 43.233, de 27 de março de 2003, que a regulamenta, estamos, institucionalmente, vinculados à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana – SEDRU. Conforme nosso Estatuto Social, possuímos prazo indeterminado de duração, e podemos abrir filiais, sucursais, agências e escritórios em qualquer parte do Estado de Minas Gerais, nos demais Estados brasileiros e no exterior.

Ainda na condição de sociedade de economia mista, estamos sujeitos à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (“Lei de Licitações”), conforme alterada, que regula nosso processo de licitação pública, para a contratação de serviços e obras. Desta forma, utilizamos, sempre que possível, o mecanismo de leilão para nossas licitações, de forma a tornar mais ágeis as contratações de fornecedores.

A Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 (“Lei de Concessões”), conforme alterada, determina que a outorga de concessão para prestação de serviço público ou uso de bem público seja precedida de processo de licitação pública. Entretanto, o artigo 24, inciso VIII, da Lei de Licitações, estabelece a dispensa de licitação pública no caso, entre outros, de serviços a serem prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para prestação de serviço público ou uso de bem público em data anterior à vigência da referida Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. Com base neste dispositivo, até a data deste Prospecto, não tivemos nenhuma de nossas Concessões canceladas ou revogadas em razão da promulgação da Constituição Federal ou da Lei de Concessões. Entretanto, somos parte em 11 ações judiciais que questionam a ausência de processo licitatório para a prestação de serviços de saneamento básico em determinados Municípios onde operamos. Para mais informações, ver “Negócios da Companhia” e “Contingências Judiciais e Administrativas”. As exigências da Lei de Concessões regerão, entretanto, a outorga de novas concessões à nossa Companhia. Os consórcios públicos também possuem capacidade para outorgar a concessão de obras e serviços públicos, de acordo com o previsto na Lei de Consórcios. A mesma Lei de Concessões determina que serão observadas as normas de direito público quanto à realização de licitação, mesmo quando o consórcio estiver revestido de personalidade jurídica de direito privado, entretanto o artigo 2º, parágrafo 1º, inciso “III” estabelece que para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes federados consorciados, dispensando-se a licitação.

Nos termos da Constituição do Estado de Minas Gerais, caso nosso acionista controlador, o Estado de Minas Gerais, nos inclua em qualquer plano de desestatização de companhias sob seu controle, referida desestatização só poderá ocorrer mediante prévia realização de um referendo popular que assim a determine. Após a aprovação em referendo popular, a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais deverá promulgar lei que autorize a perda de nosso controle acionário pelo Estado, nos termos da legislação estadual vigente.

Operações de Crédito para Empresas do Setor de Saneamento

A Resolução do BACEN nº 2515, de 30 de junho de 1998, estabeleceu critérios com relação a operações de crédito externo de interesse de entidades e órgãos do setor público, inclusive nossa Companhia. De acordo com tal resolução, observadas certas exceções relacionadas à importação de bens e serviços, os recursos de captações externas devem ser direcionados para o refinanciamento de obrigações financeiras próprias já contratadas, com preferência para as de maior custo e de menor prazo. Além disso, o montante total das obrigações contraídas deve ser objeto de provisionamento, por meio de depósito mensal em conta vinculada, na forma a ser estabelecida pelo BACEN, cujo valor deve corresponder ao total das obrigações, incluindo principal e juros, dividido pelo número de meses abrangido pelo prazo total de pagamento. As regras estabelecidas não se aplicam aos empréstimos e financiamentos concedidos por organismos multilaterais dos quais o Brasil seja participante ou por organismos oficiais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento ou o Japan Bank for International Cooperation.

A Resolução do BACEN nº 2.827, de 30 de março de 2001, conforme alterada, por sua vez, define regras para o contingenciamento do crédito a órgãos e entidades do setor público, incluindo nossa Companhia. O montante das operações de crédito de cada instituição financeira com a nossa Companhia é limitado nos termos da referida resolução. Entretanto, as operações com títulos e valores mobiliários que observem as normas estabelecidas pela CVM não estão incluídas em referida limitação.

Tarifação Sobre os Serviços de Saneamento Básico

Na qualidade de concessionária de serviço público, nossas tarifas relativas à prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são consideradas preços públicos, sendo, portanto, sujeitas à regulamentação emitida pelo Governo Federal.

A Lei Federal nº 6.528, de 11 de maio de 1978, que regulamenta a tarifação sobre os serviços públicos de saneamento básico, outorga às companhias estaduais de saneamento básico o direito à aplicação de tarifas e respectivos reajustes, devendo a estrutura tarifária apresentar distribuição de tarifas por faixas de consumo, visando à obtenção de tarifa média que viabilize nosso equilíbrio econômico-financeiro.

No âmbito da legislação estadual, o Decreto 43.753 regulamenta nosso sistema tarifário de abastecimento de água e esgotamento sanitário. De acordo com esse decreto, nossas tarifas são diferenciadas segundo as categorias de usuários (residencial, comercial, industrial e público) e as faixas de consumo, assegurando subsídio aos usuários de menor poder aquisitivo. Ainda segundo o Decreto 43.753, os reajustes tarifários devem levar em consideração o equilíbrio econômico-financeiro da concessionária e a preservação dos aspectos sociais dos serviços prestados.

A fixação tarifária deverá obedecer ao regime do serviço pelo custo, garantindo, em condições eficientes de operação, uma remuneração de até 12% ao ano sobre o investimento reconhecido, que é valor total dos sistemas construídos em operação e já depreciados, das faturas a receber, do estoque operacional, do disponível não vinculado e do ativo diferido. O custo do serviço, a ser computado na determinação tarifária, deve compreender:

• as despesas de exploração necessárias à prestação dos serviços pela concessionária, abrangendo as

despesas de operação, manutenção, comerciais, administrativas e fiscais, estando, em contrapartida, excluídas as despesas relativas a multas, doações, financeiras e de publicidade;

• as quotas de depreciação, provisão para devedores duvidosos e amortização de despesas diferidas;

• a remuneração do investimento reconhecido; e

Desta forma, é assegurada a nós a possibilidade de reajustes periódicos de nossas tarifas, assim como a possibilidade de revisões na base de cálculo das mesmas, submetidos à prévia aprovação pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Política Urbana. Para mais informações sobre as tarifas que aplicamos, vide Seção “Negócios da Companhia – Tarifas”.

Até 2005 praticamos nossos reajustes tarifários levando-se em conta o regime do serviço pelo custo e a viabilidade do nosso equilíbrio econômico-financeiro de forma a garantir, em condições eficientes de operação, a remuneração de até 12% ao ano sobre o investimento reconhecido, que é valor total dos sistemas construídos em operação e já depreciados, das faturas a receber, do estoque operacional, do disponível não vinculado e do ativo diferido, na forma descrita acima. No entanto, ressaltamos que, historicamente, nossos reajustes nunca alcançaram o referido limite de 12%. Por exemplo, em 2005, nosso reajuste médio aplicado foi de 24,15%, que projetou uma taxa de remuneração do investimento reconhecido de 7,2%. Para alcançar o limite de 12% acima previsto tal reajuste deveria ter sido de 44,25%.

Recursos Hídricos

Utilização dos Recursos Hídricos

Em âmbito federal, a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, definida pela Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, alterada pela Lei Federal nº 9.984, de 17 de julho de 2000 (“Lei 9.984”) e pela Lei Federal nº 10.881, de 09 de junho de 2004, fica a cargo da Agência Nacional de Águas – ANA, criada pela Lei 9.984. Futuramente, pretende-se, de acordo com o Projeto de Lei do Setor de Saneamento, que a ANA também tenha como competência adicional a coordenação nacional da regulação do setor de saneamento básico. No Estado de Minas Gerais, a Política Estadual de Recursos Hídricos definida pela Lei Estadual nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, regulamentada pelo Decreto Estadual nº 41.578, de 08 de março de 2001, orienta o uso da água nesse Estado.

As políticas nacional e estadual estabelecem princípios comuns que regem o desenvolvimento e uso dos recursos hídricos. São eles (i) a utilização racional de recursos hídricos, dando prioridade aos serviços prestados à população; (ii) otimização dos benefícios econômicos e sociais resultantes do uso de recursos hídricos; (iii) proteção de recursos hídricos contra ações que comprometam seu uso atual e futuro; (iv) defesa contra eventos hidrográficos críticos que possam causar risco para a saúde e segurança da população ou prejuízos econômicos e sociais; (v) desenvolvimento de programas permanentes de conservação e proteção de fontes de água subterrânea contra poluição e exploração excessiva; e (vi) prevenção de erosão de terreno em áreas urbanas e rurais, com vistas a proteção contra poluição física e assoreamento de recursos hídricos.

O uso de águas superficiais ou subterrâneas, tanto para captação quanto para o lançamento de esgotos e demais efluentes em corpo d’água, é passível de outorga pelo órgão competente, denominada Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos. Para as águas de domínio estadual, essa outorga é concedida pelo IGAM. Para as águas de domínio da União, essa outorga é concedida pela ANA.

Ademais, o usuário de recursos hídricos também estará sujeito à cobrança pelo uso da água. Em geral, para que se possa cobrar pelo uso das águas é necessário que seja instalada e esteja em funcionamento em cada bacia hidrográfica um Comitê de Bacia, seja criada e instalada uma Agência de Bacia, haja um estudo de viabilidade econômico-financeira elaborado pela Agência de Bacia e seja desenvolvido pelo Comitê de Bacia um Plano de Bacia visando fundamentar e orientar a implementação de programas e projetos. Atualmente, na região onde operamos, a cobrança somente é realizada nas águas da Bacia do Paraíba do Sul. O valor cobrado de R$0,02/m³ é repassado integralmente aos nossos clientes. Os volumes e seus mecanismos de cobrança serão submetidos ao respectivo Comitê de Bacia.

Qualidade da Água

A Portaria nº 518, de 25 de março de 2004, editada pelo Ministério da Saúde do Governo Federal, estabelece padrões de potabilidade da água para consumo humano no Brasil, equivalentes aos padrões internacionais adotados em países desenvolvidos. No Estado de Minas Gerais, compete às Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipais o controle de qualidade da água.

Buscamos sempre atender à regulamentação em vigor e, para tanto, possuímos um rigoroso sistema de controle