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Em Busca da Longevidade I

No documento 26 Dicas de Saude Da Medicina Oriental (páginas 125-138)

Em Busca da Longevidade

Muitos buscam a longevidade. Mas longevidade, para nós, é muito mais do que simplesmente “viver muito”. É viver bem, mais feliz, com saúde e disposição. É estar bem disposto, ativo e vibrante, inde- pendente de quanto se viva. Esta é a questão.

A preocupação com o “quanto” se pode viver sempre intrigou os seres humanos e fez parte das investigações básicas de todas as civi- lizações. A verdade é que ninguém quer morrer, tomado pela igno- rância sobre a real condição do Universo e de seu papel nele. Passa- mos a acreditar piamente que tudo o que vemos ao nosso redor é a única realidade existente, o que nos limita e nos faz buscar desespe- radamente um prolongamento de nossa existência terrena.

Nos tempos antigos muitas pessoas pereceram buscando o “elixir das longa vida” ou outro remédio milagroso que pudesse prolongar seus dias na Terra indefinidamente. Na China, esta busca se intensi- ficou entre os séculos II e VI de nossa era, onde os alquimistas chine- ses buscavam muitas formas de se prolongar a vida e alcançar a imor- talidade.

Muitos morreram envenenados por ingerirem pílulas feitas com chum- bo ou mercúrio, elementos comuns nas práticas alquímicas. Inclusive imperadores chineses. O que eles não compreendiam é que o objeti- vo dos alquimistas chineses taoístas era obter a imortalidade espiri- tual e não simplesmente a continuidade física. Este tipo de engano também aconteceu com os alquimistas ocidentais, cujos experimen- tos se basearam em fragmentos do conhecimento alquímico chinês levado para a Europa pelos árabes. Por trás de todo um glossário de termos e o intrincado aparato de materiais e produtos estava na ver- dade uma analogia para a conquista de uma espiritualidade elevada.

Hoje vemos a ciência correr atrás do velho sonho dos alquimistas, senão da imortalidade ao menos da longevidade. Remédios, dietas e tratamentos “miraculosos” surgem todos os dias para retardar o envelhecimento.

A maioria das pessoas, principalmente as mulheres, procura retar- dar o envelhecimento físico externo, apenas. Com aplicações de botox, implantes e cirurgias plásticas se sucedendo em um ritmo sem fim, acabam por ficar desfiguradas mas acreditando que ainda são jo- vens. Não percebem como enganam-se a si próprias com alterações que, à partir de certo ponto ou de certa idade, se tornam óbvias e artificiais.

Mas todos nós envelhecemos e um dia morreremos. É uma lei da vida que não pode ser mudada. O que podemos e devemos evitar é a decrepitude, a degeneração. Sempre respeitando a ação natural do tempo, podemos nos prevenir e agir em conformidade com o Uni- verso para podermos chegar ao nosso fim com um sorriso nos lábios. Saber envelhecer é o grande segredo para retardarmos a decrepitude. Mas para isto devemos primeiro compreender como esta degenera- ção se dá.

No Livro de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Huang Di Nei Jing), obra fundamental da Medicina Chinesa e mencionado an- teriormente, já no primeiro capítulo vemos o Imperador Amarelo perguntar ao seu conselheiro taoísta Qibo o porquê dos homens de antigamente viveram até os cem anos conservando uma boa saúde e disposição enquanto no tempo dele os homens declinavam já aos 50 anos. A resposta do Mestre Qibo foi muito simples: porque os ho- mens dos tempos antigos norteavam seu comportamento do dia-a- dia pelas leis da Natureza. Seguiam o princípio do Yin/Yang e das mutações do I Ching, por isso preservavam a sua saúde, mantendo em padrões adequados sua comida e bebida, atividades físicas e tra- balho. Já no seu tempo (e no nosso, também!), eles não preservavam

sua saúde. Comiam em demasia, bebiam sem limites, eram sonhado- res, extenuavam-se com o sexo gastando sua energia de forma desordenada e trabalhavam em excesso com finalidades egoístas. Você já viu uma situação assim por aí?

Todos temos um ciclo natural de evolução que, segundo a Medicina Chinesa se dá desta forma:

HOMEM (Ciclos de 8 anos) Aos 8 anos (1x8) Aos 16 anos (2x8) Aos 24 anos (3x8) Aos 32 anos (4x8) Aos 40 anos (5x8) SITUAÇÃO

O sistema ósseo se ativa pela ativação da energia do Rim e os dentes de leite são substituídos

Ocorre o amadurecimento e o sistema reprodutor se equilibra. A menina pode engravidar e o garoto se acha cheio de energia vital e pode gerar um bebê

Seus dentes estão

prontamente desenvolvidos e atinge o status de adulto Seu corpo está na melhor forma e seus músculos estão fortes e desenvolvidos. Ocorre a mudança da prosperidade para o declínio, onde se abalam os cabelos e seus dentes se estragam e sua face enfraquece

MULHER (Ciclos de 7 anos) Aos 7 anos (1x7) Aos 14 anos (2x7) Aos 21 anos (3x7) Aos 28 anos (4x7) Aos 35 anos (5x7)

Não se assuste, pois isto está colocado como uma referência natural, que obviamente varia de pessoa para pessoa e de situação para situ- ação. Mas a ordem é esta, de acordo inclusive com as descobertas da ciência ocidental, apesar deste conhecimento ter mais de 2000 anos na China. HOMEM (Ciclos de 8 anos) Aos 48 anos (6x8) Aos 56 anos (7x8) Após os 64 anos (8x8) SITUAÇÃO Os canais de energia Yang se enfraquecem e os cabelos se tornam brancos e a compleição da face definha.

Seu físico começa a ficar velho e mais frágil.

Nas mulheres- seus canais principais declinam, a

menstruação some e não pode mais conceber. Nos homens– a energia do fígado declina e os tendões se tornam duros e os movimentos lentos. A energia do Rim se enfraquece, levando à debilidade dos ossos e tendões. A energia vital declina e o corpo se torna decrépito MULHER (Ciclos de 7 anos) Aos 42 anos (6x7) Após os 49 anos (7x7)

Portanto, qual o caminho para evitar a decrepitude segundo a sabe- doria oriental? Seguir as leis da Natureza:

Respeitar as estações do ano- agasalhar-se nos dias frios e se refrescar nos dias quentes

Evitar extremos de calor e frio, tanto no ambiente quanto na alimentação

Comer e beber moderadamente

Ter sempre um período de descanso

Participar de alguma atividade de lazer

Se exercitar, mas sem competitividade

Manter seu corpo relaxado e flexível

Procurar prazer nas coisas simples da vida: um jardim florido, um pôr-do-sol, um cachorrinho brincando, uma criança feliz, uma borboleta, uma flor determinada, uma pessoa querida, uma conversa amena, uma pequena via- gem.

Manter-se ativo fisicamente, mesmo em idade avança- da. Tente caminhadas, Tai Chi Chuan, Yoga ou outra atividade que envolva também um processo de quietu de mental.

Manter sua mente sempre ativa, através de palavras cru zadas ou jogos de xadrez, por exemplo. Um dos melho- res exercícios para a mente que existe é o xadrez, que é muito fácil de se aprender e jogar. Experimente!

Procurar usar água mineral e alimentos frescos, de pre-

ferência sem agrotóxicos e dentro da estação do ano ade- quada.

Ter senso de humor. Praticamente todas as pessoas cen- tenárias que já vi dando entrevistas sobre seu “segredo” de longevidade tem sempre uma coisa em comum: estão sempre rindo! São alegres e animadas.

Este livro é todo baseado nas leis da natureza, que regem a Medicina Oriental. Estude-o e procure compreender os ensinamentos que exis- tem por trás das palavras.

Busque a longevidade, com naturalidade. Saiba envelhecer, ame a vida. Mas não se apegue a ela. E torne-se um ancião ou anciã respei- tável e feliz.

RESUMO

Viver muito é menos importante do que viver bem.

Todos termos um ritmo de envelhecimento. É natural e faz par- te de nossa vida. O que podemos prevenir e atenuar é a decrepitude.

Agir segundo a Natureza e ter autoconhecimento são os únicos caminhos para a longevidade saudável.

Medidas simples como respeitar as estações do ano e praticar atividades que ajudem na manutenção da flexibilidade e do re- laxamento são fundamentais.

Tenha senso de humor e não deixe de exercitar a mente tam- bém.

Aceite sua idade e aja segundo ela. Não tente esconder o óbvio, pois você só engana a si mesmo. Tenha orgulho de envelhecer com dignidade e seja feliz.

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Longevidade e Sabedoria

Vimos no capítulo anterior sobre o que significa longevidade e como retardar a decrepitude. Mas qual o objetivo de se atingir uma idade avançada? Para que você deseja atingir a longevidade?

Dizem que durante nossa vida toda pessoa tem que fazer três coisas: escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho. Você já pensou sobre este velho ditado? O que estas três coisas tem em comum? A resposta é: muitas gerações. Escrever um livro vai transmitir co- nhecimentos e o seu modo de pensar para muitas gerações, durante centenas de anos. Um filho irá ter outros filhos e assim sucessiva- mente, criando inúmeras gerações. Uma árvore dará sombra e fru- tos por várias gerações. Todas as três atividades podem tornar um simples ato seu em algo perene, com o poder de influenciar o mundo por décadas ou até séculos.

Pense no que você vai deixar para o mundo depois de sua morte, pois em algum momento isto irá acontecer. Será que estas contribui- ções para a Humanidade, se existirem, serão boas?

Não pense em fama, de jeito nenhum. Os maiores benfeitores da Humanidade foram anônimos mas deixaram sua semente. Também não pense em nada muito complicado, pode ser ajudar alguém em dificuldades, um gesto de simpatia em um momento de desespero, deixar de agredir quando provocado, auxiliar quem necessite. Você pode deixar uma grande obra ou centenas de pequenas obras, não importa. Apenas o conjunto delas dirá quem você foi.

Há pouco tempo li sobre um rapaz que mergulhou no rio Tietê para salvar uma criança que estava sendo afogada pela mãe, e conseguiu.

O fato deu grande repercussão no momento, mas em breve será es- quecido. Mas aquela garotinha que teria perecido nas águas poluídas do rio está viva. Ela pode ser a cientista que aperfeiçoará células solares mais eficientes e nos dará uma fonte de energia limpa e eco- lógica. Ou a piloto que, em um momento de pane, consiga pousar uma avião com centenas de pessoas à bordo. Talvez aquele rapaz tenha feito o único grande ato de sua vida, mas pode ter mudado todo o destino da Humanidade. Aquela garotinha pode ficar mundi- almente famosa, mas ela terá tido sua chance graças a um anônimo. Graham Bell, o inventor do telefone, não tinha nenhum sucesso com os investidores e outros cientistas e seu invento estava ameaçado de não ter uma chance. Até que, numa exposição científica, o nosso Im- perador D. Pedro II (freqüentador da comunidade científica) se inte- ressou pelo invento esquecido em um canto do pavilhão. Imediata- mente o mundo se voltou para o telefone! E foi apenas uma curiosi- dade do monarca.

Qualquer pequeno ato pode ter grande repercussão. Todos somos importantes pois a Humanidade é uma só. Todos contribuímos de alguma forma para a vida de nosso semelhante. Nenhum gesto é pequeno demais ou insignificante demais.

Apenas viver muito não é suficiente. Apenas viver muito e com saú- de não é suficiente. O que você faz com sua vida, isto sim é o que importa. A busca da sabedoria deve se iniciar desde cedo para que tenhamos o que transmitir em nossa velhice. Para que nossa longevidade tenha um propósito.

Em qualquer momento se pode parar e perceber que estamos apenas sobrevivendo. E mudar. A busca pelo autoconhecimento, a espiritualidade e a sabedoria não tem idade. É uma necessidade ínti- ma do ser humano. Não tem fim, nem mesmo na nossa morte. Pois morrer significa passar a outro estado e continuar a caminhada. Sem- pre existe espaço para o auto-aprimoramento.

Não temer a morte e nem procurá-la. Não buscar fama e riqueza nem rejeitá-las. Seguir a vida como ela se apresenta, do começo ao fim. Aceitar as mutações do caminho como as estações que passam. Semear boas sementes para que as próximas gerações possam ser mais felizes e sábias do que nós. Buscar o autoconhecimento, não para nossa satisfação pessoal mas para que tenhamos algo de bom para plantar.

Eis o sábio caminho da Longevidade.

RESUMO

Longevidade e Sabedoria não podem ser resumidos. Devem ser vivenciados em sua forma integral.

BIBLIOGRAFIA

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BING, WANG Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo. Ícone Editora, 2001

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LIU, ZHENGCAI The Mystery of Longevity. Foreign Language Press, Beijing, 1996

ROSS, J. Zang Fu - Sistema de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional

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MASSON, ROBERT Regenerando Sua Saúde Pela Alimentação. Ed. Ágora, 1987

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ZHANG, J., ZHENG, J. (trad.) Localización de Los Puntos Acupunturales. Ediciones en Lenguas Extranjeras, Beijing, 1997

O Autor

Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Acupuntor, Terapeuta e Escritor. Estudioso de filosofias e culturas orientais desde 1977, pesquisou e analisou com profundidade a cultura e o modo de pen- sar oriental. Atua no mercado editorial como escritor, assessor e editor desde 1991, tendo mais de 250 artigos e matérias já publicadas em internet, revistas especializadas e jornais diversos.

Foi fundador de várias publicações notáveis dentro da cultura orien- tal, como a revista Oriente, o jornal Oriente ABC e as revistas digitais

Saúde & Longevidade e Budô.

Como terapeuta, se especializou em Terapias Energéticas como Crystal Healing, Acupuntura, Terapia Emocional e Chi Kung. Foi palestrante convidado na Feira TERAPÊUTICA 2003, com o tema “Manipulação Consciente de Energia nas Práticas Terapêuticas” e palestrante con- vidado do VII Congresso Internacional de Acupuntura e Terapias Orientais do SATOSP, em 2004, com o tema “SEITAI, a Quiropraxia Japonesa”. É criador do conceito de Transmutação Pessoal, que já mudou a vida de dezenas de pessoas.

É membro da conceituada Associação de Medicina Chinesa e Acupuntura do Brasil (AMECA), representante oficial da World Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies (WFAS) em nosso país.

Na área de ensino terapêutico regular, foi Professor de Literatura da

Acupuntura Chinesa na EOMA - Escola Oriental de Massagem e

Acupuntura (SP) e foi Professor dos cursos de Massoterapia, Acupuntura e Formação em Chi Kung da Keiko’s - Prevenção e Saú- de (SP), sempre na área de filosofia e cultura chinesa, filosofia Taoísta e fundamentos da Medicina Oriental.

Como Taoísta, procura difundir e utilizar esta sabedoria milenar, berço da Medicina Oriental, em benefício de todas as pessoas.

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