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131 Figura 1 Destinos de resíduos sólidos nos meios

SOUZA, D GESTÃO AMBIENTAL NO SEGMENTO HOTELEIRO DA REGIÃO DAS HORTÊNSIAS

2.1 Empreendimentos de Marmorarias

Antigamente a extração da rocha requeria grandes esforços humanos e animais para poder erguer grandes construções, mesmo com o avanço da tecnologia ainda demanda um grande esforço pelos trabalhadores. Caracterizando a pedra como um protagonismo importante para as construções. E com o passar do tempo foi ganhando uma ideia à vida humana, melhorando as condições de trabalho e, por conseguinte os lucros da empresa (GUERREIRO, 2000).

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Segundo Vargas, Motoki e Neves (2001), o mármore é uma rocha metamórfica e recristalizada com uma granulometria graúda de compostos minerais carbonáticos, entre os quais são a calcita (CaCO3) e a dolomita ((Ca,Mg)CO3). No qual, a baixa dureza dos carbonáticos não é necessário o

corte com serra diamantada, diminuindo um pouco nos custos de produção das peças.

A extração no Brasil é a partir da matação de rochas, visto que é facilitada com a retirada da vegetação, assim necessitando de pouco investimento para a sua obtenção. Em países onde a extração é mais desenvolvida ocorre por meio de afloramento, visto que as rochas são retiradas de grandes profundidades, aumentando o custo e em contrapartida melhorando a qualidade do produto em extração, devido as altas pressões que compacta o arranjo dos átomos do minério (SANTIAGO et al., 2011).

Os blocos que são extraídos das pedreiras têm um volume variável entre 5m³ e 8m³, podendo atingir 12m³. Entretanto, materiais com alto valor comercial podem ser aproveitados com um volume de 1m³, depois que a rocha é cortada é enviada para a serraria para ser beneficiada. A utilização das máquinas de teares para a serragem dos blocos é a mais tradicional e difundida, independente do material a ser utilizado, especialmente por apresentar uma alta produtividade e maior flexibilidade produtiva ao produzir uma ampla gama de produtos finais a partir das chapas (NOGAMI, 2013).

A etapa de desdobramento dos blocos é feita pelas empresas denominadas Serrarias, podendo possuir as outras etapas do beneficiamento. Entretanto, as empresas que possuem somente a última etapa de beneficiamento caracterizada pelo corte e acabamentos final das chapas, são designadas marmorarias e são na maioria das vezes empresas de pequeno porte se forem comparadas as serrarias (SILVA, 2011).

Contudo, consiste nas marmorarias o processo produtivo em recebimento das chapas pré polidas, depois o corte conforme as especificações do cliente, após o corte, as peças são colocadas nas bancadas para fazer o acabamento, onde se executam as operações de lixamento e debaste para dar forma as peças nas bordas e cantos. Essa etapa é feita por lixadeiras a seco, às quais são acoplados discos de debaste ou lixas abrasivas com várias granulometrias, de acordo com o tipo de acabamento que a peça necessitará para ganhar forma e acabamento desejado (SANTOS et al., 2007).

Desta forma, as atividades de extração no setor de rochas ornamentais ocasionam uma grande quantidade de resíduos em diferentes volumes e toxidade para o meio. E o processo de polimento e acabamento da pedra, produção de ladrilhos personalizados, produz resíduo, dos quais a maioria são fragmentos de vários tipos de rochas com formatos irregulares e deferentes espessuras. Contudo, importante que tenha aproveitamento técnico e econômico de quase todo o material extraído, diminuindo os impactos ambientais negativos (QUEIROZ; FRASCÁ, 2008).

2.1 Gestão Ambiental

Atualmente o cenário econômico-tecnológico impõe que as empresas mudem o seu modo de operar e gerir seus modos de negócios para que eles possam se adaptar à nova realidade e se mantenham ativos no mercado competidor. As questões ambientais têm se tornado cada vez mais importante, deixando os lucros um pouco de lado, devido ao aumento da conscientização do consumidor e seu interesse na produção dos produtos (OLIVEIRA; SERRA, 2010).

Assim, devido a mudança de paradigma da sociedade em relação ao meio ambiente, novas ações que buscam o desenvolvimento sustentável, tornam-se mais cotidiano nas empresas e abordando a adoção da educação ambiental, adequação à legislação e o uso de tecnologias limpas. E para ter um maior controle em todo o sistema da empresa é preciso adotar a Gestão Ambiental, pois proporcionará

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um melhoramento contínuo da higiene e segurança ocupacional dos empregados e uma boa relação com a sociedade que interagem com a empresa (MOREIRA, 2004).

Um fator-chave importante para a gestão ambiental é a gestão eficiente de ganhos financeiros e custos ambientais, pois podem auxiliar os gestores a identificar e diminuir os desperdícios, podendo realocá-los e reutilize-los em outras atividades. Na procura de um desenvolvimento sustentável, as empresas têm um papel importante, no qual elas são grandes consumidoras de materiais para a produção. Tais ações podem contribuir para a redução de custos, aprimoramento e desenvolvimento de novos processos, melhorando a imagem da empresa e o relacionamento com os clientes (COLARES; MATIAS, 2014).

Derivados desses eventos surgem à gestão do meio ambiente ou Gestão Ambiental (GA), com forma de auxiliar as organizações em seu processo produtivo, com o principal conceito é a criação de um sistema produtivo baseado no fluxo de materiais e energia entre o processo produtivo, levando em consideração um controle ambiental nas saídas (efluentes, resíduos e emissões atmosféricos), assim pode-se contribuir consideravelmente para um equilíbrio dos aspectos sociais, econômicos e ambientais da empresa. Enfim, prática da gestão ambiental introduz a variável ambiente no planejamento empresarial (ALENCAR et al., 2015).

Segundo Barbieri (2011), a implementação da GA deve-se abordar três conceitos fundamentais: a dimensão temática que delimita a quais áreas ambientais que serão alcançadas, a dimensão espacial, que é referente a área de aplicação da GA e a dimensão institucional, que referisse a quem ou a qual órgão irá dirigir tal estudo. A GA tem aplicabilidade em diferentes áreas, sendo abordada de acordo com cada ambiente que necessite de um suporte ecologicamente correto.

A Gestão Ambiental tornou-se uma importante ferramenta de modernização e competitividade para as organizações, pois estão cada vez mais querendo demonstrar e atingir um desempenho mais satisfatório em relação ao meio socioambiental. Por meio de sistemas de gestão ambiental, análise, desenvolvimento sustentável do ciclo de vida dos produtos e da questão dos passivos ambientais, essas medidas são aplicadas a todas as fases dos empreendimentos e podem ser: preventivos, corretivos, de remediação e proativos. Desta forma, a empresa deve passar por mudanças em seu modo de gerir, para que realmente possam trabalhar com gestão ambiental (KRAEMER et al., 2013).

3. METODOLOGIA

3.1 Classificação da Pesquisa

A pesquisa classifica-se conforme sua finalidade em descritiva (registra e descreve as características dos empreendimentos de marmorarias de Pau dos Ferros-RN) e, exploratória (torna a problemática de descartes de mármore no município de Pau dos Ferros-RN mais explícita). Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, enquadra-se como levantamento survey (envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento deseja-se conhecer através de algum tipo de questionário), bibliográfica (levantamento bibliográfico sobre marmorarias, avaliação de impactos ambientais, gestão ambiental e, planos de gerenciamento de resíduos sólidos) (PRODANOV; DE FREITAS, 2013).

A pesquisa é classificada em quantitativa e qualitativa. Considera-se quantitativa tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números as opiniões e informações para classificá-la e analisá-la, obtendo métodos de investigação como a predição, controle, descrição, confirmação e teste de hipótese. Enquanto qualitativa, já que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, obtendo métodos de investigação como o entendimento, descrição, descoberta, generalização e hipótese (GUNTHER, 2006).

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