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Um grupo com mais de 65 anos de atuação constitui a primeira organização pesquisada deste estudo, denominada empresa A.

Uma empresa familiar com gestão profissionalizada que atende tanto o mercado brasileiro quanto o internacional e é formada por um grande quadro de funcionários composto por 792 pessoas. Destas, 137 mulheres e 656 homens, conforme Figura 4. Os principais produtos da empresa são: pivôs de irrigação, automação industrial, painéis de comando, energia alternativa, entre outros.

Figura 4 – Número de funcionários da empresa A de acordo com o gênero 137 17% MASCULINO FEMININO 656 83%

Fonte: Dados da pesquisa.

A empresa está localizada na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Seus valores são respeito, integridade e profissionalismo. O conceito que a própria empresa dá ao primeiro valor é: compreender e aceitar as diferenças visando o bom relacionamento entre as pessoas, propondo, ainda, as seguintes interpretações para o citado conceito: (1) saber ouvir e compreender a opinião do outro mesmo que tenha opinião contrária; (2) colocar-se no lugar do outro sem impor suas ideias; (3) ser humilde, aceitando e valorizando as diferenças das pessoas (raça, cor, idade, religião, sexo e hierarquias); (4) conceder ao outro o desejável para si próprio; e (5) respeito como base de todos os relacionamentos. Foi a partir da relação desta terceira interpretação e o tema proposto por este estudo, que esta empresa foi escolhida para esta investigação empírica.

A partir da tabulação e análise dos documentos fornecidos pela empresa, foi possível verificar o número de funcionários, o gênero e a escolaridade em cada geração.

Inicialmente constatou-se que as três gerações, baby boomers, X e Y, compõem o grupo de funcionários da organização, com 54, 208 e 530 funcionários respectivamente cada, como está representado na Figura 5, a qual também evidencia os percentuais representativos de cada uma dessas gerações no quadro de funcionários da empresa A.

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Figura 5 – Diversidade de geração na empresa A

54 7% 208 baby boomers 26% x y 530 67%

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação à composição de gêneros destas gerações, a geração Y é a que conta com maior porcentual de mulheres em seu grupo. A relação é de 19%, enquanto na geração X é de 15% e na baby boomer de 13%. A Figura 6 mostra a analogia dos gêneros na composição de cada geração.

Figura 6 – Gênero e gerações na empresa A

y 98 (19%) 432 (81%) x 32 (15%) FEMININO 176 (85%) baby boomers 7 (13%) MASCULINO 48 (87%) 0 100 200 300 400 500

Fonte: Dados da pesquisa.

A maior expressividade feminina no mercado de trabalho a partir da geração X está relacionada à busca por vagas no mercado de trabalho, que aconteceu nos anos 80, quando as mulheres se apresentaram como nova força produtiva. Neste período, e também em 1990,

percebem-se no Brasil as crises e recessões econômicas, eventos estes que são ressaltados por Montali (2003) como reestruturações no mercado de trabalho que geraram, consequentemente, um maior desemprego para a população masculina.

As Figuras 7, 8 e 9 tratam sobre a escolaridade dos funcionários da empresa A, apresentando o número e o porcentual dos funcionários de cada uma das gerações nos seguintes níveis: Mestrado, Pós-Graduação, Graduação completa e incompleta, Ensino Médio completo e incompleto e, ainda, Ensino Fundamental completo e incompleto.

No que diz respeito à formação básica, compreendendo o Ensino Fundamental, a geração baby boomer é a que tem maior proporção de funcionários neste nível educacional, quando 57% deles encontram-se com Ensino Fundamental incompleto ou completo; esta é, portanto, a formação escolar que a maioria dos funcionários baby boomers da empresa A alcançou. Os funcionários das gerações subsequentes, por sua vez, avançaram em maior número para outros níveis escolares, como mostram os gráficos, destacando que apenas 23% dos X e 9% dos integrantes da geração Y cursaram somente Ensino Fundamental completo ou incompleto.

Figura 7 – Escolaridade dos funcionários da geração baby boomers na empresa A 0 0% 3 4 MESTRADO 6% 7% PÓS GRADUAÇÃO 4 GRADUAÇÃO 26 7% GRAD.INCOMPLETA 48% 9 ENS.MÉDIO ENS.MÉDIO INCOMPLETO 17% 3 ENS.FUNDAMENTAL ENS.FUND.INCOMPLETO 5 6% 9%

Fonte: Dados da pesquisa.

O alcance dos níveis mais elevados de formações – abrangendo Pós-Graduação e Graduação completa e incompleta – foi possível para 20% dos baby boomers funcionários da empresa A e para 36% dos integrantes da geração X.

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Figura 8 – Escolaridade dos funcionários da geração X na empresa A

0 0% 37 3%7 MESTRADO PÓS GRADUAÇÃO 18% 40 11 19% GRADUAÇÃO 5% GRAD.INCOMPLETA 16 28 ENS.MÉDIO 8% ENS.MÉDIO INCOMPLETO 14% ENS.FUNDAMENTAL ENS.FUND.INCOMPLETO 69 33%

Fonte: Dados da pesquisa.

Também tratando deste nível de formação composto por Pós-Graduação e Graduação completa ou incompleta, evidencia-se que até agora 36% dos funcionários da geração Y da empresa A já alcançaram estes planos, mas a tendência é que este porcentual aumente, uma vez que esta geração é composta por pessoas que têm entre 18 e 34 anos. Neste sentido, muitos dos mais novos funcionários ainda estão concluindo o Ensino Médio tradicional ou cursos técnicos para, posteriormente, iniciar um curso superior. Vale destacar também que um funcionário Y da organização tem a formação de Mestrado.

Figura 9 – Escolaridade dos funcionários da geração Y na empresa A

14 1 3 0% 1% 3% 33 56 MESTRADO 6% 11% PÓS GRADUAÇÃO 114 GRADUAÇÃO GRAD.INCOMPLETA 21% 128 24% ENS.MÉDIO ENS.MÉDIO INCOMPLETO ENS.FUNDAMENTAL ENS.FUND.INCOMPLETO 181 34%

A respeito dos 55% de funcionários Y estarem ainda cursando ou terem recentemente concluído os estudos do Ensino Médio, respectivamente, 21% e 34%, existe uma relação direta com a idade dos integrantes mais novos desta geração, ou seja, a faixa etária correspondente a este nível de escolarização.

É possível perceber, ainda, que dos 792 funcionários da empresa A apenas 114 têm Graduação completa, número representativo de 14% do grupo funcional da organização.

Evidencia-se, assim, a partir da escolaridade dos funcionários da empresa A, que concluir os estudos até/do Ensino Médio ou mesmo seguir estudando e galgar um diploma de Graduação, Pós-Graduação ou Mestrado, é uma prática que apenas as gerações mais novas no Brasil estão experimentando; conjuntura igualmente destacada por Barro e Lee (2013) e evidenciada no Quadro 9, quando apresentam um comparativo dos anos de escolarização da população economicamente ativa de vários países, entre eles o Brasil.

Quadro 9 – Escolaridade da população economicamente ativa (em anos)

Países 1960 1970 1980 1990 2000 2010

Com a língua inglesa como idioma 8,2 9,2 10,2 10,6 11,1 11,7

Europa Continental

6,1 7,1 8,2 9,0 9,9 10,6

Maiores países da América Latina 3,9 4,7 6,0 6,9 7,8 8,7

(sem o Brasil)

2,1 2,8 2,8 4,5 6,4 7,5

Brasil

Fonte: Adaptado de Barro e Lee, 2013.

Na relação apresentada por Barro e Lee (2013), somente a partir da virada do século 21 os brasileiros integrantes do grupo da população economicamente ativa passaram a estudar mais do que sete anos, um avanço comparado com os menos de três anos que eram estudados até 1980 no país; mas ainda está muito aquém de outros países, como Estados Unidos e Alemanha, onde, em 1960, já se estudava mais de seis anos, e mesmo muito distante dos países vizinhos da América Latina, onde, em 1980, a população economicamente ativa estudou por seis anos.

A seguir destaca-se a empresa B deste estudo, retratando também a composição de funcionários de acordo com o gênero e a geração, além da escolaridade do grupo da organização.

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