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TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E ESCRITA

APÊNDICE 2. DESCRIÇÃO DOS JOGOS TRABALHADOS NO CURSO

3. Encontro com o nariz

Descrição do encontro: Eu: Hoje é um dia muito especial para nós. É o dia de

pegarmos e colocarmos aquela joia. Ser palhaço é um ato de coragem, é onde começamos outra viagem. A viagem dentro de cada um de nós, para colocarmos tudo o que temos escondido para fora. Não podemos ter medo de mostrar as nossas fragilidades, de mostrar os nossos corpos, não podemos ter medo de nos revelarmos. Esse amigo é uma pessoa muito sensível, é uma pessoa muito frágil e é também muito sincera. Esse amigo é o amigo que a gente tem que cuidar e muito, pra que ninguém mate ele dentro de nós, esse amigo é como se fosse uma joia, uma joia rara. [...] Vão pensando nesse amigo de vocês.

Colocamos a música Trenzinho do Caipira de Villa Lobos, executado pelo grupo de percussão da UFSM, para simbolizar o rito de abertura da chegada desse amigo, todos os participantes estão deitados no chão e ao tocar a música, eu vou passando de um a um, tocando em seus rostos, nariz e coração, simbolizando assim a chegada dessa pessoa, de dentro para fora. Era como se com o meu toque estava dando passagem para esse amigo querido. (engraçado ao ver essas ações naquelas pessoas pelo vídeo, lágrimas enchem os meus olhos, acho poético esse momento e me emociono até hoje). Depois dessa passagem, eu cheguei à primeira a receber a joia, toquei em seu ombro, ela abriu os olhos e eu mostrei o nariz vermelho

Aquela joia que vocês começaram a cuidar. Pense o quanto ela pulsa. O quanto ela é viva. O quanto ela nos faz feliz. O quanto ela é sincera. Imaginem a joia tomando forma de melhor amigo, aquela pessoa muito querida que cuidará de nós e nós dele. Imaginem essa pessoa chegando timidamente perto de vocês, dando o melhor de si,

revelando-se continuamente. Pensem no quanto ainda temos a aprender com esse amigo íntimo. Só ele sabe aquilo que nós ainda não sabemos. É o nosso melhor amigo. Com ele, a gente pode rir, pode chorar. Com ele, não precisamos ter medo de fracassar. O fracasso para esse nosso amigo sincero é um presente. O nosso amigo, que tudo vê, vê com outros olhos. Ele vê o avesso, o inusitado. Ele é uma pessoa muito sensível, ao ponto de ao menor toque corporal, ter um grande estímulo, uma maior resposta.

Quando eu encostar levemente em vocês, entregarei a joia. Vocês, de olhos fechados, vestirão essa joia em seus narizes e manterão os olhos fechados. Nesse momento muito importante das nossas vidas e do curso, sintam a joia no nariz de vocês. Percebam o que ela está pedindo a vocês. Percebam como é estar com o nosso melhor amigo em nosso corpo. Percebam como ele se manifesta em nós. Deixem-no sair de dentro de vocês. Se tiverem vontade de chorar, pode. Se tiverem vontade de rir, pode. Se tiverem vontade de bocejar, pode. Enfim, escutem a vontade do nosso amigo.

Agora, vou bater uma palma. No tempo de vocês, abram os olhos. Olhem para tudo e para todos. Olhem suas joias em vocês. Olhem seus colegas, olhem para vocês mesmos. Reconheçam-se como palhaços na Educação. O que uma joia amiga pode na Educação? Abracem-se. Mostrem aos colegas o quanto estão felizes. Riam dos colegas e de si com o nariz. Brinquem consigo e com os outros. Lembrem, “o nariz é que tem vontade de fazer as coisas”. A joia é a joia da revelação do humano que há dentro de nós. É a menor máscara e a que mais revela. Revelem para si os seus olhares. Compartilhem com os amigos-irmãos que fazem parte desse nascimento lindo.

Aos poucos, vão se juntando até que todos estejam envolvidos no grande abraço da joia rara. A joia que pulsa em nossos corações, que nos dá coragem para viver a vida alegre, para viver o riso alegre. Viver o inusitado, o improvisado.

Agora, eu quero abraçar cada um dos meus filhos-amigos, cada um dos palhaços na Educação. É bem simples. É só um abraço de palhaço para palhaço. De lindeza e pureza.

Regra: fazer aquilo que o nariz pede.

Individual/coletivo: máximo de 20 participantes. Objetivo: trabalhar o rito de iniciação e passagem.

Material utilizado: nariz vermelho, figurinos, aparelho de som, música do rito. Tempo: das 11h30 às 12h.

Tempo estimado: 30 min.

Intervalo Palhacesco: Primeiro passeio como palhaços na educação

Descrição do passeio: Depois de ter passado pelo rito de iniciação, sair do anfiteatro

“Caixa Preta” e passear pelo pátio do Centro de Artes e Letras.

Objetivo: Trabalhar o nariz de palhaço, explorar o espaço físico como palhaço, intervir

com algum transeunte como palhaço. Ampliar as possibilidades do palhaço. Primeiro contato com outros tipos de materiais (parede, chão). Primeiro contato dos palhaços consigo mesmos fora do espaço de formação.

Brincadeira de se esconder

Descrição do jogo: Agora, vamos brincar de se esconder. Será que nosso amigo já

brincou de se esconder? Como será que o nosso amigo se esconde? Vou contar até 10. Vou sair a procura dos amigos.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez... lá vou, “quem se esconder é meu”.

Regra: tudo olha.

Objetivo do jogo: trabalhar outras possibilidades da brincadeira. Revelação do

palhaço.

Jogo individual/coletivo: máximo 20 participantes. Tempo: das 12h às 13h.

Tempo estimado: 1h

Pic Nick com o nariz

Regra: Fazer o lanche e entender tudo ao pé da letra. Objetivo: explorar a lógica do clown.

Regra: tudo olha, perceber as sensações corpóreas, as ações ao “pé da letra”. Material utilizado: nariz.

Tempo: das 13h às 14h. Tempo Estimado: 1h

No picadeiro. Entrar no picadeiro, sentar na cadeira, olhar para a plateia e sair. Batizado dos clowns

Descrição do batizado: Cada participante terá que apresentar um número no

“picadeiro da educação” para conseguir a vaga e agradar a professora palhaça.

A professora colocará um nome na palhaça a partir das observações sensíveis realizadas durante o curso, em especial, nos intervalos.

Com a ajuda do grupo, os nomes dos clowns foram: Cornélia Roumes, Assosso, Franjola, Treçadinha, Madanhada, Rosachoca, Virgulina, Gazzelita.

Como foi o meu batizado: O grupo foi dividido em dois. Nós ficamos em fila atrás

das coxias da caixa preta. Cada um tinha que apresentar qualquer coisa à professora. Para mim, Ana Elvira Wuo colocou a música Flashdance. O meu sonho infantil de ser bailarina aflorou imediatamente. Eu dancei outra dança. Lembro que fiquei feliz. Ana logo desligou a música e falou:

- Seu nome será Ximia Bóia com x tá? Você gostou do nome? Eu acenei que sim. Fiquei muito feliz no dia do meu batizado.

É nessa generosidade, nesse riso maroto, que pretendo batizar os palhaços na Educação.

Regra: suscitar o riso na professora e conseguir a vaga no picadeiro.

Objetivo do jogo: trabalhar com o aprendizado em jogos e com a exposição do

palhaço na educação. Batizar os novos palhaços ou os primeiros palhaços na educação.

Jogo individual/coletivo: máximo de 20 participantes.

Material utilizado: aparelho de som, cd com músicas diversas ou músicas de

batizado de palhaço.

Tempo: das 15h30 às 17h30. Tempo estimado: 2h.