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A ENFERMAGEM E A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL BRASIL

Área Temática: Supervisão e Desenvolvimento Profissional

A ENFERMAGEM E A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL BRASIL

Moraes, K.G.1; Dytz, J.L.G.2

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Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal/Brasil; 2Universidade de Brasília/Brasil

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katerinegmoraes@hotmail.com

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RESUMO

Trata-se de um estudo sobre como se estrutura e se organiza o trabalho de educação na saúde na rede pública do Distrito Federal/Brasil, com vistas a analisar o grau de apropriação da proposta de educação permanente em saúde nos serviços públicos de saúde. Caracterizada como um estudo qualitativo, no qual foram entrevistados 24 sujeitos responsáveis pela condução e execução das atividades educativas. Para a análise dos dados, utilizou-se o método de análise de conteúdo proposto por Bardin. Os resultados apontam para prevalência de profissionais da saúde nas chefias das unidades que coordenam e implementam as ações de educação na saúde, infraestrutura inadequada e predominância da conceção de educação continuada na realização das atividades educativas nos serviços em detrimento da conceção de educação permanente. Conclui-se que o trabalho de educação na saúde, apesar das dificuldades, vem sendo desenvolvido rotineiramente nos serviços de saúde, direcionados, sobretudo, aos profissionais da enfermagem. No entanto, há poucas ações baseadas nos pressupostos da educação permanente em saúde.

Palavras-chave: educação, recursos humanos, serviços de saúde.

ABSTRACT

This is a study on the structure and organization of health education in the public health care system of the Federal District/Brazil, in order to analyze the degree of appropriation of the proposal of permanent health education by these services. Characterized as a qualitative study in which 24 subjects responsible for conducting and implementing educational activities were interviewed. For data analysis, content analysis method proposed by Bardin was used. The results show the prevalence of health professionals among those directly responsible for the coordination and implementation of health education in the health care services, inadequate infrastructure and a prevailing continuing education concept in the educational activities carried out, in detriment to that of permanent education. The authors conclude that health education, despite the difficulties, is being developed routinely in health services, targeted especially to

nursing professionals. However, there are few actions based on the premises of permanent health education.

Keywords: education, manpower, health services.

INTRODUÇÃO

A formação e o desenvolvimento dos trabalhadores da saúde são considerados campo de ação indispensável para o aprimoramento do sistema de saúde brasileiro. Esse tema esteve presente na pauta de discussão do governo em diversos momentos, mas só adquiriu o status de política pública em 2004, com a publicação da portaria 198 que instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, reformulada posteriormente por meio da portaria 1996/2007 (Brasil, 2009). A base conceitual desta política é o conceito de “educação permanente em saúde” (EPS), originalmente lançada nos anos 80, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com o objetivo de reorientar as atividades de educação e capacitação dos trabalhadores dos serviços de saúde, tendo como eixo central de aprendizagem, o processo de trabalho realizado no cotidiano desses serviços (Haddad, Roschke, & Davini, 1994).

Essa proposta surgiu em contraposição ao modelo de educação continuada (EC), pautada na conceção de educação como transmissão de conhecimentos, com foco na atualização técnico-científica de categorias profissionais, sem articulação à gestão e ao controle social, sendo realizada por meio de cursos e treinamentos com base em necessidades individuais (Peduzzi et al., 2009). Por sua vez, a EPS fundamenta-se na conceção de educação como transformação e aprendizagem significativa desenvolvida por meio da problematização do processo de trabalho, articulação da atenção, gestão e controle social por meio de ações multi e interdisciplinares, e utilização de estratégias de ensino contextualizadas e participativas, com vistas à transformação das práticas (Brasil, 2009).

O objetivo do presente estudo é conhecer como se estrutura e se organiza o trabalho de educação na saúde na rede pública do Distrito Federal (DF), com vistas a analisar o grau de apropriação da proposta de educação permanente

em saúde, a partir da ótica dos responsáveis pela condução e execução deste trabalho.

METODOLOGIA

O estudo é do tipo descritivo-exploratório, com utilização de abordagem qualitativa. O local do estudo foi a rede pública de saúde do DF, onde os serviços de saúde se distribuem em 15 diretorias regionais de saúde (DRS), das quais três possuem apenas atenção básica e as demais também agregam atenção secundária. No total, existem 22 unidades executoras das atividades de educação na saúde no DF. Dessas, 21 estavam em funcionamento no momento da pesquisa, sendo 14 localizadas nas DRS e 7 em unidades de referência da rede de serviços. Essas unidades executoras são denominadas Núcleos de Educação Permanente em Saúde (Neps). Os sujeitos da pesquisa foram 24 indivíduos, dos quais três são gestores ou ex-gestores responsáveis pela coordenação do trabalho de educação na saúde na rede pública do DF e 21 estão na chefia dos Neps. As entrevistas semiestruturadas, foram gravadas, transcritas e posteriormente organizadas e codificadas com o auxílio do software Qualitative Solutions Research Nvivo na versão 8.0. Para a etapa de análise de conteúdo categorial, foi utilizado o modelo proposto por Bardin (1977). Foram respeitadas as questões referentes aos aspectos éticos de pesquisa envolvendo seres humanos conforme preconizado pela Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Brasil.

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