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4 REVISÃO SISTEMÁTICA EM AGROECOLOGIA E SEGURANÇA

4.4 Enfoques teórico-metodológicos dos estudos

A partir da análise dos apontamentos relacionados aos processos metodológicos desenvolvidos nos estudos, este tópico em específico dedica-se a apresentar e discutir as principais denominações teóricas e metodológicas das pesquisas localizadas pela sistematização realizada.

Os diferentes percursos escolhidos para realização do método nas pesquisas ajudam a perceber tendências de tipificação dos estudos, desde o encaminhamento de experiências específicas da prática agroecológica e dos processos de realização da SAN,

bem como aspectos mais abrangentes que auxiliam as fundamentações dos conceitos sobre estes temas.

O quadro 3 auxilia na observação dos métodos incluídos nos estudos, apresentando diretamente o tipo de metodologia orientada de cada artigo selecionado e qual respectivo referencial teórico é incluído no estudo a partir da verificação sobre seus temas de análise.

Quadro 3: Uso de temáticas e metodologias dos estudos selecionados.

REFERÊNCIA TEMÁTICA METODOLOGIA

Ribeiro et al., 2012

Agricultura urbana no Brasil; promoção da saúde.

Estudo transversal quanti- qualitativo; registros de

atividades; entrevista semiaberta. Strate; Costa,

2018

Quintais produtivos no Brasil; gênero; agricultura familiar.

Estudo comparativo quali- quantitativo; entrevista semiestruturada. Boone; Taylor, 2015 Jardins agroecológicos; soberania alimentar na Nicarágua. Estudo de caso; Relato de experiência. Borba et al., 2018 Estratégias pedagógicas educacionais; movimentos sociais.

Estudo de caso qualitativo narrativo descritivo.

Kangmennaang et al., 2017

Impactos na renda de moradores do Malauí por

projeto agroecológico.

Estudo transversal, quantitativo; Relato de experiência. Nyantakyi-

Frimpong et al., 2016

Impactos na saúde de moradores do Malauí por

projeto agroecológico.

Estudo de caso transversal, quantitativo; Reardon; Pérez, 2010 Indicadores de soberania alimentar em Cuba; agricultura familiar.

Estudo descritivo de caso; discussão teórica.

Pant, 2016

Dualidades entre teoria e prática agroecológica.

Revisão documental de estudos de casos; Discussão teórica.

Holt-Giménez; Altieri, 2013.

Regimes econômicos; soberania alimentar; novos

arranjos agroecológicos.

Discussão teórica

Mirkin; Khaziakhmetov,

2000

Cenários de aplicação para o desenvolvimento sustentável

Revisão de literatura; Discussão teórica.

Bullock et al.,

2017 Resiliência

Revisão de literatura; Discussão teórica.

Chappell; La Valle, 2011

Biodiversidade; novos

arranjos agroecológicos. Revisão de literatura

Glamann et al., 2015

Biodiversidade; novos

arranjos agroecológicos. Revisão de literatura estruturada

Fernandez et al., 2013

Desenvolvimento da

agroecologia nos EUA. Revisão de literatura

Canavesi; Moura; Souza, 2016.

Políticas públicas de agricultura e alimentação no

BR

Análise documental; Revisão de literatura.

Maluf et al., 2015

Agricultura; nutrição; soberania alimentar.

Estudo comparativo qualitativo teórico-conceitual.

A presente pesquisa identificou aspectos bastante específicos quanto à determinação do método de tratamento escolhido nos experimentos selecionados sistematicamente. Neste escopo, o uso metodológico sobre a interseção dos temas da agroecologia e SAN observados como mais representativos nesta revisão se delimitaram em: a) estudos de caso, transversais, quali e quantitativos, relacionados a apresentação e discussão de modelos e estratégias de agricultura sustentável e contribuições para os sistemas alimentares; b) revisões na literatura de subtemas específicos em agricultura e alimentação, por vezes estruturada, ou num seguimento específico de abordagem teórica que defende pontos temáticos atrelados as duas grandes áreas mencionadas.

Quantitativamente para esta demanda, das 16 publicações selecionadas na revisão, seis artigos se tratavam de estudos de caso e nove eram discussões teóricas em revisão de literatura. Apesar de estes dois blocos característicos de tipificação metodológica apontar uma constatação diminuída no número de metodologias diversificadas exploradas nos estudos, por outro lado, este fator demonstrou uma natureza abrangente quanto à aplicação multifacetada na correlação existente entre os dois temas de análise. Essa verificação pode ser percebida uma vez que foram notadas diferentes propostas de abordagens discursivas que utilizaram um método semelhante para tratar discussões distintas.

Ou seja, enquanto a revisão utilizou tipos específicos no método de pesquisa, a forma que os autores aplicaram tais métodos representou a diversidade de argumentações abordadas referente a esta análise. Agregado a essa diversidade nos temas dos estudos, a contribuição para um horizonte de discussões bastante diverso não foi entendida como uma limitação, uma vez que transforma a restrição do tipo de metodologias encontrada em uma multiplicidade de argumentação nas pesquisas.

Como análise direta sobre os usos metodológicos dos artigos, as observações pontuam que os estudos de caso encontrados explicaram, em sua totalidade, importantes discussões referentes à explanação de experiências exitosas sobre modelos alternativos de agricultura em razão da garantia da SAN.

A respeito do uso dessa metodologia, a divulgação de experiências específicas que seguem este método pode servir como contribuição para o enaltecimento de experiências envolvendo práticas ecológicas, dando margem para seu real aproveitamento e repetição em outros contextos, além de propagar-se como contribuição efetiva para a promoção da conservação ambiental, desenvolvimento social e econômico e como aporte na manutenção de sistemas alimentares mais saudáveis.

Em análise mais direcionada da revisão, três abordagens em comum trataram como método a descrição de estratégia de projetos de implementação de quintais produtivos (STRATE; COSTA, 2018), jardins produtivos (BOONE; TAYLOR, 2015) e hortas urbanas (RIBEIRO et al., 2012) de aporte agroecológicos.

Em descrição, o primeiro se delimitou a caracterização de seu objeto de pesquisa sem grandes explanações de apontamentos sobre o método ou reserva de um espaço específico para tal perspectiva. O processo de feitura daquela pesquisa foi percebido ao longo da apresentação dos resultados, quando então foi apontada a forma quantitativa de coleta dos dados, com posterior argumentação teórica.

Já os dois últimos estudos mencionados, se estabeleceram em extensas e bem descritas explicações sobre o método escolhido para as pesquisas, tratando-se de características qualitativas e quantitativas e estabelecendo uma relação de maior inerência sobre os resultados aplicados e a maneira em que foram abordados para aquelas discussões.

Estes três estudos em análise apontaram demandas metodológicas sobre práticas semelhantes e inseridas em contextos distintos, o que leva a caracterização de tal método como impulsionador para que mais experiências exitosas ganhem espaço tanto no campo teórico quanto prático.

Na mesma perspectiva de uma descrição detalhada, os estudos de Kangmennaang et al. (2017) e Nyantakyi-Frimpong et al. (2016) destinaram capítulos específicos de detalhamento de seus métodos de pesquisa, agregando um sentido mais explicativo sobre seus estudos. Ambos parecem ser desdobramentos de um mesmo projeto agroecológico (com vistas sobre renda e saúde de famílias agricultoras do Malauí), mas focam sobre temáticas distintas de averiguação. Enquanto o primeiro trabalha numa perspectiva mais exploratória e descritiva da experiência em relato, atribuindo aspectos gerais qualitativos e quantitativos do objeto de pesquisa, de seus entrevistados e do processo em geral; o segundo se direciona a um aporte mais quantitativo do segmento, na tentativa de responder diretamente ao questionamento de sua pesquisa.

Também de forma bastante elucidativa de sua metodologia, o percurso de aplicação de uma experiência com teatro como forma pedagógica sobre agroecologia e SAN (BORBA et al., 2018). Entre aspectos mais qualitativos e quantitativos, os autores descrevem com precisão a forma como aplicam o método, contextualizam o local de aplicação e seus participantes, elucidam sua base teórica. Esse direcionamento pode contribuir para uma melhor qualidade de leitura do material publicado, além de deixar claros os desdobramentos da experiência para fácil replicação em outros contextos.

O estudo de Reardon e Pérez (2010) contextualiza muito bem os aspectos dos sistemas alimentares de Cuba defendendo o desenvolvimento de indicadores de soberania alimentar, dado o contexto de movimentos sociais rurais naquele país – tema central da publicação. No entanto, em seu aspecto metodológico fica a desejar maior explanação, uma vez que não fica claro até meados de sua pesquisa do que realmente se trata sua argumentação. Os autores apresentam uma discussão teórica extensa, que pode ser percebida como uma revisão conceitual sobre cada tema específico abordado no

estudo, e que busca informar sobre o desenvolvimento de um modelo dimensional sobre soberania alimentar, em termos quantitativos, que futuramente poderá ter seus frutos constatados.

A respeito das revisões de literatura localizadas pelo processo de sistematização, o número elevado deste tipo de método nas pesquisas em agroecologia e SAN foi percebido com grande importância no meio científico, dada a relevância e necessidade de difusão sobre os diferentes aspectos que englobam os temas centrais de discussão desta pesquisa.

De antemão, cabe enfatizar que mesmo com o grande número de achados que seguem a mesma perspectiva metodológica da presente pesquisa, não foram encontradas evidências que se estabeleçam de igual forma a esta proposta. A sistematização e a forma em que os objetivos de pesquisa foram interpostos mostram-se diferentes de todas as revisões selecionadas, assim como os arranjos do referencial teórico demandado na presente pesquisa se difere das já publicadas, atribuindo uma característica de diferenciação a presente pesquisa.

Como percepção expressa dos usos metodológicos de artigos pela realização de revisões na literatura pode ser pontuado que, ao levantar informações sobre a produção agroecológica publicada e avaliá-la como prerrogativa para a garantia da SAN, além de reunir um material que serve de exploração para inúmeras iniciativas de pesquisa, também abre uma prerrogativa para que mais pesquisas possam ser interpeladas pós verificação do conteúdo exposto em toda sua complexidade.

Tomando como análise direta as revisões selecionadas nesta sistematização, pôde ser percebido que nem sempre a estruturação das revisões foi levada em consideração e, em alguns casos, a publicação ganha ares mais ensaísticos para desenvolver determinado ponto de vista que os autores buscavam discutir.

Não obstante, os objetivos planejados mostraram-se condizente a proposta metodológica e discussões apresentadas, o que torna os achados grandes fontes de conhecimento sobre os temas. Além disso, o uso deste tipo de metodologia apurada nos estudos selecionados tornou mais claro a verificação de como pode ser tomada a relação entre agroecologia e SAN diante de diversas perspectivas temáticas que esse universo pode abranger.

Como referência a essas perspectivas, a revisão disposta por Pant (2016) não aponta diretamente sua estrutura de pesquisa e utiliza de estudos pontuais para defender seu ponto de discussão em relação de como a agroecologia vem enfrentando

alguns desafios para a sustentabilidade e garantia da SAN em países em desenvolvimento.

Do mesmo modo, a revisão conceitual de Mirkin; Khaziakhmetov (2000) também corrobora para a mesma observação, uma vez que os autores utilizam a disposição de referências inaugurais – sem referir grandes delimitações de busca – para uma prospecção ainda em pleno desenvolvimento a respeito do que a agroecologia poderia representar para questões de desenvolvimento sustentável e SAN em um futuro próximo.

Também, defendendo a aplicação conceitual do termo “agricultura sensível à nutrição”, Maluf et al. (2015) elaboram condições ensaísticas que inserem a agroecologia sob uma visão de saúde, tornando seu estudo um ensaio bastante rebuscado sobre este panorama.

Seguindo esta mesma configuração, Bullock et al. (2017) ao introduzirem o tópico da resiliência ao tema da agroecologia e SAN, não buscam fazer um apurado geral, histórico ou quantitativo sobre esta dimensão. Na realidade, os próprios autores utilizam a nomenclatura de uma “mini revisão” em busca de “soluções ecológicas para segurança alimentar global” em seu artigo e expõem de maneira bastante elucidativa os aspectos que contribuem para tal demanda, justificando a disposição de tal metodologia como explicação do ponto de vista central dos autores sobre o tema.

De modo semelhante, o estudo de Fernandez et al. (2013) que expõe o contexto da agroecologia e suas prerrogativas no cenário dos Estados Unidos, apesar de não delimitar bem seu esquema de pesquisa, elucida perspectivas de movimentos destoantes da conjuntura majoritariamente capitalista daquele país.

Tal ponto de vista torna interessante o modo de orientação do método que o autor vinculou ao seu estudo, o que poderia levar a consideração de resultados diferentes para discussão, caso fosse aplicada um estilo de revisão mais quantitativa ou com outras questões de partida para o estudo.

Estes estudos em formato de revisão destacados até agora guardam em comum as características de métodos qualitativos de disposição para análise, sem buscar centralizar suas perspectivas em linhas cardinais e inserindo nas suas discussões os estudos que contemplam mais propriamente uma justificativa para suas hipóteses de trabalho.

Neste sentido, sem a necessidade de estabelecer vínculos estruturantes de um caminho metodológico, estas revisões buscaram argumentações teóricas em fontes

publicadas sobre subtemas de suas indagações, estabelecendo uma justificativa dada pelas publicações ao que os autores reuniram para tanto.

Tal caminho de pesquisa pode auxiliar o enriquecimento das discussões sobre as temáticas aqui abordadas, evidenciando novas dimensões científicas para além de uma análise apenas contabilística (que também guarda seu grau importância) do panorama científico em agroecologia e SAN.

Ainda sobre as revisões da literatura selecionadas nesta sistematização, três estudos em particular seguiram este tipo de metodologia de forma mais seriada. Tal como Chappell; La Valle (2011) destrincharam propriamente de fato o estado da arte sobre os temas em questão, explorando as “relações entre a insegurança alimentar e a rápida perda de biodiversidade”, identificando problemas e propondo métodos que poderiam buscar resolve-los.

Considerando também a mesma metodologia de revisão sob um caráter mais detalhado do processo, Glamann et al. (2015) apontaram como método a nomenclatura de uma “revisão de literatura estruturada”, demonstrando cada passo tomado para a realização de sua pesquisa e apresentando uma complexa e explicativa discussão acerca dos processos de intercessão entre SAN e biodiversidade.

Da mesma forma, Canavesi; Moura; Souza (2016) seguiram também uma perspectiva mais delimitativa de seu percurso metodológico, porém fazendo uso de noções puramente qualitativas em sua revisão, com levantamento análise e sistematização de dados sobre políticas públicas brasileiras que tratam os temas da institucionalização da agroecologia no Brasil na perspectiva da garantia da SAN.

Estes três estudos em particular delimitaram uma noção linear, histórica e aplicada da união entre agroecologia e SAN a partir de diferentes enfoques iniciais. Tais estudos também podem auxiliar no conhecimento de outra face quali-quantitativa de metodologias que seguem o modelo de revisão.

A demonstração detalhada do método pode facilitar um maior esclarecimento sobre as propostas dispostas pelo estudo, alcançadas na coleta de material, culminando em discussões mais pontuais e enfáticas, dado o objetivo de cada estudo. De igual maneira, o último artigo citado enfatizou que o caráter qualitativo e sistemático pode ser compartilhado em um mesmo esboço metodológico, com tópicos esclarecidos, pontuais e que auxiliam a visualização tanto da montagem da revisão quanto os propósitos e direcionamentos que podem resultar.

Esse direcionamento pode servir de ajuda para contextualizar o período histórico temático ou mesmo compreender inicialmente as linhas gerais que englobam os temas para posteriores intervenções e encaminhamentos das discussões conhecidas.

Já em relação ao enfoque teórico atribuído pelas pesquisas, cabe salientar a abordagem de como os estudos localizados trataram propriamente os dois temas centrais desta pesquisa. Dessa maneira, conhecendo as concepções que os autores atribuem as noções de agroecologia e SAN em referência é possível compreender melhor tanto o que vem sendo referido sobre esses temas nas publicações, assim como a maneira que tais conceitos apoiam a vinculação de outras perspectivas adjacentes (subtemas) para o desenvolvimento teórico e/ou prático no campo da agroecologia e SAN.

Assim, a correspondência entre as duas temáticas centrais de análise se deu pela observação dos temas norteadores aplicados às experiências selecionadas, o que pode ser percebido mais diretamente pelos seguintes referenciais: conservação da biodiversidade; soberania alimentar; saúde; manutenção e desenvolvimento de sistemas alimentares e agro ecossistemas.

Tais aspectos teóricos foram abordados a partir de perspectivas de diversos autores ou instituições que tematizam os assuntos envolvidos. Entre estas referências, uso mais comum foi percebido pelas citações de autores como Altieri, Gliessman, e Sevilla-Guzman, os quais definem os norteamentos sobre agroecologia; e os direcionamentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) ou de normativas de políticas públicas, em relação aos referenciais tomados no direcionamento da SAN nos estudos analisados.

Como indício do uso destas perspectivas, os estudos de Chappell; LaValle (2011) e Glamann et al. (2015) fundamentam a agroecologia sob o aporte de alternativas a agricultura exploratória e com meios francos de alcançar a garantia à SAN pelo caminho da conservação da biodiversidade.

Ambos os estudos delimitam como mote os problemas globais da perda de biodiversidade e insegurança alimentar, além de enfatizar que estas questões não podem ser vistas de forma independente, uma vez que “os métodos usados para lidar com um necessariamente envolvem escolhas que afetam o outro” (CHAPPELL; LAVALLE, 2011), porém, sem apontar uma definição singular para a agroecologia em si (uma vez que optaram por trabalhar o tema central na biodiversidade). Em relação às fundamentações sobre SAN, os autores destes estudos aduziram a FAO como citação

norteadora, seja em definições sobre o assunto, seja no apontamento de dados estatísticos.

Também abordando à temática da conservação da biodiversidade, em sua fundamentação teórica, Pant (2016) pontua que o paradoxo na agroecologia refere-se a “uma aparente contradição entre o aumento da escala de inovações de nicho para produzir mais alimentos de forma sustentável e preocupações com a perda de valores fundamentais da agroecologia no processo de sua integração e das estratégias de garantia da SAN”.

Em outras publicações, com adesão de uma acepção mais sistêmica e integrada entre agroecologia de fato e a SAN, alguns estudos se dedicam a convergir as noções de soberania alimentar e sustentabilidade econômica, social e ambiental como mote de suas discussões.

Como exemplo disso, os temas são interpostos como “agroecologia como um guia” norteador das ações de manejo dos agro ecossistemas e para os “indicadores de soberania alimentar” (REARDON; PÉREZ, 2010); a vinculação de “práticas agroecológicas para a garantia da SAN e soberania alimentar” (BOONE; TAYLOR, 2015); “agricultura familiar como movimento para implementação da agroecologia e soberania alimentar” (HOLT-GIMÉNEZ; ALTIERI, 2013); “os desafios e oportunidades de expansão da agroecologia e de agro ecossistemas alimentares”, com foco sobre os movimentos sociais, soberania e segurança alimentar (FERNANDEZ et al., 2013); estratégias que busquem o engajamento crítico de movimentos sociais “pela busca de uma definição de segurança alimentar que os beneficie lidando diretamente com conceitos e práticas de segurança alimentar e soberania alimentar social e política” (BORBA et al., 2018); estratégias para o “desenvolvimento agroecológico e segurança alimentar focando na renda de agricultores familiares” (KANGMENNAANG et al., 2017).

Para tanto, entremeando os aspectos históricos e os contextos sociais aplicados em cada estudo, todos eles têm em comum o apontamento sobre as mesmas perspectivas teóricas da agroecologia para manutenção da SAN. Tal referencial teórico pode ser exemplificado pelas seguintes indicações retiradas desses estudos:

“Agroecologia é uma ciência, um movimento e uma prática, que diz respeito à produção sustentável em uma perspectiva ecológica. Envolve um conjunto de práticas que integram princípios ecológicos, sociais e agronômicos no design e gestão de agro ecossistemas

sustentáveis. Não se concentra apenas na ausência de pesticidas, mas também em todo o processo de produção, que permite que as famílias permaneçam no país e continuem a produzir alimentos de qualidade e acessíveis” (ALTIERI, 2002).

Assim como:

“define-se a agroecologia como o manejo ecológico dos recursos naturais por meio de ação social coletiva, de natureza sistêmica, considerando a área dos agricultores, a organização comunitária e a relação das sociedades rurais articuladas em âmbito local, encontrando os sistemas de conhecimento (local, camponês e/ou indígena), portadores do potencial endógeno que permite potencializar a biodiversidade ecológica e sociocultural” (SEVILLA-GUZMÁN, 2009).

Também:

“a agroecologia tornou-se um guia no campo da agricultura

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