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Enquadramento Legal e Institucional do Estágio Profissional

CAPÍTULO II ENQUADRAMENTO PROFISSIONAL

2. Enquadramento da Prática Profissional

2.1. Contexto da Prática Profissional

2.1.1. Enquadramento Legal e Institucional do Estágio Profissional

O estágio profissional, como já descrito no ponto antecedente (2.3), apresenta-se como uma unidade curricular (UC) inserida no plano de estudos conducente ao segundo ano do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (MEEFEBS), da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), regendo-se “pelos princípios presentes na legislação constante do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro” e ainda pelo Decreto-Lei nº79/2014 de 14 de maio, tendo “como premissas a obtenção de habilitação profissional para a

docência e para o grau de Mestre.” (Batista & Queirós, 2015, p.37).

Esta UC tem como objetivo, a nossa integração, enquanto estudantes no exercício da vida profissional de uma forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam em nós, futuros docentes, um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão2. Para tal, no decorrer da mesma, realiza-se a Prática de Ensino Supervisionada (PES), que se entende como um projeto de formação do estudante e que contempla, segundo as suas normas orientadoras, três grandes áreas de desempenho, sendo elas: Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2 – Participação na Escola e Relações com a Comunidade; e por último a Área 3 – Desenvolvimento Profissional; que contribuirão de forma integral para o nosso

2 In Normas Orientadoras do Estágio Profissional do MEEFEBS da FADEUP, aprovadas no ano letivo 2017/2018

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progresso (na qualidade de estudantes estagiários) enquanto profissionais docentes, na pluralidade de funções que esta profissão incorpora.

É fundamentalmente no desempenho da Área 1, denominada como a Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem, que mais nos envolvemos neste ano de estágio. É no cumprimento desta área, através da análise dos currículos e dos programas, interpretando os seus conteúdos, finalidades e objetivos e tendo sempre em conta as caraterísticas dos nossos alunos e os recursos disponíveis, que planeamos as nossas aulas de forma a promover aprendizagens significativas nos estudantes e posteriormente avaliamos esse mesmo ensino-aprendizagem, para que assim consigamos perceber se os objetivos e finalidades que inicialmente foram traçados estão a ser cumpridos e verificar quais os aspetos a manter e a melhorar, na procura constante de um ensino-aprendizagem de excelência.

Ou seja, é nesta que se dá a conceção do ensino, onde usufruímos simultaneamente da oportunidade de colocar em prática todo o conhecimento adquirido tanto ao longo da formação, como da nossa vida, e que desenvolvemos sobretudo, novos saberes e novas competências, que nos possibilitarão a construção da profissão docente de uma forma instruída, competente e responsável.

No meu caso em particular, foi fundamental analisar o programa dos cursos profissionais, uma vez possuía um conhecimento escasso acerca do mesmo. Para poder fazer face às exigências que me estavam a ser impostas, tais como a lecionação de disciplinas de cariz exclusivamente teórico, as quais não possuía qualquer formação, e para estar à altura deste “desafio” e atingir os objetivos de ensino acima referidos, a análise deste currículo mostrou-se primordial.

A área 2, designada como a Participação na Escola e Relações com a Comunidade, diz respeito às atividades não letivas realizadas na escola que nos recebe, tendo em vista a nossa integração nessa mesma comunidade escolar3. Nós, futuros professores, devemos deixar a nossa marca nessa comunidade educativa, intervindo de forma contextualizada, cooperativa,

3 In Normas Orientadoras do EP do MEEFEBS da FADEUP, aprovadas no ano letivo 2017/2018

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responsável e inovadora, desenvolvendo, por exemplo, atividades de complemento curricular articuladas com os projetos curriculares da escola, desempenhar funções no Desporto Escolar, participar em reuniões de direção de turma ou de outro tipo de departamento e ainda, promover, pelo menos uma ação de formação que facilite não só a integração e a sociabilização dos alunos, como, também, promova sinergias com a comunidade, entre muitas outras relações que vão além do que se encontra descrito nas normas orientadoras e nos regulamentos, tais como, a relação com os funcionários e colegas docentes.

Na minha perspetiva, esta é também uma área muito importante na nossa formação enquanto futuros professores, uma vez que nos é dada a oportunidade de interagir com todos os membros daquela comunidade escolar, que de outra forma, seria improvável. Particularmente a minha contribuição no Desporto Escolar foi algo que me concedeu bastantes competências, fornecendo-me orientações e estratégias de ensino, formas de comunicar com os alunos, entre muitas outras habilitações, que me proporcionaram um grande ganho de experiência que acabou por auxiliar o meu desempenho enquanto professora de EF, na minha turma residente.

A terceira e última área, tem por nome Desenvolvimento profissional e engloba atividades e vivências importantes na construção da competência profissional, numa perspetiva do desenvolvimento do EE ao longo da vida profissional. É nesta área que cumprimos as tarefas propostas pela faculdade, e que desenvolvemos as nossas competências profissionais através da realização de vários documentos, inicialmente o Projeto de Formação Inicial e por último o Relatório de Estágio, da participação nas sessões organizadas no âmbito da UC e ainda com a realização do projeto de investigação ação, incluindo-se este num dos pontos do relatório de Estágio. Este último é algo que se pode verificar como um projeto fulcral no processo de ensino de alguns EE, auxiliando-os nesse mesmo processo, contudo no meu caso, constou apenas numa pequena análise comparativa entre o ensino profissional e o ensino dito regular, a qual não se mostrou medular para a minha prática.

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É através da comunhão entre todas estas áreas atrás mencionadas que os estudantes estagiários vão adquirindo as ferramentas, as competências, os saberes e a experiência necessários para o desempenho paradigmal da profissão docente, dando-se assim de forma gradativa a passagem de alunos para Professores de Educação Física.