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Capítulo 4 – Caracterização da Investigação

4.3 Análise da Informação Recolhida

4.3.6 Entrevista ao Sr Eng Luís Simões

Da entrevista feita ao Sr. Eng. Pedro Simões, foram obtidas informações valiosas sobre o concelho da Covilhã e que perspectivas possui uma empresa local respectivamente aos protagonistas locais e ao investimento da PT na região, o que permitiu a recolha de dados novos e encontrar padrões ou contradições com as entrevistas até ao momento revistas. Na abordagem da primeira temática, o que se consegui extrair foi que o entrevistado considera o futuro imprevisível, daí considerar que o seu optimismo é pouco fundamentado, isto apesar de denunciar algum pessimismo relativamente a alguns aspectos, ao referir que quando a situação melhorar, as coisas não voltarão a ser as mesmas e ainda que esta melhoria só

ocorrerá se aos esforços de Portugal (que se esperam bem feitos) se adicionar esforços de outros países. Nesta recuperação, considera, tal como os entrevistados anteriormente referidos, que o investimento é um elemento essencial e prioritário, avançando ainda que para que este ocorra é necessária mais eficácia e menos burocracia.

Na segunda temática, refere resumidamente que o mercado da construção civil se encontra sobredimensionado, devendo a sua actividade ter sido mais espaçada no tempo, daí a quebra actual no mercado e a reformulação obrigatória do sector (que passará por aceder a outros mercados fora de Portugal). Já na terceira temática, o entrevistado aponta que as

disparidades regionais são notórias em vários aspectos, sendo o mais imediato a

distribuição populacional (a nível de infra-estruturas não considera haver grandes diferenças, estando estas aliás, adequadas à massa crítica verificada). Apesar de afirmar que a Beira Interior não será periférica (excepto, eventualmente no rendimento per capita), identifica uma característica da região que geralmente é associada à Periferia, nomeadamente, a pouca atractividade no que diz respeito a investimentos, algo que considera aliás fruto da disparidade de desenvolvimento. Mais especificamente, sobre o concelho da Covilhã, refere que este sofre de males partilhados por todo o país, ou seja, o já referido problema de construções pouco desfasadas no tempo.

Na quarta temática, relativamente à sua empresa, a Covieng, o entrevistado salienta que a sua localização coincidiu apenas com o facto de ser natural da região e que se associou ao Parkurbis pois este incorpora um conceito muito positivo e benéfico para as empresas, sobretudo ao colmatar as suas necessidades logísticas. Avança ainda que a empresa não tem enfrentado nenhum obstáculo que mereça ser mencionado, que se encontra bem dimensionada, que tem crescido sustentadamente desde 2006 (altura em que se instalou no Parkurbis) e que tem pretensões de se internacionalizar. Ainda dentro desta temática, o entrevistado forneceu uma crítica construtiva relativamente aos principais protagonistas locais de desenvolvimento locais. Relativamente à Câmara Municipal, aponta um pormenor que é transversal a todas as autarquias do país, nomeadamente, ter feito investimentos que apesar de necessários e importantes, deveriam ter sido mais desfasados no tempo, sobre o risco de se registar um endividamento excessivo. Além disso, destaca que por vezes estes mesmos investimentos não são assim tão necessários, dando o exemplo da lógica pouco eficiente de construir um pavilhão polidesportivo em cada junta de freguesia. Quanto ao Parkurbis, aponta pormenores que encontram correspondência no que já foi referido para a autarquia (fornecendo assim informações importantes, até ao momento não verificadas nas entrevistas

revistas, excepto na crítica apontada pelo Sr. João Esgalhado). Relativamente à UBI, corrobora a opinião do Dr. Pedro Farromba, ao identificar a Universidade como uma

instituição fechada e que não se apercebe nem está virada para a sua envolvente e para

realidade que a rodeia, salientando um aspecto até ao momento não referido, nomeadamente, o problema a longo prazo de sobreposições de cursos entre instituições de ensino superior

na Beira Interior, o que representa um risco de um dia eventualmente as verbas acabarem.

Finalmente, na quinta temática abordada, obteve-se informação que indica que o entrevistado tomou conhecimento do investimento pelos meios de comunicação social, tendo reagido positivamente e ido de imediato propor (a princípio, através de contacto do Parkurbis, depois através de contactos já seus) os seus serviços de engenharia civil, uma vez que foi identificada como uma oportunidade a possibilidade de vir a desenvolver o projecto de infra-

estruturas do Data Center, tendo conseguido aproveita-la, através da sua proposta. Tal como

nas entrevistas anteriores, o Data Center é identificado como provável fonte ou polo de

desenvolvimento local, equiparando-o com aquilo que foi anteriormente feito por outros

núcleos de desenvolvimento, como o CHCB, a UBI e mais tarde a faculdade de medicina e ainda a Câmara Municipal da Covilhã, que contínua a promover desenvolvimento, sendo um exemplo perfeito disso, o ter conseguido que o investimento da PT se situasse na cidade, permanecendo aliás bastante optimista quanto ao potencial do Data Center e às oportunidades de negócio que este poderá vir a trazer no futuro para a Covieng. Ainda nesta temática, corrobora o que o Dr. Pedro Farromba afirmou, ao comentar que o fecho do aeródromo como sendo um mal necessário e essencial na atracção do investimento da PT, pois não havia outro local que estivesse disponível de imediato para construção (uma vez que conhece bem o processo). Para terminar, resta referir que o contrato com a PT não foi motivo para grandes alterações no seio da empresa e que ainda não foram consideradas hipóteses de procurar junto de outros agentes de mercado, propor oportunidades de negócio que de uma forma ou outra estivessem relacionadas com o Data Center (apenas, foram pensadas por alto).