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Envolvimento dos cidadãos no planeamento e gestão locais

4 Planeamento, Desenvolvimento e Gestão dos Espaços Verdes Urbanos

Critério 4.2 Envolvimento dos cidadãos no planeamento e gestão locais

DESCRIÇÃO

Uma das questões mais importantes na prática de planeamento das cidades europeias é encontrar formas apropriadas de envolvimento dos cidadãos no processo de decisão e no processo de planeamento e gestão. Este critério pretende investigar a existência de instrumentos efectivos de envolvimento dos cidadãos no processo de tomada de decisão conducente ao projecto e gestão da área verde.

INDICADOR 1: Existência de instrumentos e métodos eficazes de envolvimento dos cidadãos no processo de planeamento e projecto do espaço verde bem como de informação acerca do projecto

ANÁLI

S

E

Método 1:

Verificar (SIM ou NÃO) se foi adoptado algum dos seguintes instrumentos para envolver os cidadãos no processo de planeamento dos espaços verdes:

• Conferências • Workshops públicos • Exposições • Questionários • Outros: (especifique) Fontes:

• Autarquia – Divisão de Matas

• Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental

Benchmark:

SIM para todos os instrumentos

Método 2:

Verificar (SIM ou NÃO) se foi adoptado algum dos seguintes métodos para envolver os cidadãos no processo de planeamento dos espaços verdes:

• Método para manter, de forma constante e efectiva, os cidadãos informados sobre o desenvolvimento do projecto;

• Método para obtenção de reacções ao projecto, por parte dos cidadãos;

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ANÁLI

S

E

Fontes:

• Autarquia – Divisão de Matas

• Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental

Benchmark:

Foram indicadas respostas positivas para todos os aspectos.

AVALI

AÇÃO

Informação recolhida:

Não existem instrumentos ou métodos eficazes de envolvimento dos cidadãos nos processos de design ou planeamento dos espaços existentes em Monsanto. Não existe também uma tradição de participação pública na fase de desenho e planeamento dos espaços verdes, em Portugal. Contudo a população encontra, quando os projectos são apresentados à sua revelia, formas de se fazer ouvir.

Um exemplo é a recente tentativa de reestruturação do Parque Florestal de Monsanto que incluía a instalação da Feira Popular no Parque, bem como do Hipódromo do Campo Grande e o alargamento do complexo de ténis. A população das freguesias periféricas a Monsanto e da Cidade em geral, não foi ouvida neste plano de remodelação do Parque e, não concordando com o que estava planeado, organizou diversas actividades como um abaixo-assinado, um “Debate em defesa de Monsanto”, com a presença de elementos da população, técnicos ambientais, autarcas e presidentes de junta e dirigentes associativos; e as Juntas de Freguesia fizeram pressão através dos seus Boletins. Acabou por ser criada a “Plataforma por Monsanto” com bastante capacidade de fazer pressão. Um exemplo desta pressão, através dos Boletins das Juntas de Freguesia, é a frase do “Notícias de Alcântara” – “Monsanto não será retalhado porque a população não quer!”. As propostas do plano de remodelação estão ainda por implementar e a Câmara está a delinear estratégias alternativas, mais consensuais.

Aquando da elaboração do Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto houve uma apresentação pública do que seria este plano, no Palácio Marquês de Fronteira. Foi convocada para esta apresentação inicial, uma série de associações de ambiente e foi criada uma linha telefónica para apresentação de sugestões e críticas.

Disponibilidade de dados:

O Directa X Indirecta O Indisponível

AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO:

OBSERVAÇÕES:

Durante a análise deve ser feita uma avaliação crítica sobre o grau de participação dos utentes na concepção dos espaços verdes. Geralmente, quanto maior for o nível de participação dos residentes no processo de planeamento e gestão, melhor, já que as pessoas se sentirão mais responsáveis pelo espaço verde, e irão apreciá-lo muito mais.

AVALIAÇÃO:

Dos dados existentes conclui-se que não existem instrumentos ou métodos eficazes de envolvimento dos cidadãos no processo de design e planeamento deste espaço verde ou de informação acerca dos projectos.

1 2 3 4 5 4.2 Envolvimento dos cidadãos no

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Critério 4.3 Sentido de comunidade

DESCRIÇÃO

O sentido de pertença confere maior segurança a um espaço verde porque os utilizadores se sentem responsáveis pela participação no planeamento, desenvolvimento e gestão do espaço. Os espaços verdes urbanos são concebidos para as pessoas e a gestão do espaço deve encorajar a interacção entre este e os seus utentes. Um elevado sentido de pertença por parte da comunidade demonstra que o espaço é importante para os seus utilizadores bem como para o governo local.

INDICADOR 1: Relação estabelecida entre os residentes e o espaço verde

ANÁLI

S

E

Método:

Questionário aos residentes na zona do espaço verde, englobando os utentes do espaço e aos não utentes (preferencialmente em casa).

Questão a colocar aos residentes no local:

Sente, como membro da comunidade, que tem sobre este espaço algum controle ou influência? (SIM ou NÃO)

Acha que as autoridades locais compreendem as suas necessidades? (SIM ou NÃO) O nível de aceitação pode ser medido pelo peso relativo (%) de respostas SIM ou NÃO.

Benchmark:

Mínimo - 51% de respostas SIM às questões.

Bom nível – 70% ou mais de respostas SIM às questões.

AVALI

AÇÃO

Informação recolhida:

As formas de participação pública, que permitem incrementar o sentido de pertença das populações em relação ao espaço verde em questão, funcionam mal ou não funcionam de todo.

Perante uma série de propostas, com alguma ousadia, para este espaço, por parte da Câmara Municipal, a Associação Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana lançou um abaixo-assinado para salvaguarda do Parque de Monsanto.

AVALI

AÇÃO

O Parque Florestal criou um “Livro de visitas da divisão de matas do Parque de Monsanto”, na Internet, em que os utentes podem dar as suas opiniões sobre o Parque e apresentar propostas.

Das respostas aos questionários obtiveram-se os seguintes dados:

• 67% dos utentes não sentem ter algum controlo ou influência sobre este espaço. • 48,4% dos utentes considera que as autoridades locais compreendem as suas

necessidades e

• 40,7% considera que as suas necessidades não são compreendidas pelas autoridades. Desta forma os benchmarks não são atingidos para este indicador.

Disponibilidade de dados:

O Directa X Indirecta O Indisponível

Observações:

As formas de participação pública, que permitem incrementar o sentido de pertença das populações em relação ao espaço verde em questão, funcionam mal ou não funcionam de todo.

Contudo, perante decisões tomadas à revelia dos cidadãos, estes são capazes de se mobilizar para fazer valer as suas aspirações.

AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO:

OBSERVAÇÕES:

Nesta análise as respostas revelam a atitude da comunidade local em relação ao espaço verde, como um espaço público. Os residentes deverão sentir que controlam o espaço e que as suas necessidades são compreendidas.

AVALIAÇÃO:

Da avaliação deste critério resulta que o sentido de comunidade dos seus utentes não é muito forte, apesar deste espaço desempenhar um papel importante nos seus momentos de lazer. Não existe praticamente nenhuma oportunidade de participação no planeamento e gestão deste espaço e as formas de participação existentes são desconhecidas ou tidas como ineficazes. Esta questão deveria ser encarada com especial cuidado por parte da autarquia e da Junta de Freguesia, nomeadamente no âmbito do processo da Agenda Local 21.

1 2 3 4 5 4.3 Sentido de comunidade

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Critério 4.4 Inclusão nos planos da Agenda 21

DESCRIÇÃO

No art.28 da Agenda 21, as autoridades locais são convidadas a definir e adoptar acções locais para a implementação de processos de desenvolvimento sustentável em colaboração com outros sectores da sociedade. A adopção da Agenda 21, passa pela assinatura da Campanha Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis e da Carta de Aalborg. A estrutura verde urbana, desempenha um importante papel no processo de desenvolvimento sustentável urbano.

INDICADOR: Inclusão do espaço verde no programa de gestão de áreas verdes ligado à Agenda 21

ANÁLI

S

E

Método:

• O município adoptou uma Agenda Local 21 para implementar um processo de desenvolvimento sustentável?

• Estão as áreas verdes urbanas, incluídas nos planos de Agenda Local 21?

• Existe informação recolhida e acessível ao público acerca dos espaços verdes urbanos da cidade?

• É possível conhecer o número de cidadãos que participaram no processo de Agenda 21? Fontes: • Publicações • CML Benchmark: Respostas positivas AVALI AÇÃO Informação recolhida:

A Agenda 21 local da cidade de Lisboa no momento actual, não passou da fase de diagnóstico.

Disponibilidade de dados:

O Directa X Indirecta O Indisponível Observações:

A situação de Portugal quanto à implementação da Agenda, foi reconhecida pelo Ministério do Ambiente como de incumprimento, desde 1993, quando na Cimeira da Terra se definiram estes instrumentos de gestão e participação local.

Actualmente apenas 5% dos municípios portugueses (entre 15 a 20) tem agendas 21 locais. In: Jornal Público 26.01.2005

Fórum AGENDA 21 local 25 e 26 Janeiro em Sintra

AVALI

AÇÃO

O conhecimento dos autarcas portugueses sobre este documento pode ser observado nos resultados obtidos por um inquérito realizado junto dos presidentes de câmara de cerca de 29% dos municípios nacionais, pelo grupo de investigação OBSERVA/ISCTE, em Julho de 2004, intitulado “Os primeiros autarcas do Século XXI – Novas estratégias ambientais?” :

“Para apenas 9,8% dos inquiridos uma A21L corresponde à definição dada pelo ICLEI (International Council for local Environmental Initiatives), que a define como: processo participativo e integrador dos vários grupos de interesse da comunidade, que almeja as metas da Agenda 21 ao nível local através da preparação e da implementação de um plano estratégico de longo prazo, que procura dar resposta às preocupações e às prioridades identificadas a nível local na área do desenvolvimento sustentável.”

Perto de 44% dos inquiridos revelou total desconhecimento de matéria: 31,7% não conheciam o termo ou não responderam e 12,2% deram uma resposta ambígua ou pouco clara.

In: Os primeiros autarcas do século XXI – Novas estratégias ambientais? (Nave 2004)

AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO:

AVALIAÇÃO:

Não existe uma Agenda 21 Local para Lisboa, o que exclui a possibilidade deste espaço verde estar nesta incluído, e implica uma avaliação negativa do indicador.

1 2 3 4 5 4.4 Inclusão nos planos da Agenda

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Critério 4.5 - Integração do planeamento do espaço verde noutros tipos de planos

DESCRIÇÃO

Este critério verifica a coordenação existente entre o planeamento dos espaços verdes e outros sectores de planeamento. É importante que existam relações entre as diferentes autoridades de planeamento, no decorrer dos processos de planeamento, de forma a coordenar os vários objectivos e acções.

INDICADOR: Coordenação entre o desenvolvimento do espaço verde e outros planos

ANÁLI

S

E

Método:

Verificar (Sim ou Não) se algum dos seguintes planos tem impacte no desenvolvimento e uso dos espaços verdes:

• Planos de tráfego; • Planos de protecção civil; • PDM;

• Planos de ruído; • Plano de drenagem; • Outros.

Fontes:

• Direcção Geral Saúde • Site: CML

Benchmark:

AVALI

AÇÃO

Informação recolhida:

Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML)

O Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML)

foi aprovado pelo Governo a 7 de Fevereiro de 2002, após mais de uma década de processo.

AVALI

AÇÃO

O plano visa três objectivos políticos fundamentais:

- Contenção da expansão urbanística na Área Metropolitana de Lisboa, principalmente sobre o litoral e áreas de maior valor ambiental;

- Diversificação das centralidades na estruturação urbana, com a reorganização do sistema metropolitano de transportes;

- Salvaguarda de uma estrutura ecológica da região, e a promoção da qualificação urbana, nomeadamente das áreas da periferia.

A Rede Ecológica Metropolitana (REM) é composta pelas redes principais e secundária. Na primeira, são fundamentais os núcleos da Serra de Sintra e litoral de Colares e Cascais, dos estuários do Tejo e do Sado, da Serra da Arrábida /Cabo Espichel, das Matas de Sesimbra e Lagoa de Albufeira. Os corredores estruturantes primários, além de uma ligação entre os vários sistemas ecológicos, representam espaços de desafogo e descompressão do sistema urbano. A rede secundária, com os respectivos corredores de ligação, visa salvaguardar zonas de interesse ecológico que podem resolver carências e rematar sistemas urbanos próximos. Por fim, as “áreas e ligações/corredores vitais” em espaços urbanos desordenados, devem servir para a concretização de zonas públicas, de lazer e recreio.

In: Sebastião L. Planos Directores Municipais incompatíveis com Plano Regional - Ecosfera /Jornal Público 02/04/2002 Os pareceres das principais Organizações ambientalistas sobre a Rede Ecológica Metropolitana definida no PROTAML são positivos, tendo a Quercus, referido:

“O plano prevê zonas de protecção e um conjunto de corredores que possibilitam o fluxo genético e a manutenção da biodiversidade de Lisboa.”

O GEOTA, acrescenta: “O plano proposto apresenta várias orientações que de há muito são exigidas pela comunidade académica e pelo movimento ambientalista, das quais: - O conceito de corredor ecológico, entendido como instrumento de ligação entre sistemas ecológicos, como área de ocorrência de fenómenos naturais ligados à circulação do ar e da água e como espaço de desafogo e descompressão do próprio sistema urbano;

- A protecção de vales e das baixas aluvionares com a respectiva integração na Rede Ecológica Metropolitana;

- A estabilização das áreas e actividades agrícolas e florestais a Área Metropolitana de Lisboa;

- A adopção de medidas de gestão racional e sustentável do litoral com inequívoco respeito pelos seus valores naturais e paisagísticos;

- O aprofundamento do conhecimento científico dos principais ecossistemas metropolitanos. “

Os principais condicionalismos do PROTAML, são os conflitos entre os PDM em vigor, sendo necessário que ocorram algumas alterações dos planos directores de ordenamento. Dos 19 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa foram identificados 13 propostas municipais de ocupação do solo que contrariam a Rede Ecológica Metropolitana.

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AVALI

AÇÃO

SMIG-AML: Existe no formato digital toda a informação das condicionantes REN e RAN dos 18 concelhos da AML, que permite numa primeira análise verificar a continuidade e descontinuidade inter-municipais das redes de áreas sensíveis e de áreas agrícolas e/ou potencialidades com potencialidades agrícolas.

“a implementação de uma Rede Ecológica Urbana não é compatível com o disposto na maioria dos Planos Directores Municipais. (…) A revisão dos Planos Directores Municipais é indispensável no sentido de delimitar a Estrutura Ecologia

Municipal, nas suas componentes Fundamental e Urbana. Para esta estrutura, os regimes REN e RAN contribuirão com os princípios que o interesse Nacional exige, o que implica a revisão dos diplomas existentes (..) no sentido de corrigir erros que três décadas de aplicação revelaram e aconselham. “

In: Magalhães, M. 2004. Área metropolitana de Lisboa. Cidade-Região. Revista Metrópoles Plano Drenagem

O primeiro Plano de Drenagem de Lisboa, surge no final de 2004, considerando a autarquia, ser de maior importância por “permitir que as intervenções nas redes de saneamento deixem de ser feitas de forma casuística e passem a realizar-se de forma planeada e sustentada, com benefícios para a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e para o Ambiente.”

Plano Nacional Saúde

O Plano Nacional de Saúde, é um documento estratégico, que define e orienta as acções a implementar para promover a saúde dos portugueses. Agrega os debates necessários sobre a saúde, e orienta as actividades das instituições do Ministério da Saúde a nível nacional e nas regiões, e também da sociedade civil.

A concretização do Plano Nacional de Saúde passa pela implementação gradual dos diversos Programas de índole nacional, em número de 40.

Ainda em fase de preparação encontra-se o Plano Nacional de Saúde Ambiental.

Um aspecto referido como, particularmente importante para assegurar a execução do Plano é o diálogo intersectorial numa perspectiva de coordenação de acções que contribuam para a prossecução de objectivos de saúde através de outras políticas internas como a agrícola, a ambiental ou a educacional.

Contudo a saúde ambiental que compreende os aspectos da saúde humana (incluindo a qualidade de vida) que são determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos do ambiente, não é ainda uma prioridade deste Plano.

AVALI

AÇÃO

Por outro lado, admite-se que: “ a ausência de uma clara definição das opções sobre as respostas adequadas aos problemas de saúde ambiental, acompanhada de insuficiente conhecimento a nível de conceitos, metodologias e objectivos, explica algumas dificuldades no desenvolvimento desta área de intervenção em saúde pública e exige a elaboração de uma estratégia intersectorial no âmbito do ambiente e saúde, com vista a dotar o País de um instrumento de referência para a avaliação de ganhos na saúde decorrentes dos determinantes relacionadas com o ambiente, e a poder responder aos compromissos que têm vindo a ser assumidos desde 1994, no âmbito das Conferências Ministeriais “Ambiente e Saúde” da OMS. O desenvolvimento de um Programa Nacional de Saúde Ambiental deverá ser uma prioridade da DGS, em consonância com outros organismos do Estado e com instituições não governamentais relevantes.”

In: Plano Nacional Saúde 2004/2010. Prioridades Vol. I. Ministério da Saúde. Direcção Geral de Saúde. Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis O município de Lisboa é associado da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, e como tal partilha dos seus objectivos: Promover a saúde e a qualidade de vida das comunidades que representam.

Objectivo geral:

A RPCS tem como objectivo geral, influenciar as políticas públicas, transversalmente, através de medidas que visem a adopção de comportamentos saudáveis por parte dos cidadãos portugueses.

“Os comportamentos saudáveis de uma população são estimulados através de todas as políticas e acções que têm como finalidade atingir as qualidades que a OMS definiu com necessárias para uma Cidade Saudável:”

- Um ambiente físico de alta qualidade, limpo e seguro (incluindo a qualidade de habitação):

- Um ecossistema que seja estável no presente e que se mantenha a longo prazo.

Este objectivo concretizar-se-á através da divulgação e promoção a nível nacional do Projecto Cidades Saudáveis e dos conceitos que o sustentam, designadamente, a abordagem holistica da saúde e a importância dos condicionantes sociais da saúde na melhoria da qualidade de vida.

Os espaços verdes são responsáveis pela melhoria da qualidade do meio ambiente urbano, pelas inúmeras funções ambientais que desempenham. Para além das funções reguladoras e psicológicas, os espaços verdes constituem, quando estratégica e continuamente planeados e desenhados, um percurso opcional para deslocação no meio urbano.

A qualidade do ambiente urbano, é um importante factor de saúde para os habitantes das cidades, e o tráfego automóvel um dos principais responsáveis da sua degradação.

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AVALI

AÇÃO

Uma política de saúde deve deste modo, incidir numa política de transporte e mobilidade urbana, que deve contrariar o actual sistema que privilegia o uso do transporte individual e dar a possibilidade de outras formas de mobilidade mais saudáveis e mais económicas. Para além dos problemas que o congestionamento do tráfego representa para a qualidade do ar, e logo para a saúde pública, a presença de automóveis em excesso trás infelizmente outros efeitos negativos, como sejam:

- Aumento do número de acidentes; - Aumento do ruído;

- Intrusão na paisagem;

- Ocupação excessiva do espaço;

- Preenchimento dos locais destinados aos peões;

- Diminuição da velocidade de deslocação dos automóveis e dos transportes públicos.” In: Magalhães (1996) Plano Mobilidade – Corredores Verdes

No site da Câmara não há referência a planos de mobilidade, e todos os estudos encontrados sobre mobilidade na cidade de Lisboa, não estão interligados com o planeamento de corredores verdes.

Um grupo de estudo do Instituto Superior de Agronomia, liderado pela Professora Manuela Raposo Magalhães, realizou um estudo sobre a multifuncionalidade dos corredores verdes, e entre estas a mobilidade urbana. Pela mesma equipa, foi elaborado um estudo de ciclovias para a cidade de Lisboa, mas não se verificou até ao actual momento interesse pela Câmara em implementar este projecto. Sabe-se no entanto que municípios da AML, como Almada e Loures encomendaram e pretendem implementar um sistema de ciclovias.

“A Estrutura Ecológica deverá ainda ser suporte de nova mobilidade saudável. Percursos onde se possa andar a pé, de patins, de bicicleta ou qualquer outro transporte não poluente permitindo em complementaridade com os transportes públicos, reduzir o tempo gasto nos percursos quotidianos entre a casa e o emprego, de modo mais saudável.”

In: Magalhães, M. 2004. Área metropolitana de Lisboa. Cidade-Região. Revista Metrópoles Os corredores verdes acrescentam às funções ecológicas, funções ligadas ao lazer e ao recreio, onde se incluem a circulação de peões e bicicletas, contribuindo fortemente para a saúde dos citadinos.

“Os corredores verdes correspondem à noção de um percurso, que pode ser uma estrada,