3 Usos dos Espaços Verdes Urbanos
Critério 3.5 Estratégias de vida
264 DESCRIÇÃO
O objectivo deste critério é recolher informação sobre as estratégias dos utentes no que respeita ao uso de espaço verde. O uso dos espaços verdes depende muito das estratégias de vida da sociedade local. Ao fornecer oportunidades e escolha de espaços, os utentes podem livremente desenvolver estratégias que lhes permitam usufruir melhor desse espaço. O uso não deve estar comprometido por falta de espaços ou dificuldades de acesso. Este critério relaciona-se estreitamente com outros como necessidades recreativas diárias (3.3), inclusão social (3.6).
INDICADOR 1: Nível de socialização durante a utilização do espaço
ANÁLI
S
E
Método:
Pode obter-se informação através de observações no local e questionários aos utentes. Durante a observação no local deve registar-se a presença de pessoas no local sozinhas e acompanhadas. Registar igualmente, se possível, a idade e sexo dos utentes de ambos os grupos. Combinar estes resultados com a aplicação de questionários. O questionário deve ser levado a cabo no local, entre as pessoas que usam o espaço.
Perguntas aos utentes
- Com quem frequenta, habitualmente, este espaço verde?
Sozinho/sozinho com cão/ com um amigo ou colega/ com as suas crianças/ com um parceiro/ como parte de um grupo/ como parte dum evento organizado
Fontes:
• Questionários • Observação directa
Benchmark:
Os dados descrevem padrões de uso pelo que não é possível estabelecer um benchmark para este indicador. Contudo todos os tipos de utentes devem estar representados e não deverá existir um sobre-utilização de utentes com cão. O ideal será que nenhuma classe tenha uma representação inferior a 10% e superior a 25%.
AVALI
AÇÃO
Informação recolhida:
De acordo com as respostas aos questionários constatou-se que cerca de • 62,2% vêm com crianças (categoria muito significativa), • 13,2% com um companheiro,
• 11,3% como parte de um grupo,
• 7,5% com um amigo ou colega (categoria pouco significativa)
• 3,8% como parte de um evento organizado (categoria pouco significativa) e • 1,8% dos utentes vêm sozinhos (categoria pouco significativa).
Podemos concluir, com estas dados, que não há uma sobre-representação do grupo de pessoas que vem passear o cão.
Relativamente aos espaços verdes existentes nas zonas residenciais observamos uma alteração significativa de hábitos de frequência com uma redução drástica do número de pessoas que vêm sozinhas ou com o cão e um aumento muito significativo dos utentes que aqui vêm com crianças. Há mesmo uma sobre-representação deste tipo de utilização.
Disponibilidade de dados:
X Directa X Indirecta O Indisponível
Observações:
Com base no questionário deve ser feita uma análise que expresse a proporção (em percentagem) dos diferentes níveis de socialização em relação ao número total de respostas. Acima de 25% considera-se a categoria muito significativa, abaixo de 10% pouco significativa.
É de notar que os utentes do espaço devem ser livres de escolher com quem o querem usar e não se pode julgar a sua opção.
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ANÁLI
S
E
Método:
Questionário aos utentes do espaço, feito no local. Perguntas aos utentes:
Quando é que frequenta este local?
• Antes do trabalho • Depois do trabalho • À hora de almoço • Durante o dia • Só aos fins-de-semana • No caminho para outros locais
Com base no questionário deve fazer-se uma análise que exprima a proporção (em percentagem) dos diferentes tipos de rotinas diárias/semanais associadas ao uso do espaço, com o total das respostas. Com mais de 25% a categoria deve ser considerada muito significativa, abaixo de 10% pouco significativa.
Fontes:
• Questionários Benchmark:
Os dados descrevem padrões de uso pelo que não é possível estabelecer um benchmark para este indicador. No entanto é desejável que haja uma utilização uniforme ao longo do dia.
Através das diferentes percentagens obtidas pode apontar-se uma tendência dos períodos do dia/semana preferidos. Idealmente um parque deve dar oportunidades aos diferentes grupos sociais, de modo a que possa ser frequentado em todas as alturas (e.g. os reformados e as mães com crianças durante o dia, crianças em idade escolar à tarde, jovens à noite, pessoas que trabalham durante a hora de almoço e depois do trabalho.
AVALI
AÇÃO
Informação recolhida:
Dos questionários elaborados obtiveram-se as seguintes respostas: • 70,3% dos inquiridos frequenta o espaço durante o dia, • 1,8% antes do trabalho,
• 9,9% à hora do almoço, • 4,5% aos fins-de-semana, • 2,7% depois do trabalho e
• 5,4% no caminho para outros locais
AVALI
AÇÃO
Destes dados conclui-se que a utilização, ao longo do dia e associada às restantes actividades diárias, é relativamente uniforme. Observa-se uma redução muito significativa, relativamente aos jardins integrados em zonas residenciais, da frequência do espaço antes da hora de trabalho, o que se fica certamente a dever à distância que separa este Parque Florestal das zonas de comércio e serviços.
Disponibilidade de dados:
O Directa X Indirecta O Indisponível
Observações:
A forma como esta questão é colocada não permite conhecer, com precisão, os ritmos de utilização dos seus utentes, na medida em que confunde a utilização “ao fim-de-semana” e “durante a semana” com outras respostas como “durante o dia” ou “depois do trabalho”, já que estas não são opções que se excluam mutuamente mas podem ser ambas verdadeiras. Propõe-se, em próximas avaliações, que estas diferentes opções de resposta não sejam postas em alternativa uma às outras, mas sejam antes colocadas em momentos diferentes do questionário.
INDICADOR 3: Importância do espaço verde nas actividades de lazer da população local
ANÁLI
S
E
Método:
Questionário feito no local aos utentes do espaço, focando a importância do espaço verde nas actividades de lazer da população. Sugere-se o mesmo método definido para o critério 2.6 (Valor estético, Indicador 2).
Perguntas aos utentes:
- Qual a importância deste local nas suas actividades de lazer?
- Como quantifica o seu grau de satisfação com este espaço para as suas actividades de lazer?
As respostas a ambas as questões devem situar-se entre os níveis 1 e 5. (1 – Não importante; 5 – Muito importante). Pode obter-se um valor expressando os resultados do nível 5 (totalmente satisfeito) como percentagem do total da amostra.
Fontes:
• Questionários Benchmark:
Os inquiridos expressam satisfação com o local através duma pontuação mínima de 51% nível 5, e 70% ao nível 5 indica muito satisfatório
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AVALI
AÇÃO
Informação recolhida:
Do questionário efectuado podem retirar-se os seguintes dados, relativamente à importância do espaço nas actividades de lazer dos seus utentes:
• para 1,1% destes inquiridos esta importância é nula, • para 7,7%, reduzida,
• para 29,7% dos inquiridos, o espaço tem alguma importância nas suas actividades de lazer,
• para 39,6% tem uma importância significativa e
• para 17,6% dos inquiridos, uma importância muito significativa.
Destes dados resulta que, para a maioria dos utentes, o jardim tem uma importância significativa. Desta forma o benchmark não é atingido.
Disponibilidade de dados:
O Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO:
OBSERVAÇÕES:
Como resultado da análise deve avaliar-se o papel e a importância do espaço verde nas estratégias de vida da sociedade local. Deve também analisar-se se o uso actual do espaço oferece aos utentes oportunidades suficientes para a socialização e até que ponto a visita ao local faz parte da sua rotina diária.
AVALIAÇÃO:
Dos dados recolhidos pode concluir-se que este parque é maioritariamente utilizado por um grupo muito definido de utentes que são os pais com os seus filhos e que vêm fazer uso dos diversos parques infantis. Devido à acessibilidade mais reduzida vêm maioritariamente por mais de uma hora, durante o fim-de-semana e durante o dia.
Não é um espaço de encontro casual de amigos devido à reduzida acessibilidade embora muitos dos utentes aqui se desloquem em grupos.
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