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3 CARACTERIZAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES DE

3.2 EPAGRI: ORIGEM E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Uma ampla reforma do serviço público agrícola, implantada pelo governo do Estado de Santa Catarina no início da década de 1990, resultou, segundo Oliveira (2005), na unificação dos serviços de pesquisa agropecuária, de extensão rural, pesqueira e apícola. Surgiu a Epagri, criada pela Lei estadual n° 8.245, de 18 de abril de 1991. Até então, a pesquisa era desenvolvida pela Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária S.A. (Empasc); os serviços de extensão rural, pela Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina (Acaresc) e de extensão pesqueira, pela Associação de Crédito e Assistência Pesqueira de Santa Catarina (Acarpesc), além do serviço de fomento apícola a cargo do Instituto de Apicultura de Santa Catarina (IASC).

O objetivo da incorporação desses serviços a uma única instituição, conforme Epagri (2009), foi racionalizar recursos e atividades, aproximar mais os trabalhos de pesquisadores e extensionistas em busca de reflexos positivos para o produtor rural. O art. 99 da Lei, que criou a Empresa, a constituiu como sociedade de economia mista, com personalidade jurídica de direito privado, sob a forma de sociedade por ações, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, integrante da Administração Indireta do Estado de Santa Catarina. Em 22 de junho de 2005, a Empresa incorporou, também, o Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Instituto Cepa/SC). Na mesma data, a assembléia de acionistas aprovou a transformação da Epagri em empresa pública.

Faz parte da estrutura organizacional da Epagri (Figura 3.2), em nível político-estratégico, a sede administrativa, integrada por órgãos deliberativos e de fiscalização; a diretoria executiva; as gerências estaduais e as assessorias sediadas em Florianópolis (SC), que respondem pela formulação de políticas, diretrizes e estratégias; pelo estabelecimento de prioridades; pela análise da gestão econômico- financeira; pela coordenação, avaliação, suporte institucional e articulação interinstitucional. As gerências estaduais, diretamente subordinadas à Diretoria Executiva, têm a função de elaborar a programação de acordo com a missão e o plano anual de trabalho da Empresa; supervisionar as atividades desenvolvidas pelas gerências regionais, prestando-lhes assistência técnica quando necessária. Portanto a função da Gerência Técnica (GTE) é acompanhar, apoiar e avaliar a

execução dos projetos e atividades previstos no plano anual de trabalho; promover a articulação entre as Unidades Gerenciais e os coordenadores de projetos.

Figura 3.2 – Estrutura organizacional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A (Epagri)

Fonte: Epagri (2009).

À Gerência de Administração e Finanças (GAF) cabe a gestão financeira, desde o planejamento até a prestação de contas, e a aquisição e gestão de materiais e serviços. Compete à Gerência de Gestão de Pessoas (GGP) propor, coordenar e executar a política de recursos humanos da Empresa. A Gerência de Marketing e Comunicação (GMC) tem a função de criar, produzir, gerir e avaliar a comunicação social, o marketing, as relações públicas da Empresa. À Gerência de Informações (GIN) cabe elaborar, coordenar e implementar políticas de informática da Empresa e administrar um Sistema de Informações Gerenciais e aplicativos para dotarem a Empresa de informações estratégicas, gerenciais e operacionais, além de manter uma rede de comunicação rápida e eficaz. Finalmente, a Gerência de Captação de Recursos e Articulação Institucional (GCRAI) tem a função de captar recursos, negócios tecnológicos e consultoria institucional por meio de cooperação/articulação com instituições parceiras (nacional e internacional).

3.2.1 Missão, objetivos e estrutura de pesquisa e extensão da Epagri A Epagri tem como missão gerar conhecimento, tecnologia e extensão para o desenvolvimento sustentável do meio rural em benefício da sociedade; como objetivos: promover a preservação, recuperação, conservação e utilização sustentável dos recursos naturais; buscar a competitividade da agricultura catarinense frente a mercados globalizados, adequando os produtos às exigências dos consumidores; promover a melhoria da qualidade de vida do meio rural e pesqueiro (EPAGRI, 2006a). Para cumprir a missão e atingir os objetivos, é dotada de uma estrutura física, que, conforme Epagri (2006b), inclui Pesquisa e Extensão, composta pelas 27 gerências regionais, que administram, de forma direta, 293 escritórios municipais, estrategicamente distribuídos pelo Estado. O componente “pesquisa” é constituído por quatorze Unidades de pesquisa, sendo nove Estações Experimentais e cinco Centros de Pesquisa, responsáveis pela execução da pesquisa na Empresa. A duas dessas Estações Experimentais estão ainda ligados dois Campos experimentais.

O suporte à pesquisa é constituído pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola – CEPA; pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia – CIRAM; pelo Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca – CEDAP; pelo Centro de Pesquisa e Extensão Apícola – CEPEA, localizados em Florianópolis, e pelo Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar – CEPAF, em Chapecó. Além disso, nas Unidades de pesquisa, existe um suporte de 53 laboratórios e três Unidades de beneficiamento de sementes. Outro componente interessante, ligado à Extensão, é a formação profissional por meio de cursos profissionalizantes para diversas áreas. A Empresa possui doze excelentes Centros de Treinamento espalhados pelo interior do Estado de Santa Catarina, que, pela sua organização e estrutura, lhe concedem um diferencial das instituições de pesquisa agropecuária da América Latina. São unidades didáticas equipadas com salas de aula, refeitórios e alojamentos para promover a formação de produtores, técnicos e outros interessados, ligados à atividade agrícola, cujos treinamentos são baseados no lema “aprender a fazer, fazendo”.

O planejamento e a programação de pesquisa ocorrem anualmente, no primeiro semestre, em reuniões com a participação de produtores e técnicos. Nelas são apresentados e discutidos resultados já obtidos, as estratégias para divulgá-los e a programação para o próximo período. As prioridades na Empresa são definidas, considerando-se as

capacidades físicas e orçamentárias de cada unidade e da instituição como um todo. A última programação da Empresa, conforme Epagri (2006a), que se estendeu até 2008, era constituída de cinco programas finalísticos, com 29 projetos e um Programa institucional (Gestão e desenvolvimento organizacional), com seis projetos institucionais.

Os cinco programas finalísticos (Desenvolvimento local; Horticultura; Plantas de lavouras; Produção Animal; e Recursos ambientais) destinam-se à produção de tecnologias, produtos e serviços para atendimento aos agricultores e famílias rurais. Os recursos humanos da Empresa constam de 2.149 empregados: 449 agentes administrativos; 427 agentes de apoio técnico; 462 agentes técnicos de nível médio e 811 agentes técnicos de nível superior. Dos agentes técnicos de nível superior, que são os pesquisadores e extensionistas, 63 são doutores; 201 são mestres; 219 são especialistas e 328 são graduados com variados campos de especialização e atuação.

3.3 INIA: ORIGEM E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL,