• Nenhum resultado encontrado

3 CARACTERIZAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES DE

3.4 ARS: ORIGEM E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO

3.4.1 Missão, visão e objetivos do ARS, Estados Unidos

A atividade de pesquisa começa com um planejamento estratégico para um horizonte de cinco anos, com avaliação anual. Essa atividade dá origem ao documento orientador da instituição denominado Plano Estratégico, no qual constam a missão, a visão da organização, os programas de pesquisa, os objetivos, as metas e as diretrizes para o período. No fim do ciclo de cinco anos do plano estratégico, as equipes de programas nacionais avaliam cada programa e começam a planejar o próximo ciclo de cinco anos. O atual Plano Estratégico cobre, segundo ARS (2007), o período 2006-2011. Assinala, ainda, que um dos principais objetivos desse plano é satisfazer as necessidades dos clientes e sustentar a missão do USDA, portanto, às vezes, certos aspectos são

modificados por ocasião da avaliação anual em razão de algumas circunstâncias. Durante o planejamento estratégico, são realizados vários seminários nacionais e oficinas em que se solicitam informações e visões não somente de investigadores, mas também de clientes, parceiros e especialistas para ajudar a identificar os problemas e assuntos que podem ser tratados. O resultado é um plano de ação detalhado e público.

Sua missão é desenvolver pesquisas e transferir soluções para os problemas agrícolas de elevada prioridade nacional, fornecer acesso e disseminar informações para: (i) assegurar a alta qualidade dos alimentos e de outros produtos agrícolas; (ii) avaliar as necessidades nutricionais dos americanos; (iii) sustentar uma economia agrícola competitiva; (iv) aumentar a base de recursos natural e ambiental; (v) fornecer oportunidades econômicas para cidadãos rurais, comunidades, e a sociedade em geral. Por outro lado, a visão do ARS é conduzir a América para um futuro melhor com a pesquisa agrícola e a informação. No Plano Estratégico 2006-2011 constam 21 programas nacionais com 1.200 projetos de pesquisa incluídos, executados em 100 locais de pesquisa, incluindo alguns em outros países, apoiados por um orçamento de 1,1 bilhão de dólares no ano fiscal 2009. Para alguns desses programas há necessidade de definir e articular sua extensão com a colaboração de clientes, especialistas e cientistas do ARS, cuja execução cabe a Equipes de pesquisadores de Programas Nacionais (National Program Teams - NPT).

Para alcançar esses objetivos e cumprir sua missão, o ARS, além de outras atividades, identifica problemas críticos que afetam a agricultura americana; planeja e executa as estratégias necessárias para atacar esses problemas. Para isso mobiliza recursos (humanos e financeiros); promove pesquisa multidisciplinar; liga pesquisa a objetivos de programas e de políticas; comunica e interage com clientes, especialistas e parceiros para assegurar a relevância dos programas. Para isso conta com uma força de trabalho constituída por uma equipe multidisciplinar de 2.100 pesquisadores (cientistas), que representa uma extensa gama de disciplinas, e mais 6.000 outros empregados.

O estudo das quatro organizações de pesquisa agropecuária, abordado neste capítulo, permitiu compreender melhor a semelhança entre essas instituições quanto à estrutura organizacional, distribuição espacial das unidades de pesquisa, equipes de pesquisadores, de outros funcionários e modelos de gestão. Alguns fatores, como a experiência das instituições mais antigas, como o INIA, criado em 1907, que passou por várias transformações e o ARS, criado em 1953, por exemplo,

podem ter contribuído para tal similaridade. Por outro lado, o fato de serem instituições oficiais, provavelmente, deve ter influenciado outros governos a seguirem praticamente a mesma orientação nas organizações de pesquisa agropecuária que criaram. As pequenas diferenças verificadas devem-se, provavelmente, a realidades culturais e à natural evolução da atividade.

No capítulo seguinte, serão apresentados os procedimentos metodológicos, em que se faz referência às diversas fases da pesquisa, mas aborda-se, com mais detalhes, os referentes à pesquisa de campo para adequar o modelo preliminar construído com base nos fundamentos teóricos e no estudo das instituições de pesquisa agropecuária. Serão exibidos, aí, o delineamento, os métodos e os instrumentos utilizados na pesquisa de campo, o tratamento e as análises dos dados.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Muito se tem escrito sobre pesquisa como busca ou indagação para se conhecer algum fenômeno, fazer novas descobertas, evoluir ou melhorar o que já existe. Só a busca ou indagação, entretanto, nem sempre é suficiente. Em geral, é necessário recorrer a métodos que possibilitem extrair dos dados levantados o significado que eles de fato expressam a fim de dar a efetiva consistência indispensável à credibilidade da pesquisa realizada. Uma das funções do método científico é conferir confiabilidade aos resultados obtidos nas pesquisas. Para Marconi e Lakatos (2008), ele serve de base para se definir as diretrizes e orientações de como desenvolver um trabalho de pesquisa, escolher as técnicas a serem empregadas, a sequência das atividades, etc.

A metodologia de pesquisa, segundo Rudio (2001), torna-se indispensável para realçar a qualidade e a confiabilidade dos resultados da pesquisa científica. Por outro lado, Oliveira (2003) declara que o método científico pressupõe que uma pesquisa tenha três fases: investigação, intervenção e avaliação, que completam o ciclo de produção do conhecimento científico. A investigação corresponde à fundamentação teórica e metodológica do fenômeno analisado; a intervenção constitui-se na etapa de alteração da condição do fenômeno investigado e descrito; a avaliação se ocupa em discutir os resultados da intervenção realizada.

Nesta pesquisa, a investigação ocorreu em dois momentos: no primeiro, por revisão bibliográfica, que é a base da fundamentação teórica, objeto do Capítulo 2 e pelo estudo de quatro instituições de pesquisa agropecuária, caracterizadas no Capítulo 3. Os assuntos estudados nesses dois capítulos deram elementos para a construção de um modelo preliminar teórico de gestão do conhecimento. O segundo, cuja metodologia é detalhada mais adiante, constou de uma pesquisa de campo junto a gestores e pesquisadores de uma instituição de pesquisa agropecuária a fim de serem detectados elementos úteis para realizar os ajustes necessários à adequação do modelo preliminar teórico acima referido. A intervenção foi dividida em duas etapas. Na primeira, em decorrência da revisão bibliográfica e fundamentação teórica, do estudo de instituições do ramo, da fase de investigação, foi proposto um modelo preliminar teórico de gestão do conhecimento para Unidades organizacionais de Pesquisa Agropecuária sob a ótica da interdisciplinaridade, focado no projeto de pesquisa, que é a base de

geração de conhecimento nessas instituições. Na segunda, baseado na fundamentação teórica e na pesquisa de campo, foi consolidado o modelo proposto, descrito no Capítulo 5. A fase de avaliação será tratada no Capítulo 6 na discussão dos resultados e no Capítulo 7 nas considerações finais, conclusões e sugestões para trabalhos futuros. Seguem-se algumas reflexões julgadas convenientes para melhor compreensão dos procedimentos metodológicos adotados.

4.1 BASE METODOLÓGICA DA PESQUISA PARA A