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Equipamentos de Deposição

3.3 Recolha dos Resíduos

3.3.3 Equipamentos de Deposição

Os contentores são equipamentos que permitem efectuar a deposição temporária dos resíduos produzidos e o seu transporte para outro local.

A escolha de contentores para deposição e armazenamento com vista à sua posterior recolha deve ter em consideração a aplicação de variados factores, entre os quais se destacam:

- volume e características dos RSU (decomposição biológica, contaminação dos materiais);

- clima e aspectos geográficos da região;

- tipo de deposição (conjunta ou selectiva);

- capacidade de deposição;

- hábitos comportamentais dos produtores de resíduos;

- recipientes de deposição a utilizar nas habitações;

- frequência de recolha;

- distância entre o local de recolha e a proximidade à unidade de tratamento, valorização ou eliminação;

- veículos e recursos humanos a utilizar na recolha;

- higiene e segurança dos produtores e operadores do sistema de recolha;

- recursos económico-financeiros disponíveis.

Os equipamentos de armazenamento mais comuns nas habitações são os sacos de papel ou plástico, caixas empilháveis para materiais recicláveis, baldes ou outro tipo de contentores de pequena dimensão. Por outro lado, poderão existir sistemas de transporte de resíduos do interior para o exterior das habitações até ao local onde são armazenados, conforme apresentado na Figura 3.3. Este tipo de transporte pode ser realizado por condutas verticais, conforme a Figura 3.4, que permitem a descida dos resíduos por gravidade e/ou sistemas pneumáticos, utilizados também no transporte horizontal dos RSU, para locais de recolha centralizados, como apresentado na Figura 3.5. O transporte pneumático é efectuado por pressão de ar ou vácuo, constituindo um sistema sofisticado e dispendioso.

Figura 3.4 Condutas de transporte vertical dos resíduos [12]

Figura 3.5 Esquema do transporte pneumático dos RSU [12]

Os sacos de plástico (em polietileno) ou de papel impermeabilizado podem ser utilizados na deposição conjunta ou selectiva dos materiais, como exemplificado na Figura 3.6. São materiais não recuperáveis, apresentando-se com uma capacidade de armazenamento que varia entre 50 e 100 litros. Estes sacos têm a vantagem de reduzir o tempo de recolha, dispensar a lavagem do recipiente, serem fáceis de transportar, uma vez que pesam muito pouco, diminuindo o esforço do pessoal de recolha e evitam a permanência dos recipientes na via pública. Por outro lado, apresentam desvantagens como

a facilidade de rompimento por vandalismo, por animais à procura de comida ou no transporte para o veículo, provocando o derramamento dos resíduos sobre a via pública; ocupação de maior espaço nos veículos de recolha devido à formação de espaços vazios e risco para a saúde dos trabalhadores devido à forte probabilidade de cortes por objectos perfurantes.

Figura 3.6 Sacos de recolha selectiva de RSU [13]

As caixas empilháveis são frequentemente usadas na recolha selectiva e geralmente têm uma capacidade de armazenamento de 50 litros. Podem ser apresentadas em diversas cores (o azul para papel e/ou cartão, o amarelo para embalagens e o bordeaux para habitações prediais nas quais podem ser colocados todos os materiais recicláveis) conforme pode ser visualizado na Figura 3.7. As vantagens associadas a estes recipientes é que permitem conservar a qualidade dos materiais recolhidos por separação, diminuindo os custos de processamento. As desvantagens prendem-se com a limitação de volume e materiais aceites, a necessidade de lavar as embalagens, e muitas vezes, o desvio destas para outras utilizações domésticas.

Figura 3.7 Contentores pequenos para recolha selectiva de RSU [13]

outras cores para recolha selectiva, como poderá ser visualizado na Figura 3.8. Estes recipientes são passíveis de fácil transporte e elevação.

Figura 3.8 Contentores de média dimensão para recolha de RSU [14]

Para a deposição colectiva poderão ser encontrados contentores de plástico ou metal galvanizado, de cor verde ou cinzento para os resíduos indiferenciados ou de outras cores para a recolha selectiva. Apresentam uma capacidade variável entre os 770 e 1100 litros, possuindo rodas e saliências para facilitar o seu transporte e elevação, conforme pode ser visualizado na Figura 3.9. Estes contentores podem ser compartimentados ou não.

Figura 3.9 Contentores de 770 litros para recolha indiferenciada [15]

Existem contentores dispostos em profundidade (tipo molok) para efectuar uma deposição colectiva indiferenciada ou selectiva. São contentores de grande capacidade, podendo variar entre 1,3 e 5 m3 e encontram-se parcialmente enterrados no solo, como apresentado na Figura 3.10. Têm uma maior capacidade de compactação dado que possuem uma altura de 2,5 m. Os resíduos são depositados por uma tampa de acesso ao contentor. São constituídos por um saco de elevação em lona cujo fundo pode ser aberto para descarga do saco descartável em plástico onde se encontram os resíduos. Este tipo de contentores permite substituir 7 contentores de 700 litros e deve ser implementado em áreas de forte densidade populacional. Apresentam vantagens a nível de baixa ocupação de espaço, e, devido ao facto de estarem enterrados, a temperatura no seu interior é mais baixa, retardando a degradação da fracção orgânica.

Figura 3.10 Contentor molok [15]

Os contentores tipo “igloo” destinam-se à deposição selectiva colectiva. Podem ser mono ou multicompartimentados, sendo estes últimos mais económicos relativamente à utilização de vários monos. A sua capacidade pode variar entre 1,1 a 4 m3 e podem ser esféricos ou cúbicos. Possuem aberturas de diferentes formatos dependendo do material a depositar. Estes contentores possuem um gancho metálico no topo de modo a serem elevados verticalmente para esvaziamento do conteúdo. A Figura 3.11 apresenta dois contentores deste tipo.

Figura 3.11 Contentores “igloo” para vidro e papel, respectivamente [16]

Como contentores de grande capacidade podem ser apontados os contentores fixos, com capacidade entre 2 a 5 m3, que são recolhidos através de um sistema de elevação frontal do veículo de recolha. Existem também os contentores transportáveis, denominados

m3. Os contentores polibenne (contentores rebocáveis) são utilizados frequentemente em estações de transferência e em recolhas selectivas. Estes têm uma capacidade que pode variar entre 10 a 20 m3 e podem ser encontrados nos ecocentros. Na Figura 3.12 podem ser visualizados estes dois tipos de contentores.

Figura 3.12 Contentores para veículo multibenne e polibenne, respectivamente [17]

Os principais equipamentos colectivos adoptados para a recolha selectiva baseiam-se em:

- Contentores isolados: contentores de variadas dimensões, formatos e cores, destinados à deposição de um ou mais componentes de RSU, como exemplificado na Figura 3.13;

Figura 3.13 Pilhómetro [18]

- Ecopontos: sistemas de deposição semelhantes ao anterior, sendo caracterizado pela disposição de um conjunto de contentores para a recolha de fileiras de materiais (como o papel e cartão, plásticos, metais e vidros) ou fluxos de materiais (como as embalagens, medicamentos fora de prazo, pilhas e baterias). Os locais de colocação destes contentores são estrategicamente escolhidos tendo em conta a densidade populacional, as vias de acesso e um enquadramento paisagístico adequado. Na Figura 3.14 pode ser observado um exemplo deste tipo de contentores.

Figura 3.14 Ecopontos para papel/cartão, vidro e embalagens [19]

- Ecocentros: são locais vedados de deposição voluntária de resíduos de maior dimensão, com uma entrada condicionada ao horário estabelecido, que permitem recolher adequadamente cada tipo de material, conforme apresentado na Figura 3.15. São caracterizados por possuírem uma capacidade de armazenamento de resíduos superior à existente nos ecopontos e são destinados a uma gama mais vasta de materiais (como electrodomésticos, móveis, resíduos de jardim, de demolição, óleos, pneus, metais ferrosos e não ferrosos, “monstros”, pilhas e baterias). São resíduos que não são removidos pelos circuitos normais de recolha. Este tipo de resíduos necessita de ser submetido a operações de prensagem, trituração e enfardamento de modo a garantir os custos de transporte adequados.

Figura 3.15 Ecocentro [19]

- Sistemas de deposição móveis: contentores móveis que poderão ser colocados num determinado local durante algum tempo e depois serem deslocados para outra zona, funcionando como ecopontos. Este sistema não é muito usado em Portugal, pelo que não será muito focado.