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A terceira Escola analisada, EMGESP, foi criada pelo Decreto de N° 8.630, em 02 de janeiro de 2009, no período em que a prefeitura tinha como chefe do executivo a Sra. Micarla de Souza. A Escola é atrelada à Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas, Logística e Modernização Organizacional (SEGELM), em nível de diretoria, vinculada à Secretaria Adjunta de Gestão de Pessoas (SAGP). Funcionava administrativamente na própria secretaria, mas, como não havia espaço físico para as capacitações ocorrerem, utilizou-se da estrutura física de duas salas no Centro de Referência Municipal em Educação Aluízio Alves.

Para sua constituição, a gestão da época justificou a sua criação a partir de alguns argumentos, dos quais se destacam: a legitimidade (PFEFFER E SALANCIK, 1978) que a Escola de Governo do Estado do Rio Grande do Norte - Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales adquiriu, já que os servidores públicos do Estado passaram a ver nesta escola uma referência no Estado, além de uma fonte de oportunidades de qualificação e, por consequência, de crescimento tanto institucional quanto pessoal. Outro aspecto digno de menção foi uma reforma administrativa, que elegeu a escola como o ator capaz de consolidar e estruturar toda a nova missão da prefeitura municipal do Natal que era “Servir com excelência, ética e eficiência” (SOUZA E SILVA-FILHO, 2010).

Na época, a Escola foi denominada de Escola Municipal de Gestão Pública (EGESP) e em 2015 teve o seu nome alterado para Escola Municipal de Gestão Pública da Prefeitura de Natal (EMGESP). A EGESP surgiu com o dinamismo de inovar dentro do setor público municipal a partir da capacitação e desenvolvimento dos servidores, pois as organizações públicas não devem apenas buscar os objetivos meramente políticos, mas também se voltar para os interesses humanos, valorizando os seus profissionais e respeitando seus limites (EMGESP, 2016).

A Escola passou por várias dificuldades até conseguir chegar à estrutura adequada para desenvolver as suas atividades. Para driblar as adversidades do início da sua atuação, a EGESP buscou parcerias com outras organizações públicas para dar início às suas ações, atitude primordial para a promoção dos cursos. Além

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disso, firmou parcerias com o Tribunal de Contas do Estado e com a EGRN, gerando cursos que resultaram na qualificação de aproximadamente 300 servidores.

Sempre na perspectiva de crescimento junto a outras organizações, a EGESP participou, em 2009, do “I Encontro da Rede de Escola de Governo do Estado do RN”, ação promovida pela EGRN, constituindo um fórum importante para discussão, que culminou em acumulação de conhecimentos e numa melhor estruturação da EGESP.

Diante da busca pelo seu fortalecimento enquanto escola de governo a EGESP, estabeleceu em 2009, uma forte relação com a EGRN e com a Fundação Getúlio Vagas (FGV). E a partir dessa parceria foram ofertados cursos à distância. A gestão avaliou como positivos os resultados no período inicial da escola, já que, com passar dos anos, foram abertos novos cursos e parcerias, inclusive com a ENAP, proporcionando vasto crescimento para a EGESP, no que diz respeito à formação e desenvolvimento dos servidores.

Muitas foram as atribuições delegadas para a referida escola, como recrutamento e seleção dos estagiários a nível municipal, conduzir o censo do servidor público municipal, promover as capacitações e reciclagem dos servidores, além do “Café com Gestão”, que era uma espécie de momento para compartilhar problemas organizacionais entre os diversos órgãos da administração municipal (direta e indireta) e conjuntamente encontrar soluções.

De acordo com os entrevistados, em meados de 2011, a escola construiu, juntamente com uma consultoria do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), o Plano Político Pedagógico (PPP), que foi seguido até o término da gestão em 2012. Em 2013, com a chegada do novo governo, o PPP não foi mais usado. Segundo a entrevistada (representante atual da escola), o documento não existe mais, nem em forma impressa, pois foi perdido numa mudança de sala, e nem em forma virtual, devido à mudança do sistema. Dessa forma, todos os dados referentes aos controles existentes da escola foram perdidos, como, por exemplo, ações realizadas, número de participantes nas ações, entre outros dados importantes para construção histórica da mesma.

Ainda em 2013, a escola teve uma conquista que foi a inclusão no Plano Plurianual (PPA) da construção de uma sede própria, um prédio para o funcionamento da escola. Porém, até o momento, não foi realizada nenhuma ação voltada para o alcance desse projeto, “até hoje estamos aguardando um arquiteto

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que projete a escola” (Atual representante da escola, 2016). Conforme a entrevistada, o projeto contemplou desde o quantitativo de salas até os materiais de infraestrutura como: mesas, cadeiras, quadros, computadores, data show, entre outros. Ainda neste mesmo período, a escola ganhou um site, pois antes trabalhava apenas com um portal, onde era exposta a programação de cursos.

Com o novo governo, a SEGELM passou a ser denominada de Secretaria Municipal de Administração (SEMAD) e a EGESP mudou apenas a sigla para EMGESP. Em 28 de agosto de 2014, com a Lei complementar Nº 142, a estrutura da SEMAD foi alterada e a escola, que era um departamento vinculado diretamente à SAGP, permaneceu a nível de departamento, mas passou a ter vinculação direta com o secretário da SEMAD. De acordo com a atual representante da escola, quanto à vinculação ser diretamente ao secretário da pasta de administração:

Quando tinha uma secretaria adjunta, ela ouvia, digeria, encontrava soluções, mostrava a importância. Neste novo formato de ter que se portar ao secretário geral, a escola nunca é prioridade, devido à grande demanda do funcionamento da secretaria como um todo. E essa coisa dificulta muita a questão de execução das ações que precisam de um aval para caminhar (REPRESENTANTE ATUAL DA EMGESP, 2016).

Mesmo com toda essa dificuldade, em 2015 foi criado um novo PPP da escola e o regimento interno, ambos foram encaminhados à secretária da SEMAD, porém, até o momento não foram autorizadas as publicações no Diário Oficial do Município (DOM), por este motivo não estão sendo oficialmente utilizados. Como forma de suprir a ausência de um PPP, ainda em 2015 foi elaborado um plano de capacitação do servidor, porém, segundo a entrevistada, o plano “não concluiu nem 10% do que a gente planejou, em virtude da questão orçamentária”.

4.4 REDE GERAL DAS ESCOLAS DE GOVERNO DO RIO GRANDE DO