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4.5 REDE DAS ESCOLAS DO RIO GRANDE DO NORTE QUE COMPÕEM A REDE

4.5.3 Rede da Escola Municipal de Gestão Pública da Prefeitura de Natal

A rede de relacionamento da EMGESP é formada por 6 (seis) organizações, apenas uma de fora do estado do RN: a ENAP. As demais são: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Instituto do Legislativo Potiguar (ILP), a Escola de Contas Professor Severino Lopes (ECPSL) e a Escola de Governo do Rio Grande do Norte (EGRN), conforme figura 13.

Como forma de esclarecimento, cabe frisar que a relação entre a EGRN e a EMGESP encontra-se direcionada no grafo 12, pois foram entrevistados representantes das duas organizações, o que pode conduzir a relação recíproca estabelecida entre as duas escolas. Como os demais casos não eram objetos direto do estudo, optou-se por estabelecer relações sem direcionamento, ou seja, não foi identificada a reciprocidade das relações.

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Figura 13: Rede Interorganizacional da EMGESP. Fonte: Dados da pesquisa (2016)

Tanto para o antigo gestor da escola quanto para a atual representante, a instituição que apresenta maior importância para a EMGESP é a ENAP. Mas, a atual gestora relatou que a EGRN também é muito importante, por articular e promover várias ações em âmbito local, assim como a ENAP em âmbito nacional.

Na verdade, é a ENAP, porque a EGRN a gente recebe as coisas pinceladas, ou se solicitarmos, se não pedir não é ofertado. Então, a ENAP oferece. A EGRN sempre coloca “o que vocês querem”, “vou ver se tenho”, “quantas vagas, para ver se eu posso atender”. Então, por este motivo classifico a ENAP como a principal organização (ATUAL REPRESENTANTE DA EMGESP, 2016).

Porém, na mesma oportunidade, a entrevistada informou que, depois da mudança de gestão em 2013, não teve mais contato com a ENAP, devido a falta de apoio da atual gestão para promover ações. Mas, reconhece que boa parte das ações desenvolvidas pela EGESP eram oriundas dessa interação, a partir do conceito de Granovetter (1973), pode-se classificar como um laço fraco. Assim, o recebimento de informação era bastante relevante para o desenvolvimento das ações desta escola.

A EGRN aparece em segundo lugar em importância para a EGESP. As primeiras relações entre Escolas de Governo foram estabelecidas pela oportunidade

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de participar do I Encontro da Rede de Escolas de Governo do RN, em 2009, promovido pela Escola de Governo do RN. Ainda em 2009, no segundo semestre, a EGESP participou de um congresso promovido pela ENAP, em Brasília, e foi o momento oportuno para fortalecer as interações (laços) existentes e buscar oportunidade dentro da Rede Nacional de Escolas de Governo.

A este respeito, Granovetter (1973); Burt (1992); Uzzi (1997) argumentam que as interações (relações) sociais constituídas numa rede maximizam as oportunidades dentro dessa rede a partir da ligação com novos atores. E assim foi com a EGESP, pois desde o momento que começou a se relacionar com outros atores na rede, a sua capacidade de formação dos servidores públicos do município de Natal foi ampliada.

Percebe-se com base na teoria dos laços, que as relações estabelecidas entre a EGESP/ EMGESP com a ENAP e a EGRN não somente gerou ganhos de oportunidades, como também ampliou os contatos na rede, como o da UFRN, ILP e da Escola de Contas Professor Severino Lopes. Os gestores (da época) da SEGELM, a qual a EGESP é vinculada, mantinham relação pessoal com o gestor da SEARH com a qual a EGRN era subordinada, o que contribuiu para o fortalecimento da relação interorganizacional. Esse relato corrobora com Konke e Chen (2014, p. 417): “As relações entre pessoas de duas organizações ou mais organizações podem moldar mutuamente as relações interorganizacionais”.

Como forma de aproximar ainda mais a relação com a EGRN, o ex gestor da EGESP relatou que trouxe para compor uma comissão 2 (dois) servidores da EGRN, que detinham todo o Know how (saber fazer) da EGRN, ou seja, conheciam todas as escolas da rede e sabiam onde deveriam ser estabelecidas relações para compartilhamento de recursos, como: cursos (presenciais e EaD), palestras, entre outras ações, bem como a dinâmica administrativa de uma escola. Esse fato ocorreu em meados de 2010.

A partir disso, do ponto de vista do ex gestor, os laços foram estreitados, criaram uma intimidade e desenvolveu-se uma relação pautada na confiança. Com a mudança de gestão, os servidores não mais fizeram parte da comissão e a relação foi enfraquecendo. Porém, a atual representante relata a confiança, a intimidade, o interesse comum e o tempo de relacionamento como sendo características presentes na relação interorganizacional com a EGRN, caracterizando-a como sendo um laço forte.

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A terceira instituição em grau de prioridade/importância foi a UFRN, principalmente em 2010, pela interação e compartilhamento da infraestrutura do Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (CEMURI) com a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Nesse âmbito, foi criado um convênio em que a UAB utilizava as instalações físicas do CEMURI e, em contrapartida, a EGESP poderia utilizar toda a estrutura de laboratório de informática e softwares, bem como a plataforma para Educação a Distância. Hoje a rede pessoal de alguns servidores com servidores da UFRN, começou a influenciar na rede interorganizacional. A relação acaba sendo pautada pela intimidade, confiança e interesse comum, sendo considerado um laço forte.

De acordo com a entrevistada, a EMGESP está buscando uma aproximação com a UFRN para avançar com a formação dos servidores públicos municipais a nível de graduação e pós-graduação. Porém, até o momento, nada foi executado entre as partes, que enxergam a universidade como sendo uma fonte de conhecimento que poderá estabelecer parcerias para o desenvolvimento e capacitação dos servidores.

Em quarto lugar, aparece o ILP, uma relação estabelecida por uma parceria informal, em que semestralmente o instituto solicita a divulgação da oferta de cursos. A relação é mais baseada em interesse comum, segundo o ex-diretor, pois, no início, houve intercâmbio de instrutores. A atual representante da escola informou que atualmente o ILP oferta vagas para comunidade e quando a EMGESP identifica que é um curso interessante para eles se escrevem dentro dessa cota para comunidade, o que pode-se concluir que a relação interorganizacional entre os poderes encontra-se enfraquecida ou quase inexistente.

Por serem organizações governamentais, a parceria deveria ser maior, tanto para compartilhar recursos, que muitas vezes são escassos, como também para criar novos recursos, ou seja, perceber a importância das relações interorganizacionais, assim como o setor privado, que aproveita para aumentar a sua capacidade de ganho. Em suma, percebe-se que a cooperação e colaboração entre essas instituições é pouco desenvolvida, podendo ser bastante explorada.

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Prioridade/ Importância

Instituição Frequência Relação

baseada em:

Tipo de Relação

Recursos transacionados

1ª ENAP Era semanal Interesses

comuns Parceria formal - Intercâmbio de instrutores/ professores; - Intercâmbio de participantes em atividades formativas; - Cursos a distância; - Fóruns e - Palestras.

2ª EGRN No início era

diariamente, hoje mensalmente Confiança, intimidade, e tempo de relacionamento e interesses comuns Parceria formal -Compartilhamento de custos Intercâmbio de instrutores/ professores; - Intercâmbio de participantes em atividades formativas; - Cursos a distância; - Fóruns e - Palestras.

3ª UFRN Mensalmente Intimidade

Confiança Interesses Comuns Parceria formal -Compartilhamento de custos e plataformas; Intercâmbio de instrutores/ professores; - Intercâmbio de participantes em atividades formativas; - Infraestrutura; e - Cursos a distância.

4ª ILP Semestralmente Confiança

Interesses comuns Parceria informal - Intercâmbio de instrutores; e - Vagas destinadas a comunidade. 5ª Escola de Contas Prof. Severino Lopes Semestralmente Confiança e interesses comuns Parceria formal - Intercâmbio de instrutores; - Infraestrutura; e - Cursos presenciais. Quadro 19: Relações que a EMGESP mantém, grau de importância e o que é transacionado. Fonte: Dados da pesquisa (2016)

A Escola de Contas Professor Severino Lopes, na classificação dos entrevistados, aparece em quinto lugar, pois mesmo sendo uma parceria formal estabelecida por convênio, diminuíram a oferta de cursos presenciais e, por consequência, o intercâmbio de instrutores que ocorria entre as partes: “Em alguns momentos a Escola de Contas Professor Severino Lopes utilizou a infraestrutura da Secretaria Municipal de Turismo para realizar cursos de formação e disponibilizaram vagas para a EGESP” (EX-DIRETOR DA EGESP, 2016). O quadro 21 apresenta as

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organizações com que a EMGESP mantém relações e os tipos de laço, a partir da classificação de Granovetter:

Atores organizacionais Tipo de laço

Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) Laço fraco

Escola de Governo do Rio Grande do Norte (EGRN) Laço forte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Laço forte

Instituto do Legislativo Potiguar (ILP) Laço fraco

Escola de Contas – Professor Severino Lopes Laço fraco

Quadro 20: Relações estabelecidas com base nos tipos de laços de Granovetter. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Diante do exposto anteriormente, percebe-se que das 05 (cinco) relações da rede do EMGESP, apenas 2 (duas) estão baseadas em confiança e intimidade, o que se estabelece como sendo laço forte; e que 03 (três) estão baseadas em interesses comuns, o que se caracteriza como sendo laço do tipo fraco, mas é perceptível que assim como a EGRN e o CEAF, a EMGESP também não está aproveitando os ganhos dos laços fracos (GRANOVETTER, 2005).

Com base no que advoga a teoria dos laços, percebe-se que as relações estabelecidas pela EGESP/ EMGESP proporcionaram uma maior absorção de informações para a própria Escola Municipal de Gestão Pública da Prefeitura de Natal do que para os demais atores da rede, pois a EMGESP é uma das escolas mais novas, ou seja, estava se inserindo na rede em detrimento das demais que já faziam parte. De acordo com Souza e Silva Filho (2010, p. 80), “um ator que está se inserindo na Rede das Escolas de Governo, consegue obter novas informações e oportunidades numa velocidade maior do que os atores que já têm uma relação mais consistente, e já tiveram acesso a informações anteriormente”, como o caso da EMGESP.

Outra observação relevante é que das 21 organizações participantes da rede geral do RN, mapeada a partir das 3 (três) escolas em estudo, a EMGESP não se relaciona com 14 (quatorze) delas, conforme mostra a figura 14. Isso demonstra que a EMGESP é a escola com o menor número de relações estabelecidas na rede e por consequência apresenta baixo grau de centralidade, tornando uma rede esparsa, pois existe diversos atores desconectados.

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Figura 14: Rede Interorganizacional da EMGESP: atores desconectados Fonte: UCINET/ Dados da pesquisa (2016)

Portanto, é preciso ressaltar a importância da EMGESP rever as oportunidades de estabelecer novas relações interorganizacionais, pois muitas delas podem ser desenvolvidas através de pontes, atores que conectam grupos separados (GRANOVETTER, 1973) ou, na terminologia de Burt (1992), com a utilização dos intermediários (e.i Broker). Torna-se evidente que as relações interorganizacionais da EMGESP do ponto de vista prático estão prejudicadas pelo fato da escola não ser mais prioridade na gestão, conforme relato da representante atual. Com isso, poucas ações estão sendo desenvolvidas e, dessa forma, essa escola não consegue manter a parceria de troca com outras escolas a partir das relações interorganizacionais.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O seguinte problema de pesquisa conduziu a investigação da presente tese: de que maneira as relações interorganizacionais das Escolas de Governo do Rio Grande do Norte que fazem parte da Rede Nacional afetam as suas ações a partir da Análise de Rede Sociais (ARS)? Sendo assim, partiu-se do pressuposto de que as relações interorganizacionais desenvolvidas entre as Escolas de Governo, por meio da participação na Rede Nacional, contribuiriam para o desenvolvimento de suas ações, mas de maneiras distintas a depender das relações estabelecidas por cada escola e de suas especificidades de atuação.

Para analisar as relações interorganizacionais das Escolas de Governo do Rio Grande do Norte que fazem parte da rede nacional e validar esse pressuposto, utilizou-se da Teoria de Redes Sociais como base conceitual e a Análise de Redes Sociais (ARS) como ferramenta analítica.

A escolha por essa base conceitual e metodológica oportunizou analisar as relações interorganizacionais da referida rede, a partir do mapeamento dos relacionamentos estabelecidos entre as Escolas de Governo potiguares e entre essas e os outros atores organizacionais que se relacionam para o desenvolvimento de suas atividades.

Essa base permitiu, ainda, com o emprego dos softwares de ARS, ilustrar as relações em grafos (figuras), permitindo uma visualização dos relacionamentos mapeados, bem como calcular índices que deram suporte analítico e teórico às interpretações das informações sobre a rede das Escolas de Governo coletadas por meio de entrevistas numa abordagem qualitativa.

De tal modo que as informações coletadas durante as entrevistas apresentaram uma dupla função no desenvolvimento dessa pesquisa. As informações coletadas permitiram construir a rede e calcular seus indicadores, bem como interpretá-los dentro de um contexto institucional mais amplo. Esse aspecto revelou o potencial elucidativo de se utilizar métodos e abordagens distintas, porém complementares para a compreensão dos relacionamentos interorganizacionais e seus efeitos.

As relações interorganizacionais das Escolas de Governo do Rio Grande do Norte, na perspectiva da teoria de redes, são caracterizadas como uma rede com baixo grau de conectividade e de relações assimétricas. É pertinente afirmar que a

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Rede das Escolas de Governo é caracterizada como uma rede esparsa (baixa densidade), visto que existem diversos atores com possibilidade de relações não estabelecidas. Mesmo assim, faz-se importante destacar que a maioria das relações estabelecidas são conectadas por meio de laços fortes por estabelecer relações de confiança, parcerias formais e informais, mantendo contatos frequentes e compartilha interesses comuns.

A rede também é caracterizada pela centralização da EGRN, pois esta se revelou como o ator central da rede, tanto pelo grau de centralidade (i.e número de relações estabelecidas), quanto pelo grau de intermediação, sendo uma ponte entre atores desconectados. Tal posicionamento denota a importância dessa escola no processo de formação de servidores e de articulação institucional, mas, por outro lado, evidencia uma fragilidade e dependência da rede. Esse fato sugere a necessidade de estabelecimento e fortalecimento das relações interorganizacionais de forma mais descentralizada e distributiva, especialmente das relações estabelecidas pelas outras Escolas de Governo.

As relações mais equitativas entre as Escolas de Governos investigadas apresentaram possibilidades de desenvolvimento de ações integradas mais efetivas, por meio de uma maior equidade no poder de influência na rede. Inclusive, ampliando o potencial de intermediação do CEAF e EMGESP.

Os resultados apontam que EGRN exerce atualmente uma coordenação local da rede. Porém, há indícios, a partir da fala dos entrevistados, que essa atuação tem sido gradativamente reduzida. Isso pode advir das mudanças de governo, que acarretaram troca de secretário e de diretor dessa escola, suscitando, portanto, que a centralidade institucional da EGRN depende também das características individuais do seu representante, no caso, do diretor da escola, bem como do secretário da SEARH.

A centralidade desse ator está relacionada também com a liberação de recursos, pois para coordenar uma rede são necessários recursos técnicos, financeiros, informacionais, tempo, entre outros. Esses recursos são geralmente utilizados na fomentação de encontros, workshops, palestras, congressos para o desenvolvimento das Escolas de Governo no Estado. Essas atitudes foram executadas pela EGRN, o que proporcionou visibilidade na rede. Assim, cabe destacar que nenhum outro ator organizacional assumiu este papel, o que vem enfraquecendo as relações interorganizacionais locais, fazendo com que essas

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escolas busquem redes externas, como no caso do CEAF com o CDEMP e a EGRN com a ENAP.

Por meio da pesquisa realizada foi possível entender que a Rede das Escolas de Governo do Rio Grande do Norte apresenta relações com estruturas similares, pois parte significativa dos atores organizacionais participantes da Rede têm características iguais, ou seja, são organizações que buscam a qualificação profissional de servidores públicos, na busca de uma maior efetividade para os serviços ofertados pelos órgãos. Com isso, presume-se que facilita a alimentação de acordos entre atores organizacionais para o desenvolvimento de ações conjuntas. Porém, para que isso ocorra, o gestor da rede (EGRN) deve criar situações que provoquem o desejo dos atores organizacionais participarem desses acordos.

A configuração atual tem permitido, por um lado, gerar contribuições para as ações e, por outro, limitações, considerando que as escolas menos conectadas também se configuram como as escolas com menor número de ações desenvolvidas (i.e EMGESP). E, por outro, a escola com maior conectividade na rede, a EGRN, possui também um maior número de ações desenvolvidas.

As principais contribuições geradas por meio dos relacionamentos estabelecidos são assessorias técnicas, cursos presenciais e na modalidade a distância, congressos, palestras, fóruns, softwares, plataformas, infraestrutura, intercâmbio de participantes e instrutores em atividades, compartilhamento de custos. As três escolas em estudo utilizam-se dessas ações, o que as distingue são as quantidades de ações/informações compartilhadas em detrimento do número de relações estabelecidas. Porém, os efeitos não estão apenas relacionados ao número de ações formativas desenvolvidas, mas na qualidade, na continuidade e na contribuição social alcançada para o desenvolvimento das políticas públicas do Rio Grande do Norte.

Convém ressaltar que a capacidade de transformação ou incremento das ações de EGRN, deve-se ao fato desta ser o ator central, ou seja, tanto a sua posição na rede quanto a arquitetura são primordiais para a sua sustentação e a reafirmação do seu poder. Para tanto, os dados induzem que a arquitetura, a posição e o conteúdo que flui dos laços influenciam nas ações desenvolvidas pela EGRN.

De forma que esses resultados supõem que as ações das Escolas de Governo são influenciadas pelo nível de relacionamentos por elas estabelecidos.

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Desse modo, cabe frisar que mesmo as relações com as mesmas instituições apresentam distinções entre o que flui nessas relações, como por exemplo com a UFRN. Assim, todas as escolas investigadas mantêm relações com a universidade, umas mantêm relacionamentos mais intensos e outras menos, o que proporciona a transação de recursos diferentes entre elas. Nesse contexto, a EGRN recebe da UFRN um dos mais importantes recursos que é o curso de pós-graduações strictu senso e o mestrado profissional. Já a EMGESP, se comparada à EGRN, tem um relacionamento mais fraco, compartilhando mais estruturas físicas e cursos a distância, assim como o CEAF que recebe apenas os cursos presenciais.

Ainda se referindo à distinção entre os relacionamentos na Rede Nacional, observou-se que a ENAP também faz parte das três redes (EGRN, CEAF e EMGESP) e existem diferenças nos recursos transacionados. A ENAP, embora presente em todas as redes analisadas e mantendo relacionamentos frequentes com as Escolas de Governo, como também sendo a escola referência para todas as escolas investigadas, apresenta reputação positiva, bem como desenvolve ações conjuntas. Seu papel é concebido de forma distinta entre as escolas. A EGRN mantém uma relação diária com a ENAP, pois uma parte significativa das ações desenvolvidas são espelhadas nos processos da Escola Nacional de Administração Pública, e o que mais se compartilha entre elas são custos, assessoria técnica, intercâmbio de participantes, cursos a distância, congressos, palestras e fóruns.

O CEAF com a ENAP transaciona apenas os cursos a distância. E a EMGESP com a ENAP compartilha custos, intercâmbio de instrutores e participantes, cursos a distância, fóruns e palestras. Assim, presume-se que as ações oriundas das relações não são iguais, já que umas podem gerar mais benefícios que outras, a depender do nível de relacionamento estabelecido entre elas.

Em função dos dados, pode-se concluir que o pressuposto dessa pesquisa foi confirmado. As relações interorganizacionais desenvolvidas na Rede Nacional das Escolas de Governo do Rio Grande do Norte têm fomentado parte significativa das ações das escolas, tanto na execução de cursos, palestras, congressos quanto na disseminação de informações relevantes para o desenvolvimento da funcionalidade das escolas.

A EGRN é a que mais usufrui dessa participação na Rede Nacional, buscando todas as oportunidades que lhe são dadas, estreitando sempre que

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possível os laços, mesmo com poucos recursos, a fim de executar ações que propiciem o desenvolvimento dos servidores públicos. Já a EMGESP demonstra uma desaceleração nas suas ações, oriunda supostamente pela falta de apoio dos gestores centrais e com isso tem se distanciado da rede, tendo, por consequência, aproveitado pouco os benefícios de integrar a rede. Por fim, o CEAF tem aproveitado em parte as vantagens da rede, utilizando alguns cursos e informações que lhe são pertinentes. Como previasse, a rede por si só não se configura como garantia para o desenvolvimento das ações das escolas, mas contribui e gera um diferencial nas que fazem parte da rede.

Como forma de propocionar um crescimento e uma maior articulação da Rede de Escolas de Governo do Rio Grande do Norte, recomenda-se que os encontros