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3.4. DEFINIÇÃO DAS ESCOLAS “ESPAÇOS DA PESQUISA”

3.4.1. Escolas Estaduais

Das escolas estaduais obtivemos as seguintes informações com relação aos dias e turnos de realização dos encontros:

 1 escola na terça-feira

o Esta escola realizava em um turno.  14 escolas nas quartas-feiras:

o 2 realizaram nos três turnos – manhã, tarde e noite o 2 em dois turnos – manhã e tarde

o 4 em um turno - tarde o 6 não especificaram o turno.  2 escolas nas quintas-feiras

o 1 escola em dois turnos – manhã e tarde o 1 em um turno - tarde

 1 escola nas sextas-feiras - noite  6 escolas aos Sábados:

o 2 escolas em um turno - manhã o 4 não especificaram turno.

 3 escolas às quartas-feiras e aos sábados:

o 1 escola realizou em um turno de quarta e aos sábado; o 2 escola realizou em dois turnos de quarta e aos sábado  3 escolas não disponibilizaram informações.

 3 escolas assumiram que não realizariam os encontros.

Com relação aos horários de realização existe um certo regramento nesta rede, quanto aos dias da semana e os horários de realização dos encontros.

 pela manhã – 10h30min – 12h  à tarde – 16h30min – 16h  à noite – 19h – 21h

 aos sábados – 8h30min - 11h30min

Cabe ressaltar que, os horários mencionados de segunda-feira a sexta- feira não são disponibilizados apenas para a formação continuada, as escolas intercalam reuniões pedagógicas e encontros formativos. Ou seja, a maioria não disponibiliza os calendários com as datas em função de marcarem os encontros de acordo com a disponibilidade dos professores e dos formadores.

Estas informações nos permitem dizer que a formação, de maneira geral, é organizada privilegiando aqueles professores que estão na escola durante o turno de realização do encontro. Com relação à oferta dos encontros chegamos a algumas evidências importantes de serem ressaltadas, para que possamos compreender melhor a lógica estabelecida nas escolas para a organização das ações de formação continuada dos professores.

 10 escolas não informam os turnos de funcionamento. Esta informação pode ser uma sinalização de que nestas escolas não existe uma rotina estabelecida para a realização dos encontros formativos, fato que, em nosso entendimento é um fator que dificulta que os professores consigam organizar seus tempos e fazer previsões de suas atividades na escola

 7 escolas conseguem oferecer encontros em 2 ou 3 turnos, o que pode garantir que todos os professores consigam acompanhar as ações formativas desenvolvidas nestas escolas. Esta situação vivida nestas escolas, pode ser considerada uma boa estratégia da organização dos tempos de formação, em função de constituírem grupos menores de professores, que em nosso entendimento são mais adequados para os espaços existentes nas escolas e também em função de facilitarem discussões e produções conjuntas.

 8 escolas realizaram a formação continuada dos professores em apenas um turno de funcionamento, que ao contrário das 7 escolas acima, pode estar privilegiando apenas um pequeno grupo de professores da escola, tendo em vista que não é tradição, por parte dos professores, retornar à escola no turno oposto em que estão em salas de aula e ainda que muitos professores completam suas cargas horárias em outras escolas.

Consideramos que é significativo o número de escolas que vem oferecendo a formação continuada aos professores, mesmo que ainda deficitária e com consideráveis ajustes a serem feitos, podemos dizer que a formação continuada já está na escola e isto é, sem dúvida, um passo importante para que se possa pensar na melhoria da qualidade destes espaços.

Cientes de que o universo da pesquisa estava muito além de nossa capacidade de investigação definimos alguns critérios para procedermos com a escolha das escolas e delimitar o espaço da pesquisa, são eles:

 As escolas com um histórico de no mínimo de 2 anos de efetivação no espaço escolar;

 As escolas que tinham uma regularidade e freqüência semanal ou quinzenal para os encontros;

 As escolas onde os dias e horários de formação fossem desencontrados, tendo em vista o grande número de encontros nos mesmos dias e horários.

 As escolas que aceitassem a presença de um observador em seus grupos de estudo.

Estes critérios permitiram selecionar 3 Escolas Estaduais para constituírem nosso espaço de pesquisa.

 Escola Estadual de Educação Básica Padre Caetano

 Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Érico Veríssimo.  Colégio Estadual de Ensino Médio Professora Maria Rocha

Concomitantes ao desenvolvimento desta etapa, de definição das escolas, vivenciamos três situações que alteraram o curso do andamento deste estudo.

A primeira situação foi o fato de termos recebido um convite para orientar e acompanhar o processo de construção de elaboração do Projeto Político- Pedagógico da Escola Municipal de Ensino Fundamental junto ao CAIC Luizinho de Grandi.

A Secretaria Municipal de Educação do Município de Santa Maria tem solicitado às Escolas sob sua administração que elaborem seus Projetos Político- Pedagógicos (PPP). Diante desta situação esta escola solicitou, à Universidade Federal de Santa Maria, auxílio e orientações para a elaboração de seu Projeto Político-Pedagógico.

Como temos realizado nos últimos anos alguns trabalhos sobre este documento escolar, fomos convidados a realizar o trabalho junto a essa escola. A proposta inicial da escola era a realização de um ciclo de palestra, nas quais fossem tratadas temáticas que contribuíssem para a elaboração do PPP, e também pudessem validar os encontros como o processo de formação continuada dos professores da escola.

Como concebemos de elaboração do PPP como um processo pelo qual os professores, juntamente com representantes de todos os outros segmentos da escola, elaboram suas propostas de mudanças e melhorias. Este processo é, essencialmente de caráter coletivo e além de ter como produto final o documento formalmente elaborado, também deve propiciar aos membros de uma determinada comunidade escolar a possibilidade de se formar coletivamente, assumidos este processo visando proporcionar a escola uma vivência orientada pro estes princípios.

Este processo estava previsto para se desenvolver durante 3 encontros, aos sábados, e outros intercalados com as reuniões pedagógicas, às quartas- feiras, sendo que os encontros dos sábados estavam caracterizados como os encontros formativos, que deveriam garantir aos professores certificados de participação em processo de formação continuada. Assim esta escola foi incluída em nossa amostra.

A segunda situação enfrentada, foi o começo de uma greve na Rede Estadual que resultou na interrupção de nossas atividades por aproximadamente 4 meses. Pretendíamos dar inicio a coleta de informações (observações e entrevistas individuais e coletivas) junto às escolas e aos seus sujeitos em Maio de 2006, no entanto, como já vimos, ocorreu na paralisação das atividades escolares justamente neste mês.

As atividades escolas ficaram paralisadas de Maio a Agosto de 2006 e, ao retornarem tiveram que alterar seus calendários escolares, estendendo o ano letivo até o mês de Janeiro de 2007.

Sabemos que este tipo de acontecimento traz alterações significativas para as ações escolares, que, por mais que se busquem ajustes para suas continuidades, não se efetivam no formato de anos tidos como normais.

Em vista disso, os encontros formativos, começaram em meados de agosto para algumas escolas e em Setembro para outras. E em outras não chegaram a ser realizados.

É importante que se consiga esclarecer que houve um comprometimento do na quantidade e na regularidade dos encontros com a condensação do ano letivo em menos meses.

Para situarmos o leitor, a esta altura do trabalho estávamos chegando a metade de Setembro e as escolas, campo de nossa pesquisa, ainda não tinham começado seus encontros formativos. A coleta de informações transcorria normalmente apenas na Escola Municipal.

A terceira situação foi vivenciada no retorno do andamento das atividades escolares. Com o fim da greve voltamos a contatar as escolas e solicitamos seus novos calendários de encontros para que pudéssemos organizar nossa coleta de informações. Foi quando, na data prevista para iniciarmos a coleta, junto a Escola

Estadual de Educação Básica Padre Caetano, fomos comunicados que a Direção da escola não mais permitiria nossa inserção nos grupos de estudo, baseados no argumento de que a presença do pesquisador poderia interferir no comportamento dos professores e do formador. Segundo a direção, estavam experimentando uma nova forma de funcionamento para os encontros formativos, nos quais o papel de formador seria assumido pelo coordenador pedagógico e isto representava um fator de insegurança para todos os envolvidos. Assim, a equipe diretiva da escola considerou que seria melhor não permitir nossa presença nos grupos.

Tivemos então que retornar o contato com as Escolas Estaduais procurando identificar outras escolas que se enquadrassem nos critérios definidos a priori. Esta nova investida resultou na inclusão de mais uma escola, que decidira fazer a formação apenas no segundo semestre de 2006, com encontros as nas sextas-feiras à noite, o que possibilitava incluí-la como espaço de pesquisa.

Delimitamos, assim nossos espaços de pesquisa, considerando todas as possibilidades existentes no momento. A seguir apresentaremos uma breve caracterização das escolas escolhidas.