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Para escolha dos materiais a serem avaliados, fizemos um estudo exploratório em 43 municípios pernambucanos que utilizaram algum livro didático ou apostilado de ensino na Educação Infantil (grupo V ou infantil II), entre os anos de 2012 a 2016. A busca foi feita através de contato com as secretarias municipais de educação, por meio de mídias sociais (Facebook, e-mail) e telefonema, perguntando sobre a aquisição dos materiais acima mencionados para o ensino infantil. Alguns municípios responderam através do Facebook ou e-mail, de duas formas: 1) enviando o telefone das secretárias de educação; 2) enviando imagens da capa dos LDs ou AEs da Educação Infantil.

A maioria das secretarias de educação dos municípios não respondeu a nossa solicitação. Do total de 43 municípios, obtivemos por ocasião de nosso estudo exploratório (início de 2016), 3 tipos de dados iniciais:

 Cinco (5) municípios, afirmaram não utilizar livro didático ou apostilado de ensino na Educação Infantil (Camaragibe, São Lourenço da Mata, Buenos Aires, Goiana e Moreno);

 Quatro (4) municípios afirmaram não ter no momento inicial da pesquisa, ano de 2016, mas já ter tido livro didático ou apostilado de ensino na Educação Infantil, entre os anos de 2012 a 2015 (Recife, Carpina, Cabo de Santo Agostinho e Caruaru);

 Cinco (5) municípios estavam utilizando um desses materiais em ano recente, 2016, na Educação Infantil (Flores, Itapissuma, Vitória de Santo Antão, Garanhuns e Orobó).

Dentre os municípios que responderam que usavam coleções completas (um volume por área de conhecimento), consideramos apenas os volumes que correspondem à língua portuguesa. O mesmo procedimento foi levado em consideração nas coleções que eram integradas, onde realizamos o recorte que dizia respeito apenas à língua escrita. Portanto, delimitamos a escolha dos materiais que foram utilizados nos últimos cinco (5) anos, 2012- 2016, para o grupo V ou Infantil II, nos municípios pernambucanos. Os volumes que correspondiam a esses critérios foram:

 Município do Recife – Sistema de Ensino Aprende Brasil- Positivo, 2014-2015;  Município do Carpina – Alfa e Beto- Instituto Alfa e Beto, 2012-2014;

 Município de Cabo de Santo Agostinho- Entrelinhas- SEFE, 2013;  Município de Garanhuns- Aprender Construindo- IMEPH, 2016;

 Município de Flores- Fazendo e Aprendendo: mundo das coisas- Gafset, 2016.  Município de Vitória de Santo Antão – Por Aqui Passou... – Bagaço, 2016;  Município de Itapissuma – Estação Criança – Quinteto, 2016;

 Município de Orobó – Prosinha – Saraiva, 2016.

Pretendíamos que os AEs fossem analisados nas suas próprias composições (material da criança), como também no que chamaremos aqui de composição extra, que é o manual do professor (MP), cujo papel é

[...] se os seus actores se derem a esse trabalho, contribuir com uma imensidade de pistas novas, de novos instrumentos e de novas práticas que tenham em conta a evolução dos conhecimentos pedagógicos, a sensibilidade de cada professor e a especificidade dos contextos. (GERARD E ROEGIERS, 1998, p. 89)

Essa contribuição do MP é possível, de acordo com os autores, se os atores se derem ao trabalho de dele extraírem “as pistas”, indo para além da abordagem linear das aprendizagens. Por esse motivo, consideramos a necessidade de avaliar os textos e as atividades a mais, de apropriação da escrita presentes nos MPs. O acesso a maioria dos materiais didáticos e seus respectivos MPs foram de certa forma fácil e possível, com exceção dos materiais (LD ou AE) de três (3) municípios (Cabo de Santo Agostinho, Garanhuns e Flores) e do MP da cidade de Vitória de Santo Antão.

O material didático do município do Cabo de Santo Agostinho que tivemos acesso se referia ao grupo IV ou Infantil I, que corresponde às crianças de quatro anos de idade, que não foi nosso foco. Contatos foram feitos com a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Cabo de Santo Agostinho, onde o livro referente ao G V não foi encontrado. Encaminhamos um ofício para a editora explicitando os objetivos de nossa pesquisa e o desejo de termos acesso ao material de grupo V por ela produzido. A mesma retornou o contato, solicitando endereço para envio do material solicitado, mas este não chegou até nós.

Os materiais didáticos dos municípios de Garanhuns e Flores não foram possíveis o acesso, por questões relacionadas à perda de contato ou ausência de resposta por parte da SME. Tentamos contato, por meio de e-mail ou site das próprias editoras produtoras dos materiais, porém, não obtivemos respostas. Quanto à ausência do MP de Vitória de Santo Antão, segundo informações da própria SME, ao ter ofertado formação continuada aos professores diretamente com as autoras do LD, o município decidiu dispensar a compra do MP. Esgotadas todas as possibilidades de acesso aos materiais dos municípios acima mencionados, restaram-nos estes que apresentamos a seguir no quadro 6:

Quadro 6- Materiais didáticos que tivemos acesso para a pesquisa

Municípios Nome da coleção Tipo de material didático Quantidade de volumes Autoria Editora 1. Recife Sistema de Ensino Aprende Brasi Apostilado de ensino

4 Stival, Simone. Positivo

2. Carpina Alfa e Beto Apostilado de ensino 2 Mazzuchelli, D. S. R.; Rodrigues, A. C. A.; Oliveira, J. B. A. Alfa e Beto 3. Vitória de Santo Antão Por Aqui Passou... Livro didático 1 Lima, Rosângela; Soares, Maria. Bagaço 4. Itapissuma Estação Criança Apostilado de ensino 1 Scala, J. L.; Rodrigues, A.; Presser, Margaret.; Scala, R. L. Quinteto

5. Orobó Prosinha Apostilado de ensino

2 Adas, Anita;

Musa, Cristiana.

Saraiva

T. - - 10 - -

Cerca de dez (10) volumes foram os materiais a que tivemos acesso, que constituíram o nosso corpus de pesquisa. Porém, dada a natureza diferenciada do LD em relação ao AE, decidimos prosseguir apenas com a análise comparativa dos AEs, uma vez que foram em maior número, como também foram mais facilmente encontrados na rede pública de ensino. Finalmente, restaram nove volumes de AEs para nossas análises e seus respectivos MPs.

Consideramos para além do nosso objeto de pesquisa, a importância de caracterizar o contexto sócio-econômico e educacional dos municípios que adquiriram AEs na EI em Pernambuco. Isso se deveu ao fato desses dados nos revelarem a condição mais geral dos municípios e a quantidade de AEs comprados tendo em vista o número de matrículas no segmento da EI. Isso também nos ajudou na escolha do campo de pesquisa apresentado mais adiante.