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ESPECIAL HELENA ANTIPOFF 173 9.1 Preparação para o trabalho

9.1.1 Avaliação para Identificação de Competências e Habilidades para uma

vida Autônoma e/ou Inclusão no Trabalho ... 173 9.1.2 Sala de Identificação de Competências e Habilidades – SICH ... 174 9.1.3 Programa para Competência de vida ... 174 9.1.4 Oficinas Pedagógicas ... 176 9.2 Qualificação para o Trabalho ... 180 9.2.1 Formação para o Trabalho ... 181 9.2.2 Habilitação Profissional ... 182 9.3 Colocação no Trabalho ... 182 10 METODOLOGIA ... 185 11 PROCESSO AVALIATIVO ... 188 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 192 REFERÊNCIAS ... 193

APRESENTAÇÃO

Este Projeto Político-Pedagógico constitui-se em um instrumento teórico metodológico, definidor das ações a serem tomadas no Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff, pois contempla as aspirações de toda a comunidade escolar, pais, professores, funcionários, alunos, para a melhoria da qualidade do trabalho educativo e a consolidação das ações para o mundo do trabalho.

O processo de construção deste Projeto deu-se de forma coletiva, através da reflexão e análise da realidade vivida por todos os envolvidos e da clareza de que sua sistematização nunca é definitiva, pois o mundo está em constante transformação, exigindo um repensar contínuo da organização do trabalho pedagógico na busca de resultados que incluem as atividades do professor na dinâmica interna e flexível da sala de aula.

Este trabalho é um verdadeiro desafio onde o processo de construção é repleto de dinamicidade, pois à medida que todos forem envolvidos na reflexão sobre o Centro, sobre a comunidade da qual se originam seus alunos, sobre a necessidade dessa comunidade e sobre os objetivos e metas a serem alcançadas, o Centro passa a ser sentido como ele realmente deve ser, de todos e para todos, numa adaptação pronta e consciente, frente aos apelos e aos desafios do momento e da história que se constrói, observando o direito de todos os indivíduos à educação, como o caminho possível de integração com o meio social.

Deve ser respeitado independentemente das dificuldades ou deficiências do educando, portanto, plenamente assegurados na Constituição Federal art. 205, 206, 208; na Declaração de Salamanca, onde o princípio fundamental é o acolhimento de todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais emocionais, lingüísticas e outras; Declaração Universal dos Direitos Humanos; Declaração de Jomtien e Declaração da Guatemala; na LDBEN em seus art. 58, 59 e 60; no Estatuto da Criança e do Adolescente no art. 53, os quais admitem ser o processo de inclusão um grande desafio das escolas comuns e especiais, visto que cada uma deve tornar o seu papel claro, dentro da visão da educação para todos.

Se os compromissos educacionais dessas pessoas não são sobrepostos, nem substituíveis, cabe à escola especial complementá-los junto à escola regular e

a Educação de Jovens e Adultos, atuando sobre o saber particular que invariavelmente vai determinar e possibilitar a construção do saber universal.

Ressalva-se que fazer valer o direito à educação para todos não se limita a cumprir o que está na lei e aplicá-la sumariamente. Este assunto merece um entendimento mais profundo da questão justiça. A escola justa e desejável para todos não se sustenta unicamente no fato de os homens serem iguais e nascerem iguais. A extensão desse valor, portanto, precisa ser considerado, para não entendermos que todas as pessoas sejam iguais em tudo. Temos de considerar as suas desigualdades naturais e sociais.

Mantoan (2006) ressalta que o nosso sistema educacional, diante da democratização do ensino tem vivido muitas dificuldades para equacionar uma relação tão complexa, que é a de garantir escola para todos através de vias de qualidades. É inegável que a inclusão escolar e social coloca ainda mais lenha na fogueira por considerar o problema escolar brasileiro um dos mais difíceis, diante do número de alunos que temos que atender das diferenças regionais, do conservadorismo, entre outros fatores.

Mas sabe-se, contudo, que sem essas mudanças não garantiremos a condição de nossas escolas e a sociedade de receberem, indistintamente a todos os alunos, oferecendo-lhes condições de prosseguir em seus estudos e profissão, segundo a capacidade de cada um, sem discriminações nem espaços segregados de educação.

Temos na Constituição de 1988 e nas leis educacionais e do trabalho o apoio à necessidade de reconstruir um espaço inclusivo sob novos parâmetros educacionais e sociais, que nos leva a conclamar uma virada para melhor. Precisamos de apoio e parcerias para enfrentar este novo desafio. Nossa obrigação enquanto educadores é fazer valer o direito de todos à educação e ao trabalho, dentro de um ambiente sem segregação, mas em um ambiente apropriado à formação dessas pessoas deficientes para exercer a cidadania num prisma acolhedor e preocupado com a aprendizagem de todos.

Desse modo, a proposta pedagógica do CEEE Helena Antipoff tem a intenção de conduzir para a construção da escola cidadã e parceira, em toda sua globalidade, que ofereça uma formação integral aos alunos com deficiência intelectual, múltiplas e síndromes, levando em consideração os aspectos sócio- afetivo, psicomotor, cognitivo, ético e moral para a construção de uma sociedade

mais justa e fraterna para todos, dentro de um ambiente acolhedor e proporcionador de momentos significativos de aprendizagem, amizade, alegria, confiança, acolhimento, estimulando assim a solidariedade.

1 INTRODUÇÃO

Apesar da história da educação remontar de antigas épocas, a defesa da cidadania e do direito à educação das pessoas com deficiência é atitude muito recente em nossa sociedade se considerarmos que somente no final da década de cinqüenta iniciou-se um movimento insipiente em favor de uma clientela específica que por muito tempo ficou privada de usufruir de seus direitos tendo em vista as concepções e práticas sociais vigentes.

Definida como modalidade de ensino, a educação especial configurou-se através de uma abordagem tecnicista reducionista utilizando métodos, técnicas e materiais didáticos diferentes dos usuais de forma assistencialista, não merecendo muita atenção dos estudiosos de modo a empreenderem uma abordagem científica do fenômeno enquanto elemento significativo da política educacional.

Somente com a evolução da sociedade e do reconhecimento que as dificuldades encontradas nos sistemas de ensino refletem uma mudança no papel da escola e, portanto, na superação da lógica da exclusão, a educação inclusiva assume espaço central no debate contra as práticas discriminatórias e em alternativas para superá-las.

Embalados pelo movimento mundial pela inclusão social e pela concepção proposta pela Declaração dos Direitos Humanos onde todos os seres nascem livres e iguais em dignidade e direitos, devendo estar juntos aprendendo e participando sem nenhum tipo de discriminação, a legislação brasileira avança na tentativa de atender a todos indistintamente, sem discriminação e exclusão social.

Com a elaboração dos referenciais para a construção dos sistemas educacionais inclusivos, a organização das escolas e classes especiais passa a ser repensadas de modo a atender todos os alunos em suas especificidades garantindo seus direitos plenos de cidadãos com a construção de uma sociedade inclusiva na garantia a todos do acesso contínuo do espaço comum da vida em sociedade, acolhimento à diversidade humana, inaceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades e de desenvolvimento, com qualidade em todas as dimensões de vida.

Nesse sentido o CEEEHA conjugado com uma política de educação voltada para o desenvolvimento da pessoa com deficiência intelectual, múltiplas e síndromes, vem contribuir para a emancipação dessas pessoas através de ações

diversificadas, presentes em seu Projeto Político-Pedagógico, pautado no respeito a todos de modo indistinto, assumindo um trabalho sistematizado que desencadeie reflexões que estimulem práticas inclusivas no âmbito educacional, social e profissional, baseada no princípio de igualdade e justiça, no enfrentamento diário às possibilidades de oportunidades, advindas do reconhecimento de que são pessoas sociáveis e possíveis de participação plena, pela igualdade de oportunidade, pela evolução do humanismo, do conhecimento e respeito à diversidade que vai além das possibilidades humanas.