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8 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

9 ESTRUTURA CURRICULAR DO CENTRO ENSINO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL HELENA ANTIPOFF

9.1 Preparação para o trabalho

Esta etapa propicia as condições necessárias para o ingresso na etapa profissionalizante. Oferece vivências em atividades práticas de trabalho que revelarão as potencialidades e aptidões para o exercício de uma atividade profissional.

9.1.1 Avaliação para Identificação de Competências e Habilidades para uma vida Autônoma e/ou Inclusão no Trabalho

Esta avaliação consiste no levantamento das potencialidades da pessoa deficiente, especificando o grau de capacidade para a execução de uma tarefa ou desempenho de uma função ou emprego; verifica os aspectos pessoais, sociais e

profissionais; direciona e adéqua os programas a serem desenvolvidos, identifica as habilidades psicomotoras, comunicativas, de vida autônoma e social.

A avaliação inicial é realizada pela equipe multiprofissional, constando de entrevista com pais e ou responsável, com a própria pessoa deficiente, visando obter dados importantes referentes ao histórico de vida do avaliando, bem como verificar os pré-requisitos para o ingresso no Centro a partir de 14 anos.

Após o estudo do caso, os avaliandos, aptos para o ingresso no Centro, serão encaminhados para a Sala de Identificação de Competências e Habilidades, e os que não se enquadrarem na clientela do Centro, após devolutiva com a família, serão orientados para a busca de outros programas, serviços e modalidades de atendimentos.

9.1.2 Sala de Identificação de Competências e Habilidades – SICH

Constitui a primeira etapa de ingresso no Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff, que visa desenvolver habilidades e competências através de sondagens de aptidões e interesses para as atividades laborativas das oficinas pedagógicas, como também, desenvolver hábitos de atitudes sociais, aspectos cognitivos, motores e sócio-afetivos para adquirir independência nas atividades de vida autônoma.

Os alunos terão acompanhamento sistemático da equipe interdisciplinar a fim de identificar as habilidades e potencialidades destes nas atividades práticas vivenciadas em sala de aula, que juntamente com o professor, após a avaliação, será direcionado para a oficina pedagógica escolhida ou para o programa que visa competência de vida.

9.1.3 Programa para Competência de vida

Competência de Vida é um programa pedagógico que visa fornecer meios para tornar o aluno o mais independente possível no meio social em que vive, conforme suas limitações e potencialidades.

São elegíveis para este programa, alunos a partir de 14 anos, deficiente intelectuais, múltiplas e síndromes, que não evidenciam os pré-requisitos básicos para ingresso ao atendimento nas oficinas pedagógicas, como também os que não

apresentam habilidades psicomotoras, atividades de vida autônomas, prática e cognitivas.

Os conteúdos a serem trabalhados são: a) - Atividades da Vida Autônoma

Higiene corporal e ambiental; vestuário; alimentação; comunicação e locomoção.

b) Ajustamento sócio-emocional

Relação de cortesia; participação em grupo e conduta social adequada. c) Desempenho Educacional

Compreensão e execução de comando verbal simples e complexo; atenção na realização de tarefas; trabalhos manuais e/ou laborais.

d) Habilidades Psicomotoras

Controle muscular; coordenação viso motora; coordenação motora global; marcha, equilíbrio e postura; esquema corporal e cognição.

e) Atividades Complementares

Artes visuais; música, dança, teatro, recreação ou Psicomotricidade e Informática Educacional.

É de suma importância o envolvimento da equipe multiprofissional neste programa, a fim de promover a dinamicidade e desenvolvimento integral dessa clientela.

O espaço físico requer sala arejada com equipamentos e materiais específicos para as atividades a serem desenvolvidas.

A dinâmica de atendimento requer horário flexível e atendimento à diversidade da clientela.

a) Atividade de Vida Autônoma (A. V. A): 2 (duas) horas aula diariamente; b) Atividades Artísticas:

- Artes visuais: uma hora uma vez por semana; - Artes cênicas: uma hora uma vez por semana;

c) Atividades Recreativas e Psicomotoras: uma hora aula, duas vezes por semana, ou de acordo com a especificidade de cada aluno;

9.1.4 Oficinas Pedagógicas

As Oficinas Pedagógicas caracterizam-se por considerar ações voltadas para a identificação das potencialidades dos educandos para desenvolver as competências e habilidades necessárias às atividades laborais.

Dessa forma a nossa proposta prima-se pelo desenvolvimento de competências as quais envolve o domínio dos quatro pilares que fundamentam a educação, os quais sejam:

a) Aprender a conhecer: Desenvolvimentos de competências para construir conhecimentos, exercitar pensamentos, atenção, percepção para contextualizar informações e para saber se comunicar;

b) Aprender a fazer: Por em prática os conhecimentos significativos aos trabalhos futuros, enfatizar a educação profissional, descobrindo o valor do trabalho e sua importância, transformando o progresso do conhecimento em novos empreendimentos e em novos empregos; c) Aprender a ser: A educação deve preparar o aluno de forma integral,

física, intelectual e moral, para saber agir em diferentes condições e situações por si mesmas;

d) Aprender a conviver: Saber conviver com os outros, respeitar as diferenças, conviver com a diversidade, aprender a desenvolver projetos solidários e cooperativos, em busca de objetivos comuns. (VIEGAS, 2003).

Os objetivos específicos das Oficinas Pedagógicas são:

a) Possibilitar que o aluno adquira nível máximo de autonomia; b) Desenvolver padrões de desempenho exigido para o trabalho;

c) Utilizar técnicas de trabalhos artesanais e/ou comerciais, familiarizando-se com o uso de ferramentas com o material e com as técnicas em cada oficina;

d) Capacitar para o ingresso na etapa da qualificação para o trabalho. O Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff conta com as seguintes Oficinas Pedagógicas:

Oficina de Encadernação e Xérox, Reciclagem de Papel, Trabalhos Manuais, Cerâmica, Laboratório de Alimentação e Nutrição (LAN) e Jardinagem e Paisagismo.

Estas Oficinas Pedagógicas no contexto da inclusão oportunizam aos alunos com deficiência intelectual e múltipla a aprendizagem das habilidades básicas, especificas e de gestão, tendo em vista a preparação para o trabalho e a convivência na comunidade.

a) Habilidades Básicas

Referem-se às competências e conhecimentos básicos essenciais para o mundo do trabalho e para a construção da cidadania, como comunicação verbal e escrita, leitura e compreensão de textos, raciocínio, componentes de saúde e segurança para o trabalho, preservação ambiental e outros eventuais requisitos para as demais habilidades.

As Atividades Acadêmicas serão adaptadas com currículo funcional para aqueles que não possam beneficiar-se do currículo da base nacional comum para atender as necessidades práticas da vida, conforme consta nas Diretrizes da Educação Nacional para a Educação Especial na Educação Básica, pg. 58 e no Decreto 2208/79, art. 3 e inciso I, que contempla educação profissional a nível básico, independente de escolaridade prévia.

- Informática Educacional

Com as novas tendências mundiais e as urgentes mudanças sociais, é de suma importância a utilização da tecnologia da comunicação e informação como ferramenta pedagógica no processo ensino-aprendizagem. , pois possibilita que o aluno seja sujeito ativo no processo de aprendizagem e de construção do conhecimento.

O conteúdo curricular é definido nos PCN’s do Ensino Fundamental MEC/1998, trabalhando os temas transversais, utilizando a metodologia de projetos, versando sobre temas importantes para o desenvolvimento cognitivo dos alunos.

Essa prática tem trazido resultados promissores, proporcionando aos alunos avanços significativos no processo de aprendizagem, tendo em vista serem efetuados no Laboratório de Informática Educacional (PROINFO), na elaboração de atividades diversificadas com a criação de desenhos, pinturas e texto, explorando softwares educativos e também reforços relacionados às necessidades das habilidades necessárias para o trabalho.

- Atividades Complementares

São atividades que envolvem Artes Visuais, Dança e Teatro, Educação Física (Práticas Desportiva e Recreação) e Psicomotricidade.

As atividades complementares têm como objetivo investigar e desenvolver o potencial artístico e o talento dos alunos em diversas áreas de arte, cultura e do esporte.

b) Habilidades Específicas

São competências e conhecimentos específicos acerca de processo, métodos, técnicas, normas, regulamentações, tipos de materiais e de equipamentos e outros conteúdos específicos de acordo com o projeto de cada Oficina do Centro.

As Habilidades Específicas devem ser desenvolvidas e adquiridas a partir da realidade objetiva de cada aluno. Ao professor cabe avaliar o nível de potencialidades efetivas de que o aluno mostre ser detentor.

c) Habilidade de Gestão

Referem-se a competências e conhecimentos relativos à atitude de gestão, autogestão, melhoria da qualidade e da produtividade de micro e pequenas empresas, do trabalho autônomo ou do próprio trabalhador individual e do processo produtivo.

É necessário articular atividades focando o desenvolvimento integrado de habilidades básicas, especificas e de gestão definidas em função do mercado de trabalho, ou seja, do setor produtivo, reunindo interesses e necessidades dos alunos trabalhadores e empresários.

O tempo de permanência nas Oficinas Pedagógicas será de 4 (quatro) anos ou de acordo com o desenvolvimento das habilidades laborais podendo o aluno dar continuidade na etapa de Qualificação Profissional a partir da verificação do desenvolvimento dos mesmos, no que tange as habilidades básicas, especificas e de gestão.

Metodologia:

Convém ressaltar, que as atividades acadêmicas e complementares devem ser planejadas, contextualizada com as atividades práticas, com vistas à formação de hábitos e atitudes de trabalho, como também o desenvolvimento de conteúdos que tenham valor na vida dos alunos.

O grupo de alunos deverá ser feito de acordo com o seu interesse e habilidades nas atividades práticas e complementares e o conteúdo programático deverá ser dividido em vários níveis, com o grau de dificuldades crescentes.

Avaliação

A avaliação nas Oficinas Pedagógicas e Atividades Complementares valer-se-á de vários instrumentos e técnicas a fim de evidenciar o desempenho do aluno tais como: estudo de caso; observações informais em várias situações práticas em sala de aula; avaliação de desempenho bimestral e reflexões diárias, objetivando registrar os avanços dos alunos.

a) Dinâmica de Atendimento

- As Habilidades Especificas nas Oficinas Pedagógicas terão a duração de 2 (duas) horas aula diárias, perfazendo 8 (oito) horas semanais;

- As atividades de gestão serão ministradas concomitantes nas Oficinas Pedagógicas;

- As Habilidades Básicas terão duração de 2 (duas) horas aulas diárias, perfazendo 8 (oito) horas semanais;

- Informática será juntamente com o horário de escolarização; - Atividades complementares: 1 (uma) hora aula diária;

- Modulação das Oficinas: 10 (dez) a 12 (doze) alunos por oficina ou será de acordo com o grau de dificuldades dos mesmos.

b) Transferência

- Quando os alunos atingirem as competências e habilidades trabalhadas nas oficinas pedagógicas, deverão dar continuidade em outras etapas do processo de educação profissional.

- Quando o aluno alcançar os objetivos propostos na atividade acadêmica do Centro, e atingir a idade de 18 anos, será encaminhado para dar prosseguimento dos estudos no ensino regular na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA); c) Terminalidade

A terminalidade do aluno dar-se-á após 08 (oito anos) de permanência no Centro, pelo alcance máximo dos objetivos propostos no processo de profissionalização para posterior encaminhamento ao mercado do trabalho como estagiário, emprego competitivo, núcleo cooperativo.

A partir do 6° ano de permanência no Centro, depois de esgotadas todas as possibilidades, o aluno que não atender os pré-requisitos para sua inclusão no

mercado de trabalho, será acompanhado, juntamente com a família, pela equipe multiprofissional para que seja realizado o seu desligamento.

Em qualquer época, quando constatado pela equipe que o aluno não se beneficia com os programas oferecidos pelo Centro, após estudo de caso, o mesmo poderá ser encaminhado para outros atendimentos que venham satisfazer as suas necessidades.