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esta sociedade, transmissão essa que foi autorizada nos termos do Decreto-Lei n.º 219/2000, de 09 de

Setembro.

7 Cf. PT, Relatório e Contas Consolidadas de 2001, pp. 133-134.

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este modelo, o Murteira Nabo passou a presidir a todas as empresas do Grupo Portugal Telecom, tendo cada uma delas um administrador executivo. Na gestão cindiram-se as áreas estratégica e operacional. Foram criadas uma Comissão Executiva, responsável pela definição da estratégia do grupo, e uma Comissão de Alta Direcção, que é o principal órgão decisor da PT. Em relação às perspectivas futuras, as linhas estratégicas apresentadas traduziram-se por uma aposta na convergência tecnológica, pela consolidação dos negócios de rede fixa em Portugal, pelo desenvolvimento de negócios em crescimento, pelo aumento da eficiência e da produtividade e pela consolidação da internacionalização, principalmente, no Brasil. Em termos de organização, a PT é composta pelas subsidiárias e associadas à holding, e opera essencialmente no sector das telecomunicações, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Concomitantemente, o Grupo tem vindo a tomar posições na área dos multimédia, de forma a tornar-se num operador integrado.

A partir de 2000, a PT passou a estar organizada da seguinte forma:

Figura 3.1

Restruturação do Universo Empresarial do Grupo PT9

Fonte: Baseado em PT, Relatório e Contas Consolidadas de 2001

A actividade da PT abarca todos os segmentos do sector das telecomunicações: negócio fixo, móvel, multimédia, dados e soluções empresariais. Estes serviços de telecomunicações e multimédia são disponibilizados no Brasil e em mercados internacionais com elevado potencial. A PT encontra-se presente em países como Marrocos, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola, Quénia, Timor e China.

9 Nesta reestruturação, aprovada pela Assembleia Geral em 2000, inseriu-se a constituição da PT

Investimentos e da PT Multimedia, bem como o estabelecimento de alianças ou parcerias a nível de alguns negócios, como é o caso da multimédia e das tecnologias e sistemas de informação.

PT Comunicações PT Prime PT Móveis PT Multimédia Outras

ƒ Constituída em Julho de 1999 ƒ Liderança na TV por subscrição: cabo e satélite ƒ Fortes marcas na multimedia (Lusomundo) ƒ Liderança na Internet (NetCabo) em Portugal e no Brasil (aliança com a UOL) ƒ Fundada em Março de 1999 ƒ Negócio móvel nacional (TMN) e internacional (Telesp Celular, etc.) ƒ Liderança em Portugal e no Brasil ƒ Criada em Outubro de 1999

ƒ Front end para clientes empresariais ƒ Fornecedor de soluções

integradas e-commerce B2B, …

ƒ Novas áreas de negócio e-government e a Netautarquia ƒServiços diversos ƒMédi telecom (Marrocos) e Mascom (Botsuana) ƒ Criada em Setembro de 2000 ƒ Maior infra-estrutura de telecomunicações de Portugal ƒ Estabelecimento, gestão e exploração de infra-estruturas de telecomunicações de rede fixa, fornecimento de serviços de retalho a clientes residenciais e PME’s e a outros operadores

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As evoluções mais recentes no domínio estratégico em referência centram-se no reforço dos interesses na telefonia celular relativa ao mercado brasileiro, segmento que é hoje claramente preponderante no plano da internacionalização da PT, e cuja exploração é efectuada através de uma joint-venture que congrega, em partes iguais, os interesses do Grupo português e do seu homólogo espanhol - a poderosa Telefónica.

Em síntese, o crescimento da empresa tem vindo a consolidar-se através do desenvolvimento de novos negócios em áreas de rápido crescimento, como os serviços móveis de voz e dados, a multimédia e os acessos de banda larga à Internet. Em termos de objectivos e de estratégia, a PT deseja tornar-se numa das três operadoras de telecomunicações mais eficientes da Europa, consolidar a posição de maior grupo empresarial português e estar entre os maiores grupos internacionais de infocomunicação.

Em 1997, o Grupo PT tinha praticamente mais de 1 milhão de Clientes, dos quais cerca de 900 mil estavam em Portugal. Em 2001, oferecia um portfolio diversificado de negócios, desde as comunicações fixas até à multimédia, tendo aumentado a sua base de clientes de 16,5 milhões, dos quais 61% estavam nos serviços móveis.

3.2.2 O Contexto de Internacionalização da PT

A partir do início dos anos 90, o sector das telecomunicações desempenhou um papel fundamental no processo de globalização.

Perante esta evolução a PT não ficou alheia tendo constituído, em meados dos anos 90, uma empresa-veículo para actuar neste domínio - a PT Internacional. A criação desta subsidiária, detida a 100% pela “casa-mãe”, visou encontrar novas oportunidades de negócios nos mercados externos com potencialidades de crescimento, tendo em conta as vantagens competitivas existentes nos domínios da expertise e do cultural-linguístico. O objectivo principal do Grupo português foi a diversificação e a consolidação da posição de operador global de telecomunicações e multimedia.

Para a sua internacionalização, a PT escolheu como mercados geográficos prioritários o Brasil e os PALOPS, bem como os países compreendidos nas respectivas áreas confinantes, correspondendo às operações móveis e à privatização de operadores públicos as áreas de actividade a privilegiar.

Assim, indicando apenas os elementos mais relevantes neste âmbito, é de salientar a presença em Marrocos e no Botswana (telemóveis); especialmente assinalável é também a entrada nos negócios dos “Dados” e Internet (Brasil), estes últimos devido à dimensão e às sinergias potenciais que este mercado geográfico encerra, designadamente, no plano dos conteúdos em língua portuguesa.

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3.2.3 Internacionalização no Brasil

O Brasil constituiu, desde o principio, uma importante e forte aposta na internacionalização da PT, sobretudo na área das comunicações móveis.

O projecto de internacionalização da PT começou a ser traçado ainda antes da constituição da PT, em 1995. Com efeito, no início dos anos 90, a Marconi tinha começado a interessar-se pelo investimento fora do mercado doméstico, estudando várias oportunidades de negócio na Ásia, em África e na Europa de Leste. Foi nesse contexto que surgiu a ideia de estudar e orientar os investimentos externos da Marconi para o Brasil, sob a égide de Eduardo Correia de Matos. Em 1991, o então Presidente do Brasil, F. Collor de Mello, anunciou a intenção de privatizar o sector das telecomunicações. A Marconi formou um consórcio com o Grupo Olacyr de Morais e a Mc Caw, a maior operadora celular a nível mundial, na época. No entanto, este processo de privatização das telecomunicações brasileiras foi interrompido por razões políticas, em 1992.

Foi a partir de 1996 e aproveitando a experiência da primeira tentativa, que a PT decidiu entrar em força no mercado das telecomunicações brasileiro. Uma das alavancas do investimento da PT no Brasil foi a assinatura da Aliança Atlântica10 com a Embratel.

A 25 de Junho de 1998 a PT adquiriu 19,6% da Companhia Riograndense do Sul – CRT (no valor de 69 milhões de contos), em consórcio com mais cinco empresas, em que se destacam a Iberdrola e o BBV (actual BBVA). A Telefónica já controlava 35% da CRT e o acordo com a PT previa que esta tomasse posição no capital em cerca de 10%, referencial que acabou por duplicar.

Paralelamente, para o concurso da Telebrás11 a PT constituiu quatro empresas - Portelcom Invest, Portelcom Móvel, Portelcom Participações e Portelcom Norte Leste Participações. A Portugal Telecom Internacional, sob a liderança de Miguel Horta e Costa, enquadrou a força avançada para a internacionalização do Grupo PT.

O leilão de privatização do sistema Telebrás12 ocorreu a 29 de Julho de 1998. A PT comprou a “jóia da coroa” – a Telesp Celular, enquanto a Telefónica adquiriu a Telesp fixa. A Península Ibérica, através destes dois actores, ganhou a privatização.

10 Em 1997, a Portugal Telecom, através da sua participada Portugal Telecom Internacional, SGPS, S.A.

(PTI), constituiu com a Telebrás – Telecomunicações Brasileiras, S.A., a sociedade “Aliança Atlântica Holding, B.V.” (Aliança Atlântica), com o objectivo de se apresentarem associadas em potenciais investimentos a realizar no sector das telecomunicações, designadamente na América Latina e em países africanos de língua oficial portuguesa.

11 O Governo brasileiro, sob a égide do Presidente F. H. Cardoso, aprovou a privatização da Telebrás em

1997.

12 Segundo o Ministro brasileiro das Comunicações, Sérgio Motta, em 1997, as empresas que constituíam o

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Com efeito, a PT conseguiu as “jóias da coroa” das telecomunicações brasileiras: adquiriu 64% da Telesp Celular, operador de telecomunicações móveis de São Paulo e de toda a América Latina; em junção com a Telefónica conseguiu 19% do capital votante da Telesp Fixa, operadora de rede fixa de São Paulo; e negociou a participação na Embratel, operadora de ligações de longa distância, arrematada pela norte-americana MCI, também sua aliada.

Com esta aquisição13, a PT passou de uma operadora portuguesa para uma empresa com dimensão internacional.

Na fase pós-privatização, uma das apostas foi a implantação de uma rede digital, com a implementação da CDMA, para responder à procura crescente de telemóveis, e porque a rede analógica já não tinha capacidade de resposta. Paralelamente, na segunda metade de 1998, a crise russa instalou um quadro económico mundial pouco favorável para adopção de uma nova tecnologia como a CDMA. Todavia, a PT conseguiu convencer a Lucent, a Motorola e a Samsung a acompanhá-la. Assim, foram instaladas fábricas de CDMA no Brasil. Mais tarde a Global Telecom também acompanhou este processo, dando um terço dos terminais no Brasil em CDMA. Foi neste cenário que em Novembro de 1998, foi lançada a tecnologia CDMA, em São Paulo.

Em 1999, a PT lançou “o celular inteligente da Telesp Celular” – o Baby14. A introdução do pré-pago no Brasil teve um sucesso muito grande no Brasil. O Baby ajudou a reverter a queda de mercado, e a Telesp Celular adoptou um plano no sentido de continuar a lançar produtos inovadores para passar a fidelizar os clientes. Assistiu-se ao início de um verdadeiro “desfile de modernidade”, inovação e comunicação a que não foi alheia a ajuda neste campo da PT Inovação, a qual colocou toda a sua experiência ao serviço da Telesp, acabando mesmo por abrir uma empresa irmã no Brasil.Wap, a Internet Móvel, a tecnologia 1xRTT, entre outras.

Ao longo do segundo semestre de 1999, a Telesp Celular conseguiu mais de 2 milhões de clientes; lançou o Peg&Fale. Em Agosto 2000, a PT criou o B2B no MERCOSUL. No último mês de 2000, a PT venceu a concorrência e comprou redes de Unibanco e

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