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1.6 – O estabelecimento da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis em Vila Rica

No documento cristianooliveiradesousa (páginas 60-67)

O padrão observado por Martins a respeito da fundação das Ordens Terceiras na América Portuguesa — que vincula o estabelecimento destas à prévia fundação das Primeiras — não se aplica para as instituições fundadas no território das Minas. A proibição do estabelecimento de ordens religiosas regulares nas Minas deu características ímpares à fundação e atuação das instituições terciárias naquela capitania. Veremos então como se deu a fundação da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Vila Rica, a primeira das Ordens Terceiras a se instalar nas Minas, apontando algumas especificidades que diferenciam a fundação desta instituição em Vila Rica das demais regiões da América Portuguesa.

A vasta documentação referente à proibição da entrada de religiosos e estabelecimento de Ordens Religiosas Regulares no Território das Minas encontrada nos arquivos — documentação esta que tem início com a carta régia de 9 de novembro de 1709 que nomeia Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho para governador da Capitania e, dentre outras coisas, recomenda “despejar a todos os Religiosos e Clérigos que se achem nas Minas sem emprego necessário, que seja alheio ao seu Estado” — demonstra como a questão da presença dos religiosos regulares no território das Minas incomodava a Coroa Portuguesa.21 A situação dos eclesiásticos “transgressores” em Minas só vai diminuir com a criação do Bispado de Mariana, em 1745. Até então a fama dos religiosos apóstatas que viviam naquela região corre toda a América Portuguesa. É na tentativa de ajudar a resolver esta situação que em 28 de Outubro de 1745 o Frei Antônio da Conceição, regente da Província da Imaculada Conceição do Rio de Janeiro emite uma patente ao Frei Antônio de Santa Maria encarregando-o da seguinte diligência:

“...parta logo para as ditas Minas: e em nosso nome e do nosso Reverendo Definitório convoque a todos os Religiosos que andam dispersos e apóstatas e conferindo-lhes o beneficio da absolvição os admoeste benignamente da nossa parte e os persuada a que se venham a qualquer dos nossos Conventos de sua maior consolação, livres e perdoados de todas as penas merecidas por seus excessos: porque só queremos que cada um, arrependidos dos escândalos com que até aqui viverão, se doam e mudando de vida façam

voluntária penitência lembrando-se de que são filhos deste Santo Padre. ”22 Estava, portanto, dada a justificativa para a vinda do Frei Antônio de Santa Maria para as Minas. Porém, além do resgate dos religiosos apóstatas, o frei foi incumbido também de outra missão:

“...como nas Minas de Ouro Preto e outros vários lugares se acham alguns Noviços Terceiros que com instância nos suplicam a profissão também nomeamos e instituímos a V. C. nosso Comissário cum plenitudine potestates para os professar, praticar lhes a forma e obrigações da nossa Venerável Ordem Terceira da Penitência, segundo os Estatutos da mesma, e instruir-lhes com seus bons exemplos nos santos exercícios que esta Venerável Ordem costuma para salvarem melhor as suas almas que é o fim para que Nosso Santo Patriarca São Francisco a instituiu. ”23

Foi então seguindo esta missão que lhe havia sido confiada que, em 9 de Janeiro de 1746, o então Comissário Frei Antônio de Santa Maria, na presença do Vigário Dr. Félix Simões de Paiva e seu coadjutor Padre João Soares de Albergaria funda a Venerável Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis em Vila Rica, primeira Ordem deste tipo a ser fundada no território das Minas. Segundo consta ainda no termo de fundação da Ordem, nesta primeira reunião de fundação:

“se juntaram gostosa e voluntariamente entre as pessoas principais da mesma vila mais de oitenta Irmãos Terceiros da dita Venerável Ordem, professos segundo suas Patentes em várias Províncias do nosso Reino, e seus Estados.”

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A fundação de uma Ordem Terceira condiciona-se à aprovação dos gerais ou dos provinciais das ordens religiosas correspondentes, os únicos que gozam de privilégio concedido pela Santa Sé para tal fim. Em Vila Rica, conforme demonstra os documentos citados verifica-se que a fundação da Ordem Terceira Franciscana aconteceu através da requisição de membros já professos que se mudaram para a região das minas e estavam, por isso, impossibilitados de frequentar a Ordem. Dentre os cerca de oitenta irmãos, citados no documento que teriam comparecido na reunião de fundação, estavam certamente homens provenientes de diversas localidades, sendo diversos deles membros das Ordens Terceiras cariocas residindo na região das Minas (MARTINS, 2009, p. 93).

Podemos já aqui notar algumas diferenças entre o estabelecimento das Ordens Terceiras nas Minas em relação ao padrão observado por Martins para a criação destas nas demais regiões da América Portuguesa. O primeiro diz respeito à pré-existência nas Minas de

22 Arquivo da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (APNSC), Arquivo da Ordem Terceira

de São Francisco de Assis. Patentes (1745-1842) MF 513. Optamos por, daqui em diante, atualizar a grafia dos documentos, retirando destes os arcaísmos e desdobrando as abreviaturas, para melhor compreensão.

23 APNSC, Arquivo da Ordem Terceira de São Francisco de Assis. Patentes (1745-1842) MF 513. 24 Ibidem.

Irmãos Terceiros professos em outras regiões que se deslocaram para aquela capitania e, por não existirem ali ainda instituições terceiras, estavam impedidos de frequentar a Ordem à qual haviam professado. Assim, o estabelecimento das Ordens Terceiras nas Minas será fruto de uma demanda daquela sociedade fortemente marcada por um grande afluxo populacional, em decorrência do descobrimento do ouro. O fato de existirem terceiros professos habitando as Minas, porém, não justifica sozinho o estabelecimento das Ordens Terceiras naquela região. Como podemos observar, somente a partir de meados do século XVIII, a exigência pela presença das Ordens Terceiras nas Minas torna-se mais efetiva, a ponto de estas instituições de fato ali se estabelecerem. A historiografia costuma associar o surgimento destas agremiações nas Minas ao processo de sedimentação e hierarquização da sociedade mineira que vai atingir sua maturidade a partir da década de 1740. Fritz Teixeira de Salles afirma que:

“o aparecimento das ordens terceiras assinala determinado grau atingido pela estratificação social. Isto é, revela a polarização da cúpula dessa classe média, constituída pelos comerciantes, funcionários, intelectuais, etc. Observa-se, então, que, nas regiões onde aquela estratificação, em decorrência da decadência econômica ou de outros fatores, não chegou a atingir aquele grau — não surgiram as ordens terceiras. (...) A observação das igrejas de cada cidade ilustra de forma impressionante este fato. Ouro Preto é o melhor exemplo que temos da eclosão e comportamento social das ordens terceiras do Carmo e S. Francisco. ”(SALLES, 1963, p. 126)

Segundo Caio César Boschi:

“ser membro de uma ou mais Ordem Terceira significava ter acesso ao interior da nata da sociedade e trânsito facilitado nela. Significava status. Significava imediata obtenção de privilégios, graças e indulgências. Significava estar próximo do poder e ter sua proteção.” (BOSCHI, 1986, p.20)

Júnia Furtado afirma que o aumento da população de origem africana livre na segunda metade do século teria promovido a intensificação do processo de hierarquização social, pois “a multiplicação de novos estratos sociais fazia urgente a necessidade de símbolos de distinção que tornassem mais visível o lugar social de cada um.”(FURTADO, 2001, p.114) Naquela sociedade cada vez mais hierarquizada que se formava nas Minas, as redes de poder em que os homens se inseriam, assim como os sinais de prestígio eram essenciais na definição do reconhecimento social e hierárquico. Ali:

“Aqueles que aspiravam à condição de nobre não se satisfaziam com uma única fonte de nobreza: mesmo sendo cavaleiros (...) pretendiam um ofício civil ou um posto militar, pois só graças a várias mercês, reforçadas umas pelas outras, é que sua nobreza se impunha na sociedade.” (SILVA, M.B.N, 2005, p.18)

Desta forma, muito além da questão religiosa que sem sombra de dúvidas era também de fundamental importância para aqueles homens, entendemos o pertencimento às Ordens

Terceiras, a participação em seus rituais e cerimônias públicas, a preocupação constante com a precedência e ordenação, por exemplo, como aspectos fortemente relacionados à definição da posição social daqueles homens, justificando assim a ânsia em participar daquela organização religiosa de leigos. A historiadora Juliana Mello Moraes que realizou um estudo comparativo entre os irmãos terceiros franciscanos de Braga e de São Paulo afirma o seguinte sobre a Ordem Terceira paulista:

“(...)como um importante espaço de sociabilidade, no qual praticavam a caridade entre seus pares e intensificavam sua vivência religiosa, a Ordem Terceira de São Francisco constituía‑se num atrativo para os emigrados. A presença de muitos comerciantes portugueses com laços familiares, durante o século XVIII, corrobora a premissa dessas ligações entre os dois lados do Atlântico. Igualmente, a ocupação de cargos de destaque na Mesa administrativa revelam a inserção e a promoção social desse grupo, ligado às atividades mercantis, no seio da instituição.”(MORAES, 2011, p.241-242) A mesma autora, em outro artigo sobre o tema afirma que:

“As ordens terceiras franciscanas ao possibilitar a inserção de pessoas em diferentes localidades do império marítimo, ao congregar homens de diferentes grupos sociais marcados pela pertença a cristandade portuguesa, ao atender seus membros espiritualmente e materialmente, ao possuir em seus quadros administrativos homens proeminentes do local onde se edificavam, atendiam sobremaneira aos anseios daqueles que, durante o século XVIII, buscavam ampliar seus laços sociais e amplificar sua vivência da fé. Elementos que as tornaram, nesse período, um dos alicerces imprescindíveis para a construção e manutenção da religiosidade e hierarquização social da sociedade. Do mesmo modo, que proporcionaram visibilidade às ordens terceiras frente às outras instituições da época.” (MORAES, 2005, p.18)

Portanto, podemos perceber a importância do pertencimento à Ordem Terceira enquanto espaço privilegiado para a vivência religiosa, mas também como fator que contribuía na definição da hierarquização daquela sociedade.

Outro diferencial, conforme já explicitamos, era a ausência nas Minas, da Ordem Primeira, à qual os terceiros estavam submetidos. As Ordens Terceiras deveriam obrigatoriamente estar vinculadas ao convento de religiosos regulares correspondente. Assim, com a proibição do estabelecimento de Ordens Religiosas Regulares nas Minas, os irmãos terceiros vilarriquenhos estavam submetidos aos religiosos da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Rio de Janeiro, que em Vila Rica era representado pelo Comissário Visitador. Apesar do distanciamento físico entre a Ordem Terceira nas Minas e os Provinciais no Rio de Janeiro, a comunicação entre as duas partes era constante, conforme nos mostra o Cônego Raimundo Trindade em seu estudo sobre a Ordem Terceira Franciscana de Ouro Preto. Mesmo assim podemos notar que a distância permitiu que os terceiros vilarriquenhos

tomassem algumas liberdades, como veremos no próximo capitulo ao tratarmos da questão da aprovação do estatuto daquela instituição e dos benefícios conquistados pela mesma, que acabaram resultando em uma grande discussão com os prelados do Rio de Janeiro aos quais ela estava vinculada.

Voltando ao período inicial da Ordem Franciscana em Vila Rica, verificamos que o Frei Antônio de Santa Maria, responsável pelo estabelecimento da Ordem Terceira Franciscana em Vila Rica, conforme já citamos, serviu ainda como Comissário da Ordem por 21 meses, quando então retorna ao seu convento no Rio de Janeiro. Antes de partir, porém, ele deixa o Reverendo Dr. Bernardo Madeira, irmão sacerdote que vivia em Vila Rica em seu lugar como Comissário Visitador.

O reverendo Dr. Bernardo Madeira por sua vez, ficou à frente da Ordem até o ano de 1751, quando finalmente acontece a primeira eleição de Mesa, organizando-se assim a Ordem segundo definido pelo seu estatuto. Este período, da fundação da Ordem até a eleição da primeira Mesa Administrativa, serviu para a difusão da Organização para diversos cantos das Minas. Este período é inclusive chamado pelo Cônego Trindade como período de “regime provisório” e em uma aproximação ao período de preparação pelo qual os irmãos tinham que passar antes de professarem à Ordem, é chamado também de “noviciado da congregação.” (TRINDADE, 1951, p.16)

É justamente durante este “noviciado” da Ordem que ela realmente se espalhou pelo território das Minas, pois apesar de a Ordem Terceira de São Francisco de Assis só existir naquela capitania em 5 localidades — Vila Rica, Mariana, Tejuco, São João Del Rei e Conceição do Mato Dentro — através das presídias (espécie de filiais ou vice-comissariados) elas estavam presentes em quase todas as localidades das Minas:

“Serro Frio, Congonhas do Campo, Ouro Branco, Brumado do Suassuí, Barra Longa, Mariana, Curral Del-Rei, Sumidouro, Itabira, Morro de Mateus Leme, Sabará, Carijós, Lagoa Grande, Catas Altas da Noruega, Guarapiranga, Rio das Pedras, Barra do Bacalhau, São Bartolomeu, Paraopeba, Cachoeira do Campo, Furquim, Arraial dos Paulistas, Venda Nova, Itaverava, Pinheiro, Calambau, Emparedados, Bento Rodrigues, Inficionado, Catas Altas do Mato Dentro, Ribeirão de Santa Bárbara, Passagem de Mariana, Chopotó, Borda do Campo, Casa Branca, São Sebastião, Antônio Pereira, São João do Morro Grande, Ponte de São Gonçalo do Paraopeba, São Gonçalo do Rio Abaixo, Camargos, São Gonçalo do Bação, Redondo, Soledade, Lamim, etc., às quais localidades vieram juntar-se mais tarde, São João Del-Rei, a Vila de São José, Predos e outras” (TRINDADE, 1951, p.17).

Apenas pelo número de localidades atingidas pode-se perceber a importância adquirida pela Ordem com o passar dos anos e o quanto significava para os homens daquela

época pertencer a esta associação. Aliás, a Ordem Terceira Franciscana de Vila Rica desde sua fundação atraía as elites locais para seu meio, pois dentre os homens que fizeram parte da primeira reunião de fundação estavam “as pessoas principaes da mesma villa”, conforme podemos observar no trecho do termo de fundação da Ordem Terceira franciscana de Vila Rica transcrito anteriormente.

Não podemos também deixar de mencionar que, na falta de Ordens Religiosas Regulares nas Minas, pertencer a uma Ordem Terceira era a alternativa mais próxima de se integrar ao “Corpo Místico” da Igreja. Em uma sociedade extremamente hierarquizada e onde a religiosidade ocupava grande parte da vida dos homens, estar mais ‘próximo’ da cristandade poderia ser um diferencial para a salvação de sua alma, preocupação de fundamental importância para aqueles homens. Uma simples análise dos testamentos redigidos no período enfocado permite a percepção de que a preocupação com a salvação da alma era uma constante àqueles homens que habitavam não só as Minas, como todo o Império Português. Eram constantes nestes documentos a atribuição de um grande número de missas para “as almas do purgatório”, assim como de seus familiares e, claro, a própria. A Ordem Terceira de São Francisco era também sempre lembrada nos testamentos, seja para realizar o acompanhamento dos irmãos defuntos, ou na escolha da mortalha, ou até mesmo herdando os bens do falecido em troca de missas e cerimônias em intenção da alma do defunto.25

Outro indicativo de que a Ordem reunia as elites locais pode ser percebido através da observação dos valores pagos em anuais pelos irmãos terceiros de Vila Rica. Juliana de Mello Moraes demonstra que os Irmãos Terceiros em Lisboa, capital do Império Português, dispendiam 360 réis cada um, com o pagamento dos anuais da Ordem (MORAES, 2005, p.199). Já em Vila Rica, conforme podemos observar no estatuto, este valor era estabelecido em mil e quinhentos réis. Além disso, a Ordem Terceira franciscana de Vila Rica estabelecia um alto valor, que variou de 300 a 250 mil réis para a esmola que deveria ser doada pelo Ministro eleito a cada ano. Para o Vice Ministro este valor variou entre 150 e 125 mil. Para os cargos de Secretário e Procurador Geral estes valores variaram entre 75 e 40 mil réis. Estas esmolas eram arrecadadas entre os homens eleitos para ocupar os cargos da mesa diretora a cada ano, e utilizada para o custeio das procissões e festas organizadas pela instituição. O alto valor dos anuais e das esmolas, mesmo para os padrões mineiros, reforça a ideia de que o pertencimento àquela instituição e principalmente a ocupação de seus cargos diretores estava

25 Apesar de perpassar todo este trabalho, optamos por não nos aprofundarmos nas questões mais ligadas à

religiosidade neste trabalho, em virtude do foco aqui ser uma caracterização social dos homens que ocuparam os cargos diretores daquela instituição. Assim, para maiores informações da vivencia da fé entre os irmãos terceiros em Minas, escolha da mortalha e encomenda de missas pela salvação da alma, conf.: (EVANGELISTA, 2010).

restrita a uma pequena parcela da sociedade mineira que, além de ser capaz de arcar com as altas taxas exigidas pela Ordem, também se enquadrava nas exigências de limpeza de sangue e qualidades estabelecidas pelo estatuto.26

Assim, pertencer àquele seleto grupo de ‘irmãos’, além das garantias espirituais — como a questão dos sufrágios, por exemplo — significava também uma oportunidade de estabelecer laços fraternos com alguns dos principais homens daquela capitania, pois como poderemos demonstrar ao longo deste estudo, os cargos de direção da Mesa da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Vila Rica eram preenchidos por importantes membros da sociedade vilarriquenha, que estavam inseridos nos mais diversos espaços de poder e prestígio social que caracterizavam o Império Português.

Neste capítulo buscamos apresentar a importância que as Ordens Terceiras assumiram no império português, especialmente nas Minas, através de um resgate de sua fundação e instalação no reino e posteriormente na América Portuguesa. Buscamos também analisar algumas das obras produzidas pelos religiosos franciscanos que serviram como manuais devocionais para os membros desta instituição. Procuramos apresentar as virtudes exaltadas nestes textos, assim como as parábolas utilizadas para a exaltação das Ordens Terceiras como importante instrumento para a salvação das almas dos homens que participavam daquelas instituições. Mostramos também alguns dos critérios estabelecidos na seleção de seus membros, e as normas comportamentais e exercícios espirituais aos quais os irmãos terceiros estavam sujeitos, especialmente durante o noviciado. Era neste período que estes homens interiorizavam a “disciplina social católica”, e a forte hierarquia que caracterizava aquela instituição. Mostramos também como estes manuais estabeleciam o funcionamento interno das Ordens Terceiras, regras gerais estas que, conforme veremos, muitas vezes eram adaptadas a realidade local de onde estas instituições se instalavam. Em Vila Rica, conforme veremos no próximo capítulo, várias destas regras gerais serão também alteradas.

26 Para maiores informações acerca dos critérios exigidos daqueles que desejavam se filiar à Ordem Terceira

No documento cristianooliveiradesousa (páginas 60-67)