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Capítulo IV – Inquérito de opinião sobre imigração em Portugal

4.1. Apresentação de resultados

4.1.4. Discussão de resultados com base nos testes de associação de variáveis

4.1.4.3. Estado Civil

São os que se encontram separados que registam maior contacto com imigrantes, 88,0 por cento, seguidos dos divorciados, 66,2 por cento, e daqueles que se encontram a viver maritalmente, 65,0 por cento. O local de contacto com imigrantes não regista diferenças relevantes entre o estado civil do respondente (ver Anexo III, Quadros 331 e 332).

Em relação à simpatia sentida pelos imigrantes das diversas origens, à importância que dão ao trabalho, à impressão e forma de agir dos portugueses para com os imigrantes e destes para com os portugueses e da influência da presença de imigrantes na situação criminal do País não foram encontradas diferenças significativas face ao estado civil de quem responde (ver Anexo III, Quadros 333 a 381).

Os viúvos são os que defendem mais que os imigrantes não tiram o trabalho aos portugueses, com 76,9 por cento, que os imigrantes que se encontram em situação irregular devem ter direito a trabalhar, 69,2 por cento, contribuem para o nosso desenvolvimento económico, 84,6 por cento, pagam os impostos que devem, 53,8 por cento (ver Anexo III, Quadros 382, 383, 385, 386).

Os que mais defendem que os imigrantes não são regidos por uma legislação adequada são os separados, 73,1 por cento (ver Anexo III, Quadro 384).

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Os que revelam maior incerteza acerca do pagamento de impostos por parte dos imigrantes são os solteiros, 40,1 por cento (ver Anexo III, Quadro 386).

No entanto, são os viúvos que mais defendem que os imigrantes beneficiam dos impostos que pagam, 46,2 por cento, e os separados os que mais são de opinião contrária, 53,8 por cento. Os que revelam maior incerteza são novamente os solteiros, 42,5 por cento (ver Anexo III, Quadro 387).

Todos os viúvos defendem ser uma função do Estado assegurar a igualdade de tratamento entre nacionais e imigrantes, 100,0 por cento, assegurar maior ajuda aos imigrantes, 92,3 por cento (ver Anexo III, Quadro 388 e 389).

Os inquiridos que se encontram separados são mais a favor de que o Estado assuma a função de expulsar os imigrantes do País, 30,8 por cento, enquanto os viúvos são os que se mostram mais contra esta posição, 92,3 por cento (ver Anexo III, Quadro 390).

Os que vivem maritalmente revelam a maior aceitação face à possibilidade de ter imigrantes como membros da sua família, 86,0 por cento, os separados são os que se revelam mais contra esta possibilidade, 11,5 por cento, e os mais indecisos são os divorciados, 17,6 por cento (ver Anexo III, Quadro 391).

Os que revelam maior aceitação dos imigrantes como seus amigos são os viúvos, 92,3 por cento, os que revelam menos aceitação são os separados, com 11,5 por cento, e os que apresentam maior incerteza são os divorciados, com 14,4 por cento. Também como vizinhos são os viúvos que revelam maior aceitação dos imigrantes, com 92,3 por cento, os que revelam menos aceitação são os separados, com15,4 por cento e os que têm maior incerteza são os divorciados, 16,3 por cento (ver Anexo III, Quadros 392 e 393).

Face à aceitação de imigrantes como colegas de trabalho, são os que vivem maritalmente que se mostram mais favoráveis, 90,2 por cento, e os que se mostram menos favoráveis são os separados, 11,5 por cento, sendo os que revelam maior incerteza os viúvos, 15,4 por cento (ver Anexo III, Quadro 394).

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A aceitação dos imigrantes como residentes nas imediações ao espaço de residência dos inquiridos é maior para os viúvos, 92,3 por cento, e menor para os separados, 15,4 por cento, sendo os que revelam maior incerteza os divorciados, 14,4 por cento. Quanto à aceitação dos imigrantes no espaço de residência, ela e também mais elevada para os viúvos, com 92,3 por cento, menor para os separados, 23,1 por cento, e a maior incerteza é dos casados, com 21,3 por cento (ver Anexo III, Quadros 395 e 396).

Os inquiridos viúvos são os que têm a opinião mais forte de que o Estado deve seleccionar os imigrantes que querem vir para Portugal, 81,8 por cento, enquanto os que pensam o contrário são principalmente os solteiros, 49,5 por cento (ver Anexo III, Quadro 397).

Dos respondentes que pensam que o Estado deve seleccionar os imigrantes que querem vir para Portugal, quase todos consideram que o género dos imigrantes não deve ser um factor a ter em conta, independentemente do seu estado civil, mas sobretudo para os viúvos (ver Anexo III, Quadro 398).

No que respeita à indicação de uma idade preferencial para os imigrantes virem para Portugal, os separados foram os que mais optaram pela faixa etária dos 20 aos 29 anos, 29,9 por cento, enquanto os que vivem maritalmente foram os que mais que consideram esse factor irrelevante, 25,5 por cento e os divorciados foram os que revelaram maior incerteza, 49,0 por cento. Aqueles que dão mais justificações centradas nos interesses dos imigrantes são os divorciados, 27,3 por cento, os que mais motivos económicos e sociais são os viúvos, 75,0 por cento e os que dão mais motivos educacionais são os separados, 36,4 por cento (ver Anexo III, Quadros 399 e 400).

No que respeita à preferência de imigrantes por escolaridade, os separados são aqueles que sobressaem numa preferência de imigrantes que tenham pelo menos o ensino secundário, 30,8 por cento, os viúvos revelam preferência por imigrantes que tenham o ensino superior, 23,1 por cento, e os que têm maior incerteza são os que vivem maritalmente, 62,1 por cento. Os viúvos são os que apresentam mais motivos económicos e sociais para as suas escolhas, 87,5 por cento, os casados dão mais razões educacionais, 16,5 por cento e os solteiros os que dão mais justificações centradas nos interesses dos imigrantes, 17,8 por cento (ver Anexo III, Quadros 401 e 402).

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Apesar da maior parte das respostas acerca das preferências dos estados civis dos imigrantes que pretendem vir para Portugal se posicionar na indiferença ou na incerteza, é interessante verificar que os inquiridos separados têm mais preferência pela vinda de imigrantes solteiros e os viúvos, casados e divorciados por imigrantes casados. Face à justificação dessas preferências pelo estado civil dos imigrantes, os inquiridos que apresentam mais motivos económicos, sociais e educacionais são os separados, 75,0 por cento e os que apresentam mais motivos centrados nos interesses dos imigrantes são os viúvos, 62,5 por cento (ver Anexo III, Quadros 403 e 404).

Apesar da maioria dos inquiridos que defendem a selecção dos imigrantes pelo Estado considerarem que a sua integração deve ser feita por fases, os separados são os que mais defendem que sim, 57,7 por cento, e os que revelam maior incerteza são os que vivem maritalmente, 42,2 por cento. Os viúvos são os que mais defendem o estabelecimento de quotas, 61,5 por cento, e os solteiros os que sentem maior incerteza, 38,0 por cento (ver Anexo III, Quadros 405 e 406).

As diferenças entre o estado civil dos inquiridos não se revelam significativas no que respeita ao grau de restrição a colocar à entrada dos imigrantes, independentemente da sua origem, do grau de escolaridade e da experiência profissional necessárias ao desempenho de actividades profissionais das várias categorias (ver Anexo III, Quadros 407 a 434).