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Capítulo IV – Inquérito de opinião sobre imigração em Portugal

4.1. Apresentação de resultados

4.1.4. Discussão de resultados com base nos testes de associação de variáveis

4.1.4.4. Filhos

Os inquiridos que têm filhos têm significativamente maior contacto com imigrantes, 60,8 por cento, face a 51,6 dos que não têm filhos. Para além do local de trabalho, os inquiridos que têm filhos têm mais contacto com os imigrantes no local de residência e na vizinhança, na rua ou na rotina diária, no comércio, nos serviços ou na restauração, enquanto os que não têm filhos encontram-nos especialmente no comércio, nos serviços ou na restauração e na rua ou na rotina diária (ver Anexo III, Quadros 435 a 436).

As diferenças entre os que têm filhos e os que não têm, não se revelam significativas no que respeita à simpatia sentida pelos imigrantes, independentemente da sua origem, à importância que os imigrantes dão ao trabalho, à impressão e à forma de agir dos imigrantes

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para com os portugueses e destes para com os imigrantes e à influência da presença de imigrantes na situação criminal do País (ver Anexo III, Quadros 437 a 486).

É maior o número daqueles que pensam que os imigrantes não tiram trabalho aos portugueses que têm filhos, 63,1 relativamente aos que não têm, 52,3 por cento. O número de inquiridos que tem filhos, 42,2 por cento, que pensam que os imigrantes que se encontram em situação irregular devem ter direito a trabalhar é ligeiramente maior do que os que não têm, 37,8 por cento. O número de inquiridos que não têm filhos, 60,7 por cento que pensam que os imigrantes não são regidos por uma legislação adequada é maior do que daqueles que têm filhos, 55,9 por cento. São mais os que têm filhos, 78,3 por cento, que pensam que os imigrantes contribuem para o desenvolvimento económico do país do que aqueles que não têm, 70,4 por cento (ver Anexo III, Quadros 487 a 490).

Os inquiridos que não têm filhos, 39,3 por cento, apresentam maior incerteza acerca do pagamento de impostos por parte dos imigrantes do que os que têm filhos, 34,4 por cento. O mesmo acontece face à opinião acerca do benefício que os imigrantes tiram dos impostos que pagam, 41,7 por cento e 35,9 por cento, respectivamente (ver Anexo III, Quadros 491 e 492).

Os inquiridos que têm filhos, 86,0 por cento, consideram significativamente mais do que aqueles que não têm filhos, 67,4 por cento, que é função do Estado assegurar igualdade de tratamento entre nacionais e imigrantes. São também os que têm filhos, 82,8 por cento, que mais defendem que o Estado deve assumir da função de assegurar maior ajuda aos imigrantes, face aos que não têm filhos, 76,8 por cento. Os que não têm filhos, 66,6 por cento, são os que mais defendem que expulsar os imigrantes não deve ser função do Estado, perante os 64,6 por cento dos que têm filhos (ver Anexo III, Quadros 493 e 495).

Os que não têm filhos são os que revelam maior aceitação dos imigrantes como membros da sua família, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e residentes nas imediações do espaço onde vivem e como residentes no espaço em que vivem, do que os que têm filhos (ver Anexo III, Quadros 496 a 501).

Os inquiridos que têm filhos, 67,1 por cento, consideram mais que os que não têm filhos, 53,2 por cento, que o Estado deve seleccionar os imigrantes que pretendem vir para

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Portugal. Daqueles que consideraram que o Estado deve seleccionar os imigrantes que pretendem vir para Portugal, não se revelaram diferenças significativas entre os que têm filhos e os que não têm no que respeita à preferência pelo género dos imigrantes (ver Anexo III, Quadros 502 e 503).

É maior o número daqueles que têm filhos que revelam uma preferência pelas faixas etárias dos 20 aos 29 anos e dos 30 aos 39 anos, 25,3 por cento e 10,3 por cento, relativamente aos que não têm filhos, 22,2 por cento e 7,3 por cento. São os que não têm filhos que dão mais justificações centradas nos interesses dos imigrantes, 21,4 por cento, face aos 17,7 por cento dos que têm filhos (ver Anexo III, Quadros 504 e 505).

Os inquiridos que têm filhos são mais exigentes face à preferência pelo grau de escolaridade que os imigrantes devem ter para virem para Portugal, 16,9 por cento para o ensino secundário e 17,1 por cento para o ensino superior, do que os que não têm filhos, respectivamente 12,6 por cento e 15,5 por cento. Os que têm filhos são os que apresentam mais justificações centradas nos interesses dos imigrantes, 16,7 por cento, do que os que não têm filhos, 15,3 por cento (ver Anexo III, Quadros 506 e 507).

Os inquiridos que têm filhos revelam uma maior preferência à entrada de imigrantes casados, 16,6 por cento do que os que não têm, 7,0 por cento, enquanto os que não têm filhos referem mais ser indiferente, 46,6 por cento, do que os que têm filhos, 43,1 por cento. As justificações apresentadas para as preferências. No entanto é maior o número de inquiridos que não têm filhos que apresentam razões centradas nos interesses dos imigrantes, 39,2 por cento, do que os que têm filhos, 35,3 por cento (ver Anexo III, Quadros 508 e 509).

É ligeiramente maior o número daqueles que têm filhos, 56,3 por cento, que pensa que a integração dos imigrantes deve ser feita por fases, para os 52,8 por cento dos que não têm, que revelam maior incerteza, 40,9 por cento, do que os que têm filhos, 37,7 por cento. Os que têm filhos são os que mais defendem que o Estado deve estabelecer quotas anuais para a entrada dos imigrantes, 60,5 por cento, do que não têm filhos, 57,0 por cento (ver Anexo III, Quadros 510 e 511).

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No que concerne à restrição de entrada para os imigrantes é superior a incerteza dos que não têm filhos, independentemente da sua origem (ver Anexo III, Quadros 512 a 521).

O mesmo acontece em relação ao entendimento acerca do grau de escolaridade e do grau de experiência profissional que os imigrantes devem ter para desempenharem actividades das várias categorias profissionais em Portugal (ver Anexo III, Quadros 522 a 539).