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Esquema 1 – Estrutura metodológica da pesquisa

3. ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

5.3 Estratégias de organização e análise dos dados

A análise dos dados em uma pesquisa qualitativa deve ser criteriosa a fim de manter a credibilidade dos resultados. Erickson (1989) assinala três aspectos que devem ser considerados no processo de coleta e analises dos dados. São eles:

a) Identificar estruturas e perspectivas de significação;

b) Prestar atenção aos sucessos que vão acontecendo nos diversos níveis, para detectar possíveis conexões de influências; e

c) Coletar as redundâncias para poder estabelecer o caráter típico ou atípico com relação ao contexto.

Ainda de acordo com Erickson (1989), quanto à credibilidade de um estudo qualitativo, recomenda-se a utilização de um conjunto de recursos técnicos:

a) Triangulação dos dados; b) Métodos e investigadores;

c) Apoio em documentação escrita ou visual própria do contexto, das discussões com os colegas;

d) Revisão de informação e interpretação com as pessoas componentes do estudo, dos registros de diários de campo e diários de investigação.

5.3.1 Organização dos dados empíricos

A organização dos dados é um momento fundamental na criação de possibilidades e perspectivas diversas para a posterior análise dos dados. Os dados foram organizados conforme cada tipo de instrumento de coleta e seus possíveis tratamentos. Para Laville e Dionne (1999), esse momento de preparação ou organização dos dados da pesquisa comporta três operações principais: codificação, transferência e verificação. Para esses autores, essas operações são fundamentais, posto que, apesar de sozinhas não poderem assegurar a qualidade das análises e intepretações, corre-se, no entanto, o risco de criarem obstáculos se não realizadas com o devido cuidado.

A codificação é a primeira operação na organização do material. É o momento de atribuir um código a cada um dos dados coletados e de ordená-los em categorias. A seguir ocorre a transferência dos dados, ou seja, transcrevê-los em quadro e/ou tabelas mais funcionais para o trabalho de análise e interpretação, transformando-os às vezes, em decorrência da codificação. Essas duas operações podem ocorrer separadas ou em alguns casos o pesquisador pode codificar os dados no momento de transferi-los, o que depende da dinâmica que os dados exigem. A verificação, embora apareça como último passo dessa sequencia, na realidade é conduzida ao longo do processo. De fato, inicia-se na recepção dos dados brutos e, para que não despenda energias desnecessárias, o pesquisador eliminará desde logo os dados que não podem servir a seus fins porque são incompreensíveis, incompletos, inadequados (LAVILLE; DIONNE, 1999).

Os dados dos testes diagnósticos foram organizados em quadros e tabelas a fim de que pudessem ser criadas categorias que estabelecessem o grau de desenvolvimento da habilidade dos licenciandos em cada um dos três momentos analisados.

Os dados coletados nos questionários foram categorizados e organizados segundo as questões que procuramos responder. Quanto às respostas obtidas dos questionários, fundamentamo-nos em Núñez (2012) que propõe que sejam categorizadas quanto ao seu significado, de acordo com os seguintes critérios:

a) Exaustividade, envolvendo todo tipo de resposta obtida;

b) Exclusividade, agrupando em cada categoria um conjunto de respostas que claramente se distingue dos outros;

c) Manutenção de um mesmo grau de inferência e/ou interpretação dos comportamentos, buscando não permitir que aconteçam grandes oscilações no contínuo de objetividade-subjetividade.

As respostas às perguntas dos questionários organizadas em quadros permitiram analisar as opiniões dos licenciandos quanto ao processo de formação fundamentado na teoria de Galperin

Os dados contidos nos registros das observações, assim como as imagens, os vídeos e áudios gravados foram organizados segundo critérios definidos pelo pesquisador, em correspondência com os objetivos e questões de estudo, de modo a possibilitar a transcrição e categorização dos dados. Esses instrumentos foram fundamentais para o acompanhamento e posterior análise do desenvolvimento dos licenciandos nas etapas motivacional e de estabelecimento da B.O.A.

No caso dos cadernos de registro das atividades de aprendizagem de cada licenciando, foram criadas categorias para apreender o grau de desenvolvimento da habilidade na formação segundo os indicadores qualitativos estabelecidos.

As informações coletadas foram categorizadas e organizadas em planilhas e os dados, após codificados e tabulados, foram organizados com a ajuda da estatística descritiva, desencadeando a construção dos quadros, tabelas, esquemas e gráficos.

5.3.2 Estratégias de análise de dados

Para a análise das informações coletadas na pesquisa, foram realizados procedimentos de análise qualitativa. Segundo Laville e Dionne (1999), a abordagem qualitativa na análise de dados permite verificar as nuances de sentido que existem entre as unidades e os elos lógicos entre essas unidades ou entre as categorias que as reúnem, visto que a significação de um conteúdo reside largamente na especificidade que escapa amiúde ao domínio mensurável.

O fato de a pesquisa possuir um caráter qualitativo não nos impede totalmente que representemos dados de forma quantitativa. Em alguns momentos da análise dos resultados, são apresentados dados percentuais, por exemplo, em relação ao quantitativo de erros detectados em determinada etapa da formação. Mas, nosso foco principal não é simplesmente o número de erros e sim quais os que têm mais incidência e o porquê de os licenciandos permanecerem cometendo-os. Ademais, é almejado descobrir como esses erros implicam no processo de formação da habilidade e consequentemente na evolução do grau de desenvolvimento da habilidade dos futuros professores.

Durante a análise qualitativa dos dados, buscou-se a identificação de significados nos elementos observados nas respostas às perguntas dos questionários, nos testes diagnósticos e nos conteúdos registrados nos cadernos de registro de atividades dos licenciandos, interligados ao contexto e às situações em que foram produzidos e delimitados pelas referências teóricas adotadas como marco referencial. Para fortalecer a análise, foram cruzadas as informações dos instrumentos em um processo de triangulação de dados, buscando-se nas inferências e interpretações o vínculo com o referencial teórico assumido, bem assim como com os conhecimentos empíricos e as experiências do pesquisador.

A estrutura de como se organizou e desenvolveu a análise dos dados pode ser observada na Esquema 2 a seguir:

a. Testes diagnósticos

As respostas dos licenciandos em cada um dos três testes diagnósticos foram analisadas a partir de uma leitura qualitativa dos conteúdos das resoluções, na qual foi dimensionado seus acertos, tipos de erros e sua frequência.

Durante a análise do primeiro teste aplicado (Diagnóstico inicial do grau de desenvolvimento da habilidade), também foi analisado qualitativamente a resolução da tarefa pelos licenciandos quanto à realização correta das operações previstas no Modelo da Atividade.

No teste aplicado após o processo de formação (Controle Final), a análise ocorreu com os dados organizados em quadros onde se determinou o nível de desenvolvimento da habilidade através da identificação da qualidade de resolução das tarefas e da necessidade de ajuda do licenciando para resolvê-las nesse momento e, em caso positivo, com que nível de ajuda (I ou II). Para a determinação do grau de generalização (GG) do licenciando quanto à

Momento Inicial Durante o processo Etapa Final a) Teste Inicial b) Questionário c) Observação a) Registro de Atividades b) Observação a) Teste Final b) Questionário c) Observação a) Análise de erros;

b) Análise das respostas para estabelecer os níveis de desenvolvimento da habilidade no início.

a) Análise de erros;

b) Análise das respostas às tarefas segundo os indicadores

qualitativos;

c) Análise da evolução do nível de desenvolvimento da habilidade em cada etapa.

a) Análise de erros;

b) Análise das tarefas segundo os indicadores qualitativos; c) Análise do nível de

desenvolvimento da habilidade ao final do processo.

ETAPA INSTRUMENTO ESTRATÉGIA DE ANÁLISE