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BASE ORIENTADORA DA AÇÃO: INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS CARTESIANOS 1 Observar se existe um plano cartesiano;

2. Identificar as variáveis envolvidas (grandezas) e se existe uma legenda; 3. Identificar as unidades de medidas das variáveis;

4. Descrever a escala dos eixos: passo e degrau;

5. Determinar o tipo das variáveis: discreta ou contínua; 6. Identificar valores das variáveis;

7. Localizar pontos do gráfico: abscissa e ordenada; 8. Identificar a variável independente e a dependente;

9. Descrever a(s) tendência(s) da curva do gráfico: crescente, decrescente etc.; 10. Verificar a(s) relação(ões) existente(s) entre as variáveis:

a) Tipo de relação: proporcional, exponencial, logarítmica etc.; b) Representação algébrica da relação, se possível.

11. Identificar características atípicas: máximo, mínimo, amplitude, ruptura etc.; 12. Identificar interpolações, se possível;

13. Prever extrapolação, se possível; e

14. Dar um título ao gráfico que represente o fenômeno, quando necessário. Quadro 14 – Sistema de Operações da habilidade a ser utilizado na etapa de construção da B.O.A. III

orientado de tarefas cognoscitivas para os estudantes. Segundo Núñez (2013), a tarefa converte-se em um problema cognoscitivo, que deve satisfazer os seguintes requisitos:

a) Apresentar uma dificuldade cognoscitiva para os alunos, ou seja, que implique em reflexão sobre o problema objeto de estudo;

b) Despertar o interesse cognoscitivo dos alunos;

c) Apoiar-se na experiência anterior e no conhecimento dos alunos.

A elaboração do Sistema de Tarefas para o processo de formação da habilidade de interpretar gráficos cartesianos baseou-se nos dados encontrados na análise dos livros didáticos do PNLD, mas também buscou estar de acordo com os indicadores qualitativos definidos nos objetivos do estudo. A escolha dos gráficos referiu-se, primeiramente, aos tipos de gráficos cartesianos identificados nos livros do PNLD e definidos para as tarefas (Quadro 10) e, posteriormente, às relações de grandezas envolvidas nesses gráficos (Apêndice C). Essa ordem de escolha caracteriza-se pelo fato de que os gráficos das diversas relações de grandezas têm aparências e formas de interpretação semelhantes quando tratadas pelos mesmos tipos de gráficos. Em um determinado tipo de representação gráfica de linha, por exemplo, independente das grandezas envolvidas, a interpretação das informações trazidas pelo gráfico são abordadas por intermédio das mesmas ações e operações (invariante da habilidade). Sendo assim, ao contemplar todos os tipos de gráficos encontrados durante a análise dos livros didáticos e definidos para as tarefas, independente de se estar contemplando todas as inúmeras situações de relações de grandezas, atende-se aos casos típicos das representações em Química e os seus limites de generalização.

Para o desenvolvimento da experiência formativa fundamentada na Teoria da Assimilação de Galperin, foi selecionado para elaboração das tarefas, a princípio, um quantitativo de vinte e três gráficos cartesianos. Diz-se “a princípio” porque o processo de formação da habilidade de acordo com as etapas da teoria de Galperin é interativo e dinâmico, podendo ser necessária a substituição, redução ou elaboração de novas tarefas durante seu desenvolvimento. Desses vinte e três gráficos, de acordo com a observação do desenvolvimento dos licenciandos na resolução das tarefas durante o processo formativo, findou-se por serem utilizados dezoito gráficos. Nas tarefas foram utilizados gráficos cartesianos apresentados em questões de vestibulares e do ENEM e que, em sua maioria, são utilizados como atividades nos livros didáticos do PNLD. Todas as tarefas foram adaptadas de seu local de origem de modo a que os licenciandos dissertassem suas respostas durante o procedimento de interpretar os gráficos cartesianos.

No Quadro 15 , apresentamos os quantitativos de tarefas elaboradas para cada um dos momentos ou etapas da formação e seus respectivos indicativos qualitativos.

Mom en to /E tapa N úme ro d e t a re fas Indicadores qualitativos E spec íf icas Form a d a ação G rau d e G ene ral iza ção G rau d e Independên ci a G rau d e C onsci ên ci a G rau d e Sol ide z Diagnóstico inicial 1 X Motivação 2 X Elaboração da B.O.A 1 X Material e Materializada 8 X X Linguagem Externa 2 X X X Plano Mental 1 X X Controle Final 2 X X X

Avaliação do Grau de Solidez 1 X X X

Para melhor entendimento da organização do Sistema de Tarefas, apresentamos para cada um dos momentos ou etapas da formação as justificativas de escolha das tarefas, os indicadores qualitativos associados a elas e as tarefas elaboradas. Para facilitar a localização das tarefas durante a leitura dos resultados do trabalho, está disponibilizado no Apêndice D o caderno de tarefas completo.

As tarefas para o desenvolvimento da formação da habilidade devem ter como características a validez. Na busca por garantir esse aspecto, as tarefas para a experiência formativa foram analisadas por um especialista em Química e na teoria de assimilação de Galperin, neste caso, o orientador desta Tese, o professor Dr. Isauro Beltrán Núñez, professor e pesquisador do Centro de Educação da Universidade federal do Rio Grande do Norte.

Sobre o aspecto da validez, o especialista analisou se o conteúdo das tarefas estava de acordo com o que se pretendia formar em cada um dos momentos/etapas da formação e se contemplavam os indicadores qualitativos que permitissem a avaliação do grau de desenvolvimento da habilidade dos licenciandos.

Todas as tarefas utilizadas no processo formativo foram elaboradas de modo que exigissem uma resposta discursiva dos licenciandos, ou seja, a interpretação é respondida por

escrito, sendo a orientação para a solução das tarefas, o que passa do plano externo ao plano mental. As tarefas utilizadas no ensino escolar, em sua maioria, fornecem níveis de ajuda identificando em itens (a, b, c,...) o que requer interpretação e não estimula uma visão da totalidade do gráfico, ou seja, uma interpretação global.

6.5.1 Tarefa para o diagnóstico inicial do grau de desenvolvimento da habilidade O processo de formação da habilidade de interpretar gráficos cartesianos está determinado pelo nível de desenvolvimento da atividade cognoscitiva dos licenciandos para a nova aprendizagem. É necessário saber se os estudantes possuem um grau de desenvolvimento suficiente para assimilar os novos conteúdos. Caso não exista um domínio apropriado dos conteúdos anteriores, básicos para os novos, é preciso garantir sua assimilação com antecedência.

O processo de diagnóstico inicial buscou responder ao primeiro objetivo específico

deste estudo: “Diagnosticar o nível de desenvolvimento da habilidade de interpretar gráficos cartesianos, em licenciandos da área de Química”.

Para identificar o grau de desenvolvimento da habilidade em que os estudantes de Licenciatura em Química se encontravam, foi aplicado a Tarefa I - DI4 por meio da qual foi solicitado que interpretassem de forma global um gráfico cartesiano da área de Química, ou seja, que escrevessem o máximo de informações que pudessem obter da interpretação do gráfico apresentado na tarefa. Foi selecionado para a tarefa um gráfico cartesiano de uma questão de vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a qual foi adaptada, conforme mostra a Figura 3:

4

Para as tarefas foram utilizadas siglas referentes a cada etapa. Por exemplo: DI – Diagnóstico Inicial, MO – Motivacional, MM – Material e Materializada, e assim por diante.

A questão original estava na forma de questão de múltipla escolha e a sua adaptação foi necessária para que se adequasse ao modelo de questão discursiva que propomos para todas as tarefas a serem aplicadas na formação.

A B

H

2

O

2

aq → H

2

O 𝑙 + O

2

g

DIAGNÓSTICO INICIAL Data: _____/_____/ 2012 Nome: Tarefa I - DI

A água oxigenada – H2O2 (aq) – se decompõe, produzindo água e gás oxigênio, de

acordo com a equação:

Esse processo é representado no gráfico abaixo:

Interprete o gráfico. Para isso escreva o máximo de informações que podem ser obtidas do mesmo.

Figura 3 – Tarefa I – DI: Diagnóstico inicial da habilidade de interpretar gráficos cartesianos Fonte: Sistema Didático

6.5.2 Tarefas para a etapa motivacional

Para a etapa motivacional, foram organizados um procedimento e duas tarefas com a intenção de discutir a interpretação de gráficos cartesianos e motivar os estudantes a desejarem desenvolver essa habilidade.

O primeiro procedimento realizado foi a organização dos dados de quinze pesquisas que utilizamos na problematização deste estudo e que identificaram dificuldades de estudantes e professores para a interpretação de gráficos cartesianos. As dificuldades identificadas por esses estudos foram organizadas no Quadro 16 e este foi projetado para os licenciandos durante o momento da motivação.