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Estrutura Conceitual da Contabilidade

No documento Contabilidade Geral.pdf (páginas 36-41)

Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade Princípios de Contabilidade

1.1. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade e Princípios de Contabilidade

1.1.4. Estrutura Conceitual da Contabilidade

A Deliberação CVM no 675/11 e a Resolução CFC no 1.374/11 aprovaram o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.

1.1.4.1. Objetivo do Relatório Contábil-Financeiro de Propósito Geral

De acordo com a Estrutura Conceitual, os termos “Relatório Contábil-Financeiro” e

“Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro” referem-se a informações

contábil-financeiras com propósito geral.

O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações

contábil-financeiras acerca da entidade que reporta tal informação (reporting entity), que

sejam úteis a investidores existentes e investidores em potencial, a credores por

empréstimos e a outros credores, tendo em vista que o processo de tomada de decisão

desses usuários está diretamente ligado ao fornecimento de recursos para a entidade.

Exemplos: Tomada de decisão sobre comprar, vender ou manter participações em

instrumentos patrimoniais ou disponibilizar empréstimos para a entidade.

No processo de tomada de decisão, os usuários externos analisam o retorno esperado do investimento ou do empréstimo, ou seja, necessitam avaliar as perspectivas relativas aos fluxos de caixa futuros da entidade.

Esses usuários (investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial) são denominados de usuários primários dos relatórios contábil-financeiros de

propósito geral, pois eles não requerem informações específicas para a entidade, mas

utilizam os relatórios contábil-financeiros de propósito geral disponibilizados.

Os relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem informações para auxiliar os usuários primários a estimarem o valor da entidade.

Atenção, pois os relatórios não são elaborados com o objetivo de se chegar ao valor da entidade que reporta a informação. Eles fornecem ferramentas para que esse valor possa ser estimado.

Caso esses usuários necessitem de outras informações além dos relatórios contábil- financeiros de propósito geral, podem buscá-las em outras fontes, tais como: condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade.

Nada impede, também, que a entidade forneça informações que sejam úteis a determinado grupo de usuários primários individuais.

Repare que, até aqui, tratamos de dois tipos de usuários: investidores e credores. Contudo, também há os administradores da própria entidade, bem como órgãos reguladores, governos e os fiscos federal, estaduais e municipais.

Os administradores não necessitam utilizar (mas podem utilizar) os relatórios contábil- financeiros de propósito geral no processo de tomada de decisão, tendo em vista que podem obter as informações necessárias internamente.

Do mesmo modo, os relatórios contábil-financeiros de propósito geral não são direcionados primariamente aos órgãos reguladores, governos e fiscos, mas esses usuários também podem utilizá-los, caso considerem que as informações serão úteis.

Há que se ressaltar que os relatórios contábil-financeiros são baseados em estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições exatas e fornecem informações acerca da

posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação (informações sobre os recursos econômicos da entidade e reivindicações contra a entidade) e informações sobre os efeitos de transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade.

As reivindicações contra a entidade são as obrigações da entidade.

Na contabilidade, a empresa também produz as chamadas “demonstrações contábeis”. No decorrer do livro veremos algumas demonstrações contábeis: balanço patrimonial (BP), demonstração do resultado do exercício (DRE), demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA), demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), demonstração do fluxo de caixa (DFC) e demonstração do valor adicionado (DVA).

Demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve a Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários.

As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas.

Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. Essas

exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo a Estrutura Conceitual.

Há que se destacar, novamente, que as demonstrações contábeis elaboradas segundo a Estrutura Conceitual satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma

vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como:

– decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;

– avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;

– avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;

– avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;

– determinar políticas tributárias;

– determinar a distribuição de lucros e dividendos; – elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou – regulamentar as atividades das entidades.

1.1.4.2. Premissa Subjacente

Há uma premissa subjacente na estrutura conceitual, denominada continuidade.

1.1.4.2.1. Continuidade

As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade está em atividade (entidade em marcha) e continuará em operação no futuro previsível.

Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações.

Se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base de elaboração deverá ser divulgada.

Já caiu em prova!

(Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-1) Presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada.

A afirmação acima tem por base o Princípio da: a) Continuidade.

b) Oportunidade. c) Prudência. d) Relevância.

E aí? Alguma dúvida? A alternativa “a” é a correta.

1.1.4.3. Características Qualitativas da Informação Contábil-Financeira Útil

As características qualitativas da informação contábil-financeira útil têm o objetivo de identificar os tipos de informações que serão mais úteis aos usuários primários no processo de tomada de decisão.

O que torna uma informação contábil-financeira útil? Para ser útil, a informação contábil-financeira deve ser RELEVANTE e REPRESENTAR COM FIDEDIGNIDADE o fato que se propõe a representar.

Portanto, temos duas palavras importantes para a utilidade da informação contábil- financeira: RELEVÂNCIA e FIDEDIGNIDADE (ou REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA).

Além disso, a informação contábil-financeira pode ser melhorada se for comparável,

verificável, tempestiva e compreensível.

Características Qualitativas Fundamentais: relevância e representação fidedigna.

Características Qualitativas de Melhoria: comparabilidade, verificabilidade,

tempestividade e compreensibilidade.

1.1.4.3.1. Características Qualitativas Fundamentais

1.1.4.3.1.1. Relevância

A informação contábil-financeira é considerada relevante quando ela é capaz de fazer a diferença nas decisões a serem tomadas pelos usuários, ou seja, a informação deve ter valor preditivo, valor confirmatório ou ambos.

Relevância: tem a capacidade para fazer a diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários.

Valor Preditivo: a informação contábil-financeira pode ser utilizada como insumo (dado

de entrada) em processos empregados pelos usuários para predizer ou estimar futuros resultados da entidade, ou seja, a informação contábil-financeira não precisa ser uma predição ou uma projeção para ter valor preditivo, mas ela deve servir de base para a predição ou projeção.

Valor Confirmatório: a informação contábil-financeira terá valor confirmatório quando

retroalimentar (servir de feedback) avaliações prévias, confirmando ou alterando essas avaliações.

Há que se ressaltar que o valor preditivo e o valor confirmatório da informação contábil se relacionam entre si e, muitas vezes, uma informação com valor preditivo também possui valor confirmatório.

Exemplo: A empresa J4M2 informou, em sua Demonstração do Resultado do Exercício

(DRE), que sua receita bruta de vendas de 2011 foi de R$ 10.000.000,00. Essa receita pode ser utilizada para estimar (predizer) a receita de anos futuros (valor preditivo) e também pode ser comparada com a estimativa de receita feita nos anteriores para o ano de 2010 (valor confirmatório).

Já caiu em prova!

(Contador Júnior-Transpetro-2012-Cesgranrio) Uma das características qualitativas da informação contábil financeira útil é a relevância. Nos termos da Resolução CFC no 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG Estrutura Conceitual, relevância é entendida como a característica qualitativa da informação contábil que:

a) tem capacidade para fazer a diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários.

b) pode influenciar a decisão do usuário sobre a entidade, em caso de omissão ou divulgação distorcida.

c) oferece a possibilidade de o relatório contábil financeiro representar os fenômenos econômicos em palavra e números.

d) retrata a realidade econômica completa, incluindo a informação necessária para o usuário compreender o que está relatado.

e) permite que os usuários possam tomar decisões por identificarem e compreenderem similaridades e diferenças entre vários itens.

E aí? Alguma dúvida depois do que foi estudado? Vamos rever:

A relevância é entendida como a característica qualitativa da informação contábil que tem capacidade para fazer a diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A

alternativa “a” é a correta.

1.1.4.3.1.1.1. Materialidade

forma distorcida (misstating) puder causar influência nas decisões dos usuários da informação.

De acordo com a norma, a materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade, que se baseia na natureza ou na magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a informação está relacionada no contexto do relatório contábil-financeiro.

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