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Livros Comerciais (Empresariais)

No documento Contabilidade Geral.pdf (páginas 102-106)

Escrituração, Operações Financeiras e Operações com Duplicatas

3.3. Livros Comerciais (Empresariais)

São aqueles previstos na legislação comercial e podem ser classificados em:

I – Livros Obrigatórios: são aqueles exigidos por lei; por exemplo: livro Diário (exigido

pelo Código Civil);

II – Livros Facultativos: são aqueles que não são exigidos por lei, podendo, a critério da

empresa, ser adotados ou não; por exemplo: Livro Caixa;

III – Livros Comuns: são livros exigidos nas empresas em geral, independentemente do tipo

societário ou atividade;

IV – Livros Especiais: são exigidos apenas para determinados tipos de sociedade;

V – Livros Principais: registram todos os fatos contábeis; por exemplo: Livro Diário e Razão; VI – Livros Auxiliares: são aqueles que controlam apenas determinados elementos

patrimoniais; por exemplo: Livro Caixa e Livro de Contas-Correntes;

VII – Livros Cronológicos: obedecem a uma rigorosa ordem de dia, mês e ano em sua escrituração; por exemplo: Livro Diário;

VIII – Livros Sistemáticos: são aqueles cuja escrituração é feita por elementos patrimoniais;

por exemplo: Livro Razão.

3.3.1. Diário

– Obrigatório (exigido pelo Código Civil); – principal (registra todos os fatos contábeis); – comum (para todas as empresas);

– cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica).

Lei no 10.406/2002 – Novo Código Civil:

– o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva e levantar anualmente o balanço patrimonial e o resultado econômico (art. 1.179 do Código Civil);

– além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído

por fichas, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180 do Código Civil);

– a adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e o de resultado econômico (art. 1.180, parágrafo único, do Código Civil);

– a escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens (art. 1.183 do Código Civil);

– é permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado (art. 1.183, parágrafo único, do Código Civil);

– legislação do Imposto de Renda: exige que o contribuinte sujeito ao lucro real faça a escrituração do livro Diário;

– no diário serão lançadas, com individualização, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa (art. 1.184 do Código Civil);

– admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de

trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da

sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação (art. 1.184, § 1o, do Código Civil);

– serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária (art. 1.184, § 2o, do Código Civil);

– o empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185 do Código Civil).

O registro de uma operação no livro Diário é denominado de “Partida de Diário” ou, simplesmente, “Lançamento” e os seus requisitos necessários são:

1 – local de data da operação; 2 – conta a ser debitada;

3 – conta a ser creditada; 4 – histórico da operação;

5 – valor da operação em moeda nacional.

Exemplo de lançamento no livro Diário: Brasília, 6 de agosto de 2007.

Veículos; a Caixa.

Nota fiscal no 2.000 da Auto Comercial Ltda., referente a um automóvel da marca XXXX. 20.000,00

Formalidades do livro Diário: Extrínsecas:

– deve ser encadernado;

– as folhas devem ser numeradas;

– deve ser autenticado pela Junta Comercial do Estado (empresas mercantis) ou pelo registro civil de pessoas jurídicas (empresas civis); e

– deve haver termo de abertura e termo de encerramento. Intrínsecas:

– seguir uma ordem cronológica;

etc.; e

– a escrituração deve ser feita em língua e moeda nacionais.

3.3.2. Livro Caixa

– Facultativo;

– auxiliar (controla apenas a conta Caixa); – comum (para todas as empresas);

– cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica).

– Obrigatório para microempresas e empresas de pequeno porte optantes pela tributação

com base no Simples Nacional, devendo conter toda a escrituração financeira, inclusive a bancária.

– As empresas sujeitas à tributação com base no lucro presumido também podem utilizar o livro Caixa em substituição à manutenção da escrita, devendo conter toda a escrituração financeira, inclusive a bancária (art. 527 do RIR/1999 – Decreto no 3.000/1999).

– É dispensado o seu registro e autenticação.

3.3.3. Razão

É um livro de registro da conta, ou seja, é a representação gráfica da conta (cada conta é

uma página do livro). Suas características são: obrigatório (pelas legislações comercial e fiscal); principal (registra todos os fatos contábeis) e sistemático (fatos contábeis são registrados por conta e não por ordem cronológica).

O Razão é primordialmente sistemático e secundariamente cronológico, enquanto que o Diário é exclusivamente cronológico.

Exemplos de lançamentos no livro Razão:

Conta: “Mercadorias”

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C 10/01/2013 Compra 2.000 2.000 D 11/01/2013 Compra 3.400 5.400 D 18/01/2013 Venda 3.000 2.400 C

O razão pode ser analítico ou sintético. No livro razão sintético, são realizados os débitos e créditos referentes a uma conta sintética (Exemplo: Duplicatas a Receber, supondo que no plano de conta da empresa esta conta seja desdobrada por clientes). Por outro lado, no livro razão analítico são registrados os débitos e créditos em contas analíticas (Exemplos: Duplicatas a Receber – Cliente 1, Duplicatas a Receber – Cliente 2, Duplicatas a Receber – Cliente 3 etc.).

Repare que a soma dos saldos das contas analíticas deve ser igual ao saldo da conta sintética que as representa.

Saldo de Duplicatas a Receber – Cliente 1 (conta analítica) (+) Saldo de Duplicatas a Receber – Cliente 2 (conta analítica) (+) Saldo de Duplicatas a Receber – Cliente 3 (conta analítica) (=) Saldo de Duplicatas a Receber (conta sintética)

3.3.4. Livros Especiais

São livros obrigatórios apenas para determinadas pessoas ou atividades. Por exemplo, de acordo com o art. 100 da Lei no 6.404/1976, as sociedades anônimas estão obrigadas à escrituração dos livros de:

– registro de ações nominativas;

– transferência de ações nominativas;

– registro de partes beneficiárias nominativas;

– transferências de partes beneficiárias nominativas; – atas das assembleias gerais;

– presença de acionistas;

– atas das reuniões do Conselho de Administração, se houver, e atas das reuniões de diretoria;

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