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ESTUDOS SOBRE A FORMAÇÃO DE TREINADORES DE TÊNIS

Dentre as investigações realizadas sobre a formação de treinadores desportivos, poucos deles tratam sobre o treinador de tênis. Nesta área, as publicações espanholas vêm despontando, inclusive pelo fato de a Espanha ter passado por um processo de reorganização na formação de treinadores de tênis. Os estudos que seguem tratam sobre a formação de treinadores de tênis e serviram de base para a discussão específica realizada neste estudo.

Com o objetivo de conhecer o pensamento de treinadores espanhóis de tênis de alto rendimento na concepção de novas qualificações dos técnicos desportivos, Garcia et al; (2003), realizaram uma pesquisa com vinte treinadores espanhóis de alto rendimento que treinaram algum jogador

40 presente entre os 100 primeiros do ranking mundial durante as temporadas de 1997/1998, 1998/1999 e 1999/2000. Utilizando um questionário relacionaram cinco variáveis para investigação da formação dos treinadores: tipo de instituição responsável pela formação, características temporais da formação, características dos programas de formação, características da participação do aluno no processo de ensino e as características das instalações e dos recursos materiais. Quanto ao tipo de instituição responsável pela formação observou-se que os treinadores concedem uma grande importância para que se tenha um melhor desenvolvimento das novas titulações. A Real Federación

Española de Tenis (RFET), as Faculdades de Ciências do Esporte e os INEF‟s devem cooperar entre si mediantes acordos de investigação. Os treinadores valorizam positivamente que as titulações de tênis tenham o mesmo reconhecimento, sejam realizadas pela via federativa ou pela universidade, portanto, os treinadores valorizam muito a criação de programas de cooperação docente por parte da federação. Em relação à variável das características temporais da formação, os treinadores consideraram de maior importância ter um período prolongado de prática para ter acesso ao próximo nível de formação do que um volume elevado de aulas teóricas. A questão de o curso ser distribuído durante os finais de semana e seguidamente não agrada os treinadores, valorizando assim o sistema empregado atualmente, distribuindo o total de aulas em semanas espaçadas, mesmo este sistema também sendo considerado pelos treinadores uma má opção. As possíveis soluções para este problema podem ser as novas tecnologias para uma formação inicial à distância onde as federações concedam seus próprios cursos na forma de conteúdos teóricos. Atualmente, pouquíssimas federações

41 propiciam estes cursos, sendo a Federação Catalã a única que fornece todos os níveis desta formação. Garcia et al; (2003), constatou que na questão das características dos programas de formação existe uma excelente valorização no fato dos alunos poderem se especializar em diferentes currículos. Os treinadores espanhóis de alto rendimento consideram de muita importância disciplinas optativas e a criação de um mestrado em „‟tênis de alto rendimento‟‟, opções que não existiam na Espanha. Na variável „‟características da participação do aluno no processo de ensino‟‟, é valorizado também pelos treinadores, que determinados alunos recebam bolsas de estudos e que os alunos tenham participação nos diferentes órgãos de ensino e que se promovam a estadia dos alunos nos centros de tênis. García et al; (2003) ainda comenta que nas características das instalações e dos recursos materiais são observados que consideram os vídeos como de grande importância no meio didático, e que as tecnologias de última geração como sistema de teleconferência e internet são muito úteis para enriquecer este processo de aprendizagem dos treinadores.

A formação profissional do treinador de tênis também foi estudada por Crespo (1996). Este estudo destacou as vias de formação do professor de tênis em 3 âmbitos: formação por obtenção de títulos, que foi relacionado com os títulos que são reconhecidos ou não pelo Ministério de Educação e Ciência (MEC); formação por obtenção de diplomas e certificados, relacionado à cursos, seminários, simpósios, conferências e etc.; e formação contínua, ligado à leitura de livros, aquisição de vídeos e de material docente, participação em torneios, visitas à outros clubes e a troca de experiências com outros colegas de profissão. Segundo Crespo (1996), os princípios para uma melhor

42 profissionalização do treinador de tênis são reconhecer quais as reais recompensas de se continuar estudando, estar sempre motivado profissionalmente, reservar tempo para a família e os hobbies, almejar a promoção profissional, agir conforme a ética profissional e se preocupar com a própria imagem profissional.

Anos depois, Crespo (2008) continuou estudando a formação permanente e o desenvolvimento das habilidades dos treinadores de tênis, sendo um dos objetivos do estudo, relatar o que a International Tennis

Federation (ITF) espera dos programas de formação de treinadores. Neste

âmbito, o autor destacou que a ITF espera que as Federações Nacionais comparem os programas de formação dos treinadores de tênis entre si e de acordo com os níveis da Comissão de Treinadores da ITF; a facilitação do reconhecimento das titulações dos treinadores de tênis pelas autoridades governamentais; a possibilidade de uma maior mobilidade dos treinadores de tênis pelo mundo, a utilização dos melhores métodos em todos os programas de formação de treinadores, a garantia da qualidade da formação das instituições de ensino e o reconhecimento das titulações em todos os países e o aumento da confiança na formação dos treinadores perante os jogadores e dirigentes. Em relação ao desenvolvimento das habilidades dos treinadores de tênis, as tendências atuais aconselham que os programas de formação de treinadores sejam atualizados baseados nas habilidades que os mesmos precisam adquirir para um bom sucesso profissional.

3 MÉTODO