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Planejamento Engloba a concepção, análises, definições e avaliação do conjunto de informações técnicas e econômicas iniciais e de estratégia do empreendimento. Elaboração de Projetos Etapa que define de forma clara, através de desenhos e especificações, a

edificação a ser implantada, além dos projetos para produção34

Preparação para Execução Etapa de transição entre a elaboração de projetos e a execução, destinada a articulação racional entre projeto, planejamento e execução. Execução Etapa de realização das atividades para materialização da edificação.

Uso Etapa destinada às atividades de operação e manutenção da edificação.

Tabela 4. Definição das Etapas do PDP de um edifício, a partir das informações apresentadas em Romano ( 2003) .

Segundo diversos autores citados por Romano, o processo de projeto permeia ou deve permear todo o PDP, desde o planejamento até o uso, para permitir a retroalimentação do sistema a partir da obra, da avaliação pós-ocupação e da análise financeira do empreendimento, conforme apresentado na figura a seguir.

Figura 9. O Processo de Projeto no Contexto do PDP de um edifício. Fonte: Baseado em Assumpção e Fugazza ( 2001) , Romano ( 2003) .

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Projeto para Produção é o “ conjunto de elementos de projeto elaborados de forma simultânea ao detalhamento do projeto executivo, para utilização no âmbito das atividades de produção em obra, contendo as definições de: disposição e seqüência de atividades de obra e frentes de serviço; uso de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro; dentre outros itens vinculados às características e recursos próprios da empresa construtora” (MELHADO, 1994, p. 196-197).

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Para a Silva (2003), o desempenho do produto frente às necessidades dos clientes que o utilizam e dos clientes internos do processo de projeto determinam a qualidade do projeto.

Grilo et al. (2003) considera que um dos principais obstáculos para o desenvolvimento tecnológico e a modernização da indústria da construção de edifícios é a falta de qualidade do processo de projeto. Romano, Back e Oliveira (2001) também consideram que a falta de qualidade no processo de projeto é a causa principal de diversos problemas relacionados à falta de qualidade em edificações.

Tzortzopoulos et al (1998) afirma que para garantir a eficiência do processo é essencial criar um modelo de referência. Segundo Rozenfeld et al. (2006, p. 32), o desempenho do processo depende, principalmente, “ do modelo geral para sua gestão” , que “ determina a capacidade de as empresas controlarem o processo de desenvolvimento e de aperfeiçoamento dos produtos e de interagirem com o mercado e com as fontes de inovação tecnológica”.

4.1 O Modelo do Processo de Projeto

“ [ ...] entende-se por modelagem, a etapa da análise de um sistema, na qual são definidos os recursos, itens de dados e suas inter- relações. E, por modelo, aquilo que serve de exemplo ou norma, ou ainda, a representação simplificada e abstrata de fenômeno ou situação concreta, e que serve de referência para observação, estudo ou análise, baseada em uma descrição formal de objetos, relações e processos, e que permite, variando parâmetros, simular os efeitos de mudanças no fenômeno que representa” (ROMANO, 2003, p. 5).

Tzortzopoulos et al. (1998), define o modelo do processo de projeto como um plano geral para o desenvolvimento deste, em que são definidas as atividades principais e suas relações de precedência. Além disso, define os papéis dos intervenientes do processo e suas responsabilidades.

Romano (2003) apresenta um modelo de referência para gerenciamento de projetos subdividido em macrofases e fases, onde se tem a indicação de uma seqüência lógica das fases e atividades, além das avaliações ao final de cada fase. Este modelo é focado na construção de edifícios e segue requisitos como a representação baseada na visão de processo, gráfica e descritiva.

O trabalho elaborado por Caixeta, Figueiredo e Fabrício (2009), apresenta um modelo do PDP de edificações de saúde de médio porte, através de um estudo de caso descritivo realizado numa empresa especializada no setor35. Os autores consideram, assim, as macrofases de projeto, gerenciamento de obra e gerenciamento de manutenção e apresentam como resultado os modelos de cada uma destas macrofases para os empreendimentos estudados. O processo descrito constitui uma referência genérica para o desenvolvimento integrado de novos empreendimentos de saúde.

A relevância da modelagem do processo está, por um lado, em melhorar ou redefinir o processo praticado atualmente e, por outro, na melhoria real e imediata do gerenciamento do processo. Assim sendo, a modelagem do processo de projeto tem reflexos diretos sobre o sucesso do projeto, tanto no aspecto técnico quanto no organizacional (ROMANO; BACK; OLI VEI RA, 2001).

Segundo Roders (2007b), os pesquisadores não esperam, com os tais modelos, decretar processos de projeto rígidos que o projetista deva seguir estritamente e nunca retroceder.

A intenção dos pesquisadores é simplesmente expor graficamente os estágios que eles consideram fundamentais num processo de projeto e/ ou construção, posicionados numa sequência ideal, que consideram que, quando seguida, poderia melhorar a qualidade do projeto, considerando as decisões tomadas em cada estágio particular (RODERS, 2007b, p.6)36.

Para que o modelo do processo de projetos possa ser estruturado e permitir seu planejamento, precisa-se compreender o fluxo de desenvolvimento das ações e produtos decorrentes. Desta forma, é possível que se estabeleça as relações, critérios e parâmetros que vão delimitar os prazos mínimos necessários para que cada parceiro possa executar seus produtos, sendo considerados como parte de uma sequência (ASSUMPÇÃO; FUGAZZA, 2001).

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O estudo mencionado não se refere ao apresentado no presente trabalho, nem foi realizado na mesma empresa apresentada aqui.

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Segundo Araújo et al (200137 apud ROMANO, BACK; OLI VEI RA, 2001) modelar os processos e atividades significa identificar todos os insumos do cenário de desenvolvimento do produto e entender seu inter-relacionamento, precedências, contextos, etc.

4.2 Gestão do Processo de Projeto

Em português, deve se tomar cuidado quanto à abrangência do significado da palavra “ projeto” que pode ser interpretada como sinônimo de projeto – design – ou de empreendimento.

Assim, Gestão de Projetos – Design Management – e Gestão de Projetos – Project Management – apresentam abrangências e significados bastante distintos.

A primeira trata da gestão da concepção e desenvolvimento conceitual do produto e da produção, a segunda trata da gestão de empreendimentos discretos envolvendo o projeto – design – e a materialização da produção – compra de materiais, alocação de recursos físicos e humanos, entrega do produto, etc..

Por definição, a gestão de projetos de edifícios:

“ (...) compreende o conjunto de ações envolvidas no planejamento, organização, direção e controle do processo de projeto, o que envolve tarefas de natureza estratégica, tais como estudos de demanda ou de mercado, prospecção de terrenos, captação de investimentos ou de fontes de financiamento da produção, definição de características do produto a ser construído, além de tarefas ligadas diretamente à formação das equipes de projeto em cada empreendimento, como contratação de projetistas, estabelecimento de prazos para etapas de projeto e gestão da interface com os clientes ou compradores” (MELHADO, et. al. 2005).

A complexidade do produto e de seu processo de produção aumenta a dificuldade do gerenciamento do processo de projeto. “ Esta complexidade é relacionada à

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ARAÚJO, C. S.; MENDES, L. A. G., TOLEDO, L. B. Modelagem do desenvolvimento de produtos: caso EMBRAER – experiências e lições aprendidas. I n: CONGRESSO BRASI LEI RO DE GESTÃO DE DESENVOLVI MENTO DE PRODUTO, 3, 2001, Florianópolis. Anais... Florianópolis: NeDI P-CTC/ UFSC, 2001. CD-ROM.

fragmentação, que ocorre tanto verticalmente, ao longo das etapas de projeto, como horizontalmente, entre os seus diversos intervenientes” (TZORTZOPOULOS, 1999, p.28). A autora argumenta que quanto mais complexo for o projeto, maior a tendência de fragmentação, e quanto maior esta fragmentação, mais complexo se torna o projeto.

No caso de projetos para edificações de saúde, o trabalho em conjunto de uma equipe multidisciplinar é de extrema importância para garantir a funcionalidade do conjunto e a adequação às tecnologias embarcadas. Por exemplo, Góes (2004) destaca que numa edificação de saúde as instalações prediais podem se tornar extremamente complexas, chegando até a comprometer o projeto, enquanto em edifícios residenciais e até comerciais elas constituem uma fração mínima das dificuldades do projeto.

Assim, a equipe multidisciplinar responsável pelo desenvolvimento de projetos de edificações de saúde deve ser formada por profissionais especializados nos projetos de arquitetura, estruturas, instalações elétricas, hidrossanitárias, ar-condicionado, gases medicinais, entre outros, que devem ser compatibilizados para que se possam evitar interferências.

Além disto, tem-se também como tarefa importante incluir neste processo os diferentes usuários, do modo que o espaço edificado possa atender às suas diferentes necessidades.

A coordenação efetiva e eficiente, e a gestão de todo o processo tem o papel de promover a interação entre os profissionais das diferentes disciplinas durante todo o processo e controlar prazos, custos, qualidade e o atendimento dos requisitos dos clientes e usuários.

4.3 Processo de Projeto para I ntervenções em Edificações de Saúde

A macrofase de concepção do Projeto é dividida em diversas fases, de modos um pouco distintos, na literatura pesquisada.

As normas NBR 13531 e NBR 13532 da Associação Brasileira de Normas Técnicas apresentam detalhadamente as fases – chamadas no texto de etapas – em que se dividem o projeto de arquitetura e engenharia para construção de edificações em geral. A tabela 5 apresenta um resumo destas fases a partir do exposto nas normas,

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contendo nomenclatura, sigla e definição para projetos em geral, de acordo com a NBR 13531.

Para a elaboração específica de projetos de arquitetura, são apresentadas as informações a utilizar e a produzir e os documentos a produzir para cada uma destas fases, de acordo com a NBR 13532.