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Evolução dos novos fundos de Capital de Risco angariados

Capítulo III – Análise da evolução do Capital de Risco em Portugal no contexto europeu

3.3. Evolução dos novos fundos de Capital de Risco angariados

No que diz respeito aos novos fundos captados para investimentos o Reino Unido, a França, a Suécia e a Alemanha são os países que dominam o mercado (Figura 7). Considerando o período entre 2007 e 2015, os fundos captados por esses 4 países correspondem a 77,54% do total dos fundos captados na Europa, dos quais 49,85% foram angariados pelo Reino Unido, que em todo o período de análise foi o país que mais peso conferiu ao total europeu. Nesse mesmo período, Portugal captou apenas 1,08% do total angariado na Europa.

35 49,85% 14,64% 7,70% 5,35% 1,08% 21,37%

Reino Unido França Suécia Alemanha Portugal Restantes 20 países

Figura 7: Peso agregado dos novos fundos angariados por país no total europeu no período 2007-2015

Elaboração própria com dados a partir de InvestEurope (2015)

Na Figura 8 encontra-se a média europeia relativamente aos montantes em euros dos novos fundos angariados e os montantes respetivos a Portugal, entre 2007 e 2015.

A crise financeira levou a uma diminuição dos fundos recolhidos na generalidade dos países, evidenciada pela diminuição de aproximadamente 2.500 milhões de euros entre 2008 e 2009, o que corresponde a uma diminuição de 76,50% do montante médio europeu captado.

Portugal regista um movimento contrário ao da Europa, com um aumento de aproximadamente 996 milhões de euros em 2009, ficando acima da média europeia e atingindo nesse ano o máximo do período. Porém, é de notar que o valor do ano anterior, que estabelece o mínimo de todo o período, é relativamente baixo: cerca de 15 milhões de euros.

Verifica-se ainda que a partir de 2011, ano do início da crise de financiamento da economia portuguesa, os montantes captados diminuem, iniciando um movimento descendente até ao final do período. Em 2015 os novos fundos angariados são 93,01% inferiores aos do início do período em Portugal (diminuição de aproximadamente 476 milhões de euros) e 40,23% (diminuição de aproximadamente 1.280 milhões de euros) na Europa.

36 0 250 500 750 1 000 1 250 1 500 1 750 2 000 2 250 2 500 2 750 3 000 3 250 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Milh ões de eu ro s

Média Europeia Portugal

Figura 8: Evolução dos novos fundos angariados em Portugal e na Europa no período 2007-2015

Elaboração própria com dados a partir de InvestEurope (2015)

Relativamente à proveniência dos fundos foram distinguidos três períodos: o primeiro correspondente ao início da crise europeia (2007-2009), o segundo correspondente aos anos pós crise (2010-2012) e um último período relativo ao início da recuperação económica (2013-2015). No caso de Portugal, devido à indisponibilidade de dados, o último período diz apenas respeito ao ano de 2013.

A nível europeu, os principais fornecedores de capital são, entre 2007 e 2009, os fundos de pensões, os fundos de fundos e os bancos, com pesos no total de fundos angariados de, respetivamente, 22,21%, 12,47% e 10,51% (Figura 9). No segundo período (Figura 10) os pesos são aproximadamente iguais aos do primeiro período para estes três tipos de investidor.

Ainda em relação ao segundo período, há um aumento da participação das agências governamentais para 9,71% (correspondente a um aumento de 6,35 p.p.), das empresas familiares para 5,76% (correspondente a um aumento de 1,87 p.p.) e dos particulares para 6,08% (correspondente a um aumento de 1,21 p.p.) no fornecimento de fundos.

No período seguinte (Figura 11) há uma redução dos seus pesos, para 7,54% no caso das agências governamentais, 4,33% no caso das empresas familiares e 4,13% no caso dos investidores particulares.

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0% 5% 10% 15% 20% 25%

Outros Particulares Outros gestores de ativos Mercados de capitais Investidores corporativos Instituições académicas Fundos soberanos de riqueza Fundos de pensões Fundos de fundos Empresas familiares Doações e fundações Companhias de seguros Bancos Agências governamentais

Entre 2013 e 2015 há uma concentração do fornecimento de capitais nos fundos de pensões (24,66%). Os fundos de fundos têm um peso de 9,67% na oferta de CR e os bancos reduzem o seu peso, relativamente aos dois períodos anteriores, para 3,14%.

Os fundos soberanos de riqueza, que apenas forneciam 2,73% do capital no início da crise (Figura 9), aumentaram o seu peso nos dois períodos seguintes, representando entre 2013 e 2015 8,96% do total captado na Europa.

As companhias de seguros alcançam o seu maior peso no último período (8,11%), bem como as doações e fundações (3,76%).

As instituições académicas e o mercado de capitais têm nos três períodos pesos residuais no fornecimento de fundos. Entre 2010-2012 aumentam o seu peso para, respetivamente 0,34% e 2,25%, no entanto no período seguinte há uma redução, passando a ter pesos ainda inferiores aos de 2007- 2009.

Figura 9: Peso agregado dos novos fundos angariados por tipo de investidor no total angariado na Europa no período 2007-2009

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0% 5% 10% 15% 20% 25%

Outros Particulares Outros gestores de ativos Mercados de capitais Investidores corporativos Instituições académicas Fundos soberanos de riqueza Fundos de pensões Fundos de fundos Empresas familiares Doações e fundações Companhias de seguros Bancos Agências governamentais 0% 5% 10% 15% 20% 25% Outros Particulares Outros gestores de ativos Mercados de capitais Investidores corporativos Instituições académicas Fundos soberanos de riqueza Fundos de pensões Fundos de fundos Empresas familiares Doações e fundações Companhias de seguros Bancos Agências governamentais

Figura 10: Peso agregado dos novos fundos angariados por tipo de investidor no total angariado na Europa no período 2010-2012

Elaboração própria com dados a partir de InvestEurope (2015)

Figura 11: Peso agregado dos novos fundos angariados por tipo de investidor no total angariado na Europa no período 2013-2015

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0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Outros Particulares Outros gestores de ativos Investidores corporativos Fundos de pensões Fundos de fundos Empresas familiares Companhias de seguros Bancos Agências governamentais

Entre 2007 e 2009 os bancos são de longe os principais fornecedores de CR em Portugal (73,20%) (Figura 12). As agências governamentais têm um peso de 9,04% no total angariado no período, havendo ainda uma pequena expressão dos investidores corporativos (4,96%).

No segundo período (Figura 13) os bancos mantêm a sua elevada participação (71,93%) e as agências governamentais aumentam o seu peso no total angariado em 1,78 p.p.. Por sua vez, os investidores corporativos reduzem o seu peso para 1,54% e outros investidores, como por exemplo, os fundos de fundos e os fundos de pensões, que no período anterior tinham pesos próximos de zero, têm neste período pesos de, respetivamente, 3,24% e 3,50%.

As companhias de seguros, as empresas familiares e os particulares mantêm as suas participações residuais. Entre 2010 e 2012 há pela primeira vez oferta de capital através das doações e fundações (1,70%), deixando no entanto de a haver por parte dos outros gestores de ativos.

Em 2013 apenas se angaria capital através de agências governamentais, bancos, investidores corporativos e outros tipos de investidor que não os referidos anteriormente (não classificados pela InvestEurope(2014)) (Figura 14). Há ainda uma redução da concentração do total captado nos bancos (37,16%) e um aumento do peso das agências governamentais (30,70%) e dos investidores corporativos (13,25%).

Figura 12: Peso agregado dos novos fundos angariados por tipo de investidor no total angariado em Portugal no período 2007-2009

40 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Outros Particulares Investidores corporativos Fundos de pensões Fundos de fundos Empresas familiares Doações e fundações Companhias de seguros Bancos Agências governamentais 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Outros Investidores corporativos Bancos Agências governamentais

Figura 13: Peso agregado dos novos fundos angariados por tipo de investidor no total angariado em Portugal no período 2010-2012

Elaboração própria com dados a partir de InvestEurope (2014)

Figura 14: Peso dos novos fundos angariados por tipo de investidor no total angariado em Portugal no ano 2013

Elaboração própria com dados a partir de InvestEurope (2014)