• Nenhum resultado encontrado

3.3. A Coleta de dados

3.3.2. Aplicação dos exercícios e relatórios semanais

3.3.2.1. Exercícios de Grounding

Exercício 1 – Exercício básico de vibração e grounding

Este exercício foi, juntamente com o do Arco88, um dos primeiros exercícios desenvolvidos por Lowen para aumentar a sensação de suas pernas. Nele, o indivíduo deve colocar seus pés afastados um do outro cerca de 25 cm, mais ou menos o referente à largura de seus ombros, com os dedões ligeiramente voltados para dentro. Dobrando os joelhos, o indivíduo deve inclinar-se para frente, “enrolando” a coluna vertebral, até que as pontas dos dedos de suas mãos toquem o chão. O peso do corpo deve ficar sobre as pernas e sobre a região um pouco à frente dos pés e não sobre os calcanhares, ou seja, no “peito” do pé,

87 A numeração dos exercícios seguirá a do próprio livro “Exercícios de Bioenergética”.

88 Exercício 4, que será descrito mais adiante. A junção dos dois veio a tornar-se o exercício que fundamenta o conceito de grounding.

localizado na base de seus dedos. A cabeça deverá ficar pendurada, solta e relaxada o máximo possível (FIG. 1)89.

FIGURA 1- Exercício básico de vibração e grounding

Mantendo a ponta dos dedos das mãos tocando o chão, o indivíduo deverá esticar um pouco os joelhos tomando o cuidado de não travá-los. Com isso, uma vibração começará a se desenvolver nas pernas. Segundo Lowen, se isso não acontecer é sinal de que as pernas do indivíduo estão excessivamente tensas. Nesse caso, a vibração poderá ser induzida com o indivíduo dobrando e esticando lentamente os joelhos repetidas vezes, sem tirar a ponta dos dedos da mão do chão. Mas, de acordo com Lowen, há indivíduos em que essas vibrações não acontecem na primeira tentativa e “em pessoas que inconscientemente se mantêm sob rígido controle, podem ser necessárias várias repetições do exercício para que ocorram vibrações” (LOWEN, 1983, p. 49).

Ainda segundo esse terapeuta, “nesta posição, o bloqueio diafragmático geralmente é liberado, e com isso a respiração se torna abdominal” (LOWEN, 1979, p. 214-215). Por isso é importante que o indivíduo mantenha a boca aberta e relaxada para que a respiração se desenvolva livremente. Ao retornar à posição ereta, a coluna deverá ser “desenrolada” lentamente, tendo o indivíduo o cuidado para que a cabeça seja a última a voltar à sua posição natural. Nesse retorno à posição original, o esforço deve ser sustentado pelas pernas.

Se realizado corretamente, esse exercício faz com que o indivíduo sinta vividamente suas pernas e pés. Além disso, “este exercício básico de ligação com a terra promove um senso de liberdade ou relaxamento. [...] Se um indivíduo fica excessivamente estimulado

durante a terapia bioenergética, este exercício lhe restituirá o auto-controle” (LOWEN, 1994, p. 131).

Por ser um dos exercícios fundamentais da Bioenergética, esse primeiro exercício foi realizado em quase todos os encontros desta pesquisa. Foi feito pelos participantes apenas em sua forma original, não tendo sido adaptado para o violino.

Exercício 2 – Flexão dos joelhos

Para Lowen, existem dois mandamentos que devem ser observados para a realização dos exercícios de grounding. O primeiro deles é manter os joelhos ligeiramente flexionados ao ficar de pé. De acordo com este terapeuta,

a mais clara indicação de uma falta de ligação com a terra é a postura em que o indivíduo fica de pé com os joelhos travados, uma posição que deixa as pernas rígidas e limita a sua sensibilidade. Esta posição também impede que os joelhos atuem como amortecedores do corpo. Do mesmo modo que os amortecedores de um carro, os joelhos se curvam quando o corpo é submetido à tensão, permitindo que esta passe através da perna e penetre no chão [...]. Joelhos travados canalizam a tensão para a região lombar. A maioria de nós não percebe que as tensões psicológicas atuam sobre o corpo da mesma forma que forças físicas. Se travarmos nossos joelhos para suportar essas pressões, deixamos as costas sujeitas a sérias lesões (LOWEN, 1994, p. 125).

Assim, este exercício tem o objetivo de acostumar o indivíduo a manter os joelhos destravados enquanto estiver em pé. Ele consiste em ficar de pé com os pés paralelos e separados, mais ou menos no que se refere à largura dos ombros. Dobrando ligeiramente os joelhos, o indivíduo deve levar o peso do corpo para o peito do pé, sem levantar os calcanhares. O resto do corpo deverá estar ereto e os braços relaxados ao longo do corpo (FIG. 2).

FIGURA 2 – Flexão dos joelhos

Lentamente, o indivíduo deverá dobrar e esticar os joelhos algumas vezes e parar novamente na posição anterior, respirando normal e profundamente. Se corretamente realizado, esse exercício ocasionará um aumento da sensibilidade das pernas, o que levará a uma melhor fundamentação do indivíduo. E segundo Lowen, “a qualidade do aterramento de uma pessoa determina o seu senso de segurança interior” (LOWEN, 1994, p. 124).

De acordo com Cruzeiro, “a postura necessária para uma eficiente execução instrumental passa pelo posicionamento equilibrado dos pés e pernas” (CRUZEIRO, 2005, p. 22). Segundo essa autora, vários professores de violino como Suzuki, Paul Rolland, Kato Havas, Yehudi Menuhin, Dominique Hoppenot, entre outros, sustentam que, pelo fato de todo o corpo participar do ato de tocar violino, os pés e as pernas do instrumentista devem ser um dos focos de trabalho no decorrer de sua aprendizagem. Para Hoppenot,

as pernas atuam como correias de transmissão que ligam os pés ao tronco. Devem permanecer flexíveis, elásticas, os joelhos levemente convexos e dobrados para fora, o que permite uma abertura mais ampla do tórax e dos ombros e facilita, desse modo, a sustentação correta do conjunto do corpo. A menor rigidez nas pernas repercute em toda a parte superior do corpo e provoca seu isolamento da parte inferior. De fato, em muitos violinistas o corpo tende a dividir-se em duas partes por culpa de uma rigidez nas pernas ou de uma má colocação da respiração. [...] o busto, sustentado pela parte inferior, sempre firme e tônica, pode agir livremente e a unidade do conjunto ficará assegurada da cabeça aos pés em todas as circunstâncias da execução90

(HOPPENOT, 1991, p. 31).

90“Las piernas actúan como correas de transmisíon que enlazan los pies con el tronco. Deben de permanecer flexibles, elásticas, las rodillas levemente convexas y dobladas hacia el exterior, lo cual permite una más amplia apertura del tórax y de los hombros y facilita, de esta guisa, el sostenimiento correcto del conjunto del cuerpo. La menor rigidez en las piernas repercute en toda la parte superior del cuerpo y provoca su aislamiento de la parte inferior. En efecto, en muchos violinistas el cuerpo tiende a dividirse en dos partes por culpa de una rigidez en

Como podemos perceber, o pensamento desses professores de violino está em pleno acordo com a proposta da Bioenergética. O exercício de flexão dos joelhos, ao obrigar a sensação do peso do corpo a “descer” para as pernas, obriga também quem o faz a prestar atenção em seus ombros e aliviar a tensão existente neles.

Se todo o peso do corpo repousar no peito dos pés, não haverá a desnecessária contenção da pessoa em outros pontos do corpo. Os ombros poderão cair naturalmente e o peito ficará leve, a pelve solta e inclinada para trás, na posição adequada. Infelizmente isso não é fácil de fazer. Nós inconscientemente temos medo de “deixar cair” e por isso nos mantemos eretos através de tensões em muitas partes do corpo. Essas tensões nos impedem de deixar cair. Nós seguramos nossos ombros para cima porque não sentimos nossos pés no chão [...]. Contudo, com conscientização e prática, podemos chegar ao ponto de estarmos aptos a sentir nossas pernas e pés nos sustentando e o resto do corpo tranqüilo e fluindo. (LOWEN; LOWEN, 1985, p. 79).

Por também acreditar que o corpo todo participa no ato da performance do violinista e que a rigidez da parte inferior deste irá influenciar no bom desempenho da parte superior, julguei ser de fundamental importância o amplo trabalho dos exercícios de grounding nesta pesquisa. Portanto, esse segundo exercício foi realizado pelos participantes deste trabalho durante todos os encontros. Voltamos várias vezes a ele para que fosse percebida a sensação do peso nas pernas e nos pés aliviando, conseqüentemente, a tensão nos ombros. Isso se torna importante para os violinistas pelo fato de muitos deles sentirem dores e tensões nessa região. Por possibilitar a colocação do instrumento, esse exercício foi feito tanto no seu original como através de algumas adaptações desenvolvidas por mim para o uso do violino. Trabalhou-se com esse instrumento em quatro etapas:

1. Primeiramente, o arco foi colocado na sua região do meio para que o participante sentisse a queda natural dos ombros nessa posição. Com o arco parado, a posição e a sensação dela deveriam ser percebidas em cada uma das quatro cordas. À sensação do peso do corpo nas pernas era, portanto, acrescentada a sensação do peso do braço relaxado sobre a corda (FIG. 3).

las piernas o de una mala colocación de la respiración. [...] el busto, sostenido por la parte inferior, siempre firme y tónica, puede accionar libremente y la unidad del conjunto queda asegurada de la cabeza a los pies en todas las circunstancias de la ejecución”.

FIGURA 3 – Flexão dos joelhos: arco na região do meio

2. Após esse primeiro momento, foi sugerido aos participantes que tocassem apenas em cordas soltas, novamente com o intuito de sentir a transferência do peso para as pernas, mas desta vez com o arco em movimento. Já que nessa posição de flexão dos joelhos os ombros e braços se encontram mais relaxados, esse próprio relaxamento aumenta o peso do braço ao cair naturalmente sobre as cordas em favor da gravidade. Nesse exercício, portanto, o objetivo era que, estando em grounding, o participante percebesse a quantidade de peso no braço necessária para obter uma sonoridade clara e limpa no violino. Como esse exercício também conduz à vibração das pernas, o participante deveria aprender a controlar a sonoridade do violino em meio às vibrações do corpo. E para isso, seus braços e ombros deveriam estar totalmente relaxados.

3. Como terceira etapa, os participantes acrescentaram a movimentação da mão esquerda, fazendo escalas em posição fixa.

4. Por último, pedi que tentassem pensar em trechos de seu repertório onde essa posição poderia facilitar a performance, trechos esses, por exemplo, que necessitassem de mais peso e vigor no braço direito. O peso do braço em

favor da gravidade é extremamente necessário em passagens fortes e vigorosas para criar uma sonoridade mais consistente.

Como uma variação desse exercício, os participantes foram levados a, nessa posição, bater os calcanhares ao ritmo da pulsação de uma música, enquanto a acompanhavam tocando cordas soltas com quatro pulsações para cada arcada. Levantar os calcanhares em posição de

grounding é um exercício descrito em Alves (2007, p. 26) e que foi chamado de “Caminhando e correndo sem sair do lugar”. Nele, o indivíduo deve levantar o calcanhar de um pé deixando apenas a ponta deste em contato com o chão, retornando depois para a posição inicial enquanto o calcanhar do outro pé se levanta, como em uma caminhada.

A variação acima foi feita não só com os pés paralelos, mas também com as pernas bem abertas e os pés ligeiramente virados para fora, sempre com os joelhos flexionados (FIG. 4). Nessa variação foi utilizado, além da alternância das batidas dos calcanhares, um movimento de balanço da pelve. O participante realizava 16 batidas de calcanhar com os joelhos flexionados ao som da música, e depois mais 16 balanços da pelve com os joelhos estirados. Essa movimentação foi realizada sempre com o violino tocando em cordas soltas com 04 tempos para cada arcada, o que levava a um total de 04 arcadas para as batidas dos pés e 04 para o balanço da pelve.

FIGURA 4 – Batendo os calcanhares

Além de ser realizado na posição ereta, esse exercício também foi feito com os participantes deitados. Nessa posição, os joelhos são dobrados ficando os pés dos

participantes em contato com o chão. A pelve é erguida e o movimento intercala as batidas dos calcanhares com o balanço da pelve suspensa. E isso pode ser feito com ou sem violino.

O uso desses exercícios justifica-se pelo fato de muitos alunos relatarem não sentir, durante um ato de performance, os seus pés, pernas e pelve, se concentrando apenas em seus membros superiores. Isso se deve não só ao fato de não estarem grounded e se deixarem levar pelo seu medo na hora de tocar, mas também à concepção que a música deve ser sentida no violino somente através dos membros superiores, por serem eles a trabalharem mais nesse instrumento. Por assim pensar, esses estudantes acabam por sobrecarregar seus ombros, que recebem toda a carga de tensão do momento. Bater os calcanhares e balançar a pelve na pulsação não só forçou os participantes a sentirem mais suas pernas como também trabalhou sua flexibilidade corporal e coordenação motora. Ao realizar esse exercício dessa maneira, o indivíduo não só está treinando a sensação de estar grounded, como também está trabalhando a música, sentindo-a desde os seus pés e pelve. Por ter um caráter de dança, esses exercícios facilitam a percepção da música através de todo o corpo, pelo fluir da sensação do pulso rítmico dada pelas batidas dos calcanhares.

Retomando algumas questões colocadas no primeiro capítulo, é importante relembrar que Kato Havas, em sua admiração pelo poder de comunicação dos violinistas ciganos, afirmava que esse poder vinha de seu pulso rítmico. Este seria “um pulso orgânico que afeta a todo o seu corpo e não somente aos seus braços e mãos. Como a rigidez é uma das causas fundamentais do medo de palco, a interação corporal de mobilidade e equilíbrio é tão necessária para eliminá-lo como é o sangue para a circulação91” (HAVAS, 1992, p. 19). Aí estão claramente colocados os conceitos bioenergéticos de grounding e de fluxo energético. Ainda sobre o pulso rítmico essa professora comenta:

a compreensão de que o impulso energético na execução do violino se manifesta no pulso rítmico e vai de dentro para fora, é um dos fatores mais importantes para eliminar o medo de palco em geral e o tremor do arco em particular92. (HAVAS, 1992, p. 35)

A meu ver, da mesma forma que as pulsões de nosso organismo carregam as nossas emoções, o pulso rítmico carregaria as emoções da música. Os exercícios adaptados por mim para o violino e realizados pelos participantes buscaram levar em si esses conceitos.

91 “[...] un pulso orgánico que afecta a todo su cuerpo y no sólo a sus brazos y manos. Como la rigidez es una de las causas fundamentales del miedo al escenario, el interjuego corporal de movilidad y equilibrio es tan necesario para eliminarlo como lo es la sangre para la circulación”

92“La comprensión de que el impulso energético en la ejecución del violín se manifiesta en el pulso rítmico y va de adentro hacia afuera, es uno de los factores más importantes para eliminar el miedo al escenario en general y el temblor del arco en particular”.

O exercício de flexão dos joelhos pode também ser realizado em outra posição: com as costas apoiadas na parede, o indivíduo deverá descer seu corpo até o ponto de parecer estar sentado93 (FIG. 5).

FIGURA 5 – Flexão dos joelhos na parede

Esse exercício foi realizado apenas com o violino e utilizado como um exercício expressivo94, ou seja, enquanto o participante tocava as cordas soltas ou uma escala nessa posição, ia emitindo um som vocal que deveria crescer à medida que a dor das pernas fosse aumentando. Assim, a tensão que, por ventura, pudesse ser colocada nos ombros, era conscientemente colocada para fora pela voz. Expressar a dor funciona como uma descarga de energia, diminuindo, portanto, a tensão natural do corpo frente a esta.

Nesta pesquisa, o grounding também foi utilizado com os participantes em deslocamento. Isso significa que eles foram levados a andar com os joelhos ligeiramente flexionados e de acordo com a pulsação de uma música, de forma a sentirem ainda mais suas pernas e pés. Como esse exercício requer certa resistência nas pernas, alguns participantes sentiam um incômodo nessa região ao realizá-lo. Para que esse incômodo não se transformasse em tensão ou fosse transferido como tal a outras regiões do corpo, os participantes eram então aconselhados a tentarem voltar sua atenção para a percepção do corpo como um todo, procurando, através do equilíbrio da postura e do relaxamento da musculatura sentir o peso do corpo sendo sustentado apenas pelas pernas e pés durante o

93 Este exercício não deve ser realizado por pessoas que possuam lesões nas pernas ou nos quadris. 94 Sobre os exercícios expressivos falarei mais adiante.

movimento. O violino também foi acrescentado a esse exercício: os participantes tocavam as cordas soltas ou as escalas em posição fixa sempre com 04 passos para cada arcada.

Exercício 3 – Soltar a barriga

O segundo mandamento que deve ser observado para a realização dos exercícios de

grounding é deixar a barriga solta. Segundo Lowen “prender a barriga restringe a respiração e é um esforço desnecessário. Você não tem de se erguer com as vísceras se permitir que as pernas e as costas cumpram sua função, que é para isso que existem. Os movimentos respiratórios devem se estender dentro do ventre” (LOWEN, 1983, p. 47). E para que isso ocorra, a barriga deve estar solta e relaxada. Como já foi visto no segundo capítulo, ao retesar a barriga e a respiração nós interceptamos as sensações sexuais pélvicas e impedimos o

reflexo do orgasmo.

Esse exercício deve ser realizado seguindo-se as mesmas regras do exercício 2 de flexão dos joelhos, só que agora a atenção estará voltada para a soltura da barriga. E da mesma forma que no anterior, esse exercício também foi realizado com o violino, nas mesmas quatro etapas já expostas: com o arco parado no meio, tocando em cordas soltas, em escalas de posição fixa e em trechos do repertório dos participantes. No momento da realização dessas etapas, o participante já possuía uma maior conscientização da necessidade da soltura da barriga no seu processo de fundamentação e então o exercício 3 não precisou ser realizado dissociado do exercício 2, dando cada vez mais ao participante a possibilidade de sentir-se em contato com seu corpo um todo.

Exercício 4 – Arco

Segundo os Lowen,

este exercício é parecido com o precedente, exceto por exercer certa pressão (stress) no corpo para ampliar mais a respiração e para colocar mais força nas pernas. Se for feito corretamente, ajuda a liberar a tensão abdominal que torna a barriga saliente (LOWEN; LOWEN, 1985, p. 31).

O arco foi o primeiro exercício feito por Lowen para aumentar a sensação de suas pernas e assim sentir-se mais firmemente apoiado no chão, o que aumentaria o seu senso de segurança95. É também chamado por ele de “posição fundamental de tensão” (LOWEN, 1982,

95 Anos depois de ter desenvolvido esse exercício, Lowen descobriu que um similar é feito pelos praticantes de Tai Chi Chuan, mas sem o seu enfoque emocional.

p. 63). Nesse exercício, os pés devem estar paralelos e separados mais ou menos à largura dos ombros. Os joelhos são dobrados e o corpo arqueado para trás, tendo-se atenção para que o peso do corpo fique sobre o peito dos pés. Os punhos fechados são colocados na linha da cintura com os polegares voltados para cima e a cabeça permanece em uma posição que seja possível olhar-se para frente.

Quando um corpo está nesta posição, suas partes estão em perfeito equilíbrio. Dinamicamente, a curvatura (arco) está formada e pronta para agir. Energeticamente, o corpo está carregado da cabeça aos pés. Isso significa que existe um fluxo de excitação através do corpo. Pode-se sentir os pés no chão e a cabeça no ar, ao mesmo tempo em que há a percepção de uma total integração e conexão. Por ser uma posição de tensão energeticamente carregada, as pernas começarão a vibrar. (LOWEN, 1982, p. 63)

De acordo com Lowen, ao ficar nessa posição, o indivíduo revela imediatamente toda a falta de integração que tem com o próprio corpo, pois ela indica com precisão o local de suas principais tensões musculares. Isso acontece porque essas tensões vão afetar a perfeição da curvatura em forma de arco que é realizada pelo corpo quando este está livre de