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3.2 Variáveis de efeito Push

3.2.4 Experiência vicária

A crença na autoeficácia é construída por quatro recursos: 1- por meio da maestria de experiências; 2-experiência vicária; 3- persuasão social; 4-estados fisiológicos e emocionais (BANDURA, 1999), descritos a seguir.

A busca pela maestria de experiências resume-se à reunião do que for possível para se obter sucesso. O sucesso constrói a mais robusta crença na autoeficácia do indivíduo. Os fracassos minam a autoeficácia, principalmente quando ocorrem antes de ter sido estabelecido um senso pessoal de autoeficácia.

Uma segunda maneira de construir crenças de autoeficácia é pela

experiência vicária, que descreve o processo de aprendizagem por

observação e não somente pelo esforço como proposto por Skinner, na teoria comportamental. A modelagem de experiências sociais constrói crença pessoal sobre a capacidade do próprio individuo. Modelos proficientes dessas experiências transmitem aos observadores, estratégias eficazes para o gerenciamento de diferentes situações. A modelagem afeta a crença na autoeficácia por um processo de comparação social. As pessoas julgam parcialmente a própria capacidade em comparação com outros indivíduos. Presenciar o sucesso de outros por esforços sustentáveis aumenta a crença de observadores sobre suas próprias capacidades. (BANDURA, 1999; WOOD e BANDURA, 1989).

Uma terceira fonte para fortalecer a crença na autoeficácia é a persuasão

a capacidade de dominar dada atividade são capazes de mobilizar grande esforço e sustentá-lo se abrigarem a dúvida ou se debruçarem sobre as deficiências pessoais quando o problema surge. Porém o indivíduo que foi persuadido de que lhe faltam capacidade tende a evitar o desafio que poderia cultivar sua potencialidade e desiste facilmente ante a dificuldade. Os facilitadores eficazes de autoeficácia em indivíduos fazem mais do que transmitir avaliações positivas. Além de aumentar a crença na própria capacidade, eles estruturam situações de maneira que tragam sucesso e evitam colocar pessoas em situações prematuras em que possam falhar. Estados emocionais e fisiológicos – o modo como são percebidos e

interpretados (julgados) os próprios estados emocionais e fisiológicos e, o impacto que os mesmos promovem em sua capacidade, importa. Melhorar o estado físico, reduzir o stress e as tendências emocionais negativas, e, finalmente, fazer interpretações corretas dos estados corporais alteram as crenças na autoeficácia.

Bandura (1999) relata que o fortalecimento das crenças de autoeficácia também pode vir por meio de experiências vicárias oferecidas pelo modelo social. Ao observar pessoas similares a obter sucesso por perseverança, aumenta a crença do observador de que ele também possui a capacidade de dominar atividades comparadas. Pela mesma razão, observando outros falhar, apesar do esforço elevado, reduz o julgamento positivo do observador da própria eficácia e compromete o seu nível de motivação. O impacto da modelagem de crenças sobre a sua própria eficácia é fortemente influenciado pela percepção de similaridade aos modelos. Quanto maior a similaridade, maior o poder de persuasão. Chiu et al. (2011) colocam em outras palavras. Se as pessoas carecem de realização prévia significativa, a eficácia delas aumenta pelo resultado do desempenho de outros, o que é nomeado como experiência vicária. Se pessoas de características muito diferentes podem obter sucesso, os observadores possuem uma base razoável para aumentar o próprio sentido de autoeficácia.

Os achados de Hagen et al. (1998) demonstram que por meio da exposição por filmagem em vídeo de bons professores que sabem lidar com crianças difíceis, os

participantes (professores novatos) que estão sendo treinados aumentam a própria eficácia pela experiência vicária e persuasão verbal. Os efeitos da experiência vicária afetam a aprendizagem e o desempenho. Ao atender aos padrões de sucesso e falhas dos outros, os observadores aprender mais rápido do que os que estão de fato desempenhando, principalmente para tarefas conceituais. A aprendizagem por observação permite ao individuo modelar modelos cognitivos sem participar fisicamente em um dado comportamento. As pessoas são propensas a exibirem o comportamento modelado se os resultados validam, mais do que se houvesse o efeito recompensa ou punição (BANDURA, 1977; EASTIN, 2005).

O artigo de Compeau e Higgins (1995) descreve a habilidade de usar computadores de forma competente, a autoeficácia em computador, determinando o uso de computador. O encorajamento por colegas do grupo de referência foi utilizado como variável que influencia a autoeficácia e as expectativas de resultado. O encorajamento representa uma persuasão verbal, uma das quatro fontes de crença de autoeficácia. Indivíduos confiam, em parte, na opinião de outros ao formar o julgamento da própria habilidade. Por sua vez, o encorajamento ao uso de computadores também pode ser influenciado pelas expectativas de resultados. Se os colegas de trabalho encorajam o uso da tecnologia de computador, o julgamento do indivíduo das consequências do comportamento sobre o uso de computador será afetado. Pelo menos, o indivíduo espera que o colega de trabalho ficará satisfeito por seu comportamento. A aprendizagem pela observação ou pela modelagem de comportamento tem sido considerada um poderoso meio de aquisição de novos comportamentos. Os achados indicam que o encorajamento influencia o comportamento indiretamente, pela influência na autoeficácia e na expectativa de resultado. Os achados representam importante passo no desenvolvimento de teorias sobre autoeficácia e o uso de computador, indicando que a autoeficácia do indivíduo e a expectativa de resultado são positivamente influenciadas pelo encorajamento dos pares no trabalho, bem como de outros usuários de computador.

Eastin (2005) buscou incorporar a influência de modelos sociais à teoria da ação racional (TRA) de Fishbein e Ajzen (1975). O modelo da teoria da ação racional envolve as crenças de um indivíduo sobre dado comportamento e as ações tomadas

a partir das crenças. Ligando crenças a emoções e incluindo consequências futuras, os pesquisadores aumentaram o poder preditivo e o entendimento do uso do sistema de informação. Além disso, a pesquisa de Compeau e Higgins (1995) e a de Fishbein e Ajzen (1975) sugerem que a percepção do indivíduo sobre a própria habilidade para desempenhar um comportamento pode ter participação importante no processo de adoção de novos comportamentos: ambas ressaltam que o nível de complexidade de cada comportamento pode influenciar o papel da percepção interna no processo de adoção. A influência da aprendizagem vicária ou entendimento socialmente construído ocorre quando as observações são realizadas dentro de um grupo de referência: colegas de trabalho, familiares, amigos e atividades sociais na internet.

Chiu et al. (2011) fazem uma transposição para o ambiente do varejo multicanal. Se os consumidores reconhecem que os grupos de referência empregam multicanal para completar uma transação e ganham a máxima utilidade, eles se se sentem mais confiantes para adotar comportamento similar.

Para um contexto multicanal a experiência vicária influencia a autoeficácia, o que permite formular outra hipótese (H4):

H4 - Experiência vicária tem efeito positivo para a autoeficácia no varejo multicanal.