2.2 Deformações em nanotubos isolados
2.2.2 Experimentos de Son, et al [63℄
Assim omooartigoanterior,este onguraumamotivaçãoimportantepara
o trabalho desenvolvido nesta dissertação. Como [42℄, ele se insere no on-
texto dis utido na subseção 2.1.1 e, em omplemento aos resultados funda-
mentaisque apresenta, propõeum método om viés de apli ação.
O método proposto onsiste em produzir deformações ontroladas, em
larga es ala, em dispostivos om nanotubos de arbono. De modo simpli-
ado, ele se baseia no modelo des rito pela gura 2.5, no qual uma orda
que interage om o plano que a suporta é puxada por uma tensão
T~
, numa direção que faz um ânguloα
om o plano e de maneiras a des olar deste. Se onsiderarmoshaverpou adissipação15
,então onservaçãode energianos
12
Verreferên ia
4
doartigoemquestão,aqualequivaleà[62℄destadissertação. 13Istoé urioso, senotarmos que,atrásdumaondalongitudinaldeextensão, háoutra
ompressiva,logoemseguida.
14
Istodependendodadesignaçãop
n, m
qdonanotubodeformado. 15diz que o trabalho realizado por
T~
é gasto para ven er a interação entre a ordaeoplano,aqualsedes reve porumaenergiade interaçãoporunidadede omprimento
E
T S
. Emsímbolos, omT
||T~
||,T
x
p1
cos α
qE
T S
x
ÑT
E
T S
1
cos α
(2.1)
Atensão
T~
destemodeloserá,sobopontode vistaexperimental,aresponsá- vel porgerar uma dinâmi aque propagará deformaçõespelos nanotubos. Éválido notarque a (2.1) nos dátensõesaltas para ângulos
α
pequenos. Por- tanto, substratos sobre os quais se in line de pequenos ângulos nanotubosserão e ientes geradores de deformações.
Figura 2.5: Modelo para geração de tensão em nanotubos sobre substratos
om trin heira. Corda des rita pelos pontos
ABB
1D
é puxada pelo pontoA
, numa direção a qual faz um ânguloα
om o plano sobre o qual a orda se en ontra, sendo levada à onguraçãoCA
1
B
1D
. O pontoA
é levado ao pontoC
. Se se onsiderar uma orda pou o elásti a,então a onservação de omprimentoda ordaimpli a queA
1
C
x
p1
cos α
q. Adaptado de [63℄. Osistemaexperimentaldes ritopelosautoresseguejustamenteestaidéia.Ele onsisteem nanotubosde arbono longos, res idos de modoanálogo ao
des rito nas duas subseções anteriores 2.1.1 e 2.2.1, só que,desta vez, sobre
substratos de
SiO
2
amorfo omtrin heiras. As trin heiras sãofeitasapartir de mi rofabri ação porbombardeamento de íons16
e possuem tamanhos de
1, 5
,3
e6 µm
, paraque, quando seformem,os nanotubospossam nelas air e en ostar em seu fundo, formando, pois, uma situação omo a des rita nomodelo a ima.
De fato,istoo orre. Imagens de SEMe de AFMrepresentadas nagura
2.6 ajudam a visualizar ofenmeno, estandoa de AFM mais evidente 17
.
Figura 2.6: a) Imagem por SEM de nanotubos longos sobre substrato de
SiO
2
amorfo trin heirado. Aqui,seta indi aporçãode tubo sobretrin heira de6 µm
. b) Omesmo, mas imagemde AFM. Adaptado de [63℄.Paraosnanotubos res idosdestamaneira oletaram-seespe trosRaman
aolongodeseus omprimentos,atravésdeespe tros opiaRamanressonante,
om quatro freqüên ias de laser diferentes e dois valores de potên ia distin-
tos 18
. Três nanotubossemi ondutores para os quaisse onseguiu identi ar
uma variação de freqüên ia de espalhamento Raman ao longo de seus om-
primentossão mostrados na gura 2.7. Aos pers mostrados nesta gurasó
podemosasso iar amesmafenomenologiaapresentada nasubseção 2.2.1 an-
terior: umaperturbação 19
égeradaesepropagapelonanotubo,fazendouma
queda linear nas freqüên ias dos modos vibra ionais deste, até determinado
ponto,emque essa, devido à interaçãoentre onanotubo eo substrato.
Nosatendo maisaos pormenoresda gura2.7, apartir dopontosituado
em
8 µm
gera-se uma força, de modoequivalenteà tensãoT~
no pontoC da gura 2.5, a qual, por erto, surge quando da formação dos nanotubos e équem induz toda a dinâmi a subseqüente. Notemos que, nas regiões A e B
17
Na verdade, estasimagensnão são on lusivas, mas osautores onrmaramofen-
menoatravésdeexperimentodetopograa omaparatodeAFM.
18
Resultadosobtidos omdoisvaloresdepotên iaservemparades artarefeitostérmi-
os.
19
Não é itado, mas, da dis ussãodo artigoanterior, éde se rer quetal perturbação
Figura2.7: Pers de freqüên ia Ramanpara três nanotubossemi ondutores
deformados porqueda emtrin heira. a)Ilustraçãode orteespa ialnoplano
formado pelo eixo simetria do nanotubo e pelo eixo perpendi ular ao subs-
trato, om quedaemtrin heirailustradaaom dodesenho. b)PerlRaman
da freqüên ia asso iada ao modo
G
de simetriaA para os três nanotubos. Retas verti aispontilhadasestabele emrelaçãode es alaentregrá oeilus-tração,esetasverdesindi ampontos omfreqüên iaderelaxação. Adaptado
de [63℄.
da parte a) de 2.7, a tensão se transmite, mas a ausên ia de substrato em
seus interiores faz om quehaja tensõesnão nulas somente em suas bordas,
forne endo, pois,naparte b) de 2.7, um perl onstantede freqüên ia.
Poroutrolado, nasdemaisregiões,ode res imentoou res imentolinear
indi a a existên ia duma força exer ida pelo substrato sobre o tubo. Uma
análise do módulo desta interação, omo dito na subseção 2.2.1, pode ser
obtida através das fórmulas (1.10) e(1.25). Supondo o eixo
z
omo sendo o de simetria dotubo,esupondo não haverdeformaçõesrelativas ir unferên-iais 20 , então
f
z
(1.10) Bσ
zz
Bz
(1.25)Y
Bu
zz
Bz
ÑF
z
AY
Bu
zz
Bz
6 Bu
zz
Bz
F
z
AY
(2.2)em que
f
z
é a força volumétri a, na direçãoz
, dentro do nanotubo,σ
ik
é o tensor de tensão do nanotubo,Y
é seu módulo de Young,A
sua seção transversaleF
z
³
ST
f
z
,aintegraldaforçavolumétri anaseçãotransversalS
T
do nanotubo, isto é,a força por unidade de omprimento queo mantém deformado sobre o substrato21
. Se usarmos a equação (1.128), deduzida na
seção 1.3,juntamente om o onhe imentodoraiodotubo 22
, então ográ o
de 2.7 b) pode forne er valores para
F
z
. O valor medido pelos autores foi5 nN
{µm
.Para garantirqueainteraçãodeVander Waalsentre onanotubode ar-
bonoeosubstratoé,defato,oque ausaasdeformaçõesrelativasobservadas,
uma estimativade taisdeformaçõesforamfeitas omousodaequação(2.1),
um valor da literaturapara
E
T S
e ângulosα
medidos a partir das imagens de SEM e AFM omo as da gura 2.6. As deformações relativas variaramentre
0, 2%
e3, 0%
- oque está de a ordo om o obtidovia equação(??),os grá os de 2.7e os valores de freqüên ia Raman sem deformação23
.
Em on lusão, é proposta dos autores que uma otimização do método
de res imento de nanotubosde arbono sobre substratos daforma des rita
nestasubseção podelevaraodesenhode dispositivosnanoeletrni os,dema-
neira que aspropriedadesdestes dispositivossejam moduladaspelo ontrole
da apli ação de deformações aos nanotubos. Este ontrole virá a partir da
espe i ação do tamanho das trin heiras mi rofabri adas edo tipode subs-
trato usado, e, omo espólio do dis utido até aqui, seu ontrole metrológi o
poderá ser feito através de espe tros opia Raman.
Paraestadissertação,éútilver,em ontraste omadis ussãodasubseção
anterior, omoades riçãotambémquantitativadainteraçãoentrenanotubos
esubstrato pode ser feitaatravésdumformalismodeTeoria daElasti idade,
oqueampliaa ompreensãodosfenmenostratadosatéagora. Resta,porém,
aindaumapres riçãodadinâmi ageradoradadeformação nosnanotubosde
arbono observados nos experimentos dis utidos até aqui.
20
Istoé,
uφφ
urr
urφ
0
. 21Oqueéevidentesees revermos
uzz
uzz
pz
q,semdependên iaemr, φ
. 22OqualprovémdesemediroRBM.Veja[1℄.
23