a elastostátia de nanotubos de arbono
nanomanipulados sobre quartzo
ristalino viinal: um estudo om
espetrosopia Raman
Dissertação de Mestrado
Luas C. P. Antunes Maiel Müssnih
Orientador: Ado Jório de Vasonelos
Co-orientador: Hélio Chaham
Esta dissertação de mestrado investiga propriedades elástias de nanotubos
dearbonosobresubstratosdequartzoristalinoviinal,sistemasonheidos
também omo serpentinas de arbono, om auxílio da ténia de
espetros-opia Raman. Após uma introdução teória e uma revisão da literatura,
se mostram resultados experimentais de serpentinas nanomanipuladas por
aparato de mirosopia de força atmia (AFM), os quais revelam pers
araterístios de freqüênia de espalhamento Raman. Para expliá-los, se
introduz uma equação dinâmia para o ampo de deformação dum sistema
unidimensional, imerso em duas dimensões, a qual inlui um termo ad ho
de atritoestátio, de maneirasa forneerestados estaionários diferentes do
equilíbrio. Mostra-sequeestesestadosestaionáriosresultantesdessa
elasto-dinâmiaapresentampersdedeformaçãorelativaqualitativamentesimilares
àqueles obtidosexperimentalmente. Destaforma,seestabelee uma
fenome-nologia para os dados experimentais, interpretando-os omo a elastostátia
de nanotubosde arbono aderidosaos substratos em questão,e tenta se
ex-plorar esta teoria para o aso de nanotubos nanomanipulados mais duma
vez, em seqüênia.
Post-sriptum: o trabalho desrito por esta dissertação sofreu signiativo
amadurei-mento, após estater sidonalizada. As mudançasemelhoriasque sofreuestão reunidas
emartigo,oqualseenontraemproessodepubliação. Quandoesseforpubliado,uma
folhaderostoseráadiionadaaoiníiodeste trabalho,ontendosuareferênia
bibliográ-a. Oartigonãoinvalida,noentanto,adissertação: estafoifundanteparaoproessode
onstruçãodessepedaçodeonheimentoientío.
LCPAM
M
This master thesis studies theelasti properties of arbonnanotubes atop
vi-inal rystalline quartz substrates, also known as arbon serpentines, with
the aid of Raman spetrosopy. Firstly, some theoretial bakground is
gi-ven. Seondly, relevant literature relatedto this work isdisussed. After this
introdution,Raman spetrosopiprolesfromarbonserpentines,
nanoma-nipulated with the aid of an atomi fore mirosopy (AFM) apparatus, are
presented. In an attempt to explain those, a dymanial equation for the
de-formation eld of a one-dimensional system, immersed in two dimensions,
is introdued. Together with it omes an ad ho term to aount for stati
frition, in order to yield stationary states dierent from equilibrium. The
results of suh an elastodynamis are shown to be qualitatively similar to
the experimentalones,thelatterbeing, therefore,interpretedas elastostatial
proles of arbon nanotubes adhered to viinal rystalline quartz. The
theo-retial approah is explored further 1
.
Post-sriptum: afterthe ompletionof thismaster thesis, signiantamount of
improve-ment wasmade tothe model itrst developed. The hanges are beingsummed upin an
artile, whih is tobepublished. As soon as this proess iseeted, a front page will be
addedtothe beginning ofthis thesis,giving the bibliographial referenefor the artile. It
shouldbenotied,however, thattheartiledoesnotinvalidatethethesis. Whiletheformer
isthe resumeof aonstrutedknowledge,the latterisitsfoundations.
LCPAM
M
February 6,2014
Nospassadesaperebido, devidoàomplexidadedomundooqualnosrodeia,
a qual,por erto, impliana riaçãode relaçõesinterpessoais de aráter um
tantoabstrato,omoatroadebensmateriaispormoeda,ofatode,n'última
instânia,dependermosdaproduçãoagráriaparanosmantermosdepé. Esta
frase, por mais que seassemelhe aum grandedetour desneessário, ressalta
que, se vivemos em idades e nos dediamos inteiramente às atividades do
inteleto, é sóporque há milhõesdoutrosindividuos dediandoseu trabalho
para que o estadodas oisas sejatal omoé.
Agradeço, assim, prossionalmentea
•
a Professora Maria Carolina Nemes, por me ter aberto as portas do Departamentode Físia(DF)daUniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG);
•
o Professor Ado Jório, por me ter dado a oportunidade de trabalhar onsigo;•
o Professor Hélio Chaham, por ter sido ondição sine qua non para este trabalho;•
oProfessor LuísGustavoCançado, pelas disussõessobreFísiaepelo espaço dado para um trabalhojuntoao laboratório;•
os olegas do Laboratório de Nanoespetrosopia (LNS), n'ordem al-fabétia, Abraham Cano, Alexandre Piraa, Alisson Miranda,Jaque-line Soares, Jenaína Soares, Marela Pagano, Newton Barbosa, Paulo
Araújo,PedroPeseeRodolfoMaximiano,peloonvívioetroad'idéias;
•
os olegasde Pós-Graduação,Ananias Alenar e MatheusMatos, pela soliitudeimediataparapermitirassimulaçõesnumériasseremexeu-tadas pelas máquinasdoLaboratóriode SimulaçõesdoProfessor Hélio
Chaham;
•
a Marlue Petinelli,portodas asajudas;•
a Perpétua Araújoe àEdina Cruz, portodas asajudas, eperdãopela semana em que meesquei de devolver oprojetor;•
a Shirley Maiel e àsmeninas daBibliotea doDF, pelasua eiênia inrível;•
aMariadeLourdes,àEunieeatodasasdemaisquemantêmalimpeza do DF,por vezes emondições de trabalhodifíeis;•
o André,aoJânio, aoJoaquim, aoJosé doCarmoea todos aquelesos quais zelampelopatrimnio doICEx;•
o Arnould eao Wallae, pelaqualidade impeável dos jardins do DF;•
os membros do OSA Student Chapter Minas, por fazerem um belo trabalho;•
oAndréChalom,oqualajudouomumarevisãodetalhadaeateniosa do ódigo;•
oLeonardoHanaoGabriel,oqualmeensinounoçõesd'Estatístiapara o tratamentodos dados;•
aGabrielaLihtenstein, aqualmeedeu espaçopreiosoemsua quota d'aluguéisdelivrosdaBiblioteadoInstitutodeFísiadaUniversidadede São Paulo (IFUSP);
•
os membros, os quais ainda não forammenionados, da Bana a qual avaliou este trabalho, a saber, a Professora Ariete Righi, o ProfessorCristianoFantini eo Professor MárioMazzoni;
•
oConselhoNaionaldeDesenvolvimentoCientíoeTenológio(CNPq), pelos dois anos de naniamento;•
o Povo Brasileiro, pornaniar apesquisa emCiênia.•
a Afra e ao Duarte, por me agüentarem, por um mês, junto à sua família;•
a Aira, à Ana Carolina,à Fernanda, aoKlauss e à Melissa, pela ami-zade;•
a Ana Éria, à Louise, à Natáliae aoPaulo Egydio, minhas amizades mais antigas e perenes;•
a Bárbara Flor,pelos grampos,generosamenteforneidos;•
a Betânia Pires, pelo suporte iniialem BeloHorizonte;•
aCarolinaAlexiou,aoNelson eaoYul,pelatroad'idéias,importante para a esolhado futuro doutorado;•
o Chalom a à Marina, pela amizade e pelas onversas sobre absoluta-mentequalquer oisa;•
os olegas os quais, junto omigo, se prepararam para as provas de ingresso aos doutorados: Ério, GabrielFagundes, Gilbertoe Maros;•
a Denise, pela amizade, a qual surgiu omo orolário doutra, mas se tornou tantoquanto esta;•
aFernanda eàLuisa,pelaamizadesueo-brasileira,mantida via inter-net, mas preiosa;•
oGabrielPinho, pelaamizadedosúltimosanos eboas onversas sobre tudo, de Polítia aDark Souls;•
aGabriela,àKika,àLaura, àMarianaeaoStefan Krön,pelaamizade de muitos anos;•
aGabrielaLihtensteineaoLeandroMondevaim, pelaamizadeepelos afés aoIFUSP;•
aGabrielaRangeleaoLeonardoTeodoro,pelaamizade,porme agüen-tarem,porquinzedias, numaasa aqualsóé paraduaspessoas,epormeaompanharem ao Subway;
•
o Gilberto, por essa humanidade sem tamanho e por ser um exemplo de motivação e garra;•
oJonas,pelasgrandes horasde risadasjuntos, ervejaemSantaTereza e por tentar mefazerver asoisas atravésdum outro prisma;•
a JúliaLanna, pelareepção iniial emBelo Horizonte;•
a Júlia Mahler, pela amizade paulistana e pelos almoços divertidíssi-mos;•
a JúliaRoquete, pelaguerrade desenhos;•
o Leonardo Gabriel, pelas onversas à mesa 47 do Habbib's da Vila Nova Coneição,estaionárias;•
o Luiz GustavoMartins, pelas troas d'idéias, GRE e exemplode tra-jetóriade vida;•
a Manoela, ao Rafael, à Paula e ao Pedro, pela amizade dos últimos anos e muita bobagem dita;•
o Myhel, pelas piadas para o pote;•
a Profa,pelaamizadee onversas sobre Físia;•
a Rosa, pelaamizade, risadase todas as ajudas;•
o Rodolfo e à Paula, pela amizade, perpassando feijão tropeiro, pão-de-queijo e Mineirinho,às onversas suportadoras;•
oRodrigoAntero,pelasaulasde DançaContemporânea,asquaistanto divertiramosns-de-semana, e pelos tantosingressos esugestões paraespetáulos doiruitodas artes mineiras;
•
o Yuri e ao Tiago Debarba, pela amizade e por me agüentarem, por tanto tempo,numa asa a qualsó épara duas pessoas;•
o pessoaldoDF, osquaisaindanão menionei, pelaamizade,n'ordem alfabétia, Adailton, Alejandro, Alisson, Alexandre, Amanda, Ana,Ana Paula, Arthur, Bárbara Rosa, Cauê, Clye, Daniele,
e
-Gleydson,Eliel, Elvis, Emílson, Fábio de Melo, Fernando Iemini, Gláuia,
Gui-lherme,GustavoFosolo,GustavoGazzola,Hakob, Helvéio,Henrique,
Jean, Jenaína, Joilson, Júlia Parreira, Júlio, Karolline, Larissa, Lígia,
Lídia, Longos, Murilo, Nestor, Pablo, Regiane, Roberto Shigueru,
Ro-gério, Tauanne, Thonimar, Tiago Campolina, Tiago Grasiano,
•
àminha avó, Glorinha,aos meus tios, Franiso,MariaPiaeaos meus primos,Alberto,Beatriz, Isabel, FranisoeLuiza, peloarinho,preo-upação e momentos ompartilhados;
•
oTio JoséCarlos,àTia Karin,aoLuisEduardoeàTiaVernia,pelo arinho;•
o CharlesAuguste, vulgoGuto, pelaamizade;•
o meu pai, Luiz, pelo amor, suporte edediação;•
a minha madrasta,Alexandra, pelagenerosidadee arinho;•
osmeus irmãos,Bento,Thomaz eMiguel, om quemeu onto sempre;•
a Luana, pelaamizadereentee reente agregação à família;•
a Magnóliae à Neide, por esses anos todos de dediação;•
a Juju,porsempre abanaro raboomo s'eu nuna fra;•
a minha namorada, Izabela, portodo o amor destes últimos dois anos e meio;e, laro,a todos aquelesos quaisnão vêem outra saídasenão tornaroBrasil
num bompaís 2
.
Luas C. P. Antunes Maiel Müssnih
29 de dezembro de 2012
Post-sriptum: quandodaentregada versãonaldeste trabalho,trago àmemória,para
homenageá-la,aslembrançasquetenhodaProfessoraMariaCarolinaNemes.
LCPAM
M
6defevereirode2014
Fiar de frente para o mar, de ostas pro Brasil,
não vai fazer desse lugar um bom país.
1 Revisão teória 22
1.1 Teoria da Elastiidade . . . 22
1.1.1 Deformação . . . 23
1.1.2 Tensão . . . 25
1.1.3 Lei de Hooke para sistemasontínuos . . . 28
1.1.4 Deformações homogêneas. . . 32
1.1.5 Equações de equilíbrio sob aforma vetorial . . . 34
1.2 Fnons . . . 35
1.2.1 Vibraçõesem ristais . . . 36
1.2.2 Quantização . . . 42
1.2.3 Hamiltonianode deformação . . . 45
1.3 Equação seular para nanotubos de arbono sujeitos a defor-mação . . . 54
1.4 Brevíssimanota sobre espalhamentoRaman . . . 57
2 Revisão da literatura 59 2.1 Serpentinas de nanotubos de arbono . . . 59
2.1.1 Experimentosde Yarden e Joselevih [37℄ . . . 59
2.2 Deformaçõesem nanotubosisolados . . . 63
2.2.1 Experimentos de Duan, et al. [42℄ . . . 63
2.2.2 Experimentos de Son, et al. [63℄ . . . 66
2.3 Deformaçõesem nanotubosimersos . . . 71
2.3.1 Experimentos de Leeuw, et al. [46℄ . . . 71
2.4 Resumo doapítulo2 . . . 79
3 Elastostátia 80 3.1 Experimentos . . . 80
3.2 Resultados . . . 84
3.2.1 Serpentina om deformação emforma de W (SFW) . . 84
3.2.2 Serpentina om ponto de travamento(SPT) . . . 87
3.2.4 Serpentina muitas vezes nanomanipulada (SMV). . . . 92
3.3 Resumo doapítulo3 . . . 96
4 Elastodinâmia 98 4.1 Motivação: equaçãoontínua eem uma dimensão . . . 99
4.2 Equação elastodinâmia . . . 106
4.3 Código fonte e resultados numérios . . . 109
4.3.1 Simulação análogaà SFW (SimSFW) . . . 116
4.3.2 Simulação análogaà SPT (SimSPT) . . . 125
4.3.3 Simulação análogaà SGA (SimSGA) . . . 130
4.3.4 Simulação análogaà SMV(SimSMV) . . . 137
4.3.5 Simulação om perda de memória (SimPM) . . . 151
4.4 Resumo doapítulo4 . . . 153
5 Análise dos dados 159 5.1 Perda de memória,SFW e SPT . . . 159
5.2 Memória eSGA . . . 161
6 Conlusões 166 6.1 Apanhado do feito . . . 166
6.2 Perspetivas: propostas teóriase experimentais . . . 167
6.2.1 SMV versus SimSMV. . . 167
6.2.2 Retiação e nanotubosimersos . . . 167
A Equação seular 171
B Disussão sobre a SMV 174
C Derivação 182
2.1 Proedimento experimental para riação de nanoos.
Adap-tado de [37℄ . . . 61
2.2 Fios ontínuos de
Au
sobre moldes de nanotubos de arbonosobre quartzo viinal. Adaptado de [37℄ . . . 62
2.3 Nanomanipulação de nanotubos de arbono sobre substratos
de
SiO
2
amorfo. Adaptado de [42℄. . . 64 2.4 Formação de perl de deformação, sob suposição de força deatrito onstante. Adaptado de [42℄ . . . 65
2.5 Modeloparageraçãodetensãoemnanotubossobresubstratos
om trinheira. Adaptado de [63℄ . . . 67
2.6 ImagensporSEMeAFMdenanotuboslongossobresubstrato
de
SiO
2
amorfo trinheirado. Adaptado de [63℄ . . . 68 2.7 Pers de freqüênia Raman para três nanotubossemiondu-tores deformados porqueda em trinheira. Adaptado de [63℄ . 69
2.8 Espetrosdeemissãoporuoresênia parananotubosde
ar-bono imersos emPMMA. Adaptado de [46℄. . . 73
2.9 Bifuração do espetro de emissão por uoresênia para
na-notubos de arbono imersos emPMMA. Adaptado de [46℄. . . 74
2.10 Situação físia utilizada para a desrição do modelo de
isa-lhamento desasado. Adaptado de [68℄. . . 75
2.11 Modelagem para isalhamento desasado entre nanotubos de
arbono e meios nos quais se os imergem, utilizando um
ele-mentode volumerepresentativo(EVR)dosistema. Adaptado
de [68℄ . . . 76
2.12 Gráo de
σzz
{σ
o
zz
a partir da equação (2.5), sob o limite emque
YC, L
Ñ8 . . . 773.1 Esquema doaparato experimental doLNS. Retiradode [31℄ . 81
3.2 Aparato experimental doLNS. Retiradode [31℄ . . . 82
3.3 Imagem porespetrosopia Ramanonfoalpara banda
G
de3.4 Exempliaçãodoproessode nanomanipulaçãodas
serpenti-nas de arbono . . . 84
3.5 Imagens porespetrosopiaRaman onfoalparaSFW.
Reti-rado de [29℄ . . . 85
3.6 Perl de freqüêniade espalhamentoRamanpara SFW.
Reti-rado de [29℄ . . . 86
3.7 Imagens porespetrosopia Raman onfoalpara SPT.
Reti-rado de [29℄ . . . 88
3.8 Perl de freqüênia de espalhamentoRaman para SPT.
Reti-rado de [29℄ . . . 89
3.9 Imagens de espetrosopia Raman onfoalpara SGA . . . 91
3.10 Pers de freqüenia de espalhamento Raman, assoiado ao
modo
G
, para SGA . . . 923.11 Imagens por espetrosopia Raman onfoalpara SMV . . . . 94
3.12 Pers de freqüênia de espalhamento Raman, assoiado ao
modo
G
, para SMV . . . 953.13 Outro gráo om pers de freqüênia de espalhamento
Ra-man, assoiado aomodo
G
,para SMV . . . 964.1 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
daequação elastodinâmia: resultados análogosà SFW . . . . 117
4.2 Quadros 4,5e6daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
daequação elastodinâmia: resultados análogosà SFW . . . . 118
4.3 Quadros 7,8e9daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
daequação elastodinâmia: resultados análogosà SFW . . . . 119
4.4 Detalhesdalgunsgráosrelativosaoquadro9,revelando
des-ontinuidadese ausênia de analitiidade . . . 124
4.5 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
daequação elastodinâmia: resultados análogosà SPT . . . . 126
4.6 Quadros 4,5e6daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
daequação elastodinâmia: resultados análogosà SPT . . . . 127
4.7 Quadros 7, 8, 9 e 10 da evolução temporal da simulação
nu-méria daequação elastodinâmia: resultados análogos àSPT 128
4.8 a)Diferençaentrepersdedeformaçãoparaestados
estaioná-riosdeSPTeSFW.b)Metadedoperldeestadoestaionário
para SPT . . . 129
4.9 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogosà SGA, para
4.10 Quadros 4,5e6daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogosà SGA, para
pers espaial e de veloidades-antes-de-orte . . . 133
4.11 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogosà SGA, para
pers de deformação relativa e de diferença de deformação
relativa. . . 134
4.12 Quadros 4,5e6daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogosà SGA, para
pers de deformação relativa e de diferença de deformação
relativa. . . 135
4.13 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV, esta
sendo a simulação 1, para pers espaial e de
veloidades-antes-de-orte. . . 139
4.14 Quadros 4,5e6daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV, esta
sendo a simulação 1, para pers espaial e de
veloidades-antes-de-orte. . . 140
4.15 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV, esta
sendo a simulação 1, para pers de deformação relativa e de
diferença de deformação relativa. . . 141
4.16 Quadros 4,5e6daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV, esta
sendo a simulação 1, para pers de deformação relativa e de
diferença de deformação relativa. . . 142
4.17 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV, esta
sendo a simulação 2, para pers espaial e de
veloidades-antes-de-orte. . . 147
4.18 Quadros 4,5, 6e7 daevoluçãotemporaldasimulação
numé-ria da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV,
estasendoasimulação2,parapersespaialede
veloidades-antes-de-orte. . . 148
4.19 Quadros 1,2e3daevoluçãotemporaldasimulaçãonuméria
da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV, esta
sendo a simulação 2, para pers de deformação relativa e de
4.20 Quadros 4,5, 6e7 daevoluçãotemporaldasimulação
numé-ria da equação elastodinâmia: resultados análogos à SMV,
esta sendoa simulação2,para pers de deformação relativa e
de diferença de deformação relativa. . . 150
4.21 Simulações, emseqüênia, revelando perda de memória. . . 152
4.22 Simulaçõesom novo ódigo: análogasà SimSFWe àSimSGA.157 4.23 Simulaçãoom novo ódigo: detalheda análogaà SimSFW. . 158
5.1 Usodaequação(1.128)paraestadosestaionáriosdeSimSFW e SimSPT . . . 160
5.2 Tratamentodospers,apósumananomanipulação,paraSFW e SPT. . . 162
5.3 Imagem onfoalda regiãoanalisadapara SGA. . . 163
5.4 Tratamento dos pers para SGA. . . 164
5.5 Ajuste dos dados experimentais daSFW om modelo. . . 165
6.1 Diferenças entre ospers experimentais de espalhamento Ra-man assoiados àSMV.. . . 170
B.1 Imagens por espetrosopia Raman onfoalpara SMV . . . . 175
B.2 Gradientes de espetro sobre imagens por espetrosopia Ra-man onfoalpara SMV . . . 176
B.3 Pers de freqüênia de espalhamento Raman, assoiado ao modo
G
, para SMV . . . 177B.4 Outro gráo om pers de freqüênia de espalhamento Ra-man, assoiado aomodo
G
,para SMV . . . 179C.1 Cadeia de
N
massasm
onetadas porN
1
molas iguais . . 182Esta dissertação foi, antes de para qualquer outro públio, esrita para
fa-lantes da Língua Portuguesa. Por isto, não foi esrita em inglês. Por isto,
sempre quando possível, foram usados termos traduzidos do inglês, e, onde
nãoseahouatraduçãoorrente,reorreu-seaumainventivaientiamente
motivada, aqual foi delarada notexto 3
.
À motivação para isso oube uma erta dose de patriotismo; a noção de
que épreiso valorizara línguapátria, mesmosesabendo que iêniaéfeita
internaionalmente: nossos íones e signos mais próximos são sempre mais
eazes emnos servir de exemploeinstrumento,sefazendo, pois,neessário
valorizá-los.
Além,esta dissertaçãofoi,paraprivilegiarumoutropúblio,esritapara
estudantes ursando onal de sua graduação, oujá sua pós-graduação,mas
desinformados sobre os assuntos aqui tratados. Por este motivo, talvez seja
massante, quem sabeaté redundante, ao leitorespeializado, poistem omo
objetivo esmiuçar nuanes as quais, quase sempre, deixam o leitor iniiante
om aquelasensação de quepouo aprendeuaolermonograas,dissertações
e teses. Talvez não seja exagero dizer que, deste modo, foram sariadas
suintez e eiênia em prol da ompletude de grande fração do que aqui
se disutiu. Um exemplo disso é uma Introdução om 18 notas de rodapé
expliativas 4
.
Cabe, também, seiniiar este trabalhoom algumanota instituional: a
dissertação queaquiseapresentafoielaboradadentrodoâmbitodo
Labora-tório de Nanoespetrosopia (LNS)doDepartamento de Físia da
Universi-dadeFederalde Minas Gerais(DF-UFMG)eseus olaboradorese,portanto,
dialogaomosdemaistrabalhosrealizadosnestemesmoâmbito. OLNStem
omoáreadeespeialidadeaespetrosopia,tantoRaman,quantode
uores-ênia, aqual pode ser tantode ampodistante, quanto de ampo próximo,
e o uso de nanomateriais,em espeial aqueles derivados do arbono.
3
Talvez, emfuturas reorreções,seoloquem ostermos apropriados,ou,sefor
justi-ado,os neologismossejaminorporadosàliteratura.
4
turas de arbono.
Oarbono,átomoomseisprótons,possuiumaestruturaeletrnia
peu-liar,quelhepermiteformardiversasestruturasristalinas,omoonanotubo,
ografeno eodiamante[1℄,sendoestes, emordem,ristaisduma,duas etrês
dimensões 5
. O grafeno e o nanotubo possuem ligações, entre seus átomos
de arbono, duma mesma natureza,
sp
2
, ao passo que as do diamante são
doutra,
sp
3
6. Sob este ponto de vista, é omum estudar o nanotubo omo
sendo, matematiamente,um ristalde grafenoom umaondição periódia
de ontorno numa de suas dimensões[2℄e sujeito a efeitos de urvatura.
Nanotubos de arbono, prinipalmente depois de sua síntese em 1993,
atribuida ao trabalho de Iijima e Ihihashi [32℄, têm tido suas propriedades
meânias, eletrnias e óptias exaustivamente estudadas [2, 3, 4℄. Como
naturalmente oorre, destes estudos, idéias om respeito a poteniais
apli-ações para os nanotubos de arbono surgiram,prinipalmenteapliá-lo em
tenologias em esala nanométria [1℄, a dita nanotenologia. Dentre estas
apliações, uma seria a utilização de nanotubos de arbono em
nanoirui-tos integrados [1℄: permitiriaà lei de Moore 7
[33℄ se manter válida por mais
algumperíodode tempo,fatoambiiadopelasindústrias de dispositivos
ele-trnios 8
. Mas,sefossemterumviésrealista,asapliaçõesànanoiruitaria
deveriam inserirosnanotubosde arbono nalgummeio,sejaeste emtrês
di-mensões, ouuma superfíie sobre a qual os nanotubos sexem. Talvez não
seja exagero inferira segunda opção omo a mais desejada: uma superfíie,
aoontráriodummeiotridimensional,permitiriadesenhartaisnanoiruitos
de modomais eaz.
Destemodo,estadigressãoheurístiapermeandoahistóriadosnanotubos
5
Porestruturalristalina,ouristal,ompreendemosumonjuntodeátomosdispostos
detalmaneiraquesãoinvariantesportranslação. Emlingüagemmatemátia,umonjunto
deátomosnoespaço
R
3
éditoumristalsehávetores
a
i
,i
1
,
2
,
3
,taisque,sem
i
são números inteiros, ef
é uma função que desreve uma propriedade físia do agregado atmio,entãof
p0
qf
p°
3
i
1
m
i
a
i
). A deniçãoéanálogapara espaçosomdimensões menores.6
Umligação, neste aso,eletrnia,seentendepela funçãode ondadoestado
funda-mental quedesreveoelétronsujeitoaosátomospartiipandodaligação. Noasoduma
ligaçãosp
n
,
n
1
,
2
,
3
,ela assimsedenomina porestafunçãodeondapoderser aproxi-madaporumasuperposiçãodasfunçõesdeondaquedesrevemumelétronnoorbitals
e noorbitalp
(n
orbitaisp
,nasuperposição)doátomodehidrogênio.7
Noontextoemquefoiformulada[33℄, aleideMoorearmaque,aproximadamente,
onúmerodetransistores,emiruitosintegrados,dobraaadadoisanos.
8
Noentanto, asuperaçãodas dimensõesde nanoestruturasaarretaránumproblema
doutra ordem: adentrar-se-ãoasdimensõesatmias,tamanho apartirdoqualvigoram
vista fundamental,quanto dum apliado.
Dentre as muitas abordagens as quais se podem fazer para uma
investi-gaçãodestanatureza, desobriu-se,reentemente, quenanotubosdearbono
podem se automontar 9
[35℄ sobre superfíies de quartzo ristalino viinal 10
,
apresentandoestruturasomformatososquaispodemserinduzidos,umavez
feitoo devidoajustede parâmetrosde resimento[37℄. Comofoi observado
experimentalmente, tal sistema, as ditas serpentinas de arbono,
apresen-tam ondutividade elétria [35℄, e poderiam, pois, em tese, ser usadas em
apliaçõesananoiruitosintegrados. Umadas possibilidadesseria explorar
esta ondutividade,aliada à liberdade para esolhade seus formatos, e
usá-las omo moldepara nanoos metáliosonstruídos sobre si[37℄, superando
muitas das barreiras enontradas pormétodos de montagem direta 11
, omo
litograa[38℄.
No entanto, é onheido que deformações elástias alteram as
proprie-dades eletrnias de nanotubos de arbono [39℄, podendo induzir nanotubos
metálios a se tornarem semiondutores, e o ontrário também. Isto, pois,
fornee esta idéia: seusarem asserpentinas de arbono omoum lous
elás-tio permeado de loi om quantidades variáveis de deformação,
evideni-ando, simultanemente, omportamento metálio e semiondutor. Isto, pois,
em tese, permitiria a onstrução de nanoiruitos apartir duma engenharia
dedeformação 12
. Areferênia[41℄reportoutalalternâniademetaliidade 13
,
fato que, portanto, orrobora este experimentomental.
Para esta apliação, no entanto, ser realizável, é preiso se induzir aos
nanotubos de arbono sobre os substratos deformação elástia dum modo
ontrolado, modiando, mas não destruindo, as amostras. No aso das
9
Traduçãolivre: self-assembly automontagem. Sendo breve, automontagem[36℄é
aformaçãodesistemas omentropiareduzida,isto é,omordem, apartirdeutuações
estatístias oorrendo em dado meio. Evidentemente, é neessário haver algum tipo de
anisotropiaquepermitaanão-reversibilidadetermodinâmiaegarantaumamemóriapara
aordemqueseestabelee. Noasodosnanotubosemquestão,talanisotropiaprovémdo
substrato, o qualontém degraus. Uma bela disussãoenvolvendorodasdentadas pode
servistaem[5℄,seuapítulo46. Umexemplo,emertosentidoradial,deautomontagem
éavida.
10
Aadjetivaçãoviinal indiaumquartzoortadoemdireçõesristalográas
preferen-iais.
11
Traduçãolivre: diretassembly montagemdireta.
12
Tradução livre: strain engineering engenharia de deformação. Se está fazendo
um abusodesta terminologia, visto ela ser apliadaà téniautilizada nafabriação de
dispositivos semiondutores[40℄.
13
Mesmo, neste aso, nãosendo deformaçãoelástiaa úniaausapara esta variação.
uma indução ontrolada. No entanto, é possível se realizar a manipulação
direta dos nanotubosde arbono atravésduma ponta nanométriaaoplada
àaparelhagemdummirosópiodeforçaatmia(AFM,eminglês),oquese
batizananomanipulação,omodefatosefezefoireportadoàliteratura[42℄:
tal método talvez seja mais propenso à garantia duma indução ontrolada,
visto reduziro número de parâmetros a seajustarem.
A presente dissertação de mestrado tem seu onteúdo relaionado a
jus-tamenteeste pontodesta Introdução.
Como se disutirá mais à frente 14
, os nanotubos de arbono reportados
por[42℄ revelaram alançaremestadosestaionários, mas diferentes do
equi-líbrio,apósseremnanomanipulados. Taisestadosforamaraterizados pelas
respostasdediferentesmodosvibraionaisdosnanotubosdearbonoao
espa-lhamento Raman 15
e seus pers araterístios sugeriram que o meanismo
o qual leva a esta estatiidade é a força de adesão entre os nanotubos de
arbono e osubstrato sobre oqual sedepositam.
Experimentos análogosaos desta última referêniaforamrealizados pelo
LNS e olaboradores, desritos no apíutlo sexto da Tese de Doutorado de
Jaqueline dos Santos Soares [29℄, desta vez estando os nanotubos de
ar-bono não sobre quartzo amorfo, mas sim sobre quartzo ristalino viinal.
Além de resultados similares aos enontrados, dois novos fatos foram
ob-servados: em primeiro, o substrato ristalino e anisotrópio revelou pontos
nos quaisospersde espalhamentoRamandasserpentinasde arbonoeram
desontínuos 16
. Emsegundo,nanotubosdearbonosuessivamente
nanoma-nipulados apresentaram pers de espalhamento Raman peuliares os quais,
aparentemente, revelaram ada suessiva nanomanipulação herdar aspetos
ruiais das nanomanipulaçõesanteriores.
A presente dissertação, desta maneira, se prestou a expliar os porquês
destes dois fatos,dos quaissurgiuuma fenomenologianão reportadaantes à
literaturaientía. Comoseverá,oquesefezfoiadesriçãodumadinâmia
omointuitodereproduzir,teoriamente,essesresultadosexperimentais
me-14
Maisespeiamente,noapítulo2.
15
OespalhamentoRaman[43℄ onsistenoespalhamentoinelástiodeluz porum
ma-terial. A energiado fóton não seonserva pela oorrênia dumatransição, absorçãoou
emissão,nosmodosvibraionais,rotaionais,eletrniosououtrosdenaturezaquantizada,
domaterialinidido[1,6,7,8,44℄. Comoseverámaisadiante,maisespeiamenteno
a-píutlo1,deformaçõesalteramospersdeespalhamentoRamandenanotubosdearbono
[3,45℄.
16
Aqui,porreferênia,apenas,batizaremo-lospontosdetravamento,osquaisoorrem,
omo severá, espeialmente quando da transição dum degrau do substrato para outro.
(4.14), a razão entre a visosidade do substrato e a onstante elástia do
nanotubode arbonoeaforçaadesivaentreambos,semhipótesesarespeito
de possíveis detalhes moleulares.
Neste enquadramento, os observados pontos de travamento (ver nota de
rodapé 16) se traduzem omo uma ondição Dirihlet a alguma porção do
sistemaunidimensionalrepresentandoonanotubodearbono,aqual
perma-nee estaionária ao longo da dinâmia induzida por (4.14);
experimental-menteorresponderiam,assim,aalgumsubonjuntodeátomosdonanotubo
de arbono o qual se liga mais fortemente a alguma porção do substrato,
impliando nas observadas desontinuídades de perl de espalhamento
Ra-man 18
.
Jáquantoàherança de aspetos estátiosruiaisaada
nanomanipula-ção, se a viu omo asensibilidade, por partedo sistema,a desontinuidades
na sua adesão para om o meio om o qual este interage, estas forneendo
uma analitiidade por partes ao seu ampo de deformação, o qual se
reve-lou om regiões uja derivada é ontínua, e regiões uja derivada lembra a
uma distribuiçãode valores. Estas últimas estariamrelaionadas às
deson-tinuidades, e teriam uma assinatura ao longo de várias nanomanipulações,
revelando, pois,um efeitooqualsepoderiabatizardememória.
Experimen-talmente, umaanálise baseada nateoriadesenvolvida levaarer que istode
fato oorre, e uma disussão para tentar justiar talfato será feita.
Assim,ondiçõeshá,agora,deseforneerumajustiativaaotítulodeste
trabalho, feito este o qual liquidará quaisquer outros omentários de
natu-reza introdutória, a não ser dois e aqueles onernentes à estrutura deste
trabalho: a dinâmiadesenvolvida para expliar osdados experimentais
ob-servados pelo LNS,por desrever aevoluçãotemporaldum ampode
defor-mação, batiza-seelastodinâmiae, ao produzir resultados similares aos que
se observaram, pode ser dita omo forneendo a ompreensão do fenmeno.
No entanto, o estado nal desta dinâmiaé um regime estátio, o qual,
en-tão, por ser relativo a um ampo de deformação, adjetiva-se elastostátio e,
por ser sensível às ondições iniiais e de ontorno, ujos efeitos podem ser
identiados por omportamentos araterístios do ampo de deformação,
permiteque seja araterizado.
Se esta dissertação bem-sueder-se, este título fará sentido, e ela terá
ontribuídoparaoentendimentodafísiafundamentalde nanotubosde
ar-bonosobresubstratos. Quiçá,ainda,auxilieadisussão dasapliaçõesdeste
17
ParafraseandoHélioChaham.
18
Porm, espera-seque seextrapolemosonheimentosaquiobtidospara
aompreensãodoutrosfenmenosdeinteresse,omo,porexemplo,as
propri-edadeselástiasde nanotubosde arbonos imersosemmeiostridimensionais
[46℄, o entendimento da interaçãoentre agregados de nanotubos de arbono
om superfíies, ou o uso dos gradientes de deformação observados nas
ser-pentinas de arbono para retiação térmia. O primeiro exemplo poderia
ontribuir para a ompreensão sobre omo nanotubos de arbono reforçam
materiais,omooimento[51℄;osegundo,talvez,paraodesenhodemelhores
adesivos feitos apartir de nanotubos de arbono [52, 53℄, e o tereiro,
nal-mente,ontribuiriaparaodesenvolvimentodediodostérmios[47,48,49,50℄.
Questões de ordem prátia
As últimas palavrasdesta Introduçãotêm omo objetivo omentar questões
de ordemprátia aera deste trabalho.
Estrutura
Esta dissertação se estrutura da seguite forma: no apítulo 1 se fornee o
formalismooqualpermearátodootrabalho. Se optouporassimfazê-lopela
motivação desrita no parágrafo anterior, uma vez que todo o léxio usado
envolve, duma maneira ououtra, noções de Teoria da Elastiidade. Nelese
onstroem os oneitos e as equações fundamentais desta teoria, utilizando,
da apo, uma notação tensorial. Tambémse faz uma digreção sobre fonns,
prinipalmentesob um pontode vistalássio e om ristais om mais dum
átomo por élula unitária, om o intuito de, logo após, ser mostrado omo
fenmenosdedeformação elástiaalteramoespetrovibraionaldumsólido.
Isto, porm,dáembasamentoaoquesegue,esemostra omonanotubosde
arbonotêmsuasfreqüêniasnormaisdevibraçãoalteradaspordeformações
relativas,fato oqual será usado portodoo trabalho.
Jánoapítulo2sefazumarevisão daliteraturarelaionadaaoproblema
denido, nesta Introdução, para esta dissertação. Uma pergunta a qual se
pode fazersobreum talapítuloé porquenão simplesmentemenionara
li-teratura, aoinvésde disutí-la? Aistoseresponde que,além dasmotivações
apresentadas, seareditaqueumaperspetivaaprofundadadaliteratura
au-xiliediretamenteaoriginalidadedumtrabalhoientío. Espeiamente,se
disutem osseguintes artigos: [35℄e[37℄,om oobjetivodemotivaroestudo
deserpentinasdearbonoeapresentaralgunsdadosexperimentaissobreeste
indu-permita o estudo de nanotubos de arbono individuais e imersos num meio
tridimensional.
Jánoapítulo3se fazuma desrição brevedaaparalheagem
experimen-taisdoLNSedosresultados experimentaisdesritos em[29℄. Ointuitoé,em
primeirolugar, dar um panoramado estadodas ténias e aparatosdoLNS
quando da fação deste trabalho e, também, apresentar ao leitor o objeto
de estudo da teoria fenomenológia a qual será apresentada a seguir, duma
maneira puramente desritiva.
Deixa-se, desde já, laro que nenhum dos resultados disutidos nos
apí-tulos 2 e 3são de autoriado autor desta dissertação.
Entretanto, os dois últimos apítulos, 4 e 5, versam sobre o menionado
aima, nesta Introdução, e são, até que se tenha notíia do ontrário, om
exeção da subseção 1.2.3, as únias partes desta dissertação om onteúdo
ientiamenteoriginal.
Ao longo do apítulo 4, se deduz a omentada equação elastodinâmia,
(4.14), e são mostrados resultados de simulações omputaionais, a partir
duma versão disretizada desta equação, a (4.25), e se analisam diversos
asos os quais apresentam analogias om o disutido no apítulo 3. Por
outro lado, ao longo do apítulo 5, se utilizam os resultados mostrados nos
apítulos 3 e 4 para se tentar fazer uma análise dos dados experimentais,
vis-a-vis o observado nas simulações numérias, estabeleendo, pois, uma
fenomenologia para osexperimentos realizados peloLNS eolaboradores.
A onlusão, apítulo 6, vem para fazer um apanhado geral do feito e
sugere futuros experimentos a serealizarem pelo LNS.
Notas de rodapé
Como dito aima, estas vêm emprofusão. Mastêm alguns propósitos.
O primeiro, de trazer à tona omentários os quais preenham launas
susitadas pelas linhas de raioínio urdidas aotexto. O segundo, de trazer
àtonaidéiasaessórias,masrelevantes,asquaissãoonseqüêniasdiretasdo
que seapresenta. Otereiro, de oloaremsegundo plano desenvolvimentos
teórios e denições úteis à ompreensão do texto, mas potenialmente de
onheimento de boafração dos poteniaisleitores deste trabalho.
Se fazem referênias ruzadas às notas de rodapé, e estas têm sua
nu-meração reiniiada a ada apítulo. Portanto, foi onvenção se expliitar o
apítulo ao qual pertenia a nota de rodapé se este não fosse o em
Bibliograa
Deve-se dizerque tópiosjátratados, de formaeaz,noutrasteses e
disser-tações do LNS e olaboradores, não serão tratados nesta dissertação, salvo
quando redundânia impliaremompleteza. Taistópios onsistem,
essen-ialmente, em
•
Espetrosopia Raman;•
Propriedades básias dografeno edos nanotubosde arbono;•
Detalhes ténios das aparelhagens experimentaisdo LNS.Assim, sempre que se omitirem informações, remeteremos o leitor à
bibli-ograa de interesse. Entretanto, já o fazemos, de antemão, às seguintes:
[25, 26, 27, 28,29, 30,31℄.
Termina esta Introdução om aspalavras do Professor Antnio F. R. de
ToledoPiza: umlivroesritorepresentatambémom doempenho
neessá-rio para esrevê-lo. Entrego a liberdade daíresultantea quem elapertene
[9℄. Ondelivro,leia-se dissertação.
29 de dezembro de 2012
Post-sriptum: tal omo ditonoResumo, aompreensãoda fenomenologiaaquitratada
sofreu onsiderável aprofundamento, no ano subseqüente à defesa desta dissertação de
mestrado. Sobumpontodevistaprátio,omoládito,istoaarretounaelaboraçãodum
trabalho ientío,oqual estáem proessode publiaçãoeuja referêniabibliográa,
quandoissoseder,seadiionaráàdissertaçãoomofolhaderosto.
Sobumponto devista teório,noentanto, istoalterou,de formaruial,algunsdos
resultadosentrais queseexpuseramnestadissertação. Surgiu,então,uma novaquestão
prátia ao autor deste trabalho: realizar as orreções estruturais, reformulando, assim,
algumaspartesdemaneiraextensa,oumanterojáfeito,indiando,quandoneessário,os
loaisquesofreramreformulações?
O autor optou pela segunda. E, para isto, houve três motivos: em primeiro lugar,
uma resritade partesdumadissetaçãode mestradorequeruma quantidadedetrabalho
onsiderável, o que implia num tempo onsiderável, algo nem sempre disponível. Em
segundo lugar, a ausênia de reformulações torna a dissertação, tal omo iniialmente
esrita, doumento histório, o qual ilustra o proesso de elaboração do onheimento
que, numa etapa posterior, se onluiu. Por m, em tereiro lugar, o artigoé umbom
resumodasmudançasqueserealizou,podendoumleitorinteressado ompararambosos
doumentos e,asoneessite,entenderasmudançasquesefariamneessárias.
Desta forma, orreções feitas sob reomendação da bana avaliadora foram aquelas
sofrerammodiaçõesesseniais,notasomtítuloPostsriptum 19
foramadiionadas,e
todaselasdatamdamesmaépoa,asaber,aindiadaabaixo.
LCPAM
M
6defevereirode2014
Revisão teória
1.1 Teoria da Elastiidade
O grande número de átomos que um nanotubo de arbono possui torna
in-tuitivotratá-loomoum sistemasólidoontínuo. Evidentemente, avalidade
destetratamentodependedaomparaçãodaspropriedadesinferidas,apartir
desta modelagem,om experimentos, uma vez que abaixadimensionalidade
donanotubopode,emprinípio,levá-loaumomportamentoexlusivamente
quântio.
Já é fato da literatura, porém 1
, que a linguagem lássia da Teoria da
Elastiidadeéapropriadaananotubosdearbono, ediversasde suas
propri-edadespodemser interpretadassobessa ótia. Esta subseção,portanto,tem
omo propósito introduzir os oneitos básios desta Teoria, os quais serão
usados mais adiante nadisussão sobre nanotubosde arbono sob
deforma-ções 2
.
Nas primeiras duas subseções, 1.1.1 e 1.1.2, se introduzem os oneitos
mais fundamentais para se desreverem as propriedades elástias dum
só-lido, os quais são deformação e tensão e os respetivos tensores assoiados,
traduzindo-se também a Segunda Lei de Newton, (1.15), para este
forma-lismo. Na subseção que a suede, 1.1.3, faz-se a suposição dum sólido
elás-tio sob pequenas deformações 3
, faz-se um tratamento termodinâmio para
um sólido ontínuo e deduz-se as equações de estado as quais relaionam
deformação e tensão, a hamada Lei de Hooke, equação (1.25) ou (1.26).
1
Ver,porexemplo,[3,4℄.
2
Ela sebaseia inteiramente em [10℄, tendo, pois, um tratamento matemátiopreiso,
mas menosrigoroso. Parauma formulaçãomatemátiamodernae elegante,omusoda
AnáliseFunionaleGeometriaDiferenial,onferiroexelentetextode[11℄.
3
Umomentáriopertinente aeradaslimitaçõesdesteregimeéfeitonomdaseção
Posterioremente, nasubseção 1.1.4 seapresentam dois exemplosde sistemas
om tensores de deformação onstante, a extensão simples e a ompressão
unilateral, demaneirasailustraroformalismodesenvolvidoeaintroduziros
oneitos de módulode Young e razãode Poisson. Porm, a subseção 1.1.5
utiliza as (1.15) e (1.25) e deduz (1.37), a equação de equilíbrio elástio em
sua formavetorial.
1.1.1 Deformação
Primeiramente,omeemosadisussão sobreomosedesreveadeformação
num orpo ontínuo. Suponhamos queum orpo oupe uma erta região
V
doespaçoeulidianoR
3
. Suponhamos,agora,que,apósum fenmenofísio,
oorpodeixe de oupar
V
epasse aouparV
1. Emtermosdos onstituintes
do orpo, é omo se disséssemos que um ponto
r
PV
é levado em outror
1p
r
qPV
1, om a função
r
1sendo bijetiva. Se o fenmeno que levou o orpo
de
V
aV
1não puder ser esrito omo a omposição duma translação om
uma rotação, então diz-se que oorposofreu uma deformação 4
.
Mantendoamesmanotaçãodoparágrafoaima,suponhamos, agora,um
orpo deformado, e denamos
u
pr
qr
1p
r
qr
, seu vetor de deformaçãoalulado no ponto
r
. Suponhamos, agora, dois pontos arbitráriosr
1
,r
2
deV
,separados poruma distânia intesimaldr
r
2
r
1
de módulodl
b
dx
2
1
dx
2
2
dx
2
3
(1.1)emquedenotamos
dr
pdx
1
, dx
2
, dx
3
q. Apósadeformação, ospontosr
1
,r
2
serão levados emr
1
2
pr
2
q,r
11
pr
1
q,e adistâniaentre ambosserádr
1r
12
r
11
, om módulodl
1 bdx
12
1
dx
1
2
2
dx
1
2
3
(1.2)Através da denição de vetor de deformação, podemos esrever a diferença
entre asdistânias entre osdois pontosantes edepoisda deformação omo
dr
1dr
pr
12
r
2
qpr
11
r
1
qu
2
u
1
du
(1.3)Se imaginarmos, agora, a deformação pequena, então podemos expandir
du
em primeira ordem omo função da distânias entre os dois pontos iniiais,
4
Notemos que, pelo aráter bijetivo da função que desreve amudançade forma do
orpo,seonheido
r
1p
r
qparatodor
PV
,entãoadeformaçãodoorpoeostiposdeforça neessáriospararealizá-lasãoompletamentedeterminados,umavezquesesabemquaiso que nos permite re-esrever a(1.3), emtermos de oordenadas,omo 5
dx
1i
dui
dxi
B
ui
B
xk
dxk
dxi
(1.4)Portanto, sesubstituirmos a(1.4) na (1.2), obteremos
dl
12
B
ul
B
xi
Bul
B
xk
dxidxk
2
Bui
Bxk
dxkdxi
dl
2
B
ui
Bxk
Buk
Bxi
Bul
Bxi
Bul
Bxk
dxidxk
dl
2
2
uikdxidxk
dl
2
(1.5)
e a (1.5)dene o tensor de deformação 6 ,
uik
1
2
Bui
Bxk
Buk
Bxi
Bul
Bxi
Bul
Bxk
(1.6)O tensorde deformação possui duas propriedadesevidentes dasua denição
(1.6): ertamente, éuma função dos pontos dosólidonão deformado,isto é,
uik
uik
pr
q,r
PV
,eésimétrioparatodosospontosdeV
,istoé,uik
uki
. Por ser simétrio,dador
PV
, podemos diagonalizá-louik
emtorno dum dador
7
e estudar o que aontee om as distânias dentro do sólido, após
a deformação, para pontos innitesimalmente próximos de
r
. Sendo este oaso, então, seja
uik
δik
u
pk
q. Se substituirmos issona(1.5), obtemos 8
dl
12
p
1
2
u
pk
qq
dx
2
k
Ñdx
1k
dxk
dxk
a
1
2
u
pk
q1
u
pk
q(1.7)
em que a aproximação feita em (1.7) o foi, assim omo em (1.4), se
onsi-derando a deformação desrita por
uik
omo sendo pequena 9. Neste mesmo
5
Na(1.4),assimomonoqueseguirá,utilizamosaseguinte notação: índiesrepetidos
pressupõem uma soma de
1
a3
, oque equivale à notaçãode Einstein sem asoma numquartoíndie.
6
Eminglês,straintensor.
7
Istonoségarantidoporálgebralinear. Noentanto, diagonalizar
u
ik
para umponto não impliafazê-loparatodosospontosdeV.8
Notemosqueafórmulaparaoelementodedistâniapermaneeválidamesmoapósa
mudançadoseixosartesianosparaaquelesquediagonalizamotensor
u
ik
nasvizinhanças der
: istosedápelasimetriadotensor,queadmiteumabaseortonormalqueodiagonalize.9
Vale a pena disutir um pouo este regime: om a exeção dalguns asos
pontu-ais,omoadeformaçãodumabarradelgadatransversalmenteaseueixo,emque,mesmo
paradeformaçõespequenas,osdesloamentosproduzidossãobemmaioresqueaunidade,
tem-se, em geral, que pequenas deformaçõesimpliam pequenos desloamentos, e,
on-seqüentemente, obedeem ao mesmo regime que fornee a (1.7). Como ditona nota de
regime,a(1.7)nos permiteesreveravariaçãorelativade volumenas
redon-dezas de
r
,dV
1dx
11
dx
12
dx
13
p1
u
p1
qqp
1
u
p2
qqp
1
u
p3
qq
dV
p
1
u
p1
qu
p2
qu
p3
qq
dV
ÑdV
1dV
dV
uii
(1.8)As (1.7), (1.8), portanto, nos forneem uma interpretação para o tensor
de deformação: quando diagonalizado em torno dum ponto
r
PV
, suas omponentes forneem a variação relativa de omprimento innitesimal nadireção dos eixosde diagonalizaçãodo tensor,e seu traço fornee avariação
relativa de volume nas vizinhançãs de
r
. Não à toa, seu nome em inglês émelhor traduzido omo tensorde deformação relativa.
Comoumúltimodetalhe,valenotarque,noregimedepequenas
deforma-ções, otensor,aoeliminarmosseus termosquadrátios, pode seraproximado
por
uik
1
2
Bui
Bxk
Buk
Bxi
(1.9)1.1.2 Tensão
Agora, passemos àdisussão sobre omo sedesrevem asforças internasque
surgem num orpo quando este édeformado.
Em primeirolugar, onsideremos sólidos diferentes, emomportamento,
de piezo ou piroelétrios. Isto é, sólidos para os quaisnão surgem forças de
longo alanequando de deformação ouaqueimento. Salvo estes asos,que
requeremuma desrição diferentedaqueseguirá, sólidos,emgeral,possuem
forças, entre seus elementos onstituintes, dumanatureza moleular,do tipo
van der Waals, as quais, em termos da ordem de grandeza da dimensão
espaial dum sólido, podem ser ditas pontuais 10
, ou seja, dado um ponto
r
PV
, a resultanteF
pr
q das forças que nele atuam é devida uniamente aos seus vizinhos imediatos, que estão dentro dum volume innitesimald
3
r
ao
seu redor.
Suponhamos
r
nointerior deV
. Pela TereiraLei de Newton, para ada forçaque um vizinhoemd
3
r
realizaem
r
,r
realiza umaoutra, nestemesmo10
Comoésabido,opotenialdeLennard-Jonesédaforma
A
1
r
12
A
2
r
6
,r
sendoadistânia entreaspartíulasenvolvidasnainteração,eA
1
eA
2
onstantes positivas. Asforças mo-leularesvãoazero,portanto,omasétimapotêniade1
{r
. Sesupusermosasdistânias entredoisonstituintes vizinhosdumsólido,r
o
,omodaordemdeAngstrons,e onside-rarmos, neste mesmo sólido,dois pontos separadosporuma distânia dum mirmetro,entãoaforçaentreessesdoispontossereduzpor
1
{r
28
vizinho, em direção e sentido ontrário. Portanto, a resultante
F
pr
qadiio-nada à soma de todas as forças que
r
ausa nos arredores pertenentes aV
,˜
F
pr
q, énula. Se estendermos este argumentopara os pontosda superfíieS
deV
,todos estespossuemvizinhosforadeV
, e,pois,paraeles, podemosterF
pr
q˜
F
pr
q0
.A onlusão, pois, que tiramos desta disussão é que a Tereira Lei de
Newton mais a natureza de ontato das forças entre os onstituintes dum
sólidoobrigam-noater umaforçatotal
F
R
nãonulase, esomentese,houverforças externasnão nulaatuando na sua superfíie
S
.Em termos matemátios, a onlusão aima implia que a relação entre
ada omponente da força total do sólido
F
R
e da força volumétriaF
pr
q 11deve envolver ontribuições uniamente superiais. Em símbolos,
begine-quation F
R,i
³V
Fi
pr
qd
3
r
¶
S
ci
pr
qd
2
r
om
ci
pr
q é uma função a serdeter-minadaporonsideraçõesfísias. Apassagem nesta(1.1.2)paraum integral
superial se torna possível se
Fi
pr
q for igual ao divergente duma função,peloteoremade Stokes 12
, oque, emnotaçãotensorial, a
Fi
pr
q Bσik
B
xk
p
r
qÑFR,i
»V
Fi
pr
qd
3
r
¾
S
σ
i
pr
qd
2
r
¾
S
σik
pr
qd
2
xk
(1.10)
Poronseqüênia dadisussão aima edadeniçãode torque, ostorques
que atuamnum sólidodevem deverãotambémser não nulos somentenasua
superfíie. Isto é, deveremoster, para otorque resultante
T
R
13dosólido,
T
R
¾S
c
pr
qd
2
r
Ñ
T
R,ik
¾S
cik
pr
qd
2
r
»
V
p
Fi
pr
qxk
Fk
pr
qxi
qd
3
r
(1.11)
em quea equivalêniafoi usada para denir a notaçãotensorialpara
T
R
, e,de novo,
c
representa um vetor qualquer, função der
, que será determinadoporonsiderações físias. A última expressão de (1.11) vale, por (1.10),
»
V
p
Fi
pr
qxk
Fk
pr
qxi
qd
3
r
»V
Bσil
Bxl
p
r
qxk
Bσkl
B
xl
pr
qxi
»
V
B Bxl
p
σil
pr
qxk
σkl
pr
qxi
qd
3
r
»
V
σil
pr
q Bxk
B
xl
σkl
pr
q Bxi
B
xl
d
3
r
¾
S
p
σil
pr
qxk
σkl
pr
qxi
qd
2
xl
»
V
p
σik
pr
qσki
pr
qqd
3
r
(1.12)
11
Noquesegue,
F
pr
qteráumarátervolumétrio: seráaforçaresultante,porunidade devolume,atuandonumpontor
PV
dosólido.12
Do qual faremos uso onstante nas derivações que aqui seguem, sem fazer menção
explíita.
Obteremos o torque emfunção duma soma superial, seo tensor
σik
pr
qforsimétrio paratodo
r
PV
14, donde, nalmente,
T
R,ik
¾S
p
σil
pr
qxk
σkl
pr
qxi
qd
2
xl
(1.13)
Umainterpretaçãofísiapara otensor
σik
pr
qévistaa partirda(1.10): éa quantidade de pressão que uma força na direção
i
faz sobre um elementode áreadosólido,noentorno doponto
r
,de maneirasadesloá-lonadireçãok
. Por simetria,ela equivaleà pressãoque uma força nadireçãok
faz sobreum elementodeárea dosólidoparamovimentá-lonadireção
i
. Destaforma,o tensor
σik
é denotado tensor de tensão,suas omponentes diagonaissendoditas as tensões axiais,e as não-diagonais,tensões de isalhamento 15
.
Ainterpretaçãofísia de
σik
setornamais aparenteseilustramo-naatra-vés dum exemplo, a saber, o aso em que um sólido está imerso num meio
queexerepressão
p
uniformeemsi,hamadooasode pressãohidrostátia.Esta situação se arateriza pelo fato das forças atuantes no sólido serem
sempre normais a sua superfíie 16
. Isto, matematiamente, implia que o
tensor de tensãoseja diagonal:
σik
pr
qpδik,
r
PV
(1.14)em que
p
¡0
, o sinal provém do fato das forças exeridas pelo meio serem anti-paralelas aos vetores normaisda superfíie deV
e oloamosquer
PV
poisatensãosetransmite,omodisutidonarodaderodapé16,paradentrodosólido. Portanto,asomponentes de
σik
são simplesmenteiguaisàpressãoexerida pela meio.
Pela Segunda Lei de Newton, um sólido estará em equilíbrio dinâmio
quando,dadoumpontoqualquerarbitrárioseu,aforçaresultantenele,
F
pr
q,
for nula. Em vistasda (1.10),esta ondição setraduz omo
B
σik
B
xk
p
r
qF
ext
i
pr
q0
(1.15)em que foi admitida a possibilidade de existirem forças externas atuantes
no orpo da forma
F
ext
R
³
V
F
ext
p
r
qd
3
r
. No aso dum ampo gravitaional,
14
Umajustiativamaisrigorosadestefatoseenontraem[10℄,p. 7.
15
Emingês,stresstensor.
16
Oqueérazoável: asforçasnormaisàsuperfíiesãotransmitidaspelosólidoatéuma
outra extremidade sua,enquanto queasforças tangeniaissão equilibradaspelo próprio
meio emque ele estáimerso, querealiza,num mesmoponto, forçastangeniaisde igual
F
ext
i
pr
qρ
pr
qgi
,omρ
pr
qadensidadedosólidonopontor
, eg
pg
1
, g
2
, g
3
q o vetor para onde apontao ampo gravitaional.Como um último omentário ao desenvolvido nesta subseção, vale notar
que se deve adiionar à equação (1.15) as ondições de fronteira do sólido.
No aso de pressões axiais,esta ondição se traduzomo
σik
pr
qnk
pr
qPi
pr
q,
r
PS
, i
1
,
2
,
3
(1.16)em que
n
pr
q pn
1
pr
q, n
2
pr
q, n
3
pr
qq é o vetor normal aS
emr
, ePi
são as pressõesdadas por onsiderações físias.1.1.3 Lei de Hooke para sistemas ontínuos
Dado um sólido deformável ser um sistema, por assim dizer, grande, é
razoávelsuporquesepodemesreverequaçõesfundamentaistermodinâmias
para ele. Paratanto,porém, éneessáriosaberqualotrabalhorealizadopor
um sólidoquando ele sofredeformações.
Assim sendo, suponhamos que forças externas deformem um orpo de
volume
V
, gerando nele pressões internas representadas por um tensor de tensãoσik
pr
q elevando ada pontor
PV
aum pontor
1
r
δu
pr
qPV
1. O
trabalho 17
realizado neste proesso será, portanto,
δ
W
³V
F
pr
qδu
pr
qd
3
r
,
om, mais uma vez,
F
pr
q representando a força, por unidade de volume,dentro dosólido,noponto
r
. Emtermosde omponentes, usandoa simetriade
σik
etomando os limites adequados, obtemosδ
W
»
V
F
pr
qδu
pr
qd
3
r
»V
Bσik
Bxk
p
r
qδui
pr
qd
3
r
¾
S
σik
pr
qδui
pr
qd
2
xk
»
V
σik
pr
q Bδui
B
xk
pr
qd
3
r
S
Ñ8 ÑS
Ñ8Ñ
»
V
σik
pr
q Bδui
B
xk
pr
qd
3
r
σ
ik
σ
ki
σ
ik
σ
ki
1
2
»
V
σik
pr
qB
δui
B
xk
pr
qB
δuk
B
xi
pr
q
d
3
r
1
2
»
V
σik
pr
qδ
B
ui
B
xk
pr
qB
uk
B
xi
pr
q
d
3
r
»V
σik
pr
qδuik
pr
qd
3
r
(1.17)
Na (1.17), abem lariações: o limite
S
Ñ 8 signia que onsiderou-se um orpograndeesem deformaçõesnas suasbordas; jánaúltimapassagem,usou-se a (1.9), om
uik
pr
q o tensor de deformação do sólido, no limite depequenas deformações.
Como a região de integração, neste aso,
V
, é arbitrária 18, onluimos
então quea densidadevolumétriainnitesimal 19
de trabalhorelizadapelas
tensõesinternasdo orpo dá-se por
δω
pr
qF
pr
qδu
pr
qσik
pr
qδuik
pr
q (1.18)Depossede(1.18),épossível,portanto,esreverasequaçõestermodinâmias
para um sólido. Antes, porém, são neessárias algumas hipótesesfísias.
Emprimeiro lugar, sólidos podem se deformar de dois modos diferentes.
A deformação é dita plástia se, após ser deformado, o sólido não retorna
aoseu estado iniial,quandodiz-se queuma deformaçãoresidualsobra. Por
outro lado,seoontrário oorre,istoé,osólidoretornaaoseu estadoiniial
apósser deformado,devidoàstensõesinternasquerealizamforças nadireção
ontráriaàqueladasforçasoriginalmenteapliadas,entãoadeformaçãoédita
elástia,paraoquenãohádeformaçãoresidual. Para deformaçõespequenas,
ontexto emque entram asequações(1.9) e (1.18),a experiêniamostra ser
razoável supor um regimeelástio.
Emsegundo lugar, para seremestabeleidasequaçõestermodinâmias,é
preiso que os proessos envolvidos sejam quase-estátios. No que tange as
deformações, éneessárioqueelasoorramlentas,detalmaneiraqueosólido
atinja oequilíbrio emada instantede tempo. Se isso foronsiderado omo
verdade, então, dentro deste ontexto, deformações elástias são reversíves.
Isto é razoável também, emvistasda experiênia.
Portanto,istoposto,ashipótesesdeelatiidadeequase-estatiidadeserão
usadas notratamento que segue, a primeira impliando as (1.9), (1.18), e a
segunda sobaformadasequaçõesfundamentaisqueserãodenidas,asquais
envolverão as quantidades termodinâmias por unidade de volume. Assim,
pelaprimeira lei da termodinâmia, a variação de energia volumétria dum
sólidonumproessodedeformaçãoédadapelaquantidadedealorabsorvida
menos o trabalhorealizadopelas tensões internas, dadopor(1.18), istoé,
dε
dq
dω
T ds
σikduik
(1.19)Para o aso da ompressão hidrostátia, dado pela (1.14), a (1.8),
onside-rando variações relativas de volume
dv
dV
V
, forneerá, se substituida na18
Podesertomadoomo umvolumearbitráriodentrodosólido, enão só ovolumedo
sólidointeiro.
19
Nesteaso,otermo`innitesimal'serefereaumdesloamentoinnitesimaldos
(1.19),
dε
T ds
pdv
, que remonta à relação usualmente enontrada emtermodinâmia.
Emtermos daenergia livrede Helmholtz,
f
ε
T s
, (1.19)se tornadf
sdT
σikduik
(1.20)A lei de Hooke aqui pretendida deriva justamente de aproximarmos a
energia livre de Helmholtz volumétria, a qual obedee (1.20), para
ter-mos até quadrátios nas deformações relativas, e usarmos a relação
σik
pB
f
{Buik
qT
paraobtermosumarelaçãolinearentre deformaçãoetensãonumsólido. A justiativa para aexpansão daenergia de Helmholtzvolumétria
até termos quadrátios nas deformações residenofato de serem as
deforma-ções pequenas.
Se onsiderarmos um orpo elástio não deformado que o será
isotérmi-amente, então seu estadode equilíbrio oorre naausênia de deformaçõese
a uma erta temperatura
To
xa. Isto, em partiular, implia que, quandouik
0
, não há tensões no orpo devido a efeitos térmios, i.e.,σik
0
.Como, no entanto,
σik
pBf
{Buik
qT
, então vemos que, na expansão def
em potênias de
uik
, não pode haver termos lineares emuik
, quelevariam atermos de energia proporionaisa
T
.Quantoaostermosde ordemsuperior,paraorposisotrópiosédesejável
que
f
sejaum esalar,isto é,invariante porquaisquer transformações 20que
o tensor de deformação possa sofrer. Osdois esalares, funções quadrátias
de
uik
, independentes que se podem formar om um tensor simétrio omouik
sãou
2
ll
euikuik
u
2
ik
. Portanto,teremos 21f
fo
λ
2
u
2
ll
µu
2
ik
(1.21)em que
λ
eµ
são hamados os oeientes de Lamé. (1.21) pode, por suavez, ser modiada, separando ontribuiçõesde mudança de formasem
mu-dança de volume, hamadas deformações de isalhamento, de ontribuições
de mudança de volume sem mudança de forma, hamadas deformações
hi-drostátias. Uma deformação isalhamento, em vistas da (1.8), é, por
de-nição, uma para a qual
ull
0
. Já uma hidrostátia é outra para a qualas deformações axiais são todas de mesma magnitude e para qual não há
deformações tangeniais, isto é,
uik
p1
{3
qδikull
22. Tendo isto em vista, e
usando a identidade
uik
puik
1
3
δikull
q1
3
δikull
(1.22)20
Rotaçõesoutranslações.
21
Pararistais,omoveremosadiante,estarelaçãomuda,poisaondiçãodeinvariânia