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CAPITULO 5 – Atividades de Complemento Educativo

5.2. Exposição

Por norma, na ESM, por diversas razões que não importa aqui enumerar, não se fazem exposições de trabalhos dos alunos no final do ano letivo. Este ano resolvi conjuntamente com outra colega que estava a leccionar o 9º ano, propor à Direção Pedagógica da Escola que se fizesse uma exposição dos trabalhos da UD-3 e do rosto, que estivesse patente durante as matrículas, num espaço por onde os Pais e Encarregados de Educação e Alunos teriam que passar obrigatoriamente quando fossem efetuar matrícula.

Embora com alguns condicionalismos ao nível do espaço e placards disponíveis para expor os trabalhos, e contratempos próprios deste tipo de iniciativas, a exposição realizou-se. Os elogios recebidos, não só pela iniciativa de realizar uma exposição para aquele local e momento, mas principalmente os elogios feitos à qualidade dos trabalhos dos alunos, que surpreenderam, quer Pais e Encarregados de Educação, quer professores e outros membros da comunidade educativa foram a mais-valia de todo o trabalho realizado.

Devido ao condicionalismo do espaço, a seleção dos trabalhos foi realizada tendo em conta a sua qualidade, porém procurou-se também abranger o maior número de alunos possível com trabalhos expostos.

Mais uma vez se provou a importância de expôr os trabalhos realizados nas aulas de Educação Visual, para que a generalidade da sociedade refletida na comunidade educativa de cada escola, se aperceba que Educação Visual não é

141 apenas “fazer bonecos” e que, mesmo quem não “tem jeito” aprende como em qualquer outra disciplina. A realização da exposição só foi possível porque os alunos confiaram os seus trabalhos às professoras, pois estes só lhes seriam devolvidos no ano letivo seguinte.

Na figura abaixo, podemos ver algumas fotografias da exposição.

Figura 66 – Exposição dos trabalhos da UD-3 e Rosto

“ (…) a arte diz respeito às transformações internas (...) senão a obra de arte será superficial ou sem vida...o homem desenvolve nas artes um meio especial de perpetuar, evocar e partilhar com outros a sua própria experiência essencial da vida.” (Mumford,1986:21)

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CONCLUSÃO

1.1. As Metas Curriculares

Este ano letivo, com a implementação das Metas Curriculares, revelou-se como um ano de transição entre dois paradigmas curriculares. Embora não tendo ainda um caráter obrigatório no seu cumprimento, foi importante a sua implementação para que existisse um ano de transição, no qual, pela experimentação, se aferissem possíveis constrangimentos na sua aplicação. Quando a 12 de dezembro saiu o Despacho nº 17169/2011 que veio determinar que o documento Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais deixaria de constituir documento orientador do Ensino Básico, fiquei com um sentimento contraditório. Pensei, por um lado, que mais uma vez tinha que refazer tudo, mas, por outro, fiquei com algumas expetativas positivas, pois revia-me nas razões apresentadas no despacho para esta tomada de decisão.

Quando se começou a desenhar a nova organização curricular, fiquei, mais uma vez, dividida. Se, por um lado, me agradava a ideia da separação da disciplina de Educação Visual e Tecnológica, de novo em EV e Educação Tecnológica, que ia ao encontro do que sempre achei uma decisão errada, por outro lado, a não restituição dos tempos letivos retirados à disciplina de Educação Visual aquando da fusão em EVT, não devolvia à disciplina o tempo mínimo que voltaria a ser necessário para desenvolver e aplicar o programa e as Metas Curriculares.

Perante este novo quadro organizativo da estrutura curricular, foi necessário reformular na totalidade as planificações anuais de atividades da disciplina de EV, nomeadamente a do 9º ano. A alteração das atividades previamente organizadas para um triénio de 7º a 9º ano, com base nas orientações do documento Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais, revelaram-se de alguma forma complicadas, pois as metas correspondentes ao 9ºano, não correspondiam em parte ao anteriormente programado.

143 A maior dificuldade revelou-se na inclusão dos objetivos gerais 11 e 12 do Domínio de Referência de Projeto - P9, alusivo à Engenharia. A confrontação com estes objetivos criou em primeiro lugar, no seio do grupo disciplinar, uma resistência emocional e após análise mais aprofundada, uma resistência racional, ao verificar-se a inclusão na disciplina de EV de objetivos e descritores de desempenho que têm na componente curricular uma disciplina própria da área das Engenharias, como é a Físico-Química. Não deixando de estar de acordo que alguns princípios da Engenharia (Físico-Química), ou da Matemática, ou Português ou de outras áreas disciplinares devem ser abordadas sempre que há conteúdos comuns, pois enriquecem a aprendizagem dos alunos e ajudam-nos a relacionar e entender o conjunto das áreas disciplinares, não como áreas estanques, mas transversais na sua formação holística como futuro cidadão integrado na sociedade, não posso ser favorável à importância dada a estes dois objetivos gerais, pois vêm ocupar espaço e tempo necessários para alcançar outros objetivos e metas, mais consentâneos com a área artística, e mais concretamente, com a disciplina de Educação Visual.

O balanço que faço em relação às Metas Curriculares no 9º ano, não deixando de ser positivo, revelou-se muito exigente. Logo à partida, na planificação das atividades, a articulação dos conteúdos programáticos com as Metas Curriculares nem sempre foi pacífica, por implicar uma normalização das atividades a desenvolver pelas professoras, não dando muito espaço para operacionalizar o currículo com liberdade, principalmente porque estávamos no final de um percurso iniciado no 7º ano e estávamos a ser confrontadas com a impossibilidade de dar continuidade ao trabalho realizado nos anos anteriores.

Devido ao elevado grau de exigência presente nas Metas Curriculares, apercebi- -me, no desenvolvimento das atividades, que o tempo foi sempre o meu maior inimigo, o que me obrigou a socorrer-me de alguns estratagemas para baixar o nível de exigência de alguns trabalhos, nomeadamente a utilização de folha de papel milimétrico para a realização da perspetiva do quarto da UD-1, para que os alunos conseguissem concluir os seus trabalhos. O tempo versus Metas

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Curriculares a atingir, parece-me ser um dos pontos a rever futuramente. Na minha opinião, as Metas parecem-me extremamente ambiciosas para o tempo semanal disponível na disciplina.

Neste ano de transição, o desenvolvimento da atividade letiva revelou-se, assim, um misto entre a procura de alcançar as metas estabelecidas pelas novas orientações curriculares, e dar continuidade a um compromisso anteriormente assumido com a organização e planificação das atividades para os três anos curriculares do 3º ciclo.