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Etapa II – Exploração do editor como ferramenta de planeamento.

Momento 1 Expressividade Momento 2 Representatividade

necessidade de conhecer e compreender as perceções, atitudes e expectativas dos participantes na utilização de uma ferramenta como o CADMOS para planear.

Assim, um novo estudo empírico teve lugar, norteado pelos princípios do método Investigação-Ação, tendo sido concebidos e planeados procedimentos de uso da ferramenta a executar pelos professores participantes (Anexo G), em horário e local agendado com cada um. O trabalho nesta Etapa II permitiu a elaboração de propostas de melhoria da ferramenta e identificação de formas de uso do CADMOS para pensar o planeamento.

De forma a complementar os dados recolhidos na Etapa II, foram elaborados dois guiões de entrevista, uma estruturada (Anexo H) dedicada a questões de usabilidade do CADMOS, e uma semi-estruturada (Anexo L) que permitiu compreender melhor a experiência de uso da ferramenta, e aferir dificuldades e expectativas sentidas pelos participantes.

3.3.1 Complementaridade dos métodos de investigação aplicados no

estudo

Fazendo um paralelismo com os métodos de investigação escolhidos e descritos atrás, no que respeita ao método de investigação Design Science Research, a investigação contou com o desenvolvimento de dois ciclos do método, cada um produzindo diferentes meta- artefactos. Os ciclos do método podem ser sintetizados da seguinte forma:

▪ Ciclo 1 de Design Science Research (Etapa I)

Ciclo de Relevância, ciclo em que é definido o problema e analisado o ambiente contextual da investigação, procedendo-se a uma descrição do mesmo, e levantamento de requisitos necessários para o processo de design.

Nesta investigação os ambientes analisados foram diversos, ainda que todos partilhando um denominador comum: instituições de ensino superior em Portugal. Para a caracterização do problema procurámos caracterizar o processo de planeamento em ambientes como o da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o da Universidade Aberta, o da Universidade de Coimbra e o da Universidade de Lisboa, nomeadamente o planeamento de práticas didáticas em e-learning. Procedeu-se a uma caracterização dos participantes, dos métodos e das ferramentas adotadas para o planeamento didático e para as formas de operacionalização do produto deste planeamento no LMS institucional (Moodle). Os resultados deste Ciclo de Relevância no primeiro ciclo do método foram obtidos através do processo de revisão de literatura e da realização de uma entrevista semi-estruturada.

Ciclo de Rigor, em que são feitas as pontes entre as atividades de conceção e o conhecimento cientifico já adquirido e estabelecido acerca da(s) temática(s) envolventes.

Para o cumprimento deste ciclo foi realizado um estudo intensivo sobre as EML e os editores gráficos existentes, no que concerne às respetivas características, potencialidades e limitações, através da pesquisa e leitura de diversos artigos científicos sobre o tema. Os resultados deste ciclo permitiram a seleção da linguagem IMS-LD, como ferramenta concetual de base ao estudo aqui apresentado, e do CADMOS, como ferramenta tecnológica visual de representação da IMS-LD. Os resultados deste processo contribuíram para a elaboração do Capítulo II – Enquadramento teórico e são referidos também no Capítulo IV – Resultados.

O Ciclo de Design, que deverá alternar entre atividades de construção/produção e testes de avaliação aos artefactos produzidos e aos processos de investigação.

No primeiro ciclo do método, no Ciclo de Design, resultou a conceção de dois meta- artefactos: 1) Critérios de escolha do editor, adequado ao problema de investigação, contexto e público-alvo; 2) Limitações do editor no planeamento de objetos de aprendizagem.

A construção dos meta-artefactos referidos sustentou-se em trabalho de revisão de literatura e trabalho empírico levado a cabo pela investigadora a titulo individual. O trabalho empírico centrou-se em tentativas de especificação de diferentes objetos de aprendizagem, com análise das limitações encontradas, cujos resultados são apresentados no Capítulo IV – Resultados.

O conhecimento adquirido neste Ciclo de Design resultou em conhecimento adicional para o Ciclo de Rigor, originando o segundo ciclo do método no presente estudo, corresponde à Etapa II de trabalho empírico.

▪ Ciclo 2 de Design Science Research (Etapa II) Ciclo de Relevância

Com base nos resultados do primeiro ciclo do método, o problema e o contexto foram refinados.

Ciclo de Rigor

Os contributos para o Ciclo de Rigor foram enriquecidos com o conhecimento formulado e adquirido no primeiro Ciclo de Design, sobre a forma de meta-artefactos, identificados acima. Este conhecimento adicional influenciou diretamente o segundo Ciclo de Design

realizado, servindo de ponto de partida para a preparação do trabalho com os participantes na Etapa II.

Ciclo de Design

O Ciclo de Design, neste segundo ciclo do método, correspondeu à Etapa II do estudo desenvolvido, servindo-se do método de Investigação-Ação como instrumento do Design Science Research na formalização dos meta-artefactos.

O estudo empírico realizado na Etapa II, em colaboração com os participantes convidados para o estudo, representa, pelas suas características, um ciclo de Investigação- Ação, com pretensão de conceção de mais dois meta-artefactos, abstratos, sob a forma de instanciação – 1) proposta de melhorias à ferramenta tecnológica e 2) formas de uso do CADMOS para reconcetualizar o planeamento de objetos de aprendizagem. Justificamos a decisão com base nas condições, indicadas anteriormente e que retomamos agora, de que a Investigação-Ação pode servir de suplemento ao Design Science Research quando a) o desenvolvimento seja dependente da interação dos envolvidos na investigação; b) a avaliação apenas possa ser realizada em contexto social (por exemplo, empresa) e/ou com a participação dos envolvidos na investigação; c) o artefacto seja do tipo “Instanciação”.

Outro aspeto a salientar e que justifica a decisão prende-se com o facto de na Etapa II tentarmos analisar, descrever e compreender a reação dos docentes perante uma ferramenta como o CADMOS para planear, enfatizando o aspeto de utilidade do futuro sistema do ponto de vista das pessoas, praticando a ação e avaliando ao mesmo tempo (Järvinen, 2007), não nos centrando apenas no valor e utilidade do artefacto.

O método Investigação-Ação não foi cumprido na sua totalidade. A fase de Reflexão, proposta por Kuhne e Quigley (1997), ficou-se pelo quinto passo, de análise dos dados, não se concretizando o sexto passo, de transição para um segundo ciclo do método.

A Figura 9 representa a forma como os métodos se encaixam no estudo e se complementam.

Figura 9: Aplicação dos métodos de investigação no estudo desenvolvido.

3.3.2 Tabela resumo do desenho do estudo

A Tabela 7 procura resumir o desenho da investigação, organizando-se pelas etapas e fases que a caracterizaram, as atividades desenvolvidas em cada um dos momentos e o racional relativo a cada uma.

Tabela 7: Quadro de resumo do desenho da investigação.

Etapas Atividades Racional