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CAPITULO V – A CURRICULARIZAÇÃO E A CREDITAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM IES

5.2 Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e Projeto Pedagógico Institucional (PPI) das IES

Tratamos neste ponto dos PDIs e PPIs das instituições pesquisadas, onde projetamos a importância que cada IES tem, a partir do seu planejamento das distintas as áreas e fins, especificamente a extensão universitária. Ressaltamos que a maioria das IES incluem PDI e PPI no mesmo documento.

Percebemos que os Planos Estaduais de Educação trazem, no seu teor, a importância da participação social nas ações das IES no Brasil. Assim, podemos observar nestes planos uma forte relação com a questão da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, mergulhando plenamente no que diz respeito à preocupação com o acesso, mas principalmente com a permanência dos alunos, tornando a universidade mais atrativa. Vamos ver o que estes documentos nos trazem para as reflexões que seguem acerca do tema, sabendo que doze (12) das quinze (15) instituições pesquisadas, trazem nos seus Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDI), capítulos que abordam o Projeto Político Institucional (PPI) em um único documento, conforme podemos distinguir no quadro 23 que segue.

Quadro 23 PDI e PPI das IES pesquisadas Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2018

Tratamos inicialmente dos documentos norteadores das políticas institucionais do Instituto Federal Catarinense (IFC), aprovado em novembro de 2014, com vigência até 2018, e elaborado por comissões distintas, uma tratou do PDI e outra do PPI, com a obrigação de pensar os projetos institucionais, com a participação da comunidade acadêmica na busca de crescimento e compromisso como instituição de educação pública.

Este documento teve como referência o:

“sistema SAPIENS do MEC, dividido em nove eixos básicos: Institucional, Projeto Pedagógico Institucional (PPI), Cronograma de Implantação e Desenvolvimento da Instituição e dos Cursos, Perfil dos Corpos Docente e Técnico-Administrativo, Organização Administrativa da IES, Política de Atendimento aos Discentes, Infraestrutura, Avaliação e Acompanhamento do Desenvolvimento Institucional e Aspectos Financeiros e Orçamentários” (IFC, 2014, p. 34).

Este documento teve a aprovação de toda a comunidade acadêmica, conforme a página oficial da instituição. E, como integrante da “Rede Federal de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia, oferta educação em todos os níveis, desde a formação inicial e continuada até a pós-graduação” (IFC, 2014, p. 12).

Sendo assim, o PPI do Instituto Federal Catarinense, referencia as questões curriculares, reafirmando o compromisso com todos os níveis de ensino de forma articulada e integrada, estruturando os: “eixos tecnológicos que compõem o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos; já essa se destina àqueles que já concluíram o ensino médio e procuram uma qualificação profissional para se inserirem no mundo do trabalho, buscando uma formação profissional técnica baseada na formação

(IFC, 2014, p. 34).

O documento mostra a preocupação inicial com a “integração da pesquisa com o ensino”, e observa que esta integração,

“é concretizada por meio de estratégias pedagógicas contempladas nos currículos dos cursos, possibilitando aos discentes o envolvimento com métodos e técnicas de pesquisas e a compreensão das estruturas conceituais nas diferentes áreas do saber e de acordo com os diferentes níveis de formação da mesma forma, para acompanhar as tendências tecnológicas emergentes, a Instituição priorizará a formação continuada de profissionais pesquisadores, docentes e técnicos, por meio da realização de cursos de capacitação e de eventos para atualização e divulgação de resultados de pesquisas” (IFC, 2014, p. 44).

No entanto, o documento demanda uma preocupação, no que diz respeito à posição da extensão universitária, que aparece como um produto mensurável da pesquisa e do ensino, impossibilitando ações puras de extensão como atividade também acadêmica que, por recomendação do FORPROEX, deve ocupar o mesmo espaço junto ao ensino e a pesquisa. Um tanto na contramão desta recomendação, destaca-se a valorização da excelência das atividades de pesquisa.

Essa contestação sobre currículo neste PDI, aponta para uma inconsistência do mesmo documento, que no capitulo 2, item 2.4, ao tratar da Política de Extensão, destaca que a Missão da referida IES, passa pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, que aparece como compromisso social, como podemos observar:

“a concepção de educação profissional e tecnológica que deve subsidiar as ações de ensino, pesquisa e extensão nos Institutos Federais baseia-se na integração entre ciência, tecnologia e cultura como dimensões indissociáveis da vida humana e, ao mesmo tempo, no desenvolvimento da capacidade de investigação científica, essencial à construção da autonomia intelectual. Neste sentido, o exercício pedagógico propõe-se a encontrar o equilíbrio entre a formação humana e a formação profissional, orientado pelo diálogo, pela integração dos saberes, pelos princípios da democracia, da autonomia e da participação crítica, visando a autonomia intelectual do educando” (IFC, 2014, p. 30).

E continua, ressaltando a promoção da “extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição” (IFC, 2014, p. 36), que aparece como finalidade da educação superior, conforme art. 43 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação no Brasil (Brasil, 2017b).

As ações políticas PPI do IFC relembram que, “A extensão no âmbito do Instituto Federal Catarinense é um processo educativo, cultural, social, científico e tecnológico que promove a interação entre as instituições, os segmentos sociais e o mundo do trabalho com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos, visando o desenvolvimento socioeconômico sustentável local e regional” (IFC, 2014, p. 40).

Este conceito nos remete aos princípios da Constituição de 1988, que orientam à

indissociabilidade entre os três seguementos do ensino superior. Assim como a LDB e o PNE, todos estes documentos são claros e destacam real compromisso com a sociedade, a partir das instituições de ensino superior públicas brasileiras, e quando as redes federais se instituem em 2008, apontam as seguintes diretrizes:

“I. Interação dialógica: pretende-se fazer ações COM a comunidade. As relações entre o IFC e a comunidade são marcadas pelo diálogo, pois entende-se a importância do processo de troca entre os saberes popular e acadêmico. Dessa forma, nossa prática extensionista ocorre como ação de via dupla com os atores sociais que participam da ação;

II. Indissociabilidade com o ensino e a pesquisa: promove-se uma nova visão de aprendizagem, integrando a ela o processo de produção do conhecimento, a qual é entendida como princípio intrínseco e essencial para formação acadêmica dos discentes. Nessa perspectiva, o suposto é que as ações de extensão adquirem maior efetividade se estiverem vinculadas ao processo de formação de pessoas (ensino) e de geração de conhecimento (pesquisa);

III. Impacto e Transformação: entende-se que as atividades extensionistas constituem aporte decisivo para a formação humana do estudante, seja pela ampliação do universo de referência que ensejam, seja pelo contato direto com as questões sociais, facilitando a apropriação de compromissos éticos e sociais; ademais, entende-se que as atividades de extensão atendem aos arranjos produtivos, culturais e sociais em consonância com a realidade das comunidades locais e regionais. Há forte caráter de promoção da autonomia da comunidade, principalmente daquelas em situação de vulnerabilidade social;

IV. Interdisciplinaridade: busca-se a integração de diferentes eixos tecnológicos, de áreas distintas do conhecimento, afirmando ações em convergência com as Áreas Temáticas conforme FORPROEX: Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção, Trabalho. Visa-se a superação da fragmentação de conhecimentos e de segmentação da organização curricular;

V. Avaliação formativa: propõe-se o acompanhamento processual e qualitativo das ações. É de fundamental importância a avaliação da sociedade sobre as atividades do IFC, bem como a análise do impacto da ação extensionista na transformação tanto da comunidade como do próprio IFC, que pode ser percebida pela criação de novos cursos, estágios e linhas de pesquisa”

(IFC, 2014, p.41).

Este PDI se preocupa ainda com a criação de indicadores que possam ser auditáveis, mensuráveis e comparáveis, para poder compor a matriz orçamentária da instituição, aparecendo aqui a preocupação com o cumprimento do que preconiza a Meta 12, Estratégia 12.7 do Plano Nacional de Educação, reforçando as atividades de extensão, reconhecendo-as como atividades acadêmicas, pensando ainda na internacionalização, na busca de convênios com instituições estrangeiras, de forma indissociável, mantendo esse princípio em todo o seu documento, inclusive nas políticas de pesquisa e pós-graduação.

Assim, o IFC traz em sua organização administrativa, como objetivo da Pró-reitora de Extensão (PROEX), “planejar, coordenar, fomentar e acompanhar as atividades e políticas de extensão e de relações com a sociedade, fortalecendo a interação entre o Instituto, as empresas e a comunidade,

pesquisa” (IFC, 2014, p. 69). Percebemos aqui a preocupação em manter certas estruturas, e que possam atender à extensão em todos os seus quinze (15) campus.

Nos deteremos na sequência, no PDI do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), que apresenta um documento que referencia o PDI e o PPI, com validade até dezembro de 2018. Este Plano traz importantes preocupações com as questões curriculares, dentre as quais, a atualização dos cursos, principalmente em seus programas, com destaque para os princípios de inclusão, em suas práticas pedagógicas e avaliativas, considerando a realidade local e a formação cidadã, com flexibilidade prevista no seu PPI e atendendo às Diretrizes Curriculares Nacionais do PNE.

Ainda nesta proposta o PPI desta instituição, nas questões curriculares, busca a partir de seus princípios, a interação do ensino, pesquisa e da extensão, e intervenções de forma interdisciplinar, visando uma transformação social através da formação continuada de seus egressos, confirmando o seu compromisso com a sociedade.

Já no que diz respeito a extensão, observamos sentimento de preocupação e desafio com a questão da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, na promoção de uma formação profissional, cientifica e tecnológica em todos os níveis a que se propõe.

Apresentamos mais algumas informações no quadro 24, com objetivos estratégicos e metas para a extensão, previsto no Plano de Desenvolvimento Institucional do IFRS, conforme segue:

Quadro 24 Objetivos e metas da área de extensão do IFRS.

Objetivo Estratégico Meta

s

1. Promover e subsidiar ações de inclusão social, digital, étnico-racial, de gênero e de grupos em vulnerabilidade social, buscando o respeito à diversidade, a valorização cultural e a equidade social.

1- Participar de 15 (quinze) eventos da comunidade interna e externa, divulgando os trabalhos desenvolvidos pelos núcleos NAPNE, NEABI e de Gênero (por meio de participação em seminários específicos.)

2- Publicar, no mínimo, 01 (um) artigo científico pôr tema explicitado na Política de Ações Afirmativas.

3- Publicar, no mínimo, 01 (um) livro com coletâneas de artigos relacionados aos trabalhos realizados pelos núcleos.

4- Promover 03 (três) cursos de capacitação nas temáticas:

inclusão, diversidade e direitos humanos.

5- Acompanhar, avaliar e auxiliar os alunos cotistas para que tenham êxito na entrada, permanência, e saiam com sucesso para o mundo do trabalho; por meio de acompanhamento anual: da implementação do programa "Bolsa Permanência", do auxílio didático-pedagógico, psicológico e de assistência social, em

conjunto com o ensino.

6- Acompanhar anualmente a implementação da Política de Ações Afirmativas.

7- Estabelecer, no mínimo, 03 (três) parcerias com instituições públicas e privadas para atender as demandas dos núcleos.

8- Incentivar a construção de produtos de Tecnologia Assistiva (1 Kit por campus) para serem utilizados nos campus do IFRS.

9- Capacitar servidores e discentes para utilização de produtos de Tecnologia Assistiva por meio de cursos presenciais ou a distância.

10- Realizar visita às aldeias e quilombos próximos aos campus do IFRS (no mínimo 1 por ano), com a finalidade de conhecer a realidade local e as demandas relacionadas à escolarização desses

grupos.

11- Verificar a implementação da Acessibilidade Física nos campus do IFRS.

12- Verificar anualmente a manutenção da Acessibilidade Virtual no novo Portal do IFRS.

2. Desenvolver as políticas de comunicação do IFRS.

1- Elaborar e atualizar políticas de comunicação do IFRS por meio do Plano Geral de Comunicação, do Planejamento Anual de Comunicação do IFRS e de cada campus em particular.

2- Elaborar e aplicar pesquisas, análise de cenários, proposição de planos, programas e projetos de comunicação.

3. Gerenciar o fluxo de informações externas e internas da Reitoria e dos campus do instituto.

1- Redigir e divulgar pelo menos 1.300 matérias para público externo e interno da Reitoria e de cada campus do IFRS.

2- Desenvolver material gráfico envolvendo agenda anual, folders, cartazes, livretos, etc, sendo no mínimo 20 peças anuais.

3- Promover, organizar e apoiar pelo menos 130 eventos anualmente.

4- Criar a identidade comunicacional do IFRS envolvendo a criação (em 2014) de um Manual de Redação e um Manual de Uso da

Marca, além de revisar cada um dos documentos anualmente.

5- Desenvolver, anualmente, pelo menos 4 campanhas gerais de comunicação.

6- Elaborar 13 (treze) vídeos institucionais (em 2014 e 2017) e (de) pelo menos 12 (doze) vídeos de conteúdo institucional e

educacional (a partir de 2015).

7- Produzir no mínimo 360 (trezentos e sessenta) programas de rádio anualmente para a divulgação na Rádio Web IFRS e disponibilização em domínio público para qualquer rádio

interessada.

8- Desenvolver o Portal IFRS e de novos sites para cada um dos campus (em 2014), de sites para novos campus da fase de expansão 3 (em 2015) e dois sites anuais (a partir de 2016) sobre

4. Intermediar estágios e 1- Estabelecer anualmente, em cada campus, ao menos 5 (cinco)

Empregos convênios com instituições públicas ou privadas para concessão de estágios.

2- Implantar 01 (um) sistema para instituições públicas e privadas disponibilizarem vagas de estágios e empregos aos discentes e egressos da instituição.

5. Realizar o acompanhamento de egressos

1- Implantar 01 (um) sistema para acompanhamento dos egressos . 2- Realizar anualmente o acompanhamento dos egressos da instituição.

3- Elaborar 01 (um) relatório anual sobre os egressos da instituição.

6. Qualificar servidores, discentes e membros da

Sociedade

1- Elevar em 25% o número de Cursos de Extensão e Cursos de Formação Inicial e Continuada -– FIC

7. Promover a integração entre a instituição e a sociedade

1- Organizar, anualmente e no mínimo, 02 (dois) eventos culturais artísticos, científicos, tecnológicos e esportivos, por campus.

2- Realizar 100 (cem) visitas técnicas anuais em instituições públicas, privadas e demais ambientes que visam a educação

profissional, científica e tecnológica.

8. Estimular ações que visam o desenvolvimento local e regional

1- Disponibilizar anualmente recursos para a execução de 05 (cinco) ações de extensão por campus.

2- Participar anualmente de, no mínimo, 02 (dois) editais/chamadas públicas promovidas por instituições públicas ou privadas.

3- Desenvolver anualmente 02 (dois) projetos de extensão, por campus da instituição, que representam soluções para inclusão social, relações etno-raciais, geração de oportunidades e melhoria

nas condições de vida.

4- Realizar, anualmente e no mínimo, 01 (um) evento em cada campus com foco no empreendedorismo e associativismo.

9. Ampliar as parcerias entre o IFRS com instituições públicas, privadas e demais órgãos da

sociedade civil

1- Realizar no mínimo 10 (dez) convênios anuais com instituições nacionais e internacionais.

10. Promover a internacionalização do IFRS

1- Encaminhar 100 (cem) alunos para intercâmbio com Bolsa SWG do Programa Ciência sem Fronteiras.

2- Implementar 4 (quatro) Centro de Línguas no IFRS.

3- Implementar 01 (um) programa institucional de bolsas para mobilidade.

4- Firmar, pelo menos, 05 (cinco) novos convênios de cooperação com instituições estrangeiras.

5- Organizar 05 (cinco) Missões Institucionais Internacionais.

6- Estabelecer 01 (um) núcleo de apoio e recebimento ao estudante estrangeiro em cada campus.

7- Apoiar a participação de 60 (sessenta) servidores em eventos de ensino, pesquisa ou extensão no exterior.

8- Receber 05 (cinco) visitas de delegações internacionais no IFRS.

Fonte: Pró-Reitoria de Extensão e Comitê de Extensão IFRS (IFRS, 2014, p. 89).

Estes objetivos e metas foram colocadas sob avaliação, para elencar o nível de prioridade, para futura aplicação pelo IFRS, ficando evidente no item 9 – “Ampliar as parcerias entre o IFRS com instituições públicas, privadas e demais órgãos da sociedade civil” (IFRS, 2014, p. 92), a preocupação com a sociedade em seu entorno, articulando-se através do ensino, da pesquisa e da extensão de forma dialógica em uma ação de reflexão com esta sociedade, rompendo com a prática de trabalhar o conhecimento de forma fragmentada.

As três Pró-Reitorias buscam de forma institucional, manter contato com as respectivas diretorias, onde a comunicação é essencial para o desenvolvimento das ações administrativas e acadêmicas, com a preocupação de manter as ações interligadas, onde a investigação possa se apresentar seja a partir de seu cunho pedagógico, seja pelo cunho científico, ou ainda considerando as duas perspectivas, a partir do “desenvolvimento de práticas investigativas intensificando-se até a geração de soluções técnicas e tecnológicas, às demandas sociais e peculiaridades regionais, tendo como foco a extensão de seus benefícios para a comunidade”, (IFRS, 2014, p. 122).

Sendo assim, o IFRS traz como princípio para a extensão, a:

“forma efetiva para o desenvolvimento socioeconômico e cultural da região, articulando teoria e prática e produzindo novos saberes. As ações extensionistas são compreendidas como processos educativos que integram a formação humana dos pontos de vista cultural e científico, tornando acessível o conhecimento de domínio da instituição, seja por sua própria produção, seja pela sistematização ou pelo estudo do conhecimento universal disponível. Há que se ressaltar, ainda, que é por meio da extensão que se dá o processo de revitalização institucional, isto é, a instituição reflete a partir das demandas e experiências externas, já que a sua razão de existência é atender aos anseios da comunidade” (IFRS, 2014, p. 125).

A extensão ainda proporciona uma revitalização da instituição, perante a sociedade, no fortalecimento de suas ações, na efetivação de Políticas Pública (PP) e ações efetivas no combate à exclusão social, fortalecendo sua relação com a comunidade.

Já os departamentos que compõem a Pró-Reitoria de Ensino (PROEN) do IFRS, planejam, coordenam, fomentam e acompanham as atividades e políticas de ensino, preocupando-se também com a articulação entre pesquisa e extensão.

Em seus documentos, o IFRS busca tratar a extensão, realmente de forma indissociável do ensino e da pesquisa, consolidando seu compromisso com o desenvolvimento regional, aproximando a sociedade das instituições públicas de ensino superior, garantido em seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI),

“A articulação entre ensino, pesquisa e extensão está diretamente relacionada à organização curricular e à flexibilização dos tempos e dos espaços escolares e extraescolares. Os saberes necessários ao trabalho conduzem à efetivação de ações do ensino e aprendizagem (construção

dialógica do conhecimento), da pesquisa (elaboração e reelaboração de conhecimentos) e da extensão (ação-reflexão com a comunidade” (IFRS, 2014, p. 19).

Demonstra assim o compromisso com as questões curriculares, pensando também na verticalização da formação continuada em um diálogo simultâneo com a formação humana dos indivíduos, e valorização das práticas pedagógicas.

Por fim, na sequência dos institutos, traremos o PDI do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), aprovado em 2015 e revisado em 2017. No Capítulo 1, traz o seu perfil, fazendo uma contextualização histórica, e apresentando um mapa das suas 22 unidades, denominadas “campus”. Localiza-se na cidade de Florianópolis desde 1909, passando ao longo de mais de cem (100) anos de história, por mudanças em sua nomenclatura e suas funções.

Preocupado com um Projeto Pedagógico Institucional (PPI) consistente, o PDI do IFSC apresenta uma abordagem bem definida das questões curriculares, trazendo sua concepção e caráter político pedagógico como instrumentos de compreensão de mundo e de transformação social, em conformidade com as questões de inclusão, na formação de um sujeito critico, criativo e participativo das ações da instituição em uma proposta interdisciplinar.

Assim como os outros dois Institutos, o IFSC, pauta seus dispositivos legais, nas Diretrizes Curriculares Nacionais, na busca de cumprimento de suas metas, garantindo as demandas locais e regionais a partir do ensino profissionalizante, desenvolvendo: “ações na comunidade como parte integrante dos currículos dos cursos ofertados, articulando diferentes áreas do conhecimento e incentivando a inserção de atividades de extensão nos projetos pedagógicos dos cursos” (IFSC, 2015, p. 33).

Este PDI apresenta a Constituição Federal de 1988 como marco na: “inclusão da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão nos referenciais da educação superior, dando início ao rompimento do processo dissociativo desses três componentes curriculares e institucionais”

(IFSC, 2015, p. 41), enfatizando que a tríade ensino, pesquisa e extensão, são fundamentais para a:

“orientação do desenvolvimento social do país” (IFSC, 2015. p 43), com uma preocupação destacada, também, à internacionalização do currículo.

A premissa da indissociabilidade, reforça a função social de uma instituição pública, quando a extensão se apresenta como um:

“processo educativo e um instrumento de articulação da instituição com os diversos atores da sociedade. As atividades de extensão visam à expansão da ciência e tecnologia a fim de contribuir para o fortalecimento do conhecimento científico, cultural e tecnológico. O aluno, ao participar das atividades extensionistas, tem a oportunidade de interagir com o ambiente profissional, ampliando as oportunidades de inserção no mercado profissional, de atuar de forma

transformadora na comunidade, aprender com a prática, conhecer sobre sua profissão, desenvolver habilidades artísticas e culturais e ampliar sua formação profissional e cidadã”

(IFSC, 2015, p. 13).

Ainda sobre a indissociabilidade, este documento se preocupa com a garantia institucional, e traz a reflexão de Saviani (1989), quando se refere que esta prática direciona para a superação das dicotomias trabalho manual e intelectual e instrução profissional e geral, “sem separar o conhecimento teórico do conhecimento prático, voltando-se para a formação do homem integral, sem a preocupação

Ainda sobre a indissociabilidade, este documento se preocupa com a garantia institucional, e traz a reflexão de Saviani (1989), quando se refere que esta prática direciona para a superação das dicotomias trabalho manual e intelectual e instrução profissional e geral, “sem separar o conhecimento teórico do conhecimento prático, voltando-se para a formação do homem integral, sem a preocupação