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Fernando Pessoa ortónimo – Versão

TESTES DE AVALIAÇÃO

Sequência 1 Fernando Pessoa ortónimo – Versão

GRUPO I

A

1. Ao longo do poema, o sujeito poético oferece- -nos uma descrição do mar que se prende es- sencialmente com aspetos percecionados visual e auditivamente. Assim, visualmente, a onda do mar “grande avança”, “cheia de sol”, “E desce”, “Tão lenta e longa”. “O glauco seio” adormece e o “correr da onda” faz lembrar uma cobra devido ao seu movimento ondulatório. Surge depois a referência ao “oceano ébrio de arrebol”, cuja lu- minosidade se associa à sensação visual. A nível auditivo, há a referência ao barulho provocado pelo mar, daí as expressões “Arfando”e “Arfa”, salientando também o sossego que caracteriza o ambiente exterior sentido pelo “eu” poético. Conclui -se, então, que a descrição feita aponta para a imensidão do mar e para a lentidão do seu movimento.

2. Entre o título e o poema estabelece -se uma rela- ção de perfeita interligação, uma vez que aponta para a localização espacial e temporal do quadro descrito pelo sujeito lírico. Deste modo, a refe- rência ao “Mar” confirma -se no texto sempre que o sujeito da enunciação descreve o envolvimento marítimo; a alusão a “Manhã” justifica -se pelo momento do dia em que a paisagem exterior está a ser percecionada (“brisa da manhã”, “cheia de sol”, “arrebol”).

3. As quatro primeiras estrofes referem -se primor- dialmente ao mundo físico exterior, sendo a quinta a única que revela marcas explícitas do mundo interior do eu -poético, como confirmam as expressões de primeira pessoa (“minha”, “a mim”). Verifica -se, então, que toda a descrição que o sujeito lírico faz da realidade observada em nada lhe tocou no íntimo, daí ele mencionar que a sua “sensação é nula,/Quer de prazer, quer de pesar”, o que permite deduzir a sua indife- rença, o seu tédio, a sua monotonia que, de certo modo, já se fazia evidenciar ao longo da compo- sição poética, atendendo ao som nasal que se perceciona no ondular, balançar da onda.

4. A temática do poema é, sem dúvida, realçada pela utilização de variados recursos estilísticos. Neste caso concreto, salienta -se a aliteração do som nasal (já referido anteriormente), a realçar o movimento ondulatório do mar, assim como o estado de espírito do sujeito lírico (“Suavemente, grande avança/… Pausadamente se balança”). De notar o valor expressivo dos advérbios de modo que se apresentaram no exemplo dado, tal como o gerúndio verbal, categorias gramaticais que confirmam a predominância do som nasal. A  adjetivação múltipla e expressiva (“Unido e vasto e interminável”) ao serviço da caracteriza- ção do oceano poderá entrar em oposição relati- vamente ao “eu” lírico que se apresenta como um ser fragmentado. A comparação e o encaval- gamento pre sentes no verso 11 realçam o movi- mento da onda associado ao de uma cobra.

B

As afirmações registadas reportam -se a uma reflexão sobre a atividade criadora, aproximando- -se da análise pessoana sobre a génese e natureza da arte.

Na verdade, só o artista é capaz de captar a re- alidade e torná -la poética pelo trabalho intelectual, embora não possa recusar totalmente as sensa- ções, dado que estas lhe permitem captar o real. Mas isto não significa que se tenha de viver com e por elas. A racionalidade humana permite “apren- der a sentir, sentir melhor”. A arte, por vezes, “transforma as sensações”, torna -as abstratas, de- sencadeando outras emoções que se opõem à vida, originando uma realidade artisticamente constru- ída, afastada da vida concreta.

Parece pois que a arte possibilita leituras diversas, tal como José Gil revela ao apresentar a arte como prolongamento da vida, ou como rutura com ela.

128 palavras

GRUPO II

1.1. B; 1.2. C; 1.3. D; 1.4. B; 1.5. C; 1.6. A; 1.7. C

2.1. Predicativo do sujeito.

2.2. Subordinada adjetiva relativa restritiva. 2.3. Pronome demonstrativo.

Com T

extos 12 –

GRUPO III

Não se apresentam cenários de resposta dada a natureza do item. Recomenda -se, todavia, a leitura dos critérios de avaliação publicados pelo GAVE no seu site oficial e relativos à resposta deste grupo.

Sequência 1 – Fernando Pessoa -ortónimo – Versão 2

GRUPO I

A

1. O texto pode dividir -se em duas partes lógicas. A primeira contempla as quatro primeiras es- trofes, verificando -se nestas a descrição tem- poral e espacial do acontecimento, feita de forma subjetiva. Só na última quadra (segunda parte) se regista a reação do sujeito poético face à realidade observada, dando -se, aí, conta da sua indiferença ou alheamento, apesar da beleza natural percecionada.

2. Trata -se de um espaço marítimo, com focaliza- ção posta numa onda do mar, que surge perso- nificada e comparada a um ser humano, como por exemplo a “uma criança Titã”. Dá -se conta dos movimentos desta onda que surge pela manhã, “No são sossego azul do sol.”

3. Uma das marcas características do ortónimo é visível no tema – o mar –, bem como na estru- tura formal, notando -se a preferência pela qua- dra e pelo verso curto, pela denominada vertente neogarrettiana, onde não lhe falta a rima cruzada que confere ao poema musicali- dade e um ritmo embalatório, para além de se poder percecionar o tédio, o vazio ou a indife- rença, em termos de conteúdo.

4. No texto destacam -se o hipérbato, por exemplo na ordenação dada aos 1º e 2º versos, sendo que só no fim do segundo aparece o sujeito da oração, de modo a destacar -se os atributos e só depois se desvenda o objeto ou entidade a que os mesmos se reportam; surgem também várias comparações (veja -se a título exemplifi-

cativo o verso 4 da 1ª estrofe e o verso 1 da estrofe 3), de modo a clarificar a agitação da onda, e, finalmente, refira -se a personificação, ao atribuir comportamentos humanos à onda, como o “arfar” (“Arfando à brisa da manhã”), contribuindo para lhe conferir maior importân- cia.

B

As afirmações registadas reportam -se a uma reflexão sobre a atividade criadora, aproximando- -se da análise pessoana sobre a génese e natureza da arte.

Na verdade, só o artista é capaz de captar a re- alidade e torná -la poética pelo trabalho intelectual, embora não possa recusar totalmente as sensa- ções, dado que estas lhe permitem captar o real. Mas isto não significa que se tenha de viver com e por elas. A racionalidade humana permite “apren- der a sentir, sentir melhor”. A arte, por vezes, “transforma as sensações”, torna -as abstratas, de- sencadeando outras emoções que se opõem à vida, originando uma realidade artisticamente constru- ída, afastada da vida concreta.

Parece pois que a arte possibilita leituras di- versas, tal como José Gil revela ao apresentar a arte como prolongamento da vida, ou como rutura com ela.

128 palavras

GRUPO II

1.1. A; 1.2. D; 1.3. B; 1.4. A; 1.5. B; 1.6. C; 1.7. C 2.1. Subordinada adjetiva relativa restritiva. 2.2. Complemento direto.

2.3. Valor disjuntivo.

GRUPO III

Não se apresentam cenários de resposta dada a natureza do item. Recomenda -se, todavia, a lei- tura dos critérios de avaliação publicados pelo GAVE no seu site oficial e relativos à resposta deste grupo.

178

Com T

extos 12 –

Sequência 1 – Heterónimo Alberto Caeiro