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Heterónimo Alberto Caeiro – Versão

TESTES DE AVALIAÇÃO

Sequência 1 Heterónimo Alberto Caeiro – Versão

GRUPO I

A

1. O texto apresentado é suscetível de ser dividido em três partes lógicas, correspondentes a cada uma das estrofes.

Na primeira parte (1ª estrofe), encontram -se uma série de interrogações, através das quais se depreende a filosofia de Caeiro relativa- mente àquilo que as coisas representam. Para ele, as coisas existem por si e não há nelas qualquer mistério, uma vez que elas se apresentam tal como são e é deste modo que ele se identifica com elas. Aliás, é até visível uma certa ironia quando afirma que ri daquilo que os homens pensam das coisas, mas até o seu riso é “como um regato”, ou seja, é simples, puro e espontâneo.

Na segunda parte (2ª estrofe), o poeta justifica a atitude anterior e explica a razão de não ver o mistério das coisas. Para ele as coisas não têm sentidos ocultos; nelas não há nada que com- preender e talvez isso seja estranho ou cause estranheza.

Na última estrofe (3ª parte), verifica -se a con- firmação das afirmações anteriores, agora de caráter mais pessoal, reafirmando que os seus sentidos lhe permitiram aprender que as coisas existem, mas não têm significado, “têm exis- tência” e não precisam de ter “significação”. 2. Neste poema transparece a maneira como Al-

berto Caeiro encara o mundo. Com efeito, o mundo é encarado com objetividade e concre- tismo, notando -se a preferência por um mundo natural, do qual o poeta faz parte integrante, comparando -se mesmo ao regato “que soa fresco numa pedra”. O mundo surge aqui redu- zido aos fenómenos das coisas e à natureza delas, numa tentativa de simplificar e clarificar os elementos que integram o mundo, o que, de algum modo, atenua a “dor de pensar” que é característica do ser consciente. Por isso, pre- fere modelos naturais como a pedra, a árvore, o rio. Caeiro apresenta um mundo no qual se

deve aprender a desaprender, facto que é con- firmado no verso 6, onde se destaca o que co- mummente os homens veem nas coisas, mas que ele não vê, porque tudo é como é, só é pre- ciso saber ver, apurando os sentidos para que estes aprendam sozinhos que “as coisas não têm significação: têm existência”.

3. Para negar “o mistério das coisas”, Caeiro per- gunta: “Que sabe o rio e que sabe a árvore”, onde está o seu mistério e por que “não apa- rece/Pelo menos a mostrar -nos que é misté- rio?”. Afirma ainda que “o único sentido oculto das coisas/É elas não terem sentido oculto ne- nhum”, ou que “As coisas não têm significação: têm existência./As coisas são o único sentido oculto das coisas”. No fundo, basta acreditar, apenas, na existência e negar a sua essência para repudiar a presença do mistério.

4.1. Caeiro aceita um mundo objetivo, concreto

e natural. Daí que, normalmente, se iden- tifique com o pastor que vive em contacto permanente com a natureza que, por sua vez, integra elementos naturais como o rio, as árvores, as flores, o vento, mas onde os elementos resultantes do traba- lho ou ação do homem não surgem. Na realidade, Caeiro aceita um mundo bastante restrito e limitado, reduzindo -o aos fenómenos mais simples e primitivos, recusando a intervenção do homem, de modo a evitar transformações e depreda- ções. Assim, dir -se -á que Caeiro cria um mundo só dele, um mundo inocente e sau- dável, só possível de encontrar em locais paradisíacos ou distantes da ação humana.

B

Caeiro é o heterónimo pessoano que se identi- fica com o real objetivo, bastando -lhe observar os fenómenos do mundo exterior e vivê -los em estado de pura contemplação.

Elogia o contacto com o campo e retrata -se como um homem ingénuo, aberto e contente por poder contemplar a natureza e nela poder diluir -se. É o poeta cujos versos surgem com naturalidade e espontaneidade.

Com T

extos 12 –

As suas teses assentam no primado do exte- rior, na variedade do real e na recusa do pensa- mento, para evitar a construção de mundos falsos. Para Caeiro basta saber ver, até porque “Pensar incomoda como andar à chuva”.

Caeiro confronta -se com um mundo despojado de complexidade, porque acredita na singularidade das coisas. Por isso, “O essencial é saber ver/Saber ver sem estar a pensar”, “Porque pensar é não compreender”.

128 palavras

GRUPO II

1.1. A; 1.2. C; 1.3. B; 1.4. D; 1.5. B; 1.6. D; 1.7. A 2.1. Pretérito perfeito do indicativo composto. 2.2. Coesão lexical.

2.3. Subordinada adverbial condicional.

GRUPO III

Não se apresentam cenários de resposta dada a natureza do item. Recomenda -se, todavia, a leitura dos critérios de avaliação publicados pelo GAVE no seu site oficial e relativos à resposta deste grupo.

Sequência 1 – Heterónimo Alberto Caeiro – Versão 2

GRUPO I

1. O texto apresentado pode dividir -se em três partes lógicas, correspondentes a cada uma das estrofes, uma vez que na primeira se en- contram uma conjunto de interrogações, atra- vés das quais se perceciona a filosofia de vida do sujeito poético. Para ele as coisas existem e não têm quaisquer mistérios e identifica -se com os elementos naturais, considerando -se ele próprio mais um elemento da natureza. Na segunda parte (2ª estrofe), surge a justifi- cação da atitude anterior e a explicação para o facto de não ver mistério nas coisas, afirmando que, para ele, as coisas não têm sentidos ocul- tos, nelas não há nada que compreender e isso pode causar estranheza.

Na última estrofe (3ª parte), verifica -se a confir- mação das afirmações anteriores, agora de ca- ráter mais pessoal, dado que o sujeito da enunciação afirma que os seus sentidos lhe per- mitiram aprender que as coisas existem, mas não têm significado, “têm existência”.

2. O sujeito poético encara o mundo de uma forma objetiva, concreta e com lucidez. Faz a apologia da natureza e das sensações, considerando -se mais um elemento natural. A única realidade é, para ele, a que se capta com os sentidos, pois não há significados ocultos. As coisas são como se veem e não se fizeram para se pensar nelas. Além disso, deve -se ter um espírito aberto e ino- cente para se poder desfrutar da natureza plena e inconscientemente.

3. O sujeito lírico considera os sonhos dos poetas e os pensamentos dos filósofos estranhos, criticando -os por assumirem atitudes metafísi- cas, que este recusa. Compara mesmo a estra- nheza das suas condutas à perplexidade que a sua maneira de ver o mundo possa causar. Na realidade, estas duas entidades surgem em oposição ao “eu” poético, uma vez que adotam posturas que ele recusa.

4. Para Caeiro tudo se resume às sensações; por isso, é o poeta que recusa o pensamento, se bem que entre, por vezes, em contradição, como se vê neste poema quando afirma que pensa (“e penso no que os homens pensam delas”), contrariando -se, seguidamente, quando atribui a atitude reflexiva aos poetas e aos filósofos (“E do que os sonhos de todos os poetas/E os pen- samentos de todos os filósofos”).

Privilegia, sem dúvida, as sensações, os órgãos dos sentidos, fundamentalmente a visão, afir- mando que não precisa de pensar para saber que “As coisas não têm significação: têm exis- tência” e isto foi o que os seus sentidos “apren- deram sozinhos”.

B

Caeiro é o heterónimo pessoano que se identi- fica com o real objetivo, bastando -lhe observar os

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Com T

extos 12 –

fenómenos do mundo exterior e vivê -los em estado de pura contemplação.

Elogia o contacto com o campo e retrata -se como um homem ingénuo, aberto e contente por poder contemplar a natureza e nela poder diluir -se. É o poeta cujos versos surgem com naturalidade e espontaneidade.

As suas teses assentam no primado do exte- rior, na variedade do real e na recusa do pensa- mento, para evitar a construção de mundos falsos. Para Caeiro basta saber ver, até porque “Pensar incomoda como andar à chuva”.

Caeiro confronta -se com um mundo despojado de complexidade, porque acredita na singularidade das coisas. Por isso, “O essencial é saber ver/Saber ver sem estar a pensar”, “Porque pensar é não com- preender”.

GRUPO II

1.1. B; 1.2. D; 1.3. D; 1.4. C; 1.5. C; 1.6. A; 1.7. B 2.1. Pretérito perfeito do indicativo.

2.2. Coesão lexical.

2.3. Subordinada adverbial causal.

GRUPO III

Não se apresentam cenários de resposta dada a natureza do item. Recomenda -se, todavia, a leitura dos critérios de avaliação publicados pelo GAVE no seu site oficial e relativos à resposta deste grupo.

Sequência 1 – Heterónimo Ricardo Reis