• Nenhum resultado encontrado

3 CUSTOS E GASTOS DA EDUCAÇÃO

3.1 Fin anci a men to Públ ico

O fin an ci am ent o é catego ria cent ral e revelado ra d o val or que o cup a det ermin ad a p olíti ca no conj unt o d e u m gov erno ou d e u ma est ratégia d e Est ado , torn and o-s e impres cin dív el qu e sej a anal is ado n o seu co njunt o, n a total id ad e dos recu rsos n aci on ais di spo nibiliz ado s para as políti cas so ci ais, aqu i, es peci fi cam en t e, a mod ali dade edu cacion al.

Assim , s ão o s fun dos p úbli cos , o fin an ci amento e o orçamento d a edu cação rev el ad ores das lut as ent re as forças fund am ent ais d a so ci ed ad e p ara o estabelecim ent o e im plementação d e p olíti cas e p ro gram as s ociai s e edu cativ os.

Dess a fo rm a, o fi nan ci am ent o da ed ucação públi ca é i nstrum ento fun dam ental p ara ent end er as p rio rid ad es est ab el ecid as p elo Estad o b rasil ei ro. A legisl ação con ceb e a ed ucação como um bem públ ico, direito subj eti vo indivi du al e d ireito so cial, reafi rmand o qu e é u ma polí t ica pú bli ca d e respo ns abili dade do Est ado , est rat égica e imp resci ndív el p ara um p ro jet o d e nação s ob erana.

Na v erd ad e, p orém , não é a l egisl ação con sid erada com o p rio rid ad e, e sim a fort e vin cul ação entre o fin an ci amento p úbli co d a edu cação e a sit uação soci oeconômi ca do País, n a medid a em que as pri ncip ais fo ntes d e recursos para a edu cação p rov êm d a arrecad ação d e imp osto s, afet ad a p elo d es em penho da eco nomi a. O f i n a n c i a me n t o é u ma q u e s t ã o c r u c i a l n o q u a d r o d a s mu d a n ç a s d e r e l a ç õ e s e n t r e E s t a d o e a s i n s t i t u i ç õ e s e d u c a c i o n a i s , e s p e c i a l me n t e a s p ú b l i c a s . A s n o v a s f o r ma s d e f i n a n c i a me n t o a p r e s e n t a m a l g u ma s c a r a c t e r í s t i c a s e s p e c í f i c a s e t ã o i mp o r t a n t e s q u e a c a b a m d a n d o o t o m a o s c o n t e ú d o s d a s r e fo r ma s . ( D I A S S O B R I N H O , 2 0 0 2 , p . 1 7 2 ) .

Im po rt ant e asp ecto da p olíti ca econ ômica ado tada po r suces sivo s gov ernos foi a cont enção d e gas tos p ara pos sibili tar o eq uilí brio d as cont as públi cas e vi abiliz ar o pagam en to d as dí vi das ex tern a e i ntern a. Atu alm ent e, o gast o públi co b rasil eiro com edu cação, consi derand o as q uat ro esferas d e gov erno, é in feri or a 5% do Produt o Int erno Bruto (P IB).

Dados da organização n ão gov ern am ent al Audit ori a Ci dadã da Dívid a dem onst ram qu e, no ex ecíci o de 2 007 , a Uni ão conti n gen cio u R$ 101 bilh ões ou 3,9 8% d o P IB em superávit p rim ário (isto é, a economi a d e recu rso s para o pagam ent o d as dí vi das ex tern a e i nt erna, obti da p or m ei o de aum ento de arrecadação d e t rib u tos e cort e de gasto s públ icos ). Este su perávit, po rém, não foi su ficiente p ara pagar o s ju ros des sas dívid as , qu e atin gi ram 6 ,25 % d o P IB. Isto s i gni fi ca q ue, de cad a R$ 1 00 d e tod a a ri qu eza prod uzida p el o Paí s, durant e o an o, R$ 6 , 25 fo ram d esti nados para o s juros d as d ívid as ex t erna e intern a (Di spo nív el em: www.d ivid a-aud itori acid ad a. org.b r. Aces so em: j un. 2009 ).

Qu and o s e an alis a a ex ecu ção do orçamento fed eral d e 200 7, qu e co rres pon deu à s om a tot al d e R$ 7 75 bilhõ es , é p ossí vel verificar qu e as des pesas com o servi ço d a dí vid a (ju ros mais amo rtiz ações , ex cluí do o refin anci am ent o) co nsumi ram nada m en os do qu e 30, 59 % dos recu rsos d o períod o e fo ram sup eri ores ao s gastos com áreas s ociai s fu n dam ent ais , como saú de (5 ,17 %), ed ucação (2,5 8%) e assis tên ci a so ci al (3 ,01 %). Além dis so, é quase nu lo o v alo r d esti nado a set ores i mportantes, co mo organ ização agrári a (com ap en as 0,4 6% dos gastos ), t rans port e (0 ,71 %), ci ên ci a e tecn olo gia (0, 41 %), h abi tação (0 ,00 %) e s an eam ento (0,0 1%). (Disp onív el em : www.di vid a-audit ori acid ad a.o rg.b r. Aces so em: j un. 20 09 ).

Val e l emb rar qu e a Organização d as Naçõ es Uni das p ara Edu cação , Ciên ci a e C ultu ra – UNESCO recom end a aos p aís es em d es envolv imento u m gast o d e 10 % do P IB com edu cação . Disposi tivo ap rov ad o pel o Con gresso Nacio n al, n o Plano Nacio nal de Edu cação, e v et ado n o govern o Fern an do Henri qu e C ardos o, foi a d esti nação d e ao menos 7% do P IB p ara a Ed ucação.

Port ant o, t ratando -s e de fin an ci am ent o d a ed ucação, o p rim eiro d eb ate a ser en frent ado é o fato de q ue o Brasil p recis a sai r do atu al p at amar d e gasto s públi co s com manut enção e d es env olvim ento d o ens ino , n a ordem d e 4 .3 % d o P IB, para um p atamar d e, no mí nimo , 8% do P IB n o ens ino p úbli co nos próx imos d ez ano s (RELATÓR IO, 200 1).

Out ra dim en são a s er con sid erad a é a relação d o mo ntant e d e recu rs os dest in ado s p ara p agam ento d a dí vid a p úbli ca (i nt erna com o ex t ern a), com vist as a ren egociação e reconv ers ão, m esmo parci al, p ara o inv estim ent o na área ed ucacio nal. Os invest imentos em Ciên ci a e Tecnol o gi a (C &T) precis am ser amp liados , o an al fabetismo u rge s er s uperado e o direit o d os trab alh ad ores de qu ali fi cação preci sa ser garanti do.

Hoj e, o fin an ci amen to d a edu cação b ási ca pú bli ca no Brasil é realiz ad o por m eio do Fun do de Manut en ção e Desen volv imento d a Ed ucação Bási ca e de Valo rização dos Pro fiss ion ais d a Educação – FUNDEB, qu e passo u a vi go rar a p artir d e 1º de j an ei ro de 2 007 . O Fund o foi in stituí do p el a Em end a Constit ucion al Nº . 53/06 e, pos terio rment e, regul am ent ado p el a Medid a Provi só ria Nº. 3 39, de 29 de d ezemb ro d e 2 006 , p ost eri orm ente trans fo rm ad a na Lei Nº. 11 .49 4, d e 2 0 d e jun ho de 20 0 7.

Consid erand o q ue a dis cus são sob re o fin an ci am ento d a ed ucação n o Brasil ex i ge n eces sariamente qu e se posicion e so bre, no mínim o, três asp ectos , “a n ecessi dad e d e m ais recu rsos fin an cei ros p ara a edu cação , a políti ca d e vin cul ação d e recu rs os e a pol ítica d e fund os. ” (ARELAR O & G IL, 2006 , p. 53 ), to rn a-se i mpres ci ndív el discuti r as receit as ou font es d a capt ação d e recurs os , os gasto s o u d es pes as, com ên fas e n a efi ci ên cia.