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QUADRO 2 – EST RUTURA DE FINANCIAME NTO DA EDUCAÇÃO PO R UNI DADE DA FE DERAÇÃO

3 CUSTOS E GASTOS DA EDUCAÇÃO

QUADRO 2 – EST RUTURA DE FINANCIAME NTO DA EDUCAÇÃO PO R UNI DADE DA FE DERAÇÃO

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

1 Orçamentários (Tesouro) 1 Orçamentários (Tesouro) 1 Orçamentários (Tesouro) • Ordinários do Tesouro

• Vinculação da receita de impostos (18%) para MDE

• DRU (ex-FEF/FSE)

• Vinculação da receita de impostos (25%) para MDE

• Subvinculação do Fundef (representa 15% das receitas de impostos e do FPE e ICMS)

• Vinculação da receita de impostos (25%) MDE

• Subvinculação do Fundef (representa 15% das receitas de impostos e do FPM e ICMS)

2 Contribuições sociais 2 Transferências 2 Transferências

• Salário-educação/ quota federal

• Contribuição sobre o lucro liquido

• Contribuição para a seguridade social

• Receitas brutas de prognósticos

• Salário-educação/quota federal

• Orçamento da União (exemplo: complementação do Fundef)

• Aplicação do salário-

educação/quota estadual e outras fontes do FNDE • Salário-educação/quota estadual • Salário-educação/quota federal • Orçamentários do Estado • Orçamentários da União • Aplicação do salário-

educação/quota federal e outras fontes do FNDE

3 Outras fontes 3 Contribuição social 3 Outros

• Operações de crédito

• Renda liquida da loteria federal

• Renda de órgãos autônomos

• Salário-educação/quota estadual • Diretamente arrecadados

• Operações de crédito

• Aplicação do salário-

educação/quota federal e outras fontes do FNDE • Diretamente arrecadados • Diversos 4 Outros • Diretamente arrecadados • Operações de crédito • Diversos

Fonte: CASTRO, J. A. Constituição Federal (1988), LDB e demais leis ordinárias. Em Aberto, n. 74, 2001, p.12.

Conform e o Qu ad ro 2, a Uni ão divi de a apli cação de seus recu rs os n a man utenção do si st em a fed eral , n a ex ecu ção d e p ro gram as pró pri os e em trans ferên ci as p ara os sist emas est ad u ais e muni cip ais . Na compo si ção de suas receitas, o s est ado s so mam os recurs os recebi do s da Un ião aos pro veni ent es d e su as fo nt es, os q uai s são utiliz ad os n a man ut en ção e ex pan são d e seus sist em as d e ensin o.

Na compo sição do s recursos d estin ad os a man utenção e ex p ans ão de su as redes de ensi no , os muni cípi os recebem recu rs os d a Uni ão e dos est ad os, o s quais são som ado s aos s eus recurs os; o u sej a, s egui ndo o que est ab el ece a norm a l egal , ob serva-s e qu e o regim e d e fin an ci am ento ent re os entes federado s é o d e col abo ração, e qu e a ação supl eti va e red ist ributiv a da União e estados – con fo rme se po d e v eri fi car n o Qu ad ro 2 est á con di cio nada à pl en a cap aci dade de at en di ment o e ao es fo rço fiscal d os est ados , Di strit o Federal e muni cípi os (CAS TR O, 200 1).

Ess a est rutu ra ad vém do sist em a t rib utário naci on al, ao est abel ecer uma políti ca q ue centrali za a arrecadação d e impost os j unt o aos Gov erno s federal e estadu al, ao m esmo t empo em q u e estab elece um a sistemát ica d e trans ferên ci a d e im posto s, d e um a es fera de gov erno para outra, mediant e duas mod alid ades d e rep artição – dist ribu ição e p arti lh a – previ ament e defini das (CAS TRO, 200 1).

A es trutu ra de fin an ci amento d a edu cação, apres ent ad a n o Quad ro 2, é mista e compl ex a, co m a mai or part e dos recu rs os s end o prov eniente de font es do ap arato fis cal , qu e é o caso típ ico dos recu rso s da vin cul ação d e impo stos . Parcel a razo áv el p ro vém das cont ribu içõ es s oci ai s, p rin cip al ment e d aq u elas ori gin alm ent e destin ad as ao fin an ci am ento da s egu ri dade s oci al e d aqu el a con tri bui ção cri ad a ex clusi vam ente p ara a edu cação, q u e é o S alário - Edu cação (C ASTR O, 200 1).

A vin culação de recu rso s d e imp osto s para a edu cação – reserv a de det ermin ad o p ercent ual do v al or arrecad ado – é um a d as m edi das polí ticas mais imp ort an tes para garanti r a di sponi bilid ad e d e recursos p ara o cum prim en to do vast o rol d e resp ons ab ili dad es do Pod er p úbli co nest a área.

Além d os recu rsos d e im pos tos, o utra p arcel a razo áv el do fi n an ci amento da ed ucação prov ém das con tri bui çõ es so ci ais, t anto d as cont ribu ições ori gin alm ent e d es tin ad as ao fin an ci amento da s egu rid ad e soci al , com o, e prin ci pal mente, da con tri bui ção criad a ex cl usiv am ent e p ara a edu cação, con heci da co mo S al ári o-Ed ucação. Est e é p revist o no arti go 212 da C F21, com o fon te d e recurs os d estin ad a ex plíci ta e ex clu siv ament e ao en sino fun dam ental da red e públi ca, com b as e n a al íqu ota de 2,5 % i nci dente sob re o val or tot al d as rem u neraçõ es p agas o u credit ad as p el as em pres as, a qu alqu er título, aos s egurad os emp regado s, ressal vadas as ex ceções l egais. A distribui ção do s recu rsos d o Sal ário-Ed ucação é aut om áti ca e est ab el ecid a no ap arat o in stitu ci on al.

In i ci alm ent e, o repas se d e recu rs os do S al ário-Ed ucação p ara os muni cípi os n ão o co rria d e forma auto mát ica. Do t otal da arrecad ação lí quid a, uma parcel a i gu al a 2/ 3 consti tuí a a quot a est adu al e o utra i gual a 1/3 con stituí a a q uot a federal, destin ad a ao Fu ndo Nacio nal d e Desenvol vim ento da Ed ucação – FNDE – p ara s er gast a em pro gram as e p roj etos volt ad os para a univ ersalização do ensi no fund am ent al, visan do à red ução dos des nív eis soci oedu caci on ais entre muni cíp ios, es tad os, Di stri to Fed eral e regiõ es brasil ei ras.

Em d ezemb ro de 19 98, n o entanto , a Lei Nº. 9.7 66, em s eu art . 2º , fez alt eraçõ es n a forma da dis tri bui ção do s recu rso s, d e form a a benefi ci ar os muni cípi os, to rn an d o aut omát ico o rep asse d e recu rso s, aos municí pios , d e uma p art e da qu ot a estad ual.22

21 E r e g u l a me n t a d o p e l a s Le i s N º s 9 . 4 2 4 / 9 6 , 9 . 7 6 6 / 9 8 e 1 0 . 8 3 2 / 0 3 e p e l o s D e c r e t o s N º s 3 . 1 4 2 / 9 9 e 4 . 9 4 3 / 0 3 . 22 O a r t i g o 2 ° d a Le i N ° 9 . 7 6 6 / 9 8 d i z q u e a q u o t a e s t a d u a l d o S a l á r i o - E d u c a ç ã o , d e q u e t r a t a o a r t . 1 5 § 1 ° , i n c i s o I I , d a L e i N ° 9 . 4 2 4 , d e 1 9 9 6 , s e r á r e d i s t r i b u í d a e n t r e o e s t a d o e o s r e s p e c t i v o s mu n i c í p i o s , c o n fo r me c r i t é r i o s e s t a b e l e c i d o s e m l e i e s t a d u a l , s e n d o q u e , d o

Em 2 004 , fo ram int rod uzid as al gum as mud an ças n o s al ário -edu cação23, ent re el as: d es vin cul ação de 1 0% d o val or d esti nado às cot as, qu e passo u a ser d estin ad o a fin anci am ent os d e p ro gram as geridos pelo FNDE, fican do o restant e p ara as cot as federal (1/3 ), dis trit al, est ad ual e mu nici pal (2/3 ); e repass e d a cota mu ni cip al di ret am ent e p elo FNDE às p refeit u ras com b as e n o cri tério d a p rop orci onalid ad e d o nú mero d e alun os m at ricu lad os n o ensi no fun dam ental, em s u bstitui ção à sist em áti ca ant erio r, cujo s valo res eram repass ado s p rim ei rament e para as secret ari as est adu ais d e ed ucação.

Ess a est ru tura d e fi n an ci amento p rev al eceu até o di a 2 0 de d ezem bro de 2006 , qu an do foi ed itad a a Em en d a Con stitu cion al Nº . 53 , alterando vári o s art i go s qu e trat am d a edu cação (arts . 7, 23, 3 0, 20 6, 2 11 e 2 12, além do art . 60 do Ato d as Disp o siçõ es C onsti tu cion ais Tran sitó ri as ) e cri and o o Fun do d e Man uten ção e Des envolv imento d a Edu cação Básica e de Val oriz ação d os Pro fissi on ais d a Edu cação (FUNDEB) n o âmbito d e cad a est ado e do Dist rito Fed eral . Su bstit ui-se, assim , o FUNDEF, insti tuíd o em 199 6 e em vi go r n o períod o de 19 98 a 20 06.

Out ra p art e do fin an ci amento edu caci onal prov ém d e op eraçõ es d e créd ito co m agên ci as int ernaci on ais e, p o r ú ltimo , h á as o utras font es em qu e

ent ram des d e as apli caçõ es fin an ceiras do Fu ndo Nacion al d e

Desenvol vim ento d a Educação – FNDE24 – até o s recurs os arrecadados diret am ent e p el as ins titui çõ es vin cul ad as .

s e u t o t a l , u ma p a r c e l a c o r r e s p o n d e n t e a p e l o me n o s c i n q u e n t a p o r c e n t o s e r á r e p a r t i d a p r o p o r c i o n a l me n t e a o n ú me r o d e a l u n o s ma t r í c u l a d o s n o e n s i n o f u n d a me n t a l n a s r e s p e c t i v a s r e d e s d e e n s i n o , c o n fo r me a p u r a d o p e l o c e n s o e d u c a c i o n a l r e a l i z a d o p e l o M i n i s t é r i o d a E d u c a ç ã o e d o D e s p o r t o . 23 Le i s N º . 1 0 . 8 3 2 / 0 3 e N º . 1 0 . 7 0 7 / 0 3 e d o s D e c r e t o s N º . 4 . 9 5 0 / 0 4 e N º . 4 . 9 4 3 / 0 3 . 24 É i mp o r t a n t e d e s t a c a r o fa t o d e q u e , d e s d e 1 9 9 5 , o G o v e r n o f e d e r a l , p o r me i o d o F u n d o N a c i o n a l d e D e s e n v o l v i me n t o d a E d u c a ç ã o ( F N D E ) – r e c u r s o s d e a p l i c a ç ã o – p a s s o u a a d o t a r me c a n i s mo d e r e p a s s e d e d i n h e i r o d i r e t o p a r a a s e s c o l a s , i n t i t u l a d o P r o g r a ma d e R e p a s s e d e R e c u r s o s p a r a a M a n u t e n ç ã o d a s E s c o l a s P ú b l i c a s d o E n s i n o F u n d a me n t a l , c o n h e c i d o c o mo P r o g r a ma D i n h e i r o D i r e t o n a E s c o l a ( P D D E ) . O s r e c u r s o s s ã o d e s t i n a d o s a o a t e n d i me n t o d e n e c e s s i d a d e s c o t i d i a n a s e e me r g e n c i a i s , c o mo : a q u i s i ç ã o d e ma t e r i a l p e r ma n e n t e e d e c o n s u mo n e c e s s á r i o a o f u n c i o n a me n t o d a e s c o l a ; à ma n u t e n ç ã o , c o n s e r v a ç ã o e p e q u e n o s r e p a r o s d a u n i d a d e e s c o l a r ; à c a p a c i t a ç ã o e a o a p e r fe i ç o a me n t o d e p r o f i s s i o n a i s d a e d u c a ç ã o ; à a v a l i a ç ã o d e a p r e n d i z a g e m; à i mp l e me n t a ç ã o d e p r o j e t o p e d a g ó g i c o ; e a o d e s e n v o l v i me n t o d e a t i v i d a d e s e d u c a c i o n a i s ( w w w. f n d e . g o v . b r ) . O mo n t a n t e r e c e b i d o p o r e s c o l a v a r i a d e a c o r d o c o m s e u t a ma n h o , h a v e n d o d i fe r e n ç a n o s

Os recu rsos ad vin dos d e em présti m os int ernacio n ais repres ent am impo rtant e fon te adi cio nal d e recu rsos p ara o ensin o. Est e é o caso do Fun do de Desenvol vim ent o da Es col a (FUNDESCO LA), p ro g ram a d o Fun do Nacio n al d e Desenv olvim ent o d a Edu cação (FNDE), ex ecut ado em p arceri a com a S ecret aria de Edu cação Bás ica do Minist ério d a Edu cação (SEB/M EC) e d es env olvi do com as s ecret ari as est aduais e m uni cip ais de edu cação das regiõ es No rt e, Nord este e C ent ro -Oest e. Fin an ci ad o com recu rsos do Gov ern o federal e de em prés timos do Ban co Mu ndi al, na o rd em d e US$ 1 ,3 bilh ão , ori ent a-s e p ara a m elhoria d a qu alid ad e das escol as de ensi n o fund am ent al , ampli an do a p erm an ên ci a n a es co la e escol arid ad e dos alu nos das regiõ es at endi das.

O FUNDESC OLA, i nstituí do em 1 998 , até 200 3, já h avi a b en efi ci ad o 4,5 milhõ es d e estu dantes de 1 4 mil escol as p úbli cas, com o d es en volvim en to d as seguint es açõ es: P ro gram a Gestão d a Ap rendizagem Esco lar (GES TAR ); Pro grama d e Aperfei ço am ento d a Leitu ra e Es crit a (PR ALER ); Fo rt al ecimento do Trabal ho d a Eq ui pe Es colar / No vos Rumos d a Av ali ação ; Escola Ativ a; Plano de Des env olvi ment o d a Es col a (PDE); Projet o d e M el hori a d a Escol a (PME); P ro jet o d e Ad equ ação de Préd i os Escol ares (P APE); C onst ru ção d e Escol as; Pl an ej am en to Est rat égi co Edu cacion al da S ecret ari a (PES ), d en tre outros. At u alment e, at end e a 38 4 mu ni cí pios e 19 estados d as regi õ es No rt e, No rd est e e C ent ro -Oeste, com cerca d e 8 mil es col as p úb licas est adu ais e muni cip ais (VIE IR A, 200 5).

Além do Gov erno federal, t amb ém os est ado s bus cam, po r int erm édio d e recu rs os ad vind os d e emp réstim os i nternacio nai s, op çõ es d e fin an ci am ento para s eu s inv estim entos. O Ceará é u m ex emplo d es se fato, recorren do a font es ex tern as p ara apoi ar a m elh oria de s ua edu cação b ásica. O Proj et o Escol a do No vo M ilêni o (PENM ), no valo r de US$ 90 milhões, é um a inici ati va dess e tip o . A m aio ri a dos in vest imentos feito s n os últim os t rês ano s, p el o Es tado, foi fin an ci ad a com ess es recu rsos – as ini ci ativ as de

v a l o r e s d i s t r i b u í d o s p a r a a s r e g i õ e s ma i s p o b r e s , a s s i m c o mo n o r e p a s s e à s i n s t i t u i ç õ e s q u e a t e n d e m c r i a n ç a s c o m n e c e s s i d a d e s e s p e c i a i s .

fo rmação d e p ro fi ssion ais d a edu cação MAG IS TER e PRO-GESTÃO (V IE IRA, 2 00 5).

De aco rdo co m Vi ei ra, nu m qu ad ro de es cass ez de recu rsos , as fo nt es ex tern as s ão b us cad as avid am ent e p el o Poder p úbli co . O p robl ema é q ue “o s emp réstimo s t êm qu e s er p agos e o ôn us d o fin an ciamento pesa sob re o s gov ernos , com p es ad os en cargos de endi v idam ent o. ” (2 005 , p . 35).

A parti r d e 19 94, u m fun do d e fi nanciament o atí pi co, o Fu n do Social de Emergên ci a (FSE), cri ado p elos arti gos 71 e 72 do Ato das Disp osi çõ es Constit ucion ais Transitó ri as (ADCT) d a Constit ui ção Fed eral, t rans fo rm ado em Fu ndo d e Est abi lização Fin an ceira (FFE), em 19 96, e s ubstit uído p el a Desvin cu lação de R eceitas d a Un ião (DR U)25, em 200 2, com eçou a fu nci on ar e foi utiliz ado , t amb ém, p ara fin an ci ar a edu cação.26

Est e fun do foi um mecanismo criado p ara fl ex ibiliz ar a ex ecu ção d e recu rs os fin an cei ros pel o Tes ou ro Naci onal, o u s ej a, p erm ite ao Go v erno federal ret er e us ar l ivrem ent e 20 % d as receit as d e i mpo stos e co ntri bui çõ es federais, mesmo v in cul ad as a d es pesas esp ecí ficas . Cri ado t end o como uma das fin ali dad es o fin an ci amento da ed u cação, t em acont ecid o o co nt rário , poi s anu la “em p art e as v inculaçõ es cons titu ci onais para edu cação ” (ME LCH IOR, 1997 , p. 90 ), t anto p ara o s es tados e Di st rito Fed eral , po r con ta d a red ução do Fu ndo d e Parti cip ação do s Est ad os (FP E), q uanto p ara o s muni cípi os, em virt ud e da di minui ção dos recu rsos q ue fazem p arte d o Fund o de Parti cip ação dos Muni cíp ios (FP M).

25 A D R U q u e t i n h a a t é o a n o d e 2 0 0 3 p a r a f u n c i o n a r , s e n d o e x t i n t a n e s t e me s mo a n o , e m v o t a ç ã o n o C o n g r e s s o N a c i o n a l , t e v e s u a c o n t i n u i d a d e a p r o v a d a . É fo r t e me c a n i s mo u s a d o n a a d mi n i s t r a ç ã o d o g o v e r n o L u i s I n á c i o L u l a d a S i l v a . 26 P e l o a r t . 7 1 , o F u n d o S o c i a l d e E me r g ê n c i a – F S E fo i c r i a d o “c o m o o b j e t i v o d e s a n e a me n t o f i n a n c e i r o d a F a z e n d a P ú b l i c a F e d e r a l e d e e s t a b i l i z a ç ã o e c o n ô mi c a , c u j o s r e c u r s o s s e r ã o a p l i c a d o s p r i o r i t a r i a me n t e n o c u s t e i o d a s a ç õ e s d o s s i s t e ma s d e s a ú d e e e d u c a ç ã o , i n c l u i n d o a c o mp l e me n t a ç ã o d e r e c u r s o s d e q u e t r a t a o § 3 º d o a r t . 6 0 d o A t o d a s D i s p o s i ç õ e s C o n s t i t u c i o n a i s T r a n s i t ó r i a s , b e n e fí c i o s p r e v i d e n c i á r i o s e a u x í l i o s a s s i s t e n c i a i s d e p r e s t a ç ã o c o n t i n u a d a , i n c l u s i v e l i q u i d a ç ã o d e p a s s i v o p r e v i d e n c i á r i o , e d e s p e s a s o r ç a me n t á r i a s a s s o c i a d a s a p r o g r a ma s d e r e l e v a n t e i n t e r e s s e e c o n ô mi c o e s o c i a l . ” ( B R A S I L , 1 9 8 8 , p . 1 1 9 ) .

De aco rdo com M el chi or (1 997 ), o FEF retirou cerca d e 31 bilhõ es de reais do Orçam ento da União, o q ue s i gnifica red u ção das verb as pú bli cas para a edu cação . 27

Martins , ao an alis ar as d es pesas d a Uni ão com ed ucação, o bserv a q ue est as dimi nuí ram. En tre 199 5 e 20 00, s eu percen tu al d e gastos “cai u de 2 4,9 % para 1 7,9 %, enq uant o o dos muni cí pios pas sou d e 27 ,3 % para 37, 6%” (200 6, p. 45 ). Para tal si tu ação, com cert eza, co ntri bui a d es vin cul ação d e impost os federais – Desvin cul ação d e R eceitas d a Uni ão – DRU.

3.2. 1 Finan cia men to no Plano Na ci onal de Edu ca ção – PNE

O PNE foi aprov ad o pelo Co n gresso Nacio nal em d ezem bro de 20 00 e san cio n ado em j an ei ro de 20 01 p el a Lei Nº. 10 .17 2, de 09 d e j an ei ro d e 2 001 . Tem fo rça d e l ei p o r cump ri r um mand ado cons titu cio nal, es ten dendo -s e p or uma d écad a. Abran g e o s di ferentes ní v ei s e mod ali d ad es de ensino , b em como as áreas da ad minis tração ed ucacio nal. Como um pl ano d e met as, o PNE anu ncia custo s, recu rsos dis pon ív eis e estrat égi as para ampl iar a edu cação . Ao trat ar do fin an ci am ento , em s eu diagnóst ico, p ro cu ra desfazer a im agem equ ivo cad a d e qu e a vin cul ação d e recurs os (25 % est ad os e m uni cípio s e 1 8% da Uni ão) p revist a pel a C onst itui ção e pela LDB p od e repres ent ar v alo r el ev ado p ara a edu cação. Os im post os n ão cons titu em s equ er a tot ali dade d e recu rs os o rçam en tári os. Im pos to é um a espéci e do gênero t ri buto, co nstit uído tamb ém d e t ax as e contribui ção d e m elh o ria (BRAS IL, 20 01, p.16 3).

O PNE p ro pun ha m aio res inv esti mentos na edu cação, m at éria qu e foi obj eto d e v eto pres idenci al . O argum ento p ara t ais vet os tev e apoi o n a justi ficati va d e qu e con traria o dis pos to na Lei Compl em ent ar Nº. 1 01/2 000 , por n ão i ndi car font e de receit a corresp ond ent e e n ão est ar em con fo rmid ad e 27 N a a n á l i s e d e D a v i e s ( 2 0 0 2 ) , o d i n h e i r o d a e d u c a ç ã o , d e s v i n c u l a d o p e l o a n t i g o F E F , a t u a l D R U , t e m s e r v i d o p a r a p a g a r a s c o n t a s d a F a z e n d a N a c i o n a l . E s t a d e s v i n c u l a ç ã o , d e 2 0 % d a r e c e i t a d e a l g u n s i mp o s t o s , j á s u b t r a i u b i l h õ e s d a e d u c a ç ã o . P a r a D a v i e s , a c o n s e q u ê n c i a ma i o r p a r a a e d u c a ç ã o é q u e o G o v e r n o fe d e r a l s ó t e m s i d o o b r i g a d o a a p l i c a r 1 4 , 4 % d a r e c e i t a d e i mp o s t o s e m ma n u t e n ç ã o e d e s e n v o l v i me n t o d o e n s i n o – M D E , p o i s 3 , 6 % s ã o r e t i r a d o s p e l a D R U .

com o Pl ano Plu ri an ual (PPA). J usti fi cat ivas tam bém p ara os veto s foram a não -p revis ão orçam entári a e o d es cu mp rim ento à Lei d e R esp ons abi lid ad e Fis cal.

Tan to a DRU qu anto a Lei de R es pon sabi lidade Fis cal foram i ntru mentos legais criados p elo Gov erno fed eral p ara reti rar dinh ei ro do Est ado p ara cum pri r com promis s os com o capit al fi nan cei ro, ou s ej a, com b an qu eiros e esp ecul ad ores , a fi m de sanar um a dí vid a públi ca q ue s e agi gant a a cad a di a. Est a situ ação atin ge diret ament e as polí ticas p úbli cas so ci ai s, d ent re el as , a edu cacion al .

Assim s end o, o d ebat e em to rno do percen tu al do P IB dest in ado à edu cação p ersist e. O p ró pri o Gov erno federal reconh ece a insu fi ci ên ci a d o total do s gast os em ed u cação, con fo rme co nst ata rel ató rio do Gru po de Trab alh o sob re Fin anci am ent o da Edu cação, cri ado p ara estu dar o assu nto. A prin ci pal con cl us ão do relató rio é d e qu e, para atin gir o s nov os pat am ares de at endim ento em qu al idade e qu anti dade d efi nid os p elo PNE, o Brasil d ev eri a sai r d o atu al p atamar d e gastos p úbli cos em edu cação , d a ordem d e 4 ,3 % d o P IB, p ara ati n gi r, em dez anos , o mo n tant e d e 8 % do P IB (RELATÓR IO, 2001 , p . 1 17 ).

Comp arad os o s p ercent uai s, o Brasil n ão se dist an ci a m uit o d e p aís es ricos em t ermo s d e apli cação do P IB – a m édi a d e ap licação em p aís es da Organização para C oop eração e Des env olvim ent o Eco nômi co – OCDE 28 é d e 4,9 % d o P IB. Ocorre qu e, co mo o no sso é bem in feri or, o v alo r di spo nív el po r alu no é m uito p equ eno. C on fo rm e o mes mo rel ató ri o,

[ . . . ] e n q u a n t o o n o s s o r e c u r s o d i s p o n í v e l p o r a l u n o é d e , a p r o x i ma d a me n t e , R $ 9 0 0 / a l u n o ( c e r c a d e 1 2 % d a n o s s a r e n d a p e r c a p i t a ) n a e d u c a ç ã o b á s i c a , n o s E U A , q u e g a s t a m c e r c a d e 5 % d o P I B e m e d u c a ç ã o o g a s t o p o r a l u n o d a e d u c a ç ã o b á s i c a é d e a p r o x i ma d a me n t e , U S $ 7 mi l ( 2 5 % d a r e n d a p e r c a p i t a ) . ( R E L AT Ó R I O , 2 0 0 1 , p . 1 1 9 ) .

A insu fi ciên cia d os recu rsos apli cado s em edu cação bras ilei ra j á é den un ci ad a po r v árias décad as. Ofert ar educação d e qu ali dad e n ão é pos sív el

28 A O r g a n i z a ç ã o p a r a C o o p e r a ç ã o e D e s e n v o l v i m e n t o E c o n ô mi c o – O C D E é u m o r g a n i s mo mu l t i l a t e r a l q u e c o n g r e g a t r i n t a p a í s e s , c u j a p r i n c i p a l mi s s ã o c o n s i s t e n o a p r o f u n d a me n t o d a d e mo c r a c i a e n a fo r mu l a ç ã o d e p o l í t i c a s p ú b l i c a s q u e s e p r e s t e m à c o o p e r a ç ã o e a o d e s e n v o l v i me n t o e c o n ô mi c o d a s n a ç õ e s q u e o i n t e g r a m .

com po ucos recurso s. O Po der públi co tem qu e i nv esti r m ais, p ara mu dar a situ ação d e p en úria d o ensin o.

Neste s enti do, é ilus t rat iv a a t ab el a q u e apres ent amo s ab aix o.

TABELA 1 – GAST O PÚBLI CO CO M EDUCAÇÃO EM RELAÇÃO