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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.2 Análise das variáveis inerentes ao estresse

5.2.2 Fontes de tensão

5.2.2.2 Fontes de tensão do indivíduo

Os dados relacionado a fontes de tensão do indivíduo podem ser observadas na TAB. 12.

Tabela 12 - Análise das fontes de tensão do indivíduo

Nível de tensão do indivíduo

Frequência

Média DP C.V. Mínimo Máximo

N % % acumulado de

tensão

Ausência de tensão 13 15,7 -- 1,79 0,20 0,11 1,50 2,17 Tensão leve a moderada 38 45,8 45,8 3,07 0,39 0,13 2,33 3,67 Tensão intensa 32 38,6 84,4 4,23 0,29 0,07 3,83 4,83 Análise global 83 100,0 84,4 3,32 0,91 0,27 1,50 4,83

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Observa-se que 84,4% dos gestores apresentam nível de tensão que varia de leve a moderada a tensão intensa. Na análise global deste construto, a média apontada foi de 3,32, com desvio padrão de 0,91, indicando que os dados apresentam uma dispersão. O coeficiente de variação, de 27% expressa a variabilidade dos dados, com certa heterogeneidade. O valor mais baixo observado foi 1,50 e o valor mais alto observado foi 4,83, em uma esfera variando de 1 a 5 pontos.

Os resultados apontam que 15,7% dos gestores apresentam ausência de tensão, com média de 1,79 e desvio padrão de 0,20. O coeficiente de variação, de 11%, aponta baixa dispersão no caso de ausência de tensões.

Já, 45,8% dos gestores apresentam o nível de tensão leve a moderado. A média foi de 3,07 e o desvio padrão de 0,39, indicando maior dispersão dos dados. O valor do coeficiente de variação foi o maior do construto, 13%, apontando certa heterogeneidade dos dados em relação à média. O valor mais baixo observado foi de 2,33 e o valor mais alto foi de 3,67.

O nível de tensão intensa, ocorreu em 38,6% dos gestores. A média foi de 4,23, com desvio padrão de 0,29, demostrando que ocorrem dispersões dos dados, com maior proximidade. O valor do coeficiente de variação foi de 7% , sendo menor em relação aos três níveis de análise.

Fontes de tensões intensas no indivíduo podem provocar hábitos alimentares desregrados, consumo excessivo de álcool e tabagismo, além de doenças físicas e

psicológicas, que podem impactar a falta do controle sobre os eventos da vida pessoal (COUTO, 1987; COOPER et al., 2001; ZILLE, 2005, LANNA, 2010).

Agrupando os gestores por nível hierárquico, os resultados são apresentados na TAB 13.

Tabela 13 - Análise do nível de tensão do indivíduo por nível hierarquico

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

Na análise geral do construto fontes de tensão do indivíduo, indícies apontam que o nível maior de tensão “intensa” ocorre no nível estratégico, com 60%, seguido pelo nível intermediário, com 43,5% e por fim o nível operacional,l com 34,5%. Já no nível de tensão “moderada” o maior índice com 47,8%, ocorre no nível intermediário, seguido pelo operacional, com 45,5%, e pelo estratégico com 40%.

Em termos específicos, a análise dos índices aponta que em relação aos gestores no nível estratégico 40% estão com o nível de tensão moderado e 60% com o nível de tensão Intenso. A média de 3,90 e desvio padrão de 0,58, apesar de ser o índice menor do construto, mostram que os pontos dos dados são amplos e indicam dispersões. O coeficiente de variação, de 15%, foi o menor, indicando maior homogeneidade das respostas neste construto.

Para 8,7% dos gestores, identifica-se ausência de tensão. No entanto, 47,8% estão com tensão em nível moderado e 43,5% com nível de tensão intenso. A média 3,54 e o desvio padrão 0,82 indicam maior semelhança na distribuição dos dados em relação ao nível operacional. Os pontos de mínimo e máximo dos dois grupos encontram-se próximos, assim como os valores de desvio padrão.

Nível gerencial Nível de tensão % acumulada de tensão Média C.V DP Mín. Máx. Ausência Moderada Intensa

Frequência Frequência Frequência

N % N % N %

Estratégico 0 0,0 2 40,0 3 60,0 100,0 3,90 0,15 0,58 3,17 4,67 Intermediário 2 8,7 11 47,8 10 43,5 91,3 3,54 0,23 0,82 1,83 4,67 Operacional 11 20,0 25 45,5 19 34,5 80,0 3,17 0,30 0,94 1,50 4,83

Ds gestores do nível operacional, 20,0% indicaram ausência de tensão, mas 45,5% estão com o nível de tensão moderado e 34,5% com o nível de tensão intenso. A média de 3,17 e desvio padrão de 0,94 indicam que houve maior dispersão, com pontos de dados amplos. O coeficiente de variação de 30%, confirma a maior heterogeneidade das respostas neste construto.

Com base na análise do estresse ocupacional considerando as fontes de tensão no trabalho, verifica-se menor variabilidade dos dados para os gestores estratégicos. Esses gestores, portanto, apresentam maior homogeneidade em relação à manifestação de fontes de tensão do indivíduo. Isto é, eles apresentam escores mais próximos de tensão, sendo 3,17 o valor mínimo e 4,67 o máximo. O grupo operacional, novamente, apresenta maior variabilidade. Alguns indivíduos apresentam baixa (mínimo de 1,50) e outros apresentam alta (máximo de 4,83), em relação ao nível de tensão.

Quanto ao grupo intermediário, verifica-se maior semelhança de sua distribuição em relação ao nível operacional: os pontos de mínimo e máximo dos dois grupos encontram-se próximos, assim como os valores de desvio padrão. Esses dados podem ser visualizados por meio do GRÁF. 19.

Gráfico 19 - Análise descritiva do fontes de tensão do indivíduo por nível hierárquico Box Plot Operacional Intermediário Estratégico 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 Nível hierárquico Fo nt es d e te ns ão d o in di du o

Nota 1: Os valores extremos superior e inferior do gráfico representam, respectivamente, o escores máximo e mínimo da variável. A caixa representa a distribuição de 50% da massa de dados.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os dados mostram que a variabilidade é maior nos níveis intermediário e operacional, significando diferenças nos níveis de tensões em relação aos grupos pesquisados. A TAB. 14 apresenta a frequência dos indicadores do construto fontes

de tensão do indivíduo e as manifestações de estresse.

Tabela 14 - Indicadores de fontes de tensão do indivíduo e manifestação de estresse

Indicadores de fontes de tensão do indivíduo

Ausência de estresse Algum nível de estresse P N % N %

Levar a vida de forma muito corrida. 3 20,0 46 67,6 -- Não conseguir desligar-se do trabalho. 1 6,7 46 67,6 -- Ter o dia tomado por uma série de compromissos

assumidos, com pouco ou nenhum tempo livre. 5 33,3 45 66,2 <0,05 Pensar e/ou realizar duas ou mais coisas ao mesmo

tempo. 2 13,3 44 64,7 --

Ter os horários de descanso tomados pelo trabalho. 3 20,0 29 42,6 -- Ter que fazer atividades no trabalho bem acima da

capacidade técnica e/ou atividades de aprendizado

recente, das quais ainda não tem domínio. 1 6,7 21 30,9 -- Nota 1: 15 indivíduos foram classificados em ausência de estresse e 68, em algum nível de estresse. Nota 2: Testes de comparação de proporção foram realizados apenas para o indicador que alcançou frequência igual ou superior a 5, conforme critério proposto por Pestana e Gagueiro (2000).

Nota 3: Para p<0,05, há diferenças estatisticamente significativas entre as proporções. Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os indicadores que se apresentaram em mais da metade dos gestores com estresse foram: levar a vida de forma muito corrida (67,6%), não conseguir desligar-se do trabalho (67,6%), ter o dia tomado por uma série de compromissos assumidos, com pouco ou nenhum tempo livre, (66,2%) e (P < 0,05), pensar e/ou realizar frequentemente duas ou mais coisas ao mesmo tempo (64,7%).

O grupo de gestores com estresse apresentou frequência significativa maior se comparado ao grupo de gestores com ausência de estresse. Portanto, este construto se mostra importante para explicar a ocorrência do estado de estresse nos gestores.