• Nenhum resultado encontrado

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.2 Análise das variáveis inerentes ao estresse

5.2.2 Fontes de tensão

5.2.2.3 Fontes de tensão específica do trabalho do gestor

A TAB. 15, apresenta a análise dos dados referentes a fontes específicas do

trabalho do gestor.

Tabela 15 - Análise das fontes de tensão específica do trabalho do gestor

Nível de tensão específica do trabalho do gestor

Frequência

Média DP CV MíN. MáX. N % % acumulado de tensão

Ausência de tensão 7 8,4 -- 1,60 0,42 0,26 1,00 2,11 Tensão leve a moderada 63 75,9 75,9 2,97 0,44 0,15 2,22 3,78 Tensão intensa 13 15,7 91,6 4,13 0,23 0,06 3,89 4,67 Análise global 83 100,0 91,6 3,03 0,73 0,24 1,00 4,67 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os dados apresentados indicam que 8,4% dos gestores apontaram ausência de tensão no trabalho; 75,9%, apontaram tensão leve a moderada; e 15,7%, apontaram tensão intensa no desenvolvimento das atividades.

A média da ausência de tensão de 1,60, o desvio padrão de 0,42, o coeficiente de variação de 26% e mínimo de 1,00 e máximo de 2,11, indicam que os pontos dos dados estão dispersos por uma gama de valores e que há um índice maior de heterogeneidade das respostas.

A média da tensão leve a moderada de 2,97, o desvio padrão de 0,44, o coeficiente de variação de 15% o mínimo de (2,22) e o máximo de (3,78), indicam, que em relação aos pontos, os dados estão dispersos de forma relativa.

A média da tensão intensa de 4,13, o desvio padrão de 0,23, o coeficiente de variação em 6%, o mínimo de 3,89 e máximo de 4,67, significam que, em relação aos pontos dos dados, estão dispersos por uma gama de valores, com dispersão dos dados menor em relação ausência de tensão e tensão leve a moderada, significando que as respostas tornaram-se mais homogêneas.

A TAB. 16 apresenta os índices da fonte de tensão específicas do trabalho dos gestores, agrupados por nível hierárquico.

Tabela 16 - Análise das fontes de tensão específica do trabalho do gestor por nível hierarquico

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O nível gerencial estratégico apresentou 100% de tensão no nível moderado, com média de 2,91, coeficiente de variação de 18%, desvio padrão de 0,51, mínimo de 2,22 e máximo de 3,56.

No nível intermediário, 4,3% dos gestores apresentam ausência de tensão, 87% têm nível de tensão moderada e 8,7% têm tensão intensa. A média foi de 2,99, o coeficiente de variação de 22%, o desvio padrão de 0,66, o mínimo de 1,11 e o máximo de 4,22.

No nível operacional, 10,9% dos gestores indicaram ausência de tensão; 69,1%, indicaram tensão moderado; e 20,0% tensão intensa. A média foi de 3,07; o

Nível gerencial Nível de tensão % acumulada de tensão Média CV DP Mín. Máx. Ausência Moderada Intensa

Frequência Frequência Frequência

N % N % N %

Estratégico 0 0 5 100 0 0 100,0 2,91 0,18 0,51 2,22 3,56 Intermediário 1 4,3 20 87,0 2 8,7 95,7 2,99 0,22 0,66 1,11 4,22 Operacional 6 10,9 38 69,1 11 20,0 89,1 3,07 0,25 0,78 1,00 4,67

coeficiente de variação, de 25%; o desvio padrão, de 0,78 o mínimo de 1,00 e o máximo, de 4,67.

Esses dados mostram que no nível estratégico os pontos dos dados estão mais próximos da média que os dos outros níveis e têm maior homogeneidade nas respostas. Já no nível intermediário, houve elevação do coeficiente de variação e do desvio padrão, mostrando que houve variação na proximidade da média e menos homogeneidade nas respostas. Os dados relativos ao nível operacional apresentaram maior variabilidade, com índices maiores que os dos demais níveis hierárquicos. Observa-se novamente, que nas fontes de tensão específica do trabalho do gestor o maior índice de nível de tensão está no nível gerencial operacional.

Novamente, a maior variabilidade encontra-se no grupo operacional. Isto é, alguns gestores operacionais observaram menor presença de fontes de tensão específica do trabalho do gerente, (mínimo de 1,00) enquanto outros percebem maior presença, (máximo de 4,67).

Também novamente, a menor variabilidade nas distribuições encontra-se no nível estratégico, cujos os gestores mantiveram fontes de tensão específica do trabalho do gerente mais homogêneas entre si.

Por fim, os gestores intermediários apresentaram variabilidade intermediária em relação aos outros grupos avaliados. Vale indicar, ainda, que um possível outlier foi detectado neste nível hierárquico. Trata-se do gestor intermediário com escore mínimo nas fontes de tensão específica do trabalho do gerente: 1,11, apontado com (*) no gráfico.

Em estudos sobre estresse em gestores de diversos segmentos, desenvolvidos por Zlle (2005); Zanelli, (2010); Gonçalves (2015), o construto fontes de tensões na função gerencial em diferentes níveis hierárquicos. Ressaltam-se nesses estudos vários aspectos identificados na função gerencial como: a realização de várias atividades ao mesmo tempo, muitos prazos, na maioria das vezes, apertados, para a

execução das atividades, exigência de produção elevada, complexidade do trabalho e cultura voltada para a obsessão por resultados.

As diferenças nas fontes de tensão específica do trabalho do gestor por nível hierárquico podem ser observadas também no GRAF. 20.

Gráfico 20 - Análise descritiva das fontes de tensão específica do trabalho do gerente por nível hierárquico – Box Plot

Operacional Intermediário Estratégico 5 4 3 2 1 Nível hierárquico Fo n te s d e te n o e sp ec íf ic a d o t ra b al h o d o g er en te

Nota 1: Os valores extremos superior e inferior do gráfico representam, respectivamente, o escore máximo e mínimo da variável. A caixa representa a distribuição de 50% da massa de dados. O símbolo * representa existência de um possível outiler.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Ressalta-se, novamente que no nível operacional há uma variabilidade maior, resultando em grupos de pessoas com fontes de tensão específica do trabalho diferentes entre si, e que um dos gestores do nível intermediário obteve um valor muito discrepante em relação aos demais, gerando um possível outiler (*).

A TAB. 17 apresenta a frequência dos indicadores de fontes de tensão específica do

Tabela 17 - Indicadores de fontes de tensão específica do trabalho do gestor

Indicadores de fontes de tensão específica do trabalho do gestor

Ausência de

estresse Algum nível de estresse

N % N %

Saber o valor da QV e não praticar pela absorção pelo trabalho 2 13,3 40 58,8 Situações de tensão excessiva inerente às relações humanas

no trabalho 0 0 36 52,9

Não poder questionar sobrecarga de trabalho por ser gestor 0 0 33 48,5 Conciliar inovação/autonomia com as normas da empresa 1 6,7 30 44,1 Dificuldade em conciliar compromissos de trabalho e

familiares, entre outras. 2 13,3 26 38,2

Sentir que os resultados estão “de bom tamanho”, mas ter que

solicitar à equipe resultados ainda mais desafiadores 1 6,7 25 36,8 Ter que conciliar descentralização e concentração de poder no

topo da instituição. 0 0 21 30,9

Não poder agir de forma autoritária e ter que ser autoritário 1 6,7 16 23,5 Conciliar modelo participativo e necessidade de isolamento 0 0 7 10,3 Nota 1: 15 indivíduos foram classificados em ausência de estresse e 68, em algum nível de estresse. Nota 2: Testes de comparação de proporção não foram realizados, pois para o grupo ausência de

estresse nenhum indicador alcançou frequência igual ou superior a 5 conforme critério proposto por

Pestana e Gagueiro (2000). Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

A TAB. 17 apresenta a frequência dos indicadores de fontes de tensão específica

do trabalho do gestor no grupo de gestores com ausência de estresse e no grupo de

gestores com algum nível de estresse. Ressalta-se que o grupo de gestores que apresentam estresse apresentou frequência significativamente maior em todos os indicadores do construto quando comparado ao grupo sem estresse. Isso comprova a importância do construto em referência.

Para os gestores com ausência de estresse, as fontes de tensões principais específicas do trabalho de gestão são: saber o valor da qualidade de vida e não praticar pela absorção pelo trabalho, 13,3%; e dificuldade em conciliar compromissos de trabalho e familiares entre outros.

Para os gestores que manifestaram algum nível de estresse, os indicadores mais relevantes foram saber o valor da qualidade de vida e não praticar em função do trabalho, com 58,8%; situações de tensões excessiva inerentes a relações humanas no trabalho, com 48,5%; e não poder questionar sobrecarga de trabalho por ser gestor, com, 48,5%. Observa-se que todas as fontes de tensão específica do trabalho do gestor foram apontadas pelos gestores que manifestaram algum nível de estresse.

Rodrigues (2002) e Santini et al. (2005), em seus estudos explanaram que os profissionais que trabalham com na área de saúde, frequentemente possuem mais obrigações e menos tempo para sua vida pessoal.