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É vedado ao contratante a utilização dos serviços dos trabalhadores em atividades distintas das que foram o objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços, além de que os serviços agora podem ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro lugar, de comum acordo entre as partes, tornando possível que o empregado

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terceirizado preste serviço a distância, inclusive sob a forma de tele trabalho. (GARCIA, 2017, p. 78).

Estabelece o artigo 5º-A, §1º, da Lei Geral de Terceirização que o empregado não pode ser desviado da função, conforme segue:

Art. 5º – A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos.

§1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. (BRASIL, 1974).

Segundo Silva (2017, p. 150), na terceirização de serviços o objetivo da contratação é o conjunto de serviços contratados que devem ser prestados pelas unidades orgânicas da empresa prestadora e não a mão de obra do trabalhador. O novo preceito enfatiza a proibição de locação de trabalhadores mediante contratos de prestação de serviços, sob pena de caracterização trabalhista ou mesmo o abuso do direito de terceirizar.

Existe, por outro lado, a obrigação da contratante de fiscalizar se os serviços estão sendo prestados de forma adequada e legal, inclusive sob o ponto de vista trabalhista para assegurar a higidez do sistema de terceirização no ambiente de trabalho. Assim a lei criou essa vedação ao desvio de função do empregado terceirizado, mesmo que este seja remunerado para isso. (SILVA, 2017, p. 150).

Entende Silva (2017, p. 139) que:

O empregado terceirizado, contratado por empresa prestadora de serviços – EPS, integra uma categoria profissional diferenciada, submetido. Inclusive, a estatuto legal próprio (LGT c/c art. 511, § 3º, da CLT). Entretanto, o terceirizado está submetido, subsidiariamente, às regras gerais da CLT, no pertinente às omissões da lei especial. É o que ocorre no caso do art. 29 do texto celetista, segundo o qual as condições especiais de trabalho devem ser anotadas na CTPS do trabalhador, bem como à regra de que este documento deve ser assinado em 48h após a admissão.

Segundo Silva (2017, p. 140), a lei não exige para esse tipo de empregado que o contrato de trabalho celebrado com a Empresa Prestadora de Serviços seja obrigatoriamente escrito, mesmo que essa medida seja aconselhável como segurança jurídica para ambas as partes. Mas a lei deixa explícito que o contrato de prestação de serviços terceirizados celebrado entre a empresa prestadora e tomadora deve ser reduzido a termo escrito, devendo constar a qualificação das partes, a especificação do serviço que será prestado, o prazo para realização do serviço e o valor do mesmo.

A Lei Geral de Terceirização estabelece um rol de direitos do empregado temporário em diferentes artigos da Lei Federal nº 6.019/1974. São direitos muito importantes que devem ser considerados como inerentes ao empregado em razão de sua condição de empregado terceirizado. (SILVA, 2017, p. 140).

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Podemos ver a seguir os artigos 4º – A e 5º – A da Lei 6.019/1974:

Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1oA empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho

realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.(Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2oNão se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.

Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas

daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017). (BRASIL, 1974).

Para que a empresa que presta serviços a terceiros funcione, são necessários alguns requisitos que devem ser seguidos. Podemos encontrá-los no artigo 4º-B da Lei 6.019/1974, conforme segue:

Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - registro na Junta Comercial;

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais);

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e

e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). (BRASIL, 1974).

Também é importante salientar que para que o contrato de prestação de serviços seja válido, é necessário conter alguns requisitos que podem ser encontrados no artigo 5º- B da Lei 6.019/1974, conforme vemos a seguir:

Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes;

II - especificação do serviço a ser prestado;

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor. (BRASIL, 1974).

Assim, entende-se que, de toda forma, é necessário seguir alguns requisitos para configurar a formalização do contrato de terceirização. Também é preciso que ambas as partes

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sigam os direitos e deveres inerentes a cada um, o que se passa a expor no próximo tópico acerca dos direitos e deveres das partes.