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FUNDAMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS E DIDÁTICOS PARA O DESENVOLVIMENTO

AS BRINCADEIRAS E OS BRINQUEDOS NÃO ESCOLHEM GÊNERO V ILMA M ARIA DA S ILVA

FUNDAMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS E DIDÁTICOS PARA O DESENVOLVIMENTO

DO PENSAMENTO

No ambiente escolar, o trabalho do psicopedagogo visa atender à individua‐ lidade do aluno que faz parte da institui‐ ção, monitorando seus processos e modalidades de aprendizagem, as carac‐ terísticas dos vínculos que estabelecem com o objeto de aprendizagem, seus pro‐ fessores e seus grupos de pares e aten‐ ção às subjetividades e possibilidades que essa criança ou adolescente possui. Pode- se dizer, então, que a relevância da tare‐ fa psicopedagógica no âmbito institucio‐ nal se localiza na prevenção primária e secundária, acompanhando e avaliando os processos de aprendizagem para evi‐ tar o surgimento de dificuldades dessa na‐ tureza e preparando recursos e/ou estratégias de intervenção para a ação.

Qualquer escola precisa ser organizada sempre em fun‐ ção da melhor possibilidade de ensino e ser permanente‐ mente questionada para que os conflitos, não resolvidos,

não apareçam nas salas de aula sob forma de distorções do próprio ensino. (WEISS, 2001, p. 27)

A Psicopedagogia oferece os recur‐ sos necessários para a intervenção e o de‐ senvolvimento de programas que abordem as dificuldades de aprendizagem e desen‐ volvimento dos alunos: desde a realização de avaliações psicológicas e adaptação de currículos, até a oferta de atividades e conteúdos adequados para cada caso per‐ sonalizado.

Não existe atuação psicope‐ dagógica na escola sem a postura do ouvir, do falar e do propor. A intervenção do psi‐ copedagogo tem que estar regada do seu saber, da sua criatividade, da sua perspicá‐ cia, para que tenha condições de adaptar o trabalho a que se propõe, de acordo com as necessidades e possibilidades do contexto educacional em que está atuando. (PONTES, 2010, p. 39).

Assim, a concepção de psicopeda‐ gogia despertou interesse nos profissio‐ nais dessas ciências, pois é uma questão-chave nos sistemas educacionais que estão se tornando cada vez mais com‐ plexos e exige que a profissão docente se‐ ja assim, tendo em vista que é aumentada pela mudança radical e vertiginosa das estruturas científicas, sociais e educacio‐ nais, que dão suporte e significado ao seu caráter institucional. Esses aspectos en‐ fatizam a grande importância do aprendi‐ zado de relacionamento e coexistência para o ensino.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cul‐

tura (2014), os desafios que visam elevar a qualidade e a equidade nos diferentes contextos educacionais da América Lati‐ na exigem a necessidade de prestar aten‐ ção especial às políticas de treinamento. De acordo com Portilho (2003, p. 125):

Psicopedagogia tem por obje‐ to de estudo a aprendizagem do ser humano que na sua essência é social, emocional e cognitivo - o ser cognoscente, um sujeito que para aprender pensa, sente e age em uma atmosfera, que ao mesmo tempo é objetiva e subjetiva, individual e coletiva, de sen‐ sações e de conhecimentos, de ser e vir a ser, de não sa‐ ber e de saber. Essa ciência estuda o sujeito na sua singu‐ laridade, a partir do seu con‐ texto social e de todas as redes relacionais a que ele consegue pertencer [...].

É importante analisar os aspectos relacionados à psicopedagogia como cam‐ po do conhecimento, partindo da percep‐ ção de que é o resultado da interseção entre as disciplinas psicologia e pedago‐ gia, o que leva a vários problemas episte‐ mológicos.

A concepção epistemológica da psi‐ copedagogia passou por diferentes vicis‐ situdes em relação ao seu objeto de estudo, que responderam a certas deman‐ das que a sociedade colocou em determi‐ nadas áreas e para solucionar problemas do meio social. Por isso, sua concepção emerge de uma análise progressiva que vai do discurso frequente às considera‐ ções de conceituação e intervenção, le‐ vando em conta as demandas institucionais, familiares e escolares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As crianças entram no sistema es‐ colar com experiências educacionais di‐ vergentes, saindo também com diferentes níveis de aprendizagem e resultados es‐ colares.

Os estudos sobre o desenvolvimen‐ to cognitivo e sobre os processos de ensi‐ no e aprendizagem referem-se a uma relação significativa entre o envolvimen‐ to familiar e o sucesso escolar das crian‐ ças e, consequentemente, a sua trajetória escolar.

Percebe-se que se faz cada vez mais necessária a presença da psicope‐ dagogia na vida das crianças, contribuin‐ do para o desenvolvimento físico, psico e social, podendo auxiliar no processo de construção de aspectos fundamentais no futuro quando se tornarão adultos com menos problemas de aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APPDA (1993). Autismo: Integrar. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação Profissional e Secretariado Nacional de Reabilitação, 2, pp.14 – 15.

BRADY, S. et al. A nova definição de Dis‐

lexia: Evolução e comparação com a de‐ finição original (Tradução e adaptação do

“Annals of Dyslexia” volume 53, 2003, por M.Ângela N. Nico e José Carlos Ferreira de Souza) 2003.

OSTI, A. Dificuldades de aprendizagem,

Afetividade e Representações Sociais: reflexões para a formação docente. Jun‐

diaí: Paco Editorial, 2012.

PESSOTTI. I. Deficiência mental: da su‐

perstição a ciência. São Paulo: T. A. Quei‐

roz, 1984.

PONTES, Idalina Amélia Mota. Atuação psico‐ pedagógica no contexto escolar: manipula‐ ção, não; contribuição, sim. Rev.

Psicopedagogia 2010; Disponível em:

<http://www.revistapsicopedagogia.com.br/ detalhes/196/atuacao-psicopedagogica-no‐ contexto-escolar--manipulacao--nao--contri‐ buicao--sim>. Acesso em 10 nov 2020.

SMITH, C; STRICK, L. Dificuldades de

Aprendizagem de a-z: guia completo para educadores e pais. Ed. rev. ampl.

Porto Alegre: Penso, 2012.

WEISS, Maria L. Psicopedagogia clínica:

uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 8°. ed. Rio de

Janeiro: Lamparina, 2001.

Viviane Salvador de Almeida Gaspar

Formada no Magistério. Licenciatura Plena dos Anos Iniciais do En‐ sino Fundamental I, pela Universidade de São Paulo (USP). Pós- Graduação em Alfabetização e Letramento pela Faculdade Intera‐ tiva de São Paulo (FAI). Professora de Ensino Fundamental I no Estado e na Prefeitura de São Paulo.

Poiesis