• Nenhum resultado encontrado

LEITURA DO MUNDO – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA

LEITURA DO MUNDO – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

O método de alfabetização atual consiste em um processo de aprendiza‐ gem que procura desenvolver a habilida‐ de de ler e escrever, bem como o letramento, o qual procura aprimorar o uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais. É sabido que, cada vez mais, para uma boa integração social, o indivíduo precisa desenvolver sua habili‐ dade com a leitura e a escrita (OLIVEIRA, 2015, p. 105).

Segundo os Parâmetros Curricula‐ res Nacionais (PCN) para a Língua Portu‐ guesa:

Toda educação verdadeira‐ mente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desen‐ volvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pes‐ soais — que podem estar re‐ lacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e

busca de informação, ao exercício da reflexão. (PCN: língua portuguesa, 1997, p. 25)

Observa-se que o ensino divide o processo de alfabetização em dois está‐ gios: o primeiro, com duração média de um ano, no qual o professor ensina o sis‐ tema alfabético de escrita (correspondên‐ cia fonográfica) e algumas regras ortográficas e, no segundo estágio, seu foco seria os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais.

Estudos atuais e o próprio Parâme‐ tro Curricular Nacional de Língua Portu‐ guesa recomendam que essa metodologia seja revista, repensando teorias e práti‐ cas que são difundidas como se fossem o único caminho possível já que “a conquis‐ ta da escrita alfabética não garante ao alu‐ no a possibilidade de compreender e produzir textos em linguagem escrita. Es‐ sa aprendizagem exige um trabalho pe‐ dagógico sistemático”. (PCN: língua portuguesa, 1997, p. 27)

No que diz respeito a escrita e a leitura, Oliveira (2015) afirma que a es‐ crita é composta por letras (símbolos gráficos) que correspondem a um deter‐ minado som. Na leitura, a criança deve perceber que as letras impressas são vi‐ sualmente diferentes e que cada símbo‐ lo gráfico também tem sua correspondência sonora. Somente fazen‐ do essa associação é que a criança de fa‐ to poderá ler. A autora ainda cita Morais2 para fundamentar esta associação:

Este processo inicial da leitu‐ ra, que envolve a discrimina‐ ção visual dos símbolos impressos e a associação en‐ tre palavra impressa e som, é

chamado de decodificação e é essencial para que a criança aprenda a ler. Mas, para ler, não basta apenas realizar a decodificação dos símbolos impressos, é necessário que exista, também, a compreen‐ são e a análise crítica do mate‐ rial lido. [...] Sem a compreensão, a leitura deixa de ter interesse e de ser uma atividade motivadora, pois na‐ da tem a dizer ao "leitor". Na verdade, só se pode considerar realmente que uma criança lê quando existe a compreensão. Quando a criança decodifica e não compreende, não se pode afirmar que ela está lendo. (MORAIS, 1986, p. 17 apud OLIVEIRA, 2015, p. 113)

Dessa forma, não se pode falar da leitura e da escrita de forma isolada pois elas constituem manifestação da lingua‐ gem humana, como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Como expôs Oliveira (2015):

A aquisição da linguagem de‐ sempenha um papel decisivo na compreensão do mundo e na transmissão de valores pessoais, sociais e culturais. A criança utiliza o código da lin‐ guagem para formular seus sentimentos, suas sensações e valores, para transmitir e receber as informações. (OLI‐ VEIRA, 2015, p. 105)

De fato, segundo o Parâmetro Cur‐ ricular Nacional de Língua Portuguesa, um texto não se define por seu tamanho, vis‐ to que se pode definir como texto desde o nome que assina um desenho, a lista do supermercado, até um conto ou um ro‐ mance. Traz como exemplo, a palavra “pa‐ re”, pintada no asfalto em um cruzamento, que é uma sentença cuja extensão é a de apenas uma palavra. Se esse mesmo “pa‐ re” estivesse em uma ‘lista iniciada com a letra P’, proposta pelo professor, não se‐ ria nem um texto nem parte de um, para isso, deveria estar inserida em uma situ‐ ação comunicativa de fato.

Oliveira (2015) ressalta que para compreender mensagens e realizar as tro‐ cas interpessoais, só a linguagem verbal não é suficiente. Para isso, a autora cita outros tipos de linguagens: atitudes e ges‐ tos, musicais, esportivas, gráficas, verbais e escritas e nas Artes encontram-se a mai‐ oria delas.

Segundo Marques (2012) cada uma das linguagens artísticas que se conhece de forma completa (vivenciar, fruir e com‐ preender) permite que o indivíduo tenha um olhar e um viver diferenciado para o mundo.

Quando o professor articula essas diferentes linguagens artísticas, permite que o aluno leia o mundo de uma nova forma, criando um diálogo entre elas, en‐ trelaçando pessoas, tempos e espaços.

Essas leituras de mundo utilizando outros tipos de linguagens que não so‐ mente a verbal, permite que o aluno pos‐ sa conhecer, reconhecer, ressignificar e, acima de tudo, impregnar de sentidos a vida em sociedade.

Destrinchando as linguagens ar‐ tísticas, Marques (2012) explica como ca‐ da uma delas muda o olhar para o mundo:

As linhas, cores, texturas, vo‐ lumes propostos pelas artes visuais abrem-nos para leitu‐ ra dos mundos de imagens

em que vivemos. As formas, a ocupação do espaço, as qua‐ lidades do movimento pre‐ sentes na linguagem da dança, abrem as portas para o corpo interagir no mundo, para o ser corpóreo que so‐ mos. Os timbres, ritmos, me‐ lodias da linguagem da música, por sua vez, abrem as janelas dos sons, das di‐ versas paisagens sonoras que compõem o nosso cotidiano. Com a linguagem do teatro, abrimos as portas das rela‐ ções interpessoais, como atu‐ antes na construção do tempo/espaço cênicos. A vi‐ sualidade, a sonoridade e a forma das palavras tomam novo sentido sociopolítico- cultural ao estudarmos a lin‐ guagem da poesia. (MAR‐ QUES, 2012, p. 27)

Os Parâmetros Curriculares Nacio‐ nais, tanto o que norteia a disciplina de Artes quanto o que rege a alfabetização e o letramento, têm como objetivo que o alu‐ no seja capaz de se comunicar de forma efi‐ caz e de refletir criticamente sobre o próprio discurso. O primeiro explorando as lingua‐ gens artísticas e combinando os elementos das linguagens: “linhas, formas, cores e tex‐ turas, na forma plástica; altura, timbre, in‐ tensidade e ritmo, na forma musical; personagens, espaço, texto e cenário, na forma teatral; e movimento, desenho no es‐ paço, ritmo e composição, na forma da dan‐ ça”. (PCN: arte, 1997, p. 28)

E o segundo utilizando a leitura e a escrita de forma prática e eficaz, com uma escuta ativa; e a fala e a escrita co‐ mo forma de expressão e comunicação por meio de textos.

Portanto, fica claro que a inserção da educação artística como mediadora da alfabetização permite à criança desenvol‐ ver as habilidades necessárias ao progres‐ so da comunicação e da linguagem.

LINGUAGENS ARTÍSTICAS E ALFA‐